quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Lei Seca reduziu acidentes, mas é preciso pensar em alternativas ao carro

Dados do Ministério da Saúde, divulgados em dezembro de 2015, também mostram redução no número de mortes em acidentes de trânsito

A aplicação da Lei Seca (Lei 11.705/2008) tem ajudado a diminuir o número de acidentes no trânsito. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram ligeira redução no número de acidentes ocorridos por influência do álcool, após a lei ter estabelecido tolerância zero e aumentado o valor da multa para quem for flagrado embriagado ao volante, em 2012. Naquele ano, foram registrados 7.594 acidentes; no ano seguinte, 7.526; e, em 2014, 7.391.

Dados do Ministério da Saúde, divulgados em dezembro de 2015, também mostram redução no número de mortes em acidentes de trânsito. Em 2013, foram registradas 42.266 mortes e, em 2014, 40.294 – uma redução de 5%.

Apesar da redução no número de acidentes, o país está muito distante da média mundial de 8,3 mortes por grupo de 100 mil habitantes. Atualmente, o Brasil atingiu a taxa de 19,9 mortos por grupo de 100 mil habitantes - o menor índice desde 2010, mas ainda distante da meta do Plano Nacional de Redução de Acidentes, de 2011, de reduzir em pelo menos 50% o número de mortes no trânsito até 2020.

“O Brasil tem feito muito pouco ou quase nada. Não existe uma estratégia com vista a atingir essa meta. Existem ações mais ou menos isoladas e que estão focadas em tornar a legislação mais rigorosa em alguns aspectos: excesso de velocidade, consumo de álcool. Isso tem sido objeto de algum rigor no código de trânsito e ações de fiscalização. Mais do que isso, a gente não vê”, critica o professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em trânsito Paulo Cesar Marques da Silva.

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Para ele, ações de fiscalização, intensificadas durante períodos festivos como o carnaval, e campanhas educativas são mecanismos importantes, mas o país precisa avançar em ações integradas e em estratégias que diminuam a dependência do carro. Ele avalia que Poder Público deve liderar um debate sobre mobilidade urbana e investir no transporte público para evitar a dobradinha álcool e direção.

“Essa ação de proporcionar a mobilidade sem a necessidade de usar o automóvel facilita porque as pessoas podem se divertir sem ter a necessidade de usar o álcool. Tudo isso funcionando direitinho, a gente tem, lá na ponta, a redução do número de acidentes”, afirmou.

Segundo o professor, não se trata de demonizar o carro particular, mas de promover estímulo ao carro, ao transporte público e à segurança no trânsito. “Ninguém compra o carro para ficar parado. Mas existe a possibilidade de as pessoas comprarem o carro para usar no final de semana, de não precisarem depender do carro o tempo todo”, defende.

Mais rigor
Desde 2012 algumas alterações na lei aumentaram o rigor das punições e proporcionaram maior eficácia à fiscalização, prevendo novas formas de produção de provas, como fotos, vídeos e testemunhas, além do aumento no valor da multa que passou para R$ 1.915,30 - em caso de flagrante de embriaguez.

No Distrito Federal, a maior rigidez tem se refletido nos números. Em janeiro deste ano, o Departamento de Trânsito (Detran-DF) autuou 813 condutores por alcoolemia. No mesmo mês do ano passado, foram 1.110.

Especialista em trânsito, Paulo Cesar Marques da Silva disse que as operações de fiscalização tem chegado a locais com maior consumo de bebida alcoólica. “Em geral, o que tem havido é uma operação com mais inteligência a partir do estudo do comportamento e das áreas onde as pessoas usam mais álcool, horários de abordagem e que, no final das contas, é mais efetivo para evitar acidentes. Temos que lembrar que o objetivo maior não é punir, mas evitar que as pessoas causem ou se envolvam em acidentes”, disse o professor.

Efeitos do álcool
 
A psiquiatra e pesquisadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) Carolina Hanna Chaim alerta que pessoas sob o efeito de álcool apresentam dificuldades de percepção, coordenação motora e concentração, o que resulta em uma redução drástica na capacidade de dirigir. “As pessoas têm que ter consciência da gravidade desse comportamento. Muitas vezes, isso passa um pouco pela convivência coletiva, como se não fosse um hábito tão perigoso, mas é perigosíssimo porque você coloca em risco a sua vida e a de pessoas que não têm nenhuma relação com isso”, alertou.

Carolina observa ainda que o uso de álcool geralmente é associado a outras condutas perigosas ao volante como ultrapassar o limite de velocidade da via, não utilizar o cinto de segurança, dirigir cansado, sob o efeito substâncias psicoativas e, inclusive, o uso de celular. “A Lei Seca ajuda, ela foi uma iniciativa positiva, pois ajuda a conscientizar da gravidade e até coibir as pessoas que não teriam essa conscientização a partir de iniciativa própria, mas a lei, sozinha, não muda [a forma de agir das pessoas]”, afirma.

Para aumentar o nível de conscientização da população, a especialista aposta em ações focadas nos futuros condutores. “Com conteúdo mais interativo e que possa acessar esses jovens que no futuro serão os motoristas. Precisamos construir uma nova geração de motoristas mais conscientes.”

Estados Unidos enviam submarino nuclear para a Coreia do Sul

O envio do submarino é considerado uma resposta ao lançamento, pela Coreia do Norte, de um satélite espacial a bordo de um míssil


Os Estados Unidos enviaram um submarino de propulsão nuclear para a Coreia do Sul, informou nesta quinta-feira uma fonte militar de Seul, em resposta ao recente lançamento de um míssil pela Coreia do Norte. O USS North Carolina (SSN-777), submarino com mais de oito anos de serviço, “está a caminho da Coreia do Sul”, indicou uma fonte das Forças Armadas do país asiático à agência Yonhap.

O submarino, cuja velocidade é de 46 quilômetros por hora, tem capacidade para transportar mísseis de cruzeiro Tomahawk e até 48 torpedos. Com o envio do USS North Carolina para águas sul-coreanas, os Estados Unidos pretendem “reafirmar o compromisso com a defesa da Coreia do Sul” e “enviar uma mensagem de advertência à Coreia do Norte”, indicou a mesma fonte. O porta-voz também assegurou que os Estados Unidos desejam enviar para o país asiático dois novos aviões de combate, possivelmente um bombardeiro B-2 e um caça F-22 Raptor.

O envio do submarino é considerado uma resposta ao recente lançamento, pela Coreia do Norte, de um satélite espacial a bordo de um míssil de longo alcance, uma ação fortemente contestada por Seul e Washington, que a consideram um ensaio de mísseis balísticos encoberto, o que violaria resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

O lançamento desse míssil seguiu-se a um teste nuclear em janeiro, quando os Estados Unidos enviaram um bombardeiro B-52 para a Coreia do Sul. O governo norte-americano mantém, de forma permanente, 28,5 mil soldados na Coreia do Sul, país que se compromete a defender em caso de conflito com o Norte

PROMOÇÃO DE CARNAVAL SUPERMERCADO ESTRELA

Papa terá reunião histórica com o patriarca de Moscou, Kirill I, em Cuba








O papa Francisco se reúne na sexta-feira, em Cuba, com o patriarca de Moscou, Kirill I, no primeiro encontro entre os líderes de duas igrejas separadas há quase um milênio.


Um evento histórico desde o cisma do século IV, que também marca o papado do primeiro pontífice latino-americano.

A notícia foi anunciada de forma inesperada pelo Vaticano na semana passada e representa uma nova etapa nas relações entre as duas igrejas cristãs mais importantes do mundo.

Cuba, considerado território neutro, acolherá a reunião, que será realizada no aeroporto de Havana José Martí e terá uma duração de duas a três horas.

"O encontro será realizado em Cuba, onde o papa fará escala antes de sua viagem ao México, e onde o patriarca estará em visita oficial", anunciou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.


"Este encontro dos primados da Igreja católica e da Igreja ortodoxa russa, preparado há algum tempo, será o primeiro na história e marcará uma etapa importante nas relações entre as igrejas", afirmoou o Vaticano em um comunicado conjunto da Santa Sé e do patriarcado de Moscou.

O pontífice e o líder da Igreja ortodoxa russa terão "um encontro pessoal no aeroporto internacional José Martí de Havana, que concluirá com a assinatura de uma declaração comum", informou Lombardi.

Desde 1054, data das excomunhões mútuas e do maior cisma da cristandade, nenhum pontífice ou patriarca de Moscou - as duas igrejas cristãs mais importantes do mundo - haviam se encontrado.

Os dois líderes religiosos acertaram o encontro na América Latina, já que Kirill foi convidado pelo presidente cubano Raúl Castro a visitar a ilha e o Papa tem programada uma viagem ao México de 12 a 17 de fevereiro.
O encontro, segundo Lombardi, terá como mediador o presidente anfitrião.

"Trata-se de um sinal de esperança", conclui o comunicado do Vaticano, que convida "todos os cristãos a rezar com fervor para que Deus abençoe esse encontro, para que dê bons frutos".

Há anos se falava de um encontro entre o pontífice e o patriarca de Moscou, líder de dois terços dos 200 milhões de ortodoxos no mundo.

Após a eleição do papa argentino, em março de 2013, aumentaram as esperanças, principalmente depois que, em novembro de 2014, Francisco comentou com a imprensa durante um voo de regresso da Turquia sobre sua vontade de se reunir com o líder ortodoxo.

O Papa considera prioritária a aproximação entre religiões, em particular com as cristãs, muitas das quais estão lutando no Oriente Médio contra o radicalismo islâmico.

"A atual situação no Oriente Médio, na África do Norte e Central e em outras regiões, onde os extremistas cometem um verdadeiro genocídio contra as populações cristãs, precisa de medidas urgentes e coordenadas", explicou em um comunicado a igreja ortodoxa russa, que confirmou que será um dos principais temas do encontro.

"O tema da perseguição dos cristãos será central", afirma a nota, que reconhece que "apesar dos obstáculos, conseguiram organizar o encontro".

As diferenças históricas entre católicos e ortodoxos russos são numerosas e profundas, mesmo que as duas igrejas concordem em muitas questões teológicas.

Entre as diferenças mais importantes figura que os ortodoxos não reconhecem a primazia papal.

As condenações moderadas de Francisco à política intervencionista do presidente russo Vladimir Putin na Ucrânia, que foi recebido em duas ocasiões no Vaticano, foram gestos apreciados pela igreja russa, embora criticadas pelos católicos ucranianos de rito grego, que apoiam o governo ucraniano.

Há dez dias, o bispo de Roma anunciou de forma inesperada que em outubro visitará a Suécia para participar na cerimônia por ocasião dos 500 anos da ruptura entre Martin Lutero e a Igreja católica, um gesto histórico de reconciliação com os protestantes.

Coreia do Norte expulsa cidadãos do Sul de parque industrial de Kaesong



 Sob os olhares atentos de soldados armados, os funcionários sul-coreanos começaram nesta quinta-feira a fechar o complexo de Kaesong, antes gerido em parceria com a Coreia do Norte. A medida, classificada por Pyongyang como uma declaração de guerra, levou o regime a ordenar a saída imediata dos cidadãos do Sul do parque industrial. 

A decisão de Seul foi uma resposta ao lançamento de um foguete pelo Norte no mês passado, que também levou os Estados Unidos a enviarem um submarino nuclear à Coreia do Sul.

“Imperdoável o ato desse grupo de marionetes de suspender totalmente a operação (em Kaesong), vendo erro no teste da bomba H e no lançamento do satélite da República Popular Democrática da Coreia”, afirmou o norte-coreano Comitê para a Reunificação Pacífica da Coreia, referindo-se à Coreia do Sul.

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Pela manhã, as 124 companhias do complexo retiraram equipamentos e estoques de produtos e matérias-primas, segundo a “BBC”, enquanto vários dos mais de 50 mil empregados norte-coreanos nem foram trabalhar e tiveram as mesas desocupadas pelos gerentes. Segundo o ministro sul-coreano da Unificação, Hong Yong-pyo, o parque industrial gera cerca de US$ 515 milhões em dinheiro para a Coreia do Norte e emprega cerca de 50 mil trabalhadores do país vizinho.

Há três anos, Kaesong foi fechado por mais de quatro meses, depois que exercícios militares de Washington e Seul responderam ao terceiro teste nuclear de Pyongyang. Frente ao novo fechamento, a Coreia do Norte expulsou os sul-coreanos do complexo e jurou congelar bens e equipamentos do vizinho no parque industrial, área que agora classifica como zona de controle militar.

 O Norte ainda afirmou que vai cortar duas importantes linhas diretas de comunicação que passam pela fronteira.
Sem prazo para conclusão, o fechamento tem como principal objetivo cortar recursos que o Norte usava para o desenvolvimento nuclear e balístico, segundo as autoridades sul-coreanas. A gerente de uma empresa de engenharia em Kaesong se disse “sem palavras” com o cessar repentino da produção.


As companhias fizeram o seu melhor para fazer as coisas funcionarem, e agora acontece isso. O que fizemos para merecer? — reclamou Jang Ik-Ho à AFP, enquanto cruzava a fronteira para o Norte.
Depois de o Senado americano aprovar novas sanções à Coreia do Norte, Washington enviou um submarino nuclear à Coreia do Sul, informou uma fonte das Forças Armadas do país à agência “Yonhap”.

 O USS North Carolina pode transportar mísseis Tomahawk e até 48 torpedos, a uma velocidade máxima de 46 km/h. Os EUA, que já enviaram um bombardeiro B-52 ao aliado após o teste nuclear de janeiro, cogitam ainda enviar dois aviões de combate com capacidades furtivas a Seul, segundo a fonte.

As autoridades americanas também pretendem reforçar os elos com o aliado asiático, em um compromisso com a segurança regional que vigora desde a Guerra da Coreia (1950-1953). Na região, já estão fixados 28.500 soldados americanos.

Otan vai participar de ação no Egeu para conter viagens de imigrantes


 O secretário de Defesa americano, Ash Carter, informou nesta quinta-feira que a Otan está pronta para participar de uma ação naval no Mar Egeu para conter as arriscadas viagens de imigrantes entre a Grécia e a Turquia e deter as redes criminosas responsáveis pelas travessias. 

A medida é uma resposta ao pedido feito por Alemanha, Turquia e Grécia com o objetivo de dar uma resposta à crise migratória enfrentada pela Europa e ter uma visão clara da situação na costa turca.

— A Otan expressou sua vontade de apoiar e participar da operação — disse Carter em uma reunião em Bruxelas com os 28 países que integram a Aliança do Atlântico.
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Até agora, a aliança se manteve à margem da crise, alegando não possuir mandato para vigiar as fronteiras e combater as gangues de traficantes.

Mais de um milhão de migrantes chegaram à Europa em 2015, em sua grande maioria em perigosas travessias pelo mar Egeu depois de saírem da costa turca em direção às ilhas gregas.

Nem mesmo o inverso no continente diminuiu o número de viagens e, só neste ano, 76 mil conseguiram chegar ao continente, cifra dez vezes maior que a registrado no mesmo período de 2015, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) na terça-feira. O número de mortes também disparou, subindo para 409.

Apenas a Grécia recebeu 70.365 imigrantes e refugiados neste ano, enquanto os outros 5.898 foram para a Itália. A partir desses países, eles continuam o caminho até o Norte da Europa.

Guarda Costeira turca salva refugiado sírio de barco submerso


A Guarda Costeira da Turquia salvou um refugiado sírio prestes a naufragar no Mar Egeu. Sozinho a bordo no momento do resgate, Pelen Hussein, de 20 anos, é um dos poucos sobreviventes de uma embarcação que virou a caminho da Grécia. Vinte e sete pessoas morreram no acidente, entre elas 11 crianças.

 O acidente ocorreu na segunda-feira, mas somente nesta quarta-feira a Guarda Costeira divulgou as imagens.


O vídeo publicado pela Guarda Costeira turca mostra Hussein segurando a proa, em uma pequena ponta do barco que restava na superfície. Exausto e desesperado, o sírio tinha sinais de hipotermia.


O resgate ocorreu na região de Balikesir, próximo ao porto de Edremit. A Organização Internacional para Migração informou que 409 pessoas morreram este ano na travessia do Mar Mediterrâneo. Nas primeiras seis semanas de 2016, o fluxo marítimo de migrantes é dez vezes maior que o índice do mesmo período do ano passado.

Moro aceita o uso de documentos suíços contra Marcelo Odebrecht



O juiz Sérgio Moro aceitou o uso de documentos enviados pela Suíça à Lava-Jato na ação envolvendo executivos da construtora Odebrecht. Com isso, o prazo para a apresentação das defesas de Marcelo Odebrecht e outros 12 réus, que estava suspenso desde que advogados ligados à empreiteira pediram a anulação das provas, foram retomado. 

A criminalista Dora Calvalcanti, que defende o ex-diretor da empresa Macio Faria, afirmou que autorizar o uso dos papéis suíços é “rasgar a Constituição”. Na semana passada, Dora tentou invalidar o uso após a Justiça Suíça afirmar que o procedimento de envio de dados foi incorreto.

“Não foi reconhecida qualquer ilicitude na quebra de sigilo bancário na Suíça ou na avaliação da presença de relevante conduta criminal apta a justificar a quebra e a cooperação”, afirmou o juiz justificando:

“Não se trata aqui de prova ilícita, ou seja produzida em violação de direitos fundamentais do investigado ou do acusado, como uma confissão extraída por coação, uma busca e apreensão sem mandado ou uma quebra de sigilo bancário destituída de justa causa. Há apenas um erro de procedimento”, explicou.

Em nota, a Odebrecht informou que a defesa de Marcio Faria protocolou uma petição na manhã desta quarta-feira em que “reafirmou que o envio das provas ‘foi 'ilegal’ e que ‘não se tratou de um mero ‘erro procedimental na transmissão de documentos’. Disse ainda que a Suíça não “deu carta branca para nosso país” utilizar os documentos livremente.

Para a criminalista, os réus não podem ser obrigados a se pronunciar em juízo sobre documentos obtidos “ilegalmente”. Os defensores vão recorrer da decisão de Moro.

— A Constituição brasileira prevê que são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. É manifestamente impossível autorizar o uso de prova ilícita sem rasgar a nossa Constituição — afirmou Dora Calvalcanti.

Na semana passada, uma decisão da Justiça Suíça considerou irregular a transferência para o Brasil de documentos de movimentações financeiras em offshores atribuídas à empreiteira. Um dos documentos mostra que a Odebrecht era a beneficiária final das contas.

 A Justiça do país, no entanto, rejeitou decretar a anulação dos documentos bancários, que ligam o conglomerado a pagamento de suborno a dirigentes da Petrobras.

Os investigadores da Lava-Jato afirmaram, na sexta-feira passada, que a Odebrecht tanta jogar uma “cortina de fumaça” para escapar das acusações de corrupção em que seus executivos estão envolvidos. No despacho, Moro deixa claro que a Odebrecht é a real dona das contas suíças usadas para pagar propina a executivos da Petrobras.




“A documentação coloca em dúvida inicialmente a boa-fé da alegação da Odebrecht, seja pela Defesa de Márcio Faria, seja em diversas manifestações na imprensa, de que não teria relação alguma com tais documentos e operações neles retratadas”, afirmou Moro.

Pelo cadastro enviado pela Suíça, a conta mantida pela offshore Havinsur no banco PKB tem como controladora a Construtora Norberto Odebrecht S/A, que na época, segundo afirma Moro no despacho, era dirigida por Marcelo Odebrecht e Márcio Faria.

— A defesa não quer fugir do mérito das acusações. Nem por isso deve concordar com a admissão de provas ilícitas no processo — reclamou a criminalista Dora Calvalcanti.

Contingenciamento do governo deve ser de R$ 20 bi a R$ 30 bi


O governo deve anunciar até o fim da semana um contingenciamento entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões no Orçamento de 2016. A tesourada é bem mais modesta que a feita no ano passado, de quase R$ 80 bilhões. Integrantes da área econômica admitem que o número é insuficiente para garantir a realização a meta fiscal deste ano, fixada em 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), mas é o possível diante do quadro atual.

  


INCERTEZA SOBRE A ARRECADAÇÃO

Ao contrário de anos anteriores, a proposta orçamentária de 2016 já saiu do Congresso sem grandes margens para cortes. Originalmente, a equipe econômica apresentou ao Legislativo um Orçamento prevendo déficit de R$ 30,5 bilhões para 2016. Mas, diante da repercussão negativa da medida, que levou o Brasil a ser rebaixado pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, o governo fez ajustes e propôs medidas adicionais para reforçar os cofres públicos, como a recriação da CPMF.

Assim, o texto que foi aprovado pelos parlamentares já veio “cortado” em R$ 21 bilhões. No Orçamento de 2016, o programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, encolheu dos R$ 15,5 bilhões propostos inicialmente para R$ 6,9 bilhões.

Além disso, ao calcular o contingenciamento de agora, o governo também quer preservar ações importantes na área social, como, por exemplo, o programa de combate ao vírus zika. Por isso, foram feitos vários cenários de corte, variando de R$ 20 bilhões a R$ 50 bilhões, que serão levados hoje à presidente Dilma Rousseff na reunião da Junta Orçamentária. É ela quem vai bater o martelo, mas os técnicos apostam que o número final ficará mais próximo de R$ 20 bilhões.

A margem estreita para cortes não é o único problema para se atingir a meta fiscal de 2016. A arrecadação tributária está em queda livre por causa da recessão econômica. É pouco provável que o governo consiga aprovar a CPMF, e há incertezas em relação a quanto entrará nos cofres públicos com o programa de repatriação de recursos e com a venda de ativos.

Assim, os técnicos estimam que a frustração nas receitas será superior a R$ 100 bilhões no ano. No entanto, o Palácio do Planalto avalia que não haveria condições para fazer um contingenciamento nesse patamar sem paralisar a máquina pública.

É por isso que a equipe econômica quer adiantar para este ano a proposta de reforma fiscal do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que prevê uma meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) flexível, combinada com um teto para os gastos públicos. Essa seria a solução para realizar um esforço fiscal menor sem repetir o desgaste político de 2015, quando foi preciso pedir ao Congresso autorização para mudar a meta três vezes. A medida também evitaria problemas com o Tribunal de Contas da União (TCU), que exige que o governo conduza as contas públicas com os números já aprovados pelo Congresso.

Assim, a ideia é que o decreto de contingenciamento seja publicado ainda trabalhando-se com a meta de superávit primário de 0,5% do PIB e com base em uma expectativa de arrecadação de receitas que são incertas. Mas, logo em seguida, nas próximas semanas, o governo apresentaria seu projeto de reforma fiscal, cujas regras valeriam não apenas para a União, mas para estados e municípios, que estão com dificuldades para fechar suas contas.

No decreto, o governo ainda vai revisar para baixo a projeção para o PIB, atualmente de retração de 1,9%, e para cima a de inflação.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA MIRA

Com os governos regionais em crise, a União está negociando o alongamento das dívidas desses entes, o que tende a reduzir a contribuição que eles dão para a realização da meta de superávit primário. Do esforço fiscal fixado para 2016, o governo central — composto por Tesouro, Previdência e Banco Central — é responsável por 0,4% do PIB, e estados e municípios, por 0,1% do PIB.
Tudo, no entanto, ainda depende de discussões internas. O teto para gastos públicos, por exemplo, está atrelado ao debate sobre a reforma da Previdência. Como essa é a principal despesa da União, ela precisa ser contida.

É aí que entram propostas como a fixação de uma idade mínima para aposentadoria. A equipe econômica quer ainda unificar as regras da Previdência para homens e mulheres, trabalhadores rurais e urbanos, públicos e do setor privado. Para vencer resistências, principalmente das centrais sindicais, o governo vai propor que as mudanças entrem em vigor no futuro, em um prazo de dez anos ou mais.

Dólar comercial abre em alta, cotado a R$ 3,956



 O dólar comercial opera em alta nesta quinta-feira, na contra-mão do movimento global da divisa. Às 10h39, a moeda americana era negocial a R$ 3,954 na compra e a R$ 3,956 na venda, valorização de 0,50% ante o real. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra queda de 1,61%, aos 39.725 pontos. 


O movimento do dólar no Brasil vai na direção contrário ao exterior. O “dollar index”, da Bloomberg, registra queda de 0,26%. A aversão ao risco no exterior deve persistir no pregão desta quinta-feira, com uma nova sessão de desvalorização dos preços do petróleo, que tende a afetar as divisas de países exportadores.

Do ponto de vista interno, os investidores estão atentos à divulgação do contingenciamento do Orçamento de 2016, que deve sair até sexta-feira. Mesmo com o corte, analistas veem como pouco provável um superávit primário (economia acima dos gastos, excluindo juros) em 2016, o que também pressiona a moeda.

PETROBRAS EM QUEDA

No exterior, o petróleo do tipo Brent opera em queda de 1,72%, a US$ 30,42 o barril. Uma das razões e um corte no preço do óleo ofertado pelo Irã. Em meio a esse cenário, as ações da Petrobras operam em queda. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) recuam 2,32%, cotados a R$ 4,21, e os ordinários (ON, com direito a voto) caem 2,61%, a R$ 5,96.

Na Europa, os principais indicadores do mercado acionário operam em queda. Além do setor de petróleo, em que as grandes empresas do setor são afetadas pela queda do preço do óleo, os bancos passaram a ser uma preocupação, com os investidores questionando a capacidade de solvência de algumas instituições que apresentaram resultados piores que o esperado. O DAX, de Frankfurt, opera em queda de 2,48%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, recua 3,57%. Já o FTSE 100, de Londres, tem desvalorização de 2,18%.

China anuncia registro do primeiro caso de vírus zika



O governo chinês confirmou nesta quarta-feira o primeiro caso do vírus zika em um homem que viajou recentemente para Venezuela. A Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar disse que o infectado tem 34 anos e que começou a apresentar sintomas como febre, dor de cabeça e tonturas no dia 28 de janeiro.


O homem foi colocado em quarentena em um hospital em sua cidade natal desde 6 de fevereiro, segundo informações repassadas pela agência Xinhua. Ele chegou no país um dia antes e fez escalas em Hong Kong e Shenzhen.


As autoridades de saúde chinesas minimizaram o risco de propagação do vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, devido ao inverno que afeta o país.
O número de casos do vírus zika tem aumentado rapidamente pelas Américas do Sul e Central, sendo o Brasil o mais afetado.

A Austrália também anunciou nesta quarta-feira um caso de vírus da zika em uma grávida que viajou ao exterior e recomendou, segundo a agências de notícias France Press, que as mulheres evitem as áreas afetadas pelo mosquito transmissor do vírus.

"Uma mulher foi diagnosticada com a doença no sudeste de Queensland ontem (terça-feira), depois de uma viagem recente ao exterior", anunciou o ministério regional da Saúde do estado de Queensland.

Nadadora espanhola, prata em Londres-12, é mais uma a temer o zika



A nadadora espanhola Mireia Belmonte, que conquistou medalhas de prata nas provas de 200m borboleta e 800m livre nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, manifestou-se nesta quarta sobre a polêmica envolvendo as Olimpíadas do Rio e o risco de contaminação pelo vírus zika. Indagada por repórteres se também teme, ela respondeu:

- Se minha saúde correr perigo, pensarei em não ir aos Jogos do Rio
A nadadora, porém, tentou não ser alarmista:
- Falta ainda muito tempo para os Jogos, e as coisas podem mudar. Mas é importante saber que iremos seguros. E que a nossa saúde não estará ameaçada. Temos que nos informar bem sobre o que vamos encontrar lá.

Mireia Belmonte, que iniciou sua trajetória olímpica aos 17 anos, em Pequim-2008, disse que está com ótima expectativa sobre sua participação na Rio-2016 e que pretende disputar o máximo possível de provas.

- Estou com muita esperança. Tentarei participar do maior número possível de provas. Estou muito feliz com meus resultados atuais, e minha preparação está muito boa - afirmou a recordista espanhola dos 800m livre.

TÉCNICO PEDE ACLIMATAÇÃO LONGE DO BRASIL

Com medo do vírus zika, Toni Minichiello, técnico da britânica Jessica Ennis-Hill, estrela do heptatlo e ouro em Londres-2012, pediu que a delegação do Reino Unido não faça aclimatação no Brasil para os Jogos.
- Deveríamos procurar um lugar para fazer nossa aclimatação que minimize os riscos. Os técnicos têm a responsabilidade de cuidar de seus atletas, e eu não encorajaria ninguém a ir a um lugar onde pudessem contrair algo que causasse prejuízos a longo termo. Precisamos minimizar os riscos e isso significa voar (ao Brasil) o mais tarde possível - disse Toni Minichiello ao jornal "The Times".

A Associação Olímpica Britânica respondeu dizendo não ter intenção de mudar seu planejamento inicial. A entidade reservou as instalações do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, para a preparação, por R$ 10 milhões. "Nossos planos seguem inalterados tanto para a aclimatação quanto para os Jogos", afirmou, oficialmente, a entidade.

DIRIGENTES ITALIANOS FALAM EM EXAGERO

O Comitê Olímpico da Itália faz recomendações a seus atletas, para que usem ar-coindicionado e evitem janelas abertas quando estiverem no Brasil. Mas entende que há certo exagero nas preocupações em relação ao zika.




- O Instituto de Medicina para o Esporte tem feito um bom trabalho, estão em contato com lideranças da pesquisa de doenças infecciosas. Teremos atividades de prevenção - declarou o presidente do Comitê Olímpico, Giovanni Malago, ao jornal "Corriere della Sera".
ZIKA NÃO É AMEAÇA AOS JOGOS, DIZ MÉDICO ALEMÃO

Na opinião do médico alemão Bernd Wolfarth, responsável pela saúde dos atletas da delegação olímpica do país, a propagação do vírus Zika no Brasil precisa ser monitorada, mas não chega a ser uma ameaça aos Jogos Olímpicos no Rio. Em entrevista à agência Reuters, no entanto, ele destacou que caberá aos atletas a decisão de participar ou não da competição.

- Independentemente do fato de caber aos atletas a decisão de competir ou não, precisamos agora acompanhar muito atentamente o desenvolvimento do vírus - afirmou Wolfarth.

Força-tarefa anuncia teste que detecta zika em cinco horas



A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, inicia, na próxima segunda-feira, testes rápidos para detecção do vírus zika. O método é capaz de constatar a presença do vírus em amostras de sangue, saliva e urina, e o resultado sai em cinco horas.

Inicialmente, as amostras serão recolhidas somente no Hospital das Clínicas de Campinas e encaminhadas à universidade para análise dos pesquisadores. Atualmente, o exame para detecção do vírus é realizado apenas em amostras de sangue, e o resultado leva, pelo menos, uma semana para ser divulgado.

De acordo com a professora do Instituto de Biologia da Unicamp e coordenadora da pesquisa, Clarice Arns, embora o teste seja bastante preciso, ele só consegue detectar a presença do vírus durante a fase aguda da doença, ou seja, quando o paciente apresenta os sintomas evidentes da enfermidade.

— Se o paciente estiver na fase aguda, em cinco horas nós temos a resposta. Com isso, você elimina outros diagnósticos, como gripe forte, dengue, chicungunha. Um diagnóstico preciso é sempre importante. Agora, se quisermos saber se esse paciente teve contato com o vírus e não apresenta sintomas nós temos que fazer os testes sorológicos, que ainda é um pouco demorado, leva uma semana. — explica Clarice.
A pesquisadora explicou que o teste molecular já existia para a detecção de outros vírus e apenas sofreu modificações para ser capaz de identificar o zika.




— A notícia boa é que ele (zika) parece ter só tem um tipo, diferente da dengue, que são quatro. Então, nós temos que ter imunidade para os quatro. O zika vírus é mais estável, uma vez infectado você está imune.

O teste é resultado do trabalho da força-tarefa criada no final do ano passado pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Unicamp e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Pesquisadores das três universidades têm trabalhado em conjunto para entender a atuação do vírus no organismo e suas possíveis consequências, como a microcefalia em bebês. De acordo com o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, até o dia 30 de janeiro foram registrados 4.783 casos suspeitos de microcefalia no Brasil.

No mês passado, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, prometeu que o governo federal distribuirá, a partir de fevereiro, kits de um teste rápido capaz de identificar simultaneamente os vírus da dengue, chicungunha e zika em uma mesma amostra de sangue. O teste produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é, segundo o ministério, inédito no mundo e custará R$ 80.

Pesquisa mostra novas evidências de ligação do zika com microcefalia cefalia



Pesquisadores anunciaram nesta quarta-feira a descoberta de novas evidências que reforçam a associação entre o vírus zika e casos de má-formação cerebral, citando a presença do vírus no cérebro de um feto abortado de uma mulher europeia que ficou grávida enquanto morava no Brasil.

Uma autópsia realizada no feto mostrou a microcefalia, além de lesão cerebral grave, e altos níveis de vírus zika em tecidos do cérebro fetal, excedendo os níveis do vírus normalmente encontrados em amostras de sangue, disseram pesquisadores do Centro Médico Universitário de Ljubljana, na Eslovênia, em texto no New England Journal of Medicine.

As descobertas ajudam "a fortalecer a associação biológica" entre a infecção pelo vírus zika e a microcefalia, afirmaram pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, em um editorial que acompanha a revista científica.

O Ministério da Saúde do Brasil confirmou no ano passado a relação entre o zika e o surto de microcefalia na Região Nordeste do país, mas os pesquisadores ainda tentam confirmar uma ligação científica.
Os casos suspeitos e confirmados de recém-nascidos com má-formação cerebral ligada ao vírus zika no Brasil chegaram a 4.074 até 30 de janeiro, segundo último balanço do Ministério da Saúde.

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