sexta-feira, 4 de março de 2016

Delcídio diz que Dilma teria interferido na Lava Jato

Delcídio Amaral (PT-MS)

A revista IstoÉ divulgou detalhes da delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) que teria 400 páginas. O senador acusou a presidente Dilma Rousseff de atuar três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário.

"É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação", afirmou Delcídio na delação, segundo a revista. Cardozo deixou esta semana o Ministério da Justiça alegando sofrer pressões do PT.

Uma das investidas da presidente Dilma, segundo Delcídio, passava pela nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Tal nomeação seria relevante para o governo", pois o nomeado cuidaria dos habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ", afirma a reportagem.

Delcídio contou aos procuradores que a estratégia foi discutida com Dilma no Palácio da Alvorada e que sua tarefa era conversar "com o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo", da Andrade Gutierrez.

Conforme a IstoÉ, Delcídio se reuniu com Navarro no próprio Palácio do Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera, o que, segundo o senador, pode ser atestado pelas câmeras de segurança. No STJ, Navarro cumpriu a suposta orientação, mas foi voto vencido.

Na sua deleção, Delcídio citou vários nomes, entre eles o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, entre outros assuntos.

EUA estão muito próximos do pleno emprego", diz Fed

Logo do Federal Reserve é visto em Washington, DC

  O presidente regional do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Dallas, Robert Kaplan, afirmou que o país está próxima do pleno emprego, mas que a economia deve crescer apenas modestamente este ano, assim como em 2015.

Reiterando seu discurso cauteloso, Kaplan pediu também paciência com as novas elevações de juros do Fed.

Segundo ele, elas enfrentam um cenário adverso de volatilidade dos mercados e aperto das condições financeiras, cujos efeitos sobre a perspectiva de crescimento podem ser maiores do que os dirigentes do banco central avaliam atualmente.

Queda de 8,9% no comércio em 2015 foi puxada pelo atacado

Atacado

 O Produto Interno Bruto (PIB) do comércio encolheu 8,9% em 2015 ante o ano anterior, informou nesta quinta-feira, 3, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse desempenho foi mais puxado pelo setor atacadista do que pelo varejista, segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do órgão.

Segundo Rebeca, o comércio atacadista abarca segmentos do varejo ampliado, que incluem veículos e material de construção, cujas vendas foram menores no ano passado. Não à toa, o PIB do comércio teve o pior desempenho da série atual do IBGE, iniciada em 1996.

Nos demais serviços, houve retração de 6,5% no PIB de transportes, segundo o IBGE. "Os serviços relacionados à indústria sofreram com desempenho negativo do setor de transformação. Os serviços às empresas foi o setor que mais caiu em 2015", disse Rebeca.

Indústria extrativa

A indústria extrativa foi um dos poucos segmentos da economia brasileira que apresentou avanço em 2015, com alta de 4,9% no PIB ante 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Houve crescimento tanto da produção de minério de ferro quanto de petróleo", explicou Rebeca Palis.

A desvalorização do câmbio também contribuiu para elevar as exportações desses produtos, acrescentou Rebeca. No ano passado, o dólar subiu quase 50% ante o real.

Por outro lado, o desempenho positivo no ano declinou no quarto trimestre de 2015 com a ocorrência de dois eventos: o desastre em Mariana (MG), com o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, que paralisou a produção da empresa; e a greve dos petroleiros.

"A indústria extrativa vinha em trajetória de crescimento, mas no quarto trimestre esses dois eventos atrapalharam a atividade", disse a coordenadora.

PIB da agropecuária

A alta de 1,8% no PIB da agropecuária foi o pior desempenho do setor desde 2012, quando houve recuo de 3,1%, segundo o IBGE. Soja e milho garantiram o avanço do campo no ano passado, mas culturas importantes e a pecuária acabaram prejudicando o resultado.

No ano passado, a soja registrou crescimento de 11,9% em seu volume produzido, enquanto o milho avançou 7,3%, apontou o IBGE. "Essas culturas impulsionaram o crescimento no ano passado. Por outro lado, culturas importantes tiveram queda na produção agropecuária, como café e laranja", disse Rebeca Palis.

A produção de café recuou 5,7% no ano passado, enquanto o volume colhido de laranja encolheu 3,9% ante 2014. A colheita de trigo também diminuiu 13,4% no período. "A pecuária também não teve desempenho favorável", acrescentou Rebeca.

Indústria automotiva

Puxada pelo desempenho negativo da indústria automotiva, a indústria de transformação apresentou a maior queda entre os setores da indústria no ano passado (-9,7%) na comparação com 2014. Na sequência aparecem construção civil (-7,6%) e produção e distribuição de eletricidade, gás e água (-1,4%).

O setor automotivo foi afetado pela alta dos juros, o menor crescimento do crédito e a retirada do incentivo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pelo governo no ano passado, destacou Rebeca.

Outro segmento que pesou sobre o desempenho da indústria de transformação foi o de máquinas e equipamentos, destacou. Na lista de principais impactos para o PIB da indústria de transformação figura ainda a atividade de alimentos e bebidas. Segundo Rebeca, não houve queda acentuada, mas o setor tem peso importante.

"Se a gente fosse olhar só a taxa, alimentos e bebidas não estariam nessa lista, porque não foi uma queda enorme como a de máquinas e equipamentos e automotiva. Mas é um setor muito importante na economia", explicou a coordenadora.

Rebeca citou que a queda no consumo das famílias no ano foi puxada mais pela redução de gastos com bens do que com serviços. "Em época de inflação mais alta, há substituição de produtos. Claro que (o setor) alimentos e bebidas nunca vão ter uma queda como a de bens duráveis, mas você pode fazer trocas", explicou.

Imposto de importação e IPI

A forte queda de 7,3% dos impostos sobre produtos em 2015 na comparação com 2014 foi puxada por dois impostos. O Imposto sobre Produtos Importados (IPI) e o Imposto de Importação foram os destaques no período, de acordo com Rebeca.

O primeiro teve queda de 13,9% no ano passado ante 2014, enquanto o outro teve retração de 17,1% no período. A queda do imposto de importação está ligada à queda do volume de bens importados, na esteira da desvalorização cambial e do desempenho da atividade econômica, estacou Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais.

Enquanto isso, o resultado do IPI foi influenciado pelo resultado negativo da indústria de transformação. Já o ICMS, que tem um peso maior sobre os Impostos sobre Produtos, retraiu, mas numa proporção menor, de 6,6%, destacou. Outros Impostos sobre Produtos tiveram queda de 6%.

China tenta impulsionar energia renovável com certificados

Energia renovável em Shangai, na China

  A China pretende estabelecer um mercado de certificados de energia renovável para tentar elevar o uso de energia menos poluente, em uma tentativa do país, maior emissor de gases do efeito estufa do mundo, de reduzir a dependência do carvão.

Os fornecedores de energia poderão negociar "certificados verdes" que representam a proporção de energia renovável não-hidrelétrica que eles geram, disse a Administração Nacional de Energia nesta quinta-feira, em comunicado em seu site.

A China pretende elevar o uso de combustíveis não fósseis em seu mix de energia primária para 15% em 2020, ante os atuais 12%.

O país planeja elevar a participação de renováveis como solares e eólicas para reduzir emissões de poluentes no setor elétrico em 60% até 2020.

A China já possui a maior capacidade instalada em energia solar fotovoltaica no mundo.

Mas os esforços do governo para promover a mudança para uma energia mais limpa têm sido prejudicados porque a energia gerada por combustíveis fósseis é mais barata e com isso ganha prioridade para ser injetada na rede elétrica.

No comunicado, o órgão regulador de energia também estabeleceu metas para províncias e regiões quanto à proporção de uso de energia renovável não-hidrelétrica em 2020. Elas variam de 5 a 13%, com a meta de Pequim em 10%.

"As empresas de energia poderão negociar certificados para atingir suas metas quanto à proporção de renováveis não-hídricas", apontou o regulador, sem dizer quando uma plataforma para a negociação dos certificados será estabelecida.

74% dos russos votariam em Putin nas eleições, diz pesquisa

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, sorrindo durante reunião em Moscou, dia 03/02/2016

 De acordo com uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 74% dos russos se mostraram dispostos a apoiar a reeleição do atual líder russo, Vladimir Putin, caso se candidate nas eleições presidenciais de 2018.

"Cerca de 74% dos russos expressaram no início de 2016 sua disposição para votar em Vladimir Putin nas próximas eleições presidenciais, a maior porcentagem nos últimos quatro anos", afirmou o Centro Russo de Estudos da Opinião Pública (VTSIOM, sigla em russo).

O número representa quase o dobro do apoio que o chefe do Kremlin tinha em outubro de 2012, 40%, sua pior fase de popularidade depois da repressão de grandes manifestações opositoras.

Segundo o VTSIOM, apenas 15% dos entrevistados manifestaram a intenção de não votar em Putin, enquanto 11% disseram ainda não ter decidido o voto. O estudo afirma que o aumento do apoio a Putin "é observado em todos os grupos sociais e demográficos".

"Com o tempo, na opinião dos russos, as promessas feitas por Putin na campanha eleitoral para as eleições de março de 2012 estão sendo cumpridas", afirmou.

A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 24 de fevereiro com 1,6 mil pessoas de 130 cidades da Rússia.

A popularidade do presidente russo começou a disparar em 2014, após a anexação da península da Crimeia, de 76,2% em março desse ano para o auge de 89,9% em outubro, segundo pesquisas do VTSIOM.

Putin, que retornou ao Kremlin em 2012 após quatro anos como primeiro-ministro, ainda não disse se tentará a reeleição, embora todos os analistas acreditem que o atual líder permanecerá no poder até 2024.

A legislação permite que Putin se candidate a um segundo mandato consecutivo de seis anos. Recentemente, o histórico líder dos liberais russos, Grigory Yavlinsky, foi eleito candidato do partido Yabloko para as presidenciais de 2018, quando tentará derrotar Putin.

Vaga na Netflix paga R$ 16 mil para postar foto no Instagram

Sede da Netflix em Los Gatos, Califórnia

Netflix anunciou, nesta semana, uma oportunidade que é um sonho para muita gente.

Entre as atividades do "felizardo", está viajar por sets - onde são rodados programas de TV, filmes e produções da Netflix - na Europa no Oriente Médio para... fazer fotos que serão publicadas no Instagram.

O salário também é bem atrativo: US$ 4.000 (cerca de R$ 16 mil) por duas semanas de trabalho. Todas as despesas de viagem são pagas pela Netflix.

Se você se interessou pela vaga de "Grammaster", saiba que o processo seletivo é bem simples: basta seguir a Netflix no Instagram e marcar, no seu perfil, suas três melhores fotos com a hashtag #grammasters3, até o dia 6.

Vale lembrar que a marca procura gente apaixonada por TV e por cinema, então vale escolher fotos que expressem esse amor todo.

Também é essencial que sua conta no Instagram seja pública. Todos os candidatos devem ser maiores de 21 anos.

De acordo com o Peta Pixel, os 25 finalistas serão notificados no dia 11, e os quatro sortudos serão anunciados no final do mês após entrevista por Skype.

Taxas futuras de juros sobem com ajuste ao Copom

Sede do Banco Central, em Brasília

 Nos juros futuros, a confirmação de retração de 3,8% da economia brasileira em 2015, na maior recessão desde 1990, limita o ajuste para cima das taxas.

As de curto prazo sobem nesta quinta-feira, 3, com ajustes ao Copom, diante da percepção de que um corte da Selic não virá no curto prazo.

Perto das 9h30, O DI para janeiro de 2017 apontava 14,090%, de 14,060% no ajuste de quarta-feira. O DI para janeiro de 2021 exibia taxa de 15,18%, de 15,30% no ajuste da véspera. O Ibovespa futuro subia 1,36%, aos 45.965 pontos.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou queda de 3,8% em 2015 ante 2014, recuo de 1,4% no quarto trimestre, na margem e contração de 5,9% no quarto trimestre de 2015 na comparação anual. Todos os números vieram dentro do intervalo das previsões.

TJ-SP manda promotoria regularizar intimação de Lula

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento em São Paulo

 O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) mandou o Ministério Público do Estado regularizar a intimação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher Marisa Letícia.

O depoimento de Lula no Procedimento Investigatório Criminal (PIC) sobre o tríplex 164/A no Condomínio Solaris, no Guarujá (SP) está marcado para esta quinta-feira, 3.

A defesa já avisou que Lula não vai e entregou explicações por escrito sobre imóvel.

Na segunda-feira, dia 29, a defesa do ex-presidente impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo pedindo liminar para que ele não fosse conduzido coercitivamente à Promotoria.

Na ocasião, os promotores de Justiça Cassio Conserino e Fernando Henrique de Moraes Araújo, do Ministério Público do Estado de São Paulo, informaram que não tinham a intenção de conduzir coercitivamente o ex-presidente Lula e sua mulher Marisa Letícia. Segundo os promotores houve "um equívoco" na intimação.

"Talvez tenham utilizado modelo padrão para notificação de testemunhas, uma vez que nessa hipótese é possível", assinalaram os promotores na terça, 1, em documento enviado ao Tribunal de Justiça do Estado.

"Esse erro não foi perpetrado por nós", afirma Conserino, que soube pela imprensa do uso da expressão "condução coercitiva" na intimação ao ex-presidente.

Conserino suspeita de crime de lavagem de dinheiro por meio de ocultação patrimonial. Ele suspeita que o ex-presidente é o verdadeiro proprietário do tríplex no Guarujá. A defesa de Lula afirma que ele não é dono do imóvel.

O depoimento do petista estava marcado, inicialmente, para o dia 17 de fevereiro, mas uma liminar do Conselho Nacional do Ministério Público suspendeu a audiência a pedido do deputado Paulo Teixeira (PT/SP) que ingressou no colegiado com pedido de providências contra Cássio Conserino.

No dia 23 de fevereiro, por unanimidade, o Conselho destravou o caso e autorizou o promotor paulista a dar continuidade à investigação.

Com petróleo quase estável segue preocupação com oferta

Petróleo

Os preços do petróleo operam praticamente estáveis nesta quinta-feira, após a alta nos estoques dos Estados Unidos e a falta de qualquer ação dos maiores produtores para equilibrar a oferta apagarem um pouco do sentimento altista visto mais cedo na semana.

O petróleo Brent recuava 0,07 dólar, ou 0,19 por cento, a 36,86 dólares por barril, às 10:04 (horário de Brasília).

O petróleo dos Estados Unidos avançava 0,04 dólar, ou 0,12 por cento, a 34,7 dólares por barril.

"Os preços devem cair mais uma vez para atingir um fundo do poço de forma que isso realmente reduza a produção. Não acho que o congelamento é uma solução", disse o estrategista de commodities da Natixis, Abhishek Deshpande.

"Esse é o único modo de realmente haver uma virada sustentável nos preços e para o bem... uma vez que aconteça, haverá um verdadeiro ponto de virada e, para mim, esse fundo do poço ainda está abaixo de 25 dólares", disse.

Os estoques de petróleo dos EUA aumentaram em 10,4 milhões de barris para um novo recorde de 517,98 milhões de barris na semana passada.

Cardeal diz que pedofilia em sua paróquia foi coincidência

Cardeal George Pell no Vaticano. 09/07/2014

O cardeal George Pell, poderoso "ministro" da Economia do Vaticano, classificou nesta quinta-feira de "coincidência desastrosa" o fato de cinco sacerdotes terem abusado de menores ao mesmo tempo na cidade australiana onde atuava, e as vítimas o acusaram de mentir.

O cardeal australiano prestou depoimento pela quarta e última vez ante a Comissão Real para uma Resposta Institucional ao Abuso Sexual de Menores.

Devido aos seus problemas cardíacos, o ex-bispo de Melbourne e depois de Sydney, de 74 anos, testemunhava pelo quarto dia consecutivo por videoconferência a partir de um hotel de Roma.

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Submetido às perguntas dos advogados que representam as vítimas de abusos cometidos por membros do clero, desmentiu ter cometido algum erro.

A comissão se concentra atualmente na situação nas cidades de Ballarat e Melbourne, no estado de Victoria, onde o cardeal Pell cresceu e trabalhou, nos anos setenta e oitenta, quando sacerdotes pedófilos abusavam de dezenas de vítimas.

O eclesiástico, que revelou que o papa Francisco recebe diariamente um resumo das audiências, afirmou que ao menos dois arcebispos e outros membros da hierarquia católica o enganaram ao não informá-lo da situação. Falou de um "mundo de crimes e ocultações".

À pergunta sobre se tinha a impressão de ser vítima de uma caça às bruxas, o cardeal Pell respondeu nesta quinta-feira: "Nunca disse nada semelhante, mas devo confessar que a ideia me passou pela cabeça".

O fato de ao menos cinco sacerdotes pedófilos terem atuado ao mesmo tempo em Ballarat nos anos setenta é uma "coincidência desastrosa", acrescentou.

No entanto, reconheceu que um jovem se queixou em 1974 do irmão Edward Dowlan.

O menor "mencionou em uma conversa" que o irmão Dowlan "se comportava mal" com os meninos, disse. Então levantou o tema com o capelão do colégio e nada mais.

"Com 40 anos de distância, diria certamente que deveria ter feito mais", admitiu quando informaram que Dowlan, agora detido, abusou de dezenas de crianças.

"Dever de cristão"

O eclesiástico também foi interrogado sobre o caso de Gerald Ridsdale, sacerdote pedófilo reincidente múltiplo, com quem o cardeal dividiu alojamento por um tempo e que também trabalhava em Ballarat.

George Pell voltou a desmentir que tenha tentado comprar o silêncio do sobrinho de Ridsdale, David, como ele afirma. David Ridsdale foi vítima de abusos por parte de seu tio.

O cardeal Pell estimou que era um "dever cristão" acompanhar Gerald Ridsdale no processo que culminou com sua condenação por mais de cem crimes de abusos sexuais de menores.

Também negou ter ficado ciente das atividades pedófilas de Ridsdale, e voltou a desmentir que um dia tenha dito a um sacerdote: "Haha, acredito que Gerry está se atirando em direção aos meninos novamente". Esta acusação é "falsa", disse.

No início das audiências, o cardeal havia explicado que os crimes de Ridsdale não tinham "maior interesse para ele", mas voltou atrás nesta quinta-feira. "Lembro de ter falhado completamente nesta sequência. Lamento as palavras utilizadas. Estava muito perturbado, respondi mal".

Um grupo de vítimas que viajou a Roma para acompanhar este depoimento disse não acreditar nele.

"Achamos que mentiu e nos enganou", declararam em um comunicado.

O interessado negou que minta. "Diria que é totalmente falso e não se baseia em nenhuma prova".

Reconheceu que os relatos das vítimas eram horríveis.

"Uma das coisas que lamento como sacerdote católico são os danos que tais crimes infligem à fé dos sobreviventes, das vítimas, de seus amigos e famílias, e de maneira mais geral à sociedade. Lamento".

A comissão se constituiu em 2013 para investigar acusações de pedofilia em igrejas, escolas, orfanatos ou associações de jovens, depois de mais de dez anos de pressões. Ouviu quase 5.000 vítimas.

Preços globais de alimentos estabilizam em fevereiro

Alimentos

 Os preços globais dos alimentos ficaram estáveis em fevereiro, próximos de mínimas de sete anos, conforme altas em óleos vegetais e carne compensaram quedas em cereais, açúcar e laticínios, disse a agência de alimentos das Nações Unidas nesta quinta-feira.

Os preços dos alimentos caíram por quatro anos consecutivos e seguem sob pressão de uma ampla oferta agrícola, em uma economia global em desaceleração e de um dólar mais forte.

O índice de preços de alimentos da Organização para Alimentos e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), que mede a variação mensal para uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar, ficou em uma média de 150,2 pontos em fevereiro, contra uma média revisada de 150 pontos no mês anterior.

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O resultado segue-se a uma queda de quase 19 por cento em 2015 e mais uma retração em janeiro.

Os alimentos nos mercados internacionais em fevereiro estavam 14,5 por cento mais baratos que há um ano atrás, disse a FAO.

A FAO projetou a produção de cereais global em 2015 em 2,525 bilhões de toneladas, com retração de 6,3 milhões de toneladas ante a previsão anterior, principalmente devido a menores estimativas de produção de trigo na Índia e no Irã.

Em sua primeira projeção para a produção global de trigo em 2016, a FAO calculou que a colheita deverá atingir 723 milhões de toneladas, 10 milhões abaixo do recorde atingido em 2015.

Crackers criam malware multiplataforma, diz Kaspersky Lab

Vírus de computador

 Programadores brasileiros desenvolveram um software que é capaz de rodar diferentes tipos de aplicativos malignos sem o conhecimento da vítima e que pode permitir a captura de dados sensíveis como informações bancárias, afirmou a empresa russa de segurança de computadores Kaspersky Lab.

Segundo a companhia que produz programas antivírus e outros aplicativos de segurança, o malware desenvolvido pelos crackers brasileiros consegue funcionar em diferentes plataformas além do Windows, incluindo o sistema da Apple e Linux e em dispositivos móveis em algumas circunstâncias.

"Cibercriminosos brasileiros têm competido com 'colegas' russos por um tempo sobre quem é capaz de desenvolver os softwares de captura de dados bancários mais eficazes", disse o diretor do time de analistas de malware da Kaspersky na América Latina, Dmitry Bestuzhev, em comunicado.

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"Alguns dias atrás encontramos uma nova onda de diferentes campanhas de disseminação de componentes de um malware no formato Jar (arquivo Java), que é muito particular por sua natureza: é capaz de ser executado em Linux, OS X e Windows e também é capaz de ser executado mesmo em aparelhos móveis em determinados casos", afirmou Bestuzhev.

Os crackers enviam torrentes de emails às vítimas com mensagens que se parecem legítimas de instituições financeiras com links para download dos arquivos Jar.

"Desde que a vítima tenha Java instalado em sua máquina, o 'Banloader' vai ser executado, não importando se está usando uma máquina OS X, Linux ou Windows", afirmou o executivo.

Segundo a Kaspersky, a descoberta é significativa porque os componentes disseminados inicialmente por meio do Banloader permitem que outros crackers possam desenvolver softwares ilegais com diferentes finalidades, como roubo de dados bancários de usuários de diferentes plataformas, não apenas o Windows.

"Os componentes iniciais estão chegando em Jar, mas os componentes finais ainda são desenhados para Windows (...) Entretanto, está claro que o primeiro passo da multiplataforma foi dado. Então, é questão de tempo até encontrarmos softwares malignos de captura de dados bancários sendo executados em todas as plataformas", disse Bestuzhev.

Ele acrescentou que a maior parte das vítimas está se concentrando no Brasil, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Argentina e México, com casos sendo detectados na China e Alemanha.

C&A deve fechar 12 lojas no Brasil em 2016

Fachada de loja da C&A em Uberaba (MG)

 A lista das grandes redes de varejo que têm fechado lojas em 2016 vai ganhar a adesão da C&A.

Após o surgimento de rumores de mercado, a companhia de moda confirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que pretende fechar 12 pontos de venda no Brasil em 2016.

Outras grandes redes de varejo têm encerrado operações de lojas cujos resultados de vendas são considerados insatisfatórios. Ainda no segmento de moda, a Marisa fechou ao todo 15 unidades em 2015.

O Pontofrio, uma das bandeiras de eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar (GPA), fechou 45 pontos em 2015 e o Walmart anunciou o encerramento das operações de 60 lojas no Brasil no início deste ano.

A C&A justificou em comunicado que o movimento de análise de performance de lojas faz parte da rotina do negócio e que abrir ou fechar lojas é algo inerente ao mercado.

"Nos últimos 12 meses, a empresa abriu 18 novas unidades e a previsão é que, ao longo de 2016, descontinue a operação de 12, mantendo a sua capilaridade no Brasil", diz a companhia, que tem no País mais de 280 pontos de venda.

Em relatório publicado nesta sexta-feira, 4, analistas do BTG Pactual trataram do enxugamento de operações no varejo e mencionaram informações de mercado de que a C&A fecharia ainda mais unidades, o que a companhia negou.

O cenário de recessão fez quase 100 mil lojistas encerrarem as atividades no País em 2015, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Já os analistas Fabio Monteiro e Thiago Andrade, do BTG, calculam que, depois de um ciclo de expansão que mais que dobrou o total de lojas do comércio brasileiro entre 2004 e 2014, o varejo registrou seu primeiro ano de redução na base, perdendo 13,4% do total de lojas em 2015.

No varejo de moda, há ainda o fechamento de operações de redes estrangeiras que tinham chegado no país há pouco tempo.

A britânica Topshop, por exemplo, chegou ao Brasil em 2012 e vem fechando lojas. A grife Kate Spade também fechou sua loja no País ano passado.

O BTG calculou ainda que, do lado dos investimentos em inaugurações, o ritmo de abertura de lojas novas das grandes redes varejistas tende a continuar fraco neste ano.

Para os analistas, as exceções são companhias que têm apresentado desempenho acima da média do setor, como a Lojas Renner, a RaiaDrogasil e a Lojas Americanas.

Do lado dos que estão reduzindo as inaugurações estão empresas como Marisa, Cia. Hering, Via Varejo e Magazine Luiza, destacam os analistas.

Boeing desenvolve banheiro autolimpante para aviões

Bonquinho símbolo de banheiro masculino

A lata de lixo está transbordando, o chão é um desastre e levantar a tampa do vaso é assustador. Até mesmo os viajantes mais experientes se tornam germofóbicos horas após o início de um voo de longa distância.

A Boeing está preparando uma solução: um banheiro autolimpante. A fabricante de aviões dos EUA diz que encontrou uma forma de usar luz ultravioleta para matar 99,99 por cento dos germes nos banheiros dos aviões, desinfetar todas as superfícies depois de seu uso em três segundos e evitar que o banheiro se transforme em uma placa de Petri.

Banheiros capazes de se limparem sozinhos constantemente a 30.000 pés (9.100 metros) de altura poderiam ajudar a reduzir a propagação de doenças infecciosas transmitidas por passageiros que viajam de um continente a outro, disse o consultor da área da aviação George Hamlin. 

A invenção poderia reduzir a conta de manutenção das empresas aéreas se não envolver muitas peças móveis, disse ele. A Airbus está trabalhando em um conceito similar.

“Se o custo for razoável, acho que pode vir a se tornar generalizado”, disse Hamlin a respeito do novo produto da Boeing.

O conceito oferece um novo sentido ao antigo ditado dos aviadores “se não é Boeing, não vou”, disse por e-mail o consultor da área de aviação Robert Mann. 

“A Boeing deveria realizar testes em instalações públicas de grandes cidades para criar credibilidade”, disse ele.

Luz ultravioleta

O protótipo de banheiro da Boeing utiliza uma espécie de luz ultravioleta, diferente dos raios das camas de bronzeamento, que não causa danos aos seres humanos. 

Ativadas apenas quando o banheiro do avião não está sendo usado, as luzes tocam superfícies como o assento do vaso, a pia e a bancada.

“Estamos tentando aliviar a ansiedade que todos nós sentimos ao usar um banheiro que trabalha muito durante um voo”, disse Jeanne Yu, diretora de desempenho ambiental da divisão de aeronaves comerciais da Boeing, em um comunicado.

A Airbus está trabalhando em suas próprias melhorias para os banheiros dos aviões, segundo Ingo Wuggetzer, vice-presidente de marketing da empresa europeia.

“A Airbus está desenvolvimento tecnologias ‘sem contato’ para nossos futuros banheiros e logo incluiremos superfícies ‘antibacterianas’ como característica de um banheiro do futuro”, disse Wuggetzer. 

“Por outro lado, além de melhorar a higiene do banheiro, o ambiente e o frescor geral também melhorarão notavelmente. Por essa razão, de uma forma geral, a Airbus elevará significativamente o nível de experiência dos passageiros no uso do banheiro no voo”.

Eliminando odores

A Boeing registrou uma patente do conceito, que segundo a empresa minimiza o crescimento e a potencial transmissão de micro-organismos. A desinfecção ajuda, inclusive, a eliminar os odores do banheiro.

Além disso, opera sem ser tocado. O sistema de limpeza levantaria e fecharia o assento do vaso por conta própria para que todas as superfícies sejam expostas durante o ciclo de limpeza, segundo a Boeing. 

Outros benefícios para quem teme os germes: torneira, dispensador de sabão, compartimento de lixo, tampa do vaso e secador de mãos do tipo mãos livres. A fabricante de aviões também está estudando um trinco de porta mãos livres e um sistema de ventilação a vácuo para derramamentos no chão.

Economia com manutenção

O conceito da Boeing é finalista do prêmio Crystal Cabin, que será anunciado na Aircraft Interiors Expo, em Hamburgo, Alemanha, no dia 5 de abril.

Os possíveis benefícios não estão apenas no banheiro. O conceito de autolimpeza também poderia ajudar as empresas aéreas a economizarem dinheiro com consertos caros, disse Mann.

“É notoriamente difícil manter os banheiros funcionando em alto padrão, o que aparece na forma de odores que não podem ser controlados e, eventualmente, na corrosão de estruturas adjacentes ao módulo do banheiro”, como colunas do piso e longarinas da fuselagem, disse Mann. “De fato, também haveria economia de custo de manutenção”.

Crise no varejo aumenta mercado de empresas de armazenagem

Unidade de armazenamento da Guarde Aqui, março de 2016

 Enquanto o varejo amarga a pior crise em 15 anos, outro setor, o de "self storage", lucra com a situação.

Nos últimos meses, os galpões que alugam boxes para armazenar produtos encontraram um novo nicho de clientes: comerciantes com estoques encalhados, fruto de lojas fechadas ou atulhadas de mercadorias.

Com 15 unidades, a Guarde Aqui ampliou em 38% sua área locada no último ano, com concentração de procura nos últimos meses. Já a GoodStorage viu a busca por espaço crescer 150%.

Otimistas, esses negócios estão em busca de novos terrenos e, com a ajuda de parceiros internacionais, se preparam para investir até R$ 200 milhões por ano, cada uma.

Criado nos Estados Unidos para atender sobretudo o cliente de pessoa física, no Brasil esse setor avança com a participação de empresas, principalmente varejistas, que usam a solução como uma espécie de centro de distribuição.

Mas o cenário de recessão, que segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) fez quase 100 mil lojistas encerrarem as atividades no país em 2015, tem trazido um novo perfil de cliente.

"Infelizmente, essa pauta triste, de empresas que estão fechando lojas e resolvem guardar o estoque com a gente, é maioria", afirma o presidente da Guarde Aqui, Allan Paiotti.

Com cuidado para não demonstrar animação demais em um momento crítico, Hans Scholl, da Metrofit, concorda. "De cada dez demandas corporativas que recebemos, seis são motivadas pela crise."

Elizabeth Amaral, que fechou em 2015 um escritório de importação e acabou com 500 rolos de papel parede nas mãos, é um exemplo de empreendedora que precisou buscar uma solução para o estoque excedente.

"Vendia bem quando o dólar estava a R$ 2,60. Acima disso, perdi competitividade", conta ela, que alugou um box e foi procurar emprego para sobreviver. "Hoje, eu vendo calçados."

Em Guarulhos (SP), o comerciante Humberto da Silva também precisou fechar uma loja de móveis que matinha há seis anos. Alugou um box de 20 metros quadrados em um galpão perto de sua casa.

"Vendia R$ 100 mil por mês, mas o faturamento passou para R$ 15 mil", conta ele, que paga R$ 1,2 mil por mês para guardar 20 sofás. "Eliminei um custo fixo de R$ 14 mil ao encerrar a loja."

Expansão

O mercado de self storage no Brasil ainda é pequeno, com 150 unidades. Nos Estados Unidos, são 50 mil operações, o suficiente para gerar lastro para produtos negociados em bolsa.

Apesar de o mercado local ser pequeno, as empresas que investem no segmento por aqui têm intenção de, um dia, ter escala para abrir o capital na Bolsa. A Guarde Aqui, controlada pela americana Equity International, de Sam Zell, quer investir pelo menos R$ 150 milhões por ano.

"Vamos abrir de seis a oito unidades por ano até alcançar 40, em 2020. Hoje, monitoramos 120 terrenos pelo Brasil para a expansão", conta Paiotti.

Scholl, da Metrofit, também tem planos ambiciosos, que incluem até a possível criação de um fundo imobiliário. "Vamos investir cerca de R$ 200 milhões por ano até 2020", afirma ele, que tem a gestora imobiliária TRX e a americana Metro Self Storage como sócias.

Após um aporte de R$ 600 milhões do fundo brasileiro HSI e da Evergreen, dos EUA, a GoodStorage também quer manter o pé no acelerador.

Já investiu R$ 100 milhões em expansão e pretende usar os R$ 500 milhões em três anos, segundo o presidente da companhia, Thiago Cordeiro.

Serviços do Brasil têm maior contração na série histórica

Serviços

 A atividade do setor de serviços no Brasil despencou com força em fevereiro e foi ao nível mais baixo na história da pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), sufocada pelas crises econômica e política que vêm provocando fortes perdas de emprego.

O PMI de serviços do país apurado pelo Markit caiu com força, a 36,9 no mês passado, contra 44,4 em janeiro, nível mais baixo desde que a pesquisa começou em março de 2007.

Com isso, o índice completa 12 meses abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração, com quedas em fevereiro em todas as seis categorias monitoradas, sendo a mais acentuada em Aluguéis e Atividades de Negócios.

O resultado do PMI de serviços, somado à piora da pesquisa de indústria, levou o PMI Composto do Brasil também ao menor nível da série histórica, de 39,0 em fevereiro contra 45,1 em janeiro.

Os fornecedores de serviços citaram as contínuas dificuldades políticas, financeiras e econômicas como os principais fatores para a redução das novas encomendas, que chegaram também a uma baixa recorde diante da demanda doméstica especialmente fraca.

Consequentemente, as empresas fizeram mais uma redução no número de funcionários, pelo 12º mês seguido e de forma generalizada, com o nível de trabalhadores no setor também caindo pela taxa mais forte em nove anos.

"Com a economia global também mostrando sinais de desaceleração, o que irá impactar a demanda externa, parece que a contração vai seguir seu curso nos próximos meses", destacou o economista sênior do Markit Rob Dobson em nota.

Diante desse cenário, o nível de confiança para os próximos 12 meses caiu para uma mínima de seis meses, como reflexo do difícil ambiente operacional enfrentado pelas empresas de serviços.

E não há sinais de melhora. A confiança do setor de serviços apurada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou recuo em fevereiro e as expectativas são de contração de 3,45 por cento do Produto Interno Bruto do Brasil este ano, segundo a pesquisa Focus do Banco Central.

"As mãos das autoridades estão limitadas em termos de fornecer estímulo monetário ou fiscal para tirar a economia da recessão", completou Dobson.

Célula do EI desarticulada no Marrocos tinha arma biológica

O Estado Islâmico (EI) controla amplas faixas de território na Síria e no Iraque

A célula terrorista vinculada ao grupo Estado Islâmico (EI) e desarticulada no Marrocos no dia 18 de fevereiro tinha em seu poder uma "perigosa arma biológica", afirmou nesta quinta-feira o Ministério do Interior marroquino em comunicado.

Embora o informativo não esclareça nem o nome nem a quantidade, a substância achada em um esconderijo que a célula utilizava na cidade de Al Yadida, 200 quilômetros ao sul de Rabat, é considerada pelas organizações internacionais de saúde como uma "perigosa arma biológica".

De acordo com a pasta, "basta uma quantidade mínima (da substância) para alterar o sistema nervoso humano e causar a morte", sendo a periculosidade tão alta que pode alterar o meio ambiente e se propagar no ar ou na água.

Os dez detidos, entre eles um francês convertido ao islã e um menor com supostas intenções de fazer um atentado suicida, tinham utilizado esta substância para fabricar um composto que pensavam usar em "seus projetos terroristas no país".

A informação divulgada sobre os integrantes da célula indica que entre seus possíveis alvos estavam lugares muito emblemáticos, seja do ponto de vista político (o parlamento), comercial ("Morocco Mall", maior centro comercial do país), turístico (dois hotéis na cidade de Esauira) e econômico.

Síria está sem energia, diz agência estatal

Imagem captada por drone da cidade de Homs, na Síria.

 A rede de energia da Síria foi afetada em todo o país por razões desconhecidas, informou a mídia estatal nesta quinta-feira.

"A rede de energia foi cortada em todos os distritos do país", disse a agência estatal Sana, segundo fonte do Ministério de Energia.

"Já estão em andamento ações para tentar descobrir as causas do corte no fornecimento." Uma testemunha da Reuters confirmou que houve corte de energia em Damasco, capital do país.

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Segundo a mídia estatal, o serviço de Internet foi parcialmente interrompido.

MPF investiga Arcos Dorados, franquia do McDonald's

McDonald's

O Ministério Público Federal iniciou uma investigação civil contra a Arcos Dorados, maior franquia da rede de fast food McDonald's no mundo e maior operador dos restaurantes da cadeia na América Latina e Caribe, e outros grupos de franquia sobre supostas violações da lei de franquias, provisões antitruste e evasão fiscal, de acordo com um documento do ministério.

O McDonald's remeteu as questões para a Arcos Dorados, que disse que não foi oficialmente notificada da ação pelo procurador Marcos José Gomes Corrêa.

"A companhia fornece todas as garantias de que cumpre com todas as leis em todos os mercados em que faz negócios", disse a Arcos Dorados, que tem sede na Argentina, em comunicado.

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O MPF disse que a investigação começou agora e que não iria fornecer mais detalhes.

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e outros grupos de sindicatos têm pressionado promotores para que investiguem o McDonald's em questões que incluem evasão fiscal, competição desleal e violações de leis trabalhistas.

GM adia cortes em São Caetano por um mês

Soldador trabalha na linha de montagem da fábrica da General Motors (GM) em São Caetano do Sul, em São Paulo

  A General Motors adiou, ao menos por um mês, seu plano de demitir 1,5 mil trabalhadores da fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista.

O pessoal que seria dispensado está num grupo de 2.250 funcionários que estão em lay-off (com contratos suspensos) e deveriam retornar à fábrica na próxima semana.

A alegação da empresa era de que não há trabalho para todo esse grupo, pois a fábrica opera com ociosidade.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, a GM decidiu retomar na segunda-feira, 7, o segundo turno de trabalho na unidade - suspenso desde outubro - e está convocando mil funcionários.

Os outros permanecerão em lay-off por mais um mês, período em que empresa e sindicato avaliarão medidas para evitar os cortes. Inicialmente, a empresa pretendia convocar 300 a 400 trabalhadores para operar parcialmente o segundo turno.

"Vamos tentar durante o mês negociar medidas para evitar o maior número possível de demissões", disse Silva. No fim de janeiro, a montadora demitiu 517 operários da fábrica de São José dos Campos (SP) após o fim do programa de lay-off.

Em nota, a GM confirmou nesta quarta-feira, 2, que parte dos empregados do complexo de São Caetano que estava em lay-off retornará ao trabalho na segunda-feira, 7, e outra parte terá o período do programa estendido por mais 30 dias, mas não divulgou números.

"A medida visa a ajustar a produção à demanda do mercado brasileiro", disse a empresa.

Novo compacto

A fábrica do ABC emprega cerca de 9,8 mil trabalhadores, incluindo pessoal administrativo, informou o sindicato. A unidade produz os modelos Cobalt, Montana, Spin e Cruze, mas este último terá a produção transferida para a Argentina nos próximos meses.

De acordo com Silva, um novo compacto será fabricado na unidade no lugar do Cruze, mas não há detalhes sobre o projeto. Uma hipótese é que seja o substituto do Celta ou do Corsa, ambos já fora de linha.

No primeiro bimestre, as vendas da GM caíram 34,8% em relação ao mesmo período de 2015, somando 48,8 mil unidades.

Ainda assim, a marca ocupa a liderança em vendas no país, à frente da Fiat, que está em segundo lugar na lista, com 44,5 mil unidades vendidas, 47,9% a menos em relação aos dois primeiros meses do ano passado.

O mercado total de automóveis e comerciais leves caiu 31% no bimestre, para 291,7 mil unidades. Incluindo caminhões e ônibus, a queda é de 31,3%, com 302 mil veículos comercializados no período, o mais baixo volume desde 2007.

Magazine Luiza corta o que pode e engorda o caixa para 2016

3 - Magazine Luiza

 Durante 2015, o Magazine Luiza enxugou o que pôde: cortou gastos com marketing, renegociou preços de aluguéis e serviços de parceiros, baixou o consumo de energia, diminuiu sua dívida e até encolheu a equipe.

As economias não foram suficientes para evitar as perdas, mas fortaleceram o caixa.

A companhia encerrou o ano com um prejuízo de 65,5 milhões de reais, revertendo o lucro recorde de 128,6 milhões registrado em 2014.

As vendas somaram 10,5 bilhões de reais, queda 8,7% na mesma comparação. A retração, porém, foi menor do que a do segmento de varejo de móveis e eletroeletrônicos, no geral, que encolheu 14% no período, segundo o IBGE.

O resultado financeiro líquido, que é a diferença entre tudo o que a empresa ganhou e gastou no ano, ficou negativo em 486,1 milhões de reais, ante 360,7 milhões de reais também negativos em 2014.

"O ano de 2015 teve condições macroeconômicas muito desafiadoras e nosso setor potencializa esses efeitos", justificou o presidente da rede, Frederico Trajano, em conferência com analistas nesta semana.

Reservas

A empresa se preocupou em engordar as reservas e melhorar o capital de giro para encarar 2016, outro ano que promete ser turbulento. O caixa atingiu 1,1 bilhão de reais em 2015, contra 863 milhões de reais no ano anterior.

A geração de caixa operacional aumentou e passou de 91,1 milhões de reais em 2014 para 428,2 milhões de reais no ano passado.

A renovação por 10 anos do acordo para venda de seguros entre o Maganize Luiza e a Cardif também contribuiu para esse fortalecimento. O tratado resultou em uma injeção de capital de 330 milhões de reais na companhia.

Tudo isso ajudou a melhorar a qualidade do endividamento da varejista. A dívida líquida ajustada passou de 651 milhões de reais em dezembro de 2014 para 489 milhões em dezembro de 2015.

Assim, a relação entre a dívida ajustada e o Ebitda da companhia caiu de 2,3 vezes para 1,1 vez.

"Em momentos de dificuldade, é preciso focar na geração de caixa, e foi exatamente isso que fizemos. Sentimos que estamos devidamente preparados para enfrentar as eventuais dificuldades de 2016", comentou Trajano.

Margens

No ano passado, o Magazine Luiza passou a cobrar por frete e montagem de móveis, investiu em um melhor mix de produtos e maior oferta de serviços. Essas medidas levaram a um amento da margem bruta em 1,2 pontos percentuais, chegando a 28,7%.

Apesar disso, a queda nas vendas atrapalhou a margem a Ebtida, que caiu 1 ponto percentual e fechou a 5,2%, totalizando 465 milhões de reais.

Para este ano, a empresa espera continuar ganhando participação de mercado sem abrir mão das margens. "Podemos ganhar share sem destruir valor ao acionista", disse Trajano.

O que foi cortado

Para otimizar os gastos e sobreviver à crise, o Magazine Luiza contratou ajuda da consultoria Galeazzi.

Com a orientação dela e um pesado planejamento junto a fornecedores e trabalhadores, a varejista conseguiu reduzir o custo de reforma de suas lojas de 1 milhão de reais para 200.000 reais, segundo Luiza Trajano, presidente do conselho de administração.

Atualmente, a rede está renegociando cerca de 300 contratos de aluguel e revisando acordos com mais de 900 transportadoras.

Ela ainda está reduzindo despesas fixas como transmissão de dados, telefonia, energia, segurança e limpeza.

Também conseguiu negociar uma redução do teto para o dissídio salarial dos funcionários do estado de São Paulo junto a sindicatos e reduziu os empréstimos concedido a clientes.

Frederico Trajano não abre os valores que a companhia já conseguiu economizar, mas diz que acredita que todas as metas serão atingidas.

"Vamos ser muito disciplinados na execução desses projetos", disse em entrevista a EXAME.com.

Paralelamente, o Magazine Luiza enxugou uma parte significativa de sua equipe. No fim de 2014, eram cerca de 22.000 funcionários. Em 2015, o número caiu para 20.000.

A maior parte da redução se deu nas lojas, com o fechamento de postos de trabalho que vagaram devido à rotatividade do setor. Mas houve também demissões no time administrativo.

"Nas lojas, fazemos ajustes fechando a porta de entrada, porque o turnover naturalmente é alto", explicou Frederico Trajano.

A empresa encerrou o ano com 30 novos pontos de venda. Foram investidos 158 milhões de reais em construções.

A consultoria McKinsey foi outra contratada, dessa vez para tentar melhorar a vendas. Ela está mapeando as lojas da rede para verificar discrepâncias e encontrar as melhores práticas.

Cada vez mais digital

O lema do Magazine Luiza é se transformar de "uma empresa tradicional com uma área digital em uma empresa digital com pontos físicos".

Para isso, a companhia investe forte em novas tecnologias e criou em 2014 o Luiza Labs, laboratório de desenvolvimento de soluções que tem hoje 50 engenheiros dedicados.

Só no ano passado, alocou 54 milhões de reais em digitalização de lojas. Seu aplicativo para compras via celular, lançado há quatro meses, já tem 1 milhão de usuários.

Como reflexo desses esforços, as vendas online corresponderam a 21,1% da receita total da companhia no último trimestre, um crescimento de 19,1%.

Essa fatia, de acordo com Frederico Trajano, só deve crescer. "É uma tendência. Se a gente acompanhar, vai ganhar mercado automaticamente".

Já no segundo semestre deste ano, o Magazine Luiza abrirá ao mercado o seu marketplace, vitrine em que outras empresas podem anunciar produtos em seu e-commerce.

Delcídio acerta acordo de delação premiada na Lava Jato

Senador Delcidio Amaral (PT-MS) - 25 de agosto de 2015

 O senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) decidiu fazer acordo de delação premiada perante o grupo de trabalho da Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato.

Ele citou vários nomes, entre eles o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, entre outros assuntos. As primeiras revelações do ex-líder do governo fazem parte de um documento preliminar da colaboração.

Nesta fase, o delator indica temas e nomes que pretende citar em seus futuros depoimentos após a homologação do acordo.

Delcídio foi preso no dia 25 de novembro do ano passado acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato e solto no dia 19 de fevereiro. Desde que saiu da prisão, Delcídio nega ter feito delação premiada.

Microsoft anuncia fechamento de 27 lojas físicas no Brasil

Microsoft

 A Microsoft vai fechar 27 pontos de venda físicos no Brasil. A decisão, confirmada nesta quarta-feira, 2, pela empresa atinge a rede da franqueada Águia Telecom, responsável por lojas e quiosques espalhadas por oito Estados do País.

Chamadas de Microsoft Stores, essas lojas ocuparam antigos espaços de venda de produtos da finlandesa Nokia, adquirida pela empresa do Windows em 2013.

Em nota enviada ao jornal "O Estado de S. Paulo", "a Microsoft confirma o fechamento programado de determinadas lojas físicas da marca Microsoft Store - Revendedor Autorizado no Brasil", afirmando que esta é uma decisão estratégica e feita em conjunto com seus franqueados. No mesmo comunicado, a empresa esclarece que "continuará com o serviço online da marca, operando normalmente e atendendo todo o território nacional".

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Única loja do Estado de São Paulo mantida pela empresa, o ponto de venda do Shopping Eldorado tinha um espaço dedicado para produtos e novidades especiais da companhia. Em uma seção específica, era possível testar o sensor de gestos e voz Kinect, vendido em conjunto com o videogame Xbox. Procurados pela reportagem do jornal, vendedores da loja disseram não saber sobre o fechamento do estabelecimento.

No Rio de Janeiro, fecharão as portas seis lojas e três quiosques da empresa, todos localizados em shopping centers do Estado. A Águia também fecha seus espaços em Minas Gerais, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraná e Amazonas.

As lojas de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Pernambuco e Sergipe - 23 ao todo - continuarão abertas, uma vez que não são vinculadas à rede da Águia Telecom. Procurada, a rede de franqueadas Águia Telecom não respondeu às solicitações da reportagem.

Lumia

O fechamento coincide com o mau desempenho da linha de smartphones da Microsoft. A estratégia da companhia foi reduzir seu ritmo de lançamentos, focando em aparelhos premium como o Lumia 950.

No último trimestre de 2015, a linha teve queda em vendas de 57%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, com 4,5 milhões de unidades entre outubro e dezembro - índice mais baixo de vendas desde o final de 2012 e responsável por apenas 1% do mercado global de smartphones.

Como base de comparação, a Apple teve um aumento de 0,4% na venda de iPhones (batendo mais uma vez um recorde histórico), e a Samsung teve crescimento de 14%, no mesmo período.

A empresa enfrentou ainda o fato de que seu sistema operacional móvel, o WindowsPhone, não empolgou os usuários. "Muitos usuários reclamavam da falta de aplicativos e da ausência de atualizações", diz Leonardo Munin, analista da consultoria IDC Brasil.

Para o especialista, fatores como a crise, a alta do dólar e o fim da MP do Bem, que isentava smartphones de até R$ 1,5 mil de PIS/Cofins, podem ter afetado a decisão da Microsoft por aqui. "O mercado brasileiro teve queda de 15% em 2015, e deve ter a mesma queda em 2016", explica Munin.

Para Eduardo Pellanda, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, a Microsoft não conseguiu transformar "o potencial da Nokia em inovação".

Astronauta Scott Kelly retorna aos EUA após um ano no espaço

Astronauta americano, Scott Kelly, de volta a Terra, no Cazaquistão, dia 02/03/2016

 O astronauta Scott Kelly retornou nesta quinta-feira aos Estados Unidos, seu país natal, após uma missão de quase um ano na Estação Espacial Internacional (ISS) que terminou nesta semana.

Kelly aterrissou em Houston (Texas) em um avião da Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (Nasa) durante a madrugada, com quase três horas de atraso por causa dos fortes ventos.

No aeroporto, o astronauta era esperado por suas filhas, sua mulher e seu irmão gêmeo e também astronauta, Mark, além do diretor da Nasa, Charles Bolden, entre outros.

A primeiro coisa que Scott fez após pisar solo americano e abraçar sua família foi pedir perdão pelo atraso à esposa do vice-presidente dos Estados Unidos, Jill Biden, que também lhe deu as boas-vindas.

Biden liderava a comissão que recebeu o astronauta americano que mais tempo seguido passou no espaço, 340 dias.

"Esta missão representa o último marco do programa aeroespacial de nosso país, mas não será o último, haverá mais. Explorar está no DNA de nosso país e nunca vamos nos deter", afirmou Kelly em um breve discurso.

"Esta não foi minha viagem e não foi meu ano no espaço como se disse. Também não é minha conquista, é uma conquista da Nasa e é uma conquista do país", acrescentou o astronauta.

Kelly obteve grande popularidade durante o ano que passou na ISS já que compartilhou diariamente as fotografias que fazia desde o espaço de todos os cantos da Terra.

 Astronaura Scott Kelly

Se Grã-Bretanha sair da UE, França liberará imigrantes

O ministro da Economia francês, Emmanuel Macron

 Se a Grã-Bretanha decidir que quer sair da União Europeia em um referendo marcado para junho, a França irá permitir que imigrantes sigam para o território britânico retirando os controles de fronteiras e estendendo o tapete vermelho para os banqueiros em fuga de Londres, disser o ministro da Economia francês, Emmanuel Macron.

"No dia em que esta relação se desfizer, os imigrantes não ficarão mais em Calais (porto francês de acesso ao Canal da Mancha), e o passaporte financeiro irá funcionar menos bem", afirmou Macron ao jornal Financial Times antes de uma cúpula de segurança anglo-francesa.

Macron acrescentou que também podem ser criados obstáculos para o comércio bilateral, e que um acordo que permite à Grã-Bretanha realizar inspeções nas fronteiras para deter imigrantes indesejados do lado francês do Canal também pode ser desfeito.

Ecoando o convite feito pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, para que empresas francesas se mudassem para seu país quando a França elevou impostos em 2012, Macron disse: "Se eu raciocinasse como aqueles que estendem tapetes vermelhos, diria que podemos ter alguns repatriados da City de Londres (o coração financeiro da capital inglesa)."      

Ele acrescentou que a "energia coletiva (da UE) seria gasta no desmonte dos laços existentes, não na recriação de novos" se os eleitores britânicos rejeitarem a permanência no bloco.

Tusk pede que migrantes econômicos desistam da Europa

Refugiados andam perto da cerca na fronteira da Hungria, dia 22/02/2016

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pediu nesta quinta-feira que os migrantes econômicos não se dirijam à Europa, durante uma viagem pela Grécia e Turquia, dois países na linha de frente da crise migratória.

"Quero lançar um apelo a todos os migrantes econômicos ilegais potenciais, de onde forem. Não venham à Europa. Não acreditem nos traficantes", disse Tusk em uma coletiva de imprensa em Atenas depois de se reunir com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.

"Não coloquem em risco suas vidas e seu dinheiro. Tudo isso não servirá de nada", acrescentou.

Tusk se encontrava em Atenas como parte de uma viagem regional sobre a crise pelos países mais afetados com a chegada em massa de migrantes, antes de uma cúpula UE-Turquia sobre a crise migratória em 7 de março.

O presidente do Conselho Europeu se dirigirá posteriormente a Ancara, onde se reunirá com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu.

Este chamado ocorre depois que a União Europeia propôs na quarta-feira um pacote de ajuda humanitária de 700 milhões de euros para os países mais afetados por esta crise, entre eles a Grécia, onde cerca de 10.000 migrantes que buscam chegar ao norte da Europa seguem bloqueados na fronteira macedônia.

Estas pessoas ficaram bloqueadas como consequência de novas restrições impostas por vários países dos Bálcãs, o que pode provocar uma crise humanitária de forma iminente, segundo a ONU.

Tusk criticou estas decisões unilaterais que - disse - prejudicam o espírito europeu de solidariedade.

Mais de 130.000 migrantes chegaram à Europa desde janeiro, segundo números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

A maioria dos migrantes passaram pela Grécia depois de cruzar o Mediterrâneo a partir da Turquia.

Grave crise humanitária

Do pacote de 700 milhões de ajuda humanitária proposto pela União Europeia aos países membros mais afetados por esta crise, 300 milhões serão disponibilizados em 2016 e 200 milhões em cada um dos dois anos seguintes.

Esta ajuda poderá ser destinada a qualquer país do bloco em situação excepcional, mas "irá, em grande medida, à Grécia, que vive a crise humanitária mais grave", disse o comissário europeu de Ajuda Humanitária, Christos Stylianides.

A Grécia, que atualmente acolhe 23.000 migrantes, advertiu na terça-feira que "não é capaz de administrar todos os refugiados que chegam" ao seu território e disse que precisa de 480 milhões de euros para acolher um total de 100.000 refugiados.

A Macedônia, por sua vez, deixou 300 refugiados sírios e iraquianos passarem na quarta-feira por sua fronteira com a Grécia.

Estes são os primeiros grupos de migrantes autorizados a cruzar sua fronteira, ponto de passagem da rota dos Bálcãs para seguir caminho ao norte da Europa, desde os confrontos travados na segunda-feira entre migrantes e policiais da Macedônia.

Perto da localidade grega fronteiriça de Idomeni, em um acampamento para 1.600 pessoas, a situação humanitária seguia piorando. "Entre sexta-feira e domingo, o número de pessoas neste acampamento passou de 4.000 a 8.000. E agora estamos em 9.000", explicou Jean-Nicolas Dangelser, do Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Idomeni.

A Áustria, por sua vez, convocou nesta quinta-feira a Grécia a não deixar mais migrantes passarem ao norte da Europa.

"Não é possível que os que conseguem chegar à Grécia possam seguir sua rota", declarou o ministro austríaco das Relações Exteriores, Sebastian Kurz, em uma entrevista ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung.

Desmantelamento de Calais

Na França, o desmantelamento de uma parte do acampamento de imigrantes em Calais (note da França) foi retomado nesta quinta-feira.

Iniciados na segunda-feira, os trabalhos, destinados a evacuar a zona sul do acampamento, avançavam mais rapidamente que na véspera e se concentravam nesta quinta em um espaço ocupado até agora por refugiados curdos.

Como nos dias anteriores, as operações ocorriam com a presença de um importante dispositivo policial de proteção.

Segundo as autoridades francesas, um hectare foi evacuado durante a semana, do total previsto de 7,5 hectares.

Entre 800 e 1.000 pessoas vivem no setor sul da "selva" que será desmantelado, mas as associações estimam este número em 3.450. O objetivo é recebê-las em abrigos em Calais ou em outras cidades da França.

Em todo o acampamento há entre 3.700 e 7.000 migrantes, em sua maioria sírios, afegãos e sudaneses que querem passar à Grã-Bretanha.

Deputados pedem a renúncia de Cunha

Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em Brasília, dia 16/02/2016

  A decisão da maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em tornar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no âmbito da Operação Lava Jato agravou a situação do peemedebista na Casa.

Deputados de oposição e governistas pediram em plenário a renúncia de Cunha.

Para integrantes do Conselho de Ética da Câmara, a nova condição do presidente da Casa reforça um futuro pedido de cassação. "Estamos aqui a pedir sua renúncia para que a Câmara possa aliviadamente respirar. Não podemos mais ficar aqui olhando como se nada estivesse acontecendo. Mudou tudo a partir de hoje", declarou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

"É muito constrangedor ter que vir à tribuna dizer isso na frente do presidente da Câmara, que vira as costas. Até quando vamos viver isso?", indagou Bueno, acusando Cunha de promover "chicana" e "obstruções".

Governistas também atacaram. "Estamos nesta tribuna, em nome da bancada do PT, pedindo o imediato afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Casa (Câmara)", afirmou o deputado Henrique Fontana (RS). "Ele é covarde, arrogante. Levanta da Mesa, vira o rosto. Suas mentiras estão chegando ao fim", disse.

A tropa de choque do peemedebista reagiu. "Está cheio de juiz nesta Casa. Queria pedir aos colegas que respeitassem Vossa Excelência, que não foi condenado. Temos que respeitar o direito que Vossa Excelência tem de se defender no STF", disse o deputado Laerte Bessa (PR-DF), integrante da "bancada da bala", uma das frentes de sustentação a Cunha.

Misto, goiaba e café

O peemedebista tentou expressar tranquilidade. "Estou tranquilo porque estou com a verdade, estou com a inocência. Não tenho nada com o que me preocupar", afirmou o presidente da Câmara. Ele acompanhou o julgamento pela TV, em seu gabinete. Quem passou por lá disse que, comendo misto quente, tomando suco de goiaba e café, o peemedebista parecia despreocupado.

Conselho

Para integrantes do Conselho de Ética, a decisão parcial do STF já garante condições para que o relator do processo contra Cunha, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), retome em seu parecer elementos que haviam sido retirados por pressão do deputado Paulo Azi (DEM-BA), que poderia alterar o placar final da votação do colegiado, beneficiando o presidente da Câmara. Com o clima desfavorável a Cunha, seus opositores dizem que a tese de cassação do parlamentar torna a ganhar força.

Contrariando o discurso de seus aliados, Cunha disse que pretende recorrer da votação no Conselho de Ética em todas as instâncias que forem possíveis.

Putin muda chefe de comissão eleitoral próximo às eleições

Presidente russo Vladimir Putin aperta a mão do ex-chefe da comissão eleitoral, Vladimir Churov, dia 08/05/2012

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, substituiu nesta quinta-feira o chefe da Comissão Eleitoral Central (CEC), Vladimir Churov, a seis meses da eleição legislativa, decisão que foi aplaudida pela oposição comunista e liberal.

"Foi uma decisão do chefe do Estado. Este é um processo normal e natural de rotação", explicou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

Churov, que dirigia a CEC desde 2007, foi muito criticado pela oposição nas eleições parlamentares de dezembro de 2011, quando foi acusado de fraude em favor do partido do Kremlin, Rússia Unida.

Essas denúncias, que o Kremlin sempre negou, desembocaram nos maiores protestos antigovernamentais desde a queda da União Soviética.

"Nosso partido pediu várias vezes a destituição de Churov, portanto não podemos nada além de saudar a mudança de chefia na CEC no começo do processo eleitoral", disse Emilia Slabunova, líder do partido liberal Yabloko.

No entanto, lembrou que a limpeza das eleições é decidida principalmente nas comissões eleitorais regionais, onde a fraude é mais flagrante e costuma passar despercebido.

Os comunistas também deram as boas-vindas à decisão de Putin, mas alertaram que não têm grandes esperanças, já que a atual legislação permite à Rússia Unida se aproveitar do recurso administrativo.

O líder da Rússia Unida e primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, insistiu nos últimos meses sobre a importância de as eleições legislativas serem legítimas e ordenou a realização de primárias em seu partido para democratizar seu funcionamento.

Além de substituir Churov, Putin nomeou Ella Panfilova, a atual defensora pública, como novo membro da CEC, o que levou alguns políticos e analistas a preverem que ela será a nova chefe da comissão.

"Sem dúvidas, Panfilova é uma candidata muito forte e sua nomeação fortaleceria a confiança da sociedade na CEC", disse Andrei Isaev, vice-presidente da Duma, a câmara dos deputados russa, e membro da Rússia Unida.

Já o chefe do Conselho de Direitos Humanos do Kremlin, Mikhail Fedotov, afirmou que a inclusão de Panfilova na comissão "é um bom sinal, que confirma a vontade de garantir eleições limpas e transparentes".

Outros candidatos ao cargo de chefe do CEC são os novos membros: o deputado governista Nikolai Bulaev e o comunista Vasyl Lijachev.

Além do Rússia Unida, só contam com representação parlamentar os comunistas, os nacionalistas e o Rússia Justa. A oposição extraparlamentar negocia comparecer ao pleito com uma lista única.

PIB per capita fica em R$ 28.87 em 2015 e cai 4,6% ante 2014

Notas de real, dinheiro

 O Produto Interno Bruto (PIB) per capita ficou em R$ 28.876 em 2015, o que representa recuo de 4,6% em relação a 2014, informou nesta quinta-feira, 3, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da maior queda já registrada na série do indicador, que foi iniciada em 2000. No ano passado, o PIB encolheu 3,8% ante 2014, no pior resultado desde 1990 (-4,3%).

Consumo das famílias

O consumo das famílias caiu 4% em 2015 ante 2014. No quarto trimestre de 2015, caiu 1,3% contra o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2014, o consumo das famílias mostrou queda de 6,8%.

Consumo do governo

O consumo do governo, por sua vez, caiu 1% em 2015 ante 2014. No quarto trimestre de 2015, esse indicador caiu 2,9% contra o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2014, o consumo do governo mostrou queda de 2,9%.

Fraude em empresas cai de 27% para 12%

Corrupção

 As fraudes nas empresas brasileiras despencaram nos últimos 24 meses.

A fatia de companhias que se declararam vítimas de crimes econômicos caiu para menos da metade: era de 27% em 2014 e recuou para 12% em 2016, aponta a 8ª edição da pesquisa bianual sobre crimes econômicos da consultoria PWC.

O estudo, que contou com 211 empresas que responderam o questionário no país, não inclui a Petrobrás, alvo de investigação da operação Lava Jato. De acordo com a consultoria, a inclusão da estatal provocaria uma distorção no resultado.

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Segundo a pesquisa, a parcela de empresas afetadas por crimes econômicos no Brasil é uma das mais baixas entre os 115 países pesquisados e representa apenas um terço da média global obtida em 2016 (36%).

Também está muito abaixo da média dos Brics, grupo de países formado por África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia (39%). A ocorrência de fraudes nas empresas brasileiras seguiu a tendência global de queda, porém de forma abrupta.

A média das empresas que se declararam vítimas de crimes econômicos no mundo caiu, de 2014 para 2016, apenas um ponto porcentual. Na América Latina, a redução foi de sete pontos porcentuais e, no país, de 15.

Na opinião de Martin J. Whitehead, sócio da PwC Brasil, esse resultado foi, de certa forma, uma surpresa. É que, em meio a uma onda de escândalos de corrupção que assola o país, a queda no número de empresas que se dizem vítimas de crimes econômicos parece destoar do cenário atual.

Explicações

O estudo aponta três motivos para o recuo. O primeiro é o maior investimento das companhias em controles de prevenção de fraudes, especialmente depois da entrada em vigor da Lei Anticorrupção, em janeiro de 2014.

Segundo Leonardo Ruiz Machado, sócio da área de Compliance do Machado Meyer Advogados, movimento semelhante ocorreu no Chile entre 2009 e 2010, quando a Lei Anticorrupção entrou em vigor.

A segunda razão seria a insuficiência de controles para detectá-los. "É possível que a detecção tenha piorado, pois o crime se sofisticou", diz Whitehead.

Por último, a onda de escândalos econômicos que afeta o país pode ter inibido temporariamente a ação dos fraudadores. "É difícil atrelar a queda a um evento específico", diz o sócio da PwC Brasil, Leonardo Lopes, que acredita que a Lei Anticorrupção pode ter dado um impulso inicial nesse processo

Pesquisadores desenvolvem sistema para destruir tumores

Célula cancerígena em processo de apoptose

 

Pesquisadores da Universidade de Saragoça e de Pompeu Fabra (Barcelona) desenvolveram e patentearam um gerador de impulsos de alta tensão para destruir tumores.

Em nota, a Universidade de Saragoça informou que com o sistema poderão ser destruídos tumores sólidos de modo mais rápido, menos tóxico e invasivo do que por meio da quimioterapia ou da radioterapia.

As células do tumor morrem por não serem capazes de reparar os danos que os elevados campos elétricos provocam na sua parede celular.

A eletroporação irreversível tem benefícios para o doente e pode ser aplicada em conjunto com outras terapias para alcançar maior eficácia e melhorar o tempo de recuperação.

A nova tecnologia de aplicação biomédica foi divulgada no último número da revista científica IEEE Journal of Emerging and Selected Topics in Power Electronics.

Reino Unido aumenta contribuição financeira para Calais

Refugiado em frente a abrigos incendiados em protesto, em Calais, França, dia 29/02/2016

O Reino Unido fornecerá 20 milhões de euros adicionais para ajudar a enfrentar a crise de migrantes na cidade portuária de Calais, no norte da França, declarou nesta quinta-feira um membro do governo francês.

A contribuição britânica à gestão da crise é atualmente de "mais de 60 milhões de euros" e "haverá vinte milhões suplementares", disse o secretário francês de Assuntos Europeus, Harlem Desir.

Este dinheiro será destinado a aumentar "a segurança da zona de acesso ao túnel do Canal da Mancha e da zona do porto de Calais", acrescentou.

Google doa US$ 1 milhão para combater zika na América Latina

Mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue, vírus zika e febre chikungunya

 O Google anunciou nesta quinta-feira uma doação ao Unicef de US$ 1 milhão e ajuda tecnológica, parte de um plano para conscientização sobre o vírus do zika, que busca prevenir seu contágio e conter o avanço da doença na América Latina e no Caribe.

"A doação está destinada à prevenção de novas infecções", disse Florença Bianco, gerente de Comunicações Corporativas para a América Latina do Google, à Agência Efe.

Bianco acrescentou que "o Unicef está trabalhando nesse sentido através de campanhas educativas, mobilização de agentes comunitários nas zonas de maior risco e ações para diminuir a presença do mosquito" Aedes aegypti, o transmissor do vírus.

"Chega no momento certo, estamos muito agradecidos", porque é necessário iniciar imediatamente campanhas educativas para que a população, especialmente as mulheres em idade reprodutiva, saiba como se proteger de um vírus potencialmente muito perigoso, explicou Donatella Massai, coordenadora da célula do Unicef de resposta à ameaça do zika na região.

Massai indicou que o Unicef quer chegar, com essa campanha a cerca de 200 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe.

No continente americano há mais de 134 mil casos suspeitos de zika e 2.765 confirmados, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), que advertiu que estes dados são conservadores, já que 80% dos infectados não chegam a desenvolver sintomas.

A presença do vírus foi confirmada em 31 países e territórios do continente até agora.

Além de doar dinheiro, o Google publicará em suas plataformas conteúdo relativo ao zika e como prevenir o contágio, ajudará o Unicef a processar dados para "mapear" o vírus e lançará uma campanha de arrecadação.

Outro aspecto do plano é uma aliança com criadores de conteúdos no YouTube para que façam vídeos sobre o zika, que já deu como resultado um programa da Vila Sésamo que ensina as crianças a combater o mosquito e uma série de programas do médico Dráuzio Varella.

"Muitos criadores do YouTube têm uma voz importante e influente na plataforma. Estamos convidando vários deles no Brasil e na América Latina a criarem conteúdo sobre o zika e as medidas preventivas em seus canais no YouTube, para apoiar a concientização", disse Bianco.

O zika, que é original da África e tem sintomas parecidos à dengue, não existia na América até 2015, quando começaram a ser detectados casos em algumas ilhas do Caribe, mas hoje está presente na maioria dos países.

Brasil e Colômbia são dois dos países com mais casos da doença, que se suspeita que possa estar por trás de um aumento dos casos de crianças nascidas com microcefalia e também da síndrome neurológica de Guillain-Barré.

O Google lançará também uma campanha interna de arrecadação de fundos, com o objetivo de fornecer ao Unicef e à Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) mais US$ 500 mil.

Além disso, uma equipe de voluntários do Google, composto por engenheiros, designers e cientistas de dados, está ajudando o Unicef a processar dados de diversas fontes para rastrear o potencial risco de um surto de zika em diferentes zonas geográficas, com o objetivo de otimizar o uso dos recursos dos organismos e dos governos para combater o vírus.

"Acreditamos que a tecnologia pode ter um papel importante na solução de problemas. Por este motivo, quando interviemos em casos como este, ou como com o ebola ou na crise de refugiados na Europa, tentamos identificar o que o Google pode oferecer como empresa tecnológica além da contribuição econômica", ressaltou Bianco.

Dúvidas sobre juros nos EUA aliviam moedas emergentes

Notas de real e dólar em casa de câmbio no Rio de Janeiro

 A alta do dólar dos últimos três anos em relação a moedas emergentes parece estar perdendo força, segundo pesquisa da Reuters nesta quinta-feira, com um número maior de estrategistas questionando a capacidade da moeda norte-americana de continuar batendo recordes nos próximos meses.

As medianas das projeções para moedas como o real, a lira turca e o rand sul-africano melhoraram em relação à pesquisa do mês passado, em meio às promessas de mais estímulo monetário pelos bancos centrais e sinais de estabilização nos mercados de commodities.

As estimativas também se espalharam por uma faixa mais ampla para a maioria das moedas cobertas pela pesquisa, sinalizando que uma quantidade maior de analistas começa a apostar contra a continuidade da valorização do dólar.

"Não espero que as moedas emergentes se fortaleçam contra o dólar, mas acho que é razoável assumir que elas ficarão muito mais estáveis do que no ano passado", disse Piotr Matys, estrategista de mercados emergentes do Rabobank.

Alguns já começam a prever uma virada. Houve quem estimasse o dólar a 3,30 reais no Brasil daqui a um ano e a 2,70 liras turcas, taxas inéditas desde julho de 2015.

Essas apostas mais otimistas ainda convivem com as estimativas de valorização do dólar, com alguns estrategistas apostando em novos recordes para a moeda. Ela poderia chegar a 4,69 reais daqui a um ano, por exemplo.

"Uma das principais razões pelas quais as moedas emergentes ficarão muito mais estáveis contra o dólar é o fato de que o mercado reprecificou significativamente suas expectativas com relação ao aperto monetário do Fed neste ano", disse Matys.

No mês passado, uma pesquisa da Reuters sugeria que o Federal Reserve subiria os juros duas vezes neste ano.

Entretanto, diante da fraqueza da economia global e da inflação, alguns analistas começaram a sugerir que a decisão de começar a elevar as taxas em dezembro foi um erro, e que o Fed poderia ficar parado agora por mais tempo.

A alta generalizada do dólar começou justamente por causa do Fed, há cerca de três anos, quando o banco central norte-americano começou a sinalizar o desmonte gradual das políticas de estímulo monetário adotadas após a crise de 2008.

Dólar recua frente ao real e segue queda das últimas sessões

Nota de 100 dólares 

 O dólar recuava frente ao real nesta quinta-feira, dando continuidade ao tombo das últimas duas sessões, em meio à trégua recente na aversão a risco nos mercados externos e ao cenário político local incerto.

Às 9:17, o dólar recuava 0,49 por cento, a 3,8687 reais na venda, após acumular queda de 2,89 por cento nas duas sessões anteriores.

Nesta manhã, o Banco Central fará mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em abril, que equivalem a 10,092 bilhões de dólares, com oferta de até 9,6 mil contratos.

Cardeal Pell se reúne com vítimas de abusos de padres

Paul Levey, Peter Blenkiron , Paul Auchettl, Gordon Hill, Tony Wardley, Garry Sculey e Phil, sobreviventes de abuso infantil por padres australianos, em Roma, dia 02/03/2016

 O cardeal e ex-arcebispo australiano George Pell, responsável pelas finanças do Vaticano, chegou nesta quinta-feira ao hotel Quirinale em Roma para se reunir com as vítimas e familiares dos casos de pedofilia na Igreja Católica da Austrália.

O "ministro" de Economia vaticano, que foi arcebispo de Melbourne, prestou depoimento nos últimos quatro dias desde este hotel romano por videoconferência, no processo pelos abusos a menores cometidos entre as décadas de 70 e 90 nas cidades australianas de Ballarat e Melbourne.

Pell tinha informado em comunicado que estava disposto a se reunir com as vítimas dos abusos que tinham viajado para Roma para acompanhar seu depoimento e para pedir um encontro com o papa Francisco, o que ainda não foi confirmado.

Outro grupo dos 15, entre vítimas e familiares que foram a Roma, também tiveram uma reunião com o padre jesuíta Hans Zollner, vice-reitor da Universidade Gregoriana e responsável pelo departamento de Psicologia, e que faz parte da Comissão para a Tutela de Menores que o papa criou em 2014.

Nestes quatro dias em que o cardeal australiano depôs à justiça australiana por videoconferência, já que tinha alegado a impossibilidade de viajar por seu estado de saúde, Pell reconheceu que a Igreja tinha cometido "enormes erros", mas negou que tivesse conhecimento, em profundidade, acobertado ou protegido os sacerdotes pedófilos com quem trabalhou ou que conheceu.

Pell, de 74 anos, também admitiu que na Igreja Católica existia a tendência generalizada de não dar crédito às denúncias dos menores, em uma época em que "se buscava proteger a instituição da vergonha".

O cardeal, além disso, justificou sua falta de ação pela falta de autoridade, e alegou que as informações que incriminariam outros padres foram escondidas dele por outros religiosos , apesar dos abusos serem de conhecimento da comunidade.

As vítimas manifestaram nestes dias aos meios de comunicação que Pell deveria renunciar ao seu cargo como governador regional da Secretária Econômica da Santa Sé, organismo constituído por Francisco, embora não tenha sido isso que vieram pedir em Roma.

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