quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

EUA e Cuba fecham acordo histórico para retomar voos comerciais

Bandeiras de EUA e Cuba penduradas na varanda de uma casa em Havana

Os governos de Cuba e dos Estados Unidos assinaram formalmente nesta terça-feira (16) um acordo alcançado em dezembro para retomar os voos comerciais entre os dois países, pela primeira vez em cinquenta anos.

O novo acordo determina que as transportadoras dos EUA terão a oportunidade de operar até 20 voos diários de ida e volta entre os EUA e Havana e até 10 voos diários de ida e volta entre os EUA e cada um dos outros nove aeroportos internacionais de Cuba, para um total de até 110 voos de ida e volta diários. Além disso, não haverá mudanças quanto aos voos fretados para a ilha.

O pacto era esperado depois que o presidente norte-americano Barack Obama anunciou no ano passado o fim das restrições de viagem a Cuba e a normalização das relações com o país.

O secretário de Transportes norte-americano Anthony Foxx e o ministro dos Transportes cubano Adel Izquierdo Rodriguez assinaram o acordo em uma cerimônia no Hotel Nacional de Havana.

O acordo permite que 20 vôos regulares diários norte-americanos a Havana, além dos atuais 10-15 voos charter para um dia. O restante seria para outras cidades cubanas.

De acordo com a Bloomberg, outras companhias aéreas como a American Airlines, a Southwest Airlines e a United Airlines estão considerando abrir rotas diretas para Havana nos próximos meses. Além disso, a empresa Carnival está preparando para este semestre um cruzeiro para Cuba pela primeira vez em mais de meio século.

 Cuba reconhece as medidas tomadas por Obama, mas insiste que muito mais poderia ser feito, particularmente no que diz respeito ao levantamento do bloqueio, à devolução do território ocupado da base naval de Guantánamo e à suspensão dos programas ilegais de rádio e televisão que buscam a desestabilização e a mudança de regime na nação latino-americana.

China inaugura rota aérea para Cuba

Havana, Cuba

O voo inaugural da primeira rota da China para o Caribe aterrissou nesta segunda-feira em Cuba. O trajeto Pequim–Havana, com escala em Montreal, será cumprido por um Boeing 777 três vezes por semana.

 A nova rota pode significar um importante aumento nas receitas turísticas da ilha, que somente na primeira metade de 2015 chegou a US$ 1,7 milhão. O setor representa o segundo que mais arrecada em Cuba e os chineses são os que mais gastam no mundo.

A China superou os EUA em 2012 e passou a deter o maior número de viajantes internacionais do mundo. Em 2014, 109 milhões de chineses deixaram o país para passear em outras nações, a quantidade é tão expressiva que a CNN a classificou como o maior fenômeno do setor deste o nascimento da aviação comercial

Míssil norte-americano enviado para Cuba por engano

Míssil ar-terra norte-americano Hellfire

Um míssil norte-americano ar-terra Hellfire transportado para a Europa em 2014 foi enviado por engano para Cuba, informou o jornal norte-americano Wall Street Journal.

Um míssil sem ogiva foi enviado no início de 2014 para Espanha a fim de ser usado nos exercícios da OTAN. Depois do fim das manobras, o míssil voltou ao aeroporto da cidade alemã de Frankfurt, seguindo depois para Paris, onde foi carregado em um avião da empresa Air France com destino a Havana.

“Teria sido um suborno? Teria sido uma operação dos serviços secretos ou somente um erro? Estamos tentando esclarecer isso”, disse ao jornal um representante da administração norte-americana.

O Wall Street Journal destaca, citando fontes que estão a par da situação, que um ano após as relações bilaterais com Cuba terem melhorado, os EUA tentaram reaver o míssil mas sem êxito. A perda do míssil pode significar um vazamento de tecnologias militares sensíveis.

Em dezembro de 2014, Obama anunciou que os EUA normalizariam suas relações com Cuba. Os dois países reabriram embaixadas em suas respectivas capitais no mês de julho, depois de mais de 50 anos de hostilidades.

Havana ganha batalha na 'Guerra do rum

Garrafas usadas de Havana Club são usadas para vinho caseiro. Esta foto de 5 de novembro de 2015 mostra uma loja de vinho e alimentação em Havana

Uma guerra que começou ainda no século passado teve agora uma das suas batalhas decisivas. Nesta etapa, Cuba levou vantagem sobre os EUA na "guerra do rum".

Na quarta-feira da semana passada, o serviço de Patentes e Marcas dos Estados Unidos (USTPO) concedeu a Havana o direito temporário sobre a marca de rum Bacardi, mundialmente conhecida.

Foi a notícia do final de semana, mas com larga previsão. Os direitos renovados pela estatal cubana Cubaexport valem até 27 de janeiro, ou seja, para um pouco menos de duas semanas. Já a empresa, apoiada pelas autoridades, pretende ampliar a permissão para pelo menos duas dezenas de anos — até 2026.

Citado pelo site chileno T13, Olivier Cavil, porta-voz da francesa Pernod Ricard, disse o seguinte: "Não sabemos quando a decisão a respeito desta renovação 2016-2026 será concedida".

A produtora francesa de bebidas alcoólicas Pernod Ricard é sócia de uma outra cubana desde 1993. Segundo os dados oficiais, relatados pelo site, em 2015 esta empresa mista distribuiu mais de 4,5 milhões de caixas do rum Havana Club de nove litros para mais de 125 países.

Através do seu site, a Pernod Ricard divulgou uma carta confirmando oficialmente a obtenção da renovação dos direitos.

A Bacardi, de origem cubana, mas com sede nas Bermudas, produz o seu rum homônimo — Havana Club — em Porto Rico. Em um comunicado divulgado no sábado (16), a empresa, cujo mercado principal são os Estados Unidos, pretende defender os seus "legítimos direitos" à marca Havana Club. Mesmo ficando longe de Havana.


Uma garrafa do Havana Club do Porto Rico servido em um bar de Miami 

As partes estão aguardando a deliberação do Tribunal Distrital de Columbia (EUA). A decisão do tribunal irá atribuir o Havana Club ou à empresa situada em Porto Rico (território associado dos EUA), ou a Cuba.

A Cubaexport obteve a marca em 1976, nos EUA. Porém, as leis do embargo, vigentes desde 1962, impediam a parte cubana de renovar os direitos ao seu produto, dando origem à "guerra do rum". Até a Organização Mundial do Comércio (OMC) chegou a arremeter-se contra os EUA neste assunto, considerando, em 2012, como discriminatória uma decisão legal de Washington datada ainda de 1992 que proibia reconhecer as marcas retidas pelo governo cubano.

Acusações de Cuba de que EUA introduziram dengue na ilha podem ser verdadeiras

Bandeira de Cuba

A revista cubana Bohemia, em circulação desde 1908, publicou estudos da Doutora em Ciências Rosmari Rodríguez, pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical Pedro Kouri, revelando que, em 1981, os EUA introduziram em Cuba uma epidemia de dengue hemorrágica. Segundo a pesquisadora, esta epidemia resultou em 158 pessoas mortas, 101 delas crianças.

O artigo publicado pela revista, de autoria da pesquisadora Rosmari Rodríguez, destaca: “Primeira epidemia de dengue hemorrágica nas Américas, 1981: novos conhecimentos sobre o agente causal oferece evidências científicas que corroboram a acusação feita por Cuba de que os Estados Unidos introduziram a doença no país de forma deliberada.

Os estudos sobre o assunto renderam à pesquisadora Rosmari Rodríguez o principal prêmio de Cuba no Concurso Anual de Saúde 2015.

Segundo a especialista, nos anos 1990, o IPK junto com instituições científicas de outros países realizaram estudos conjuntos para determinar a cepa causadora da epidemia de dengue hemorrágica em 1981.

Sobre estas denúncias, a Rádio Sputnik Brasil ouviu a Professora de Relações Internacionais, Denilde Holzhacker, da Escola Superior de Propaganda e Marketing, de São Paulo. Especialista em políticas das três Américas, Denilde Holzhacker afirmou que estas acusações de Cuba aos Estados Unidos vêm sendo feitas desde os anos 90 e que, de lá para cá, os sucessivos governos norte-americanos jamais admitiram qualquer responsabilidade pela epidemia de dengue hemorrágica em Cuba, em 1981. Ainda de acordo com a Professora Denilde Holzhacker, mesmo neste período em que os dois países estão normalizando suas relações políticas e diplomáticas, os Estados Unidos não demonstram para Cuba qualquer responsabilidade pela epidemia.

“Esta denúncia vem desde 1981, o governo cubano alega que a doença foi introduzida pelos EUA, os americanos alegaram que nunca fizeram isso e que era uma espécie de paranóia do governo cubano”, explicou a interlocutora da agência. Segundo ela, a diferença é que as novas denúncias trazem evidências.

Denilde Holzhacker também disse que esse tipo denúncia foi bem comum durante a Guerra Fria.”Seria um dos ataques ideológicos, esse não seria o único que o governo cubano alega que os americanos tiveram. Existem também, sem evidências, denúncias de pragas, para destruir plantações de açúcar e de tabaco, também introduzidas pelo governo americano. Temos que lembrar que estamos falando dos anos 1980, 1981. Quando aconteceu essa epidemia em Cuba, era ainda  Guerra Fria, em que havia uma lógica de disputa entre os dois países bastante diferente do que temos hoje. O governo americano alega, inclusive, que a dengue, não a hemorrágica, também atingiu Estados americanos como o Texas, a Flórida. Então, faz parte dos esqueletos da Guerra Fria.”

Quando às novas evidências, a professora Holzhacker afirmou ser preciso aguardar um posicionamento do governo cubano. “São novas evidências, têm mais base científica e obviamente isso traz, para Cuba, uma possibilidade de apelar em órgãos internacionais. Como eu não sou especialista em doenças tropicais, fica difícil dizer se realmente essas evidências permitem levar em consideração os pleitos cubanos, mas aumenta, com certeza, diplomaticamente dá mais peso, pois foi um estudo reconhecido, que ganhou prêmios internacionais. Agora é [preciso] ver como o governo cubano vai usar essa informação e qual vai ser a reação do governo americano.” 

Segundo Denilde Holzhacker, em face a uma crise internacional relacionado ao vírus zika, derivado da dengue, Cuba poderia expandir esse tema para além de uma pauta bilateral, ampliando a discussão para a questão de controle de epidemias nas Américas.

Presidente dos EUA planeja visitar Cuba antes de abril

Presidente dos EUA Barack Obama e o líder cubano Raúl Castro apertam as mãos na abertura da Cúpula das Américas no Panamá

O presidente dos EUA, Barack Obama, planeja visitar Cuba antes do abril deste ano, informou nesta quarta-feira a agência Reuters, citando uma fonte próxima à Casa Branca.

 No início de janeiro, o assessor adjunto dos presidente para Segurança Nacional, Ben Rhodes, informou que a Casa Branca tomaria uma decisão sobre a visita do presidente Obama à Cuba em um prazo de dois meses.

Em dezembro, a Casa Branca anunciou uma “iniciativa histórica” no sentido de melhorar as relações bilaterais com Cuba, que incluiria a retomada das relações diplomáticas, rompidas em 1961, a aumento dos investimentos e do comércio, retirada das proibições de viagens e a liberação dos cartões de crédito norte-americanos em território cubano. No entanto, ainda na mesma ocasião, a Casa Branca ressaltou que as sanções do Congresso dos Estados Unidos contra Havana dificilmente seriam retiradas, apesar das intenções da presidência.

Cuba terá primeira fábrica dos EUA

Bandeira de Cuba perto do prédio da embaixada dos EUA nesse país

Dois dias depois do encontro de Fidel Castro com o patriarca Kirill, da Igreja Ortodoxa Russa, o Departamento do Tesouro od EUA notificou a empresa Cleber LLC, com sede no estado de Alabama, sobre a possibilidade de abrir uma fábrica de tratores em Cuba.

Em uma entrevista concedida ao jornal USA Today, o cofundador da Cleber LLC, Saul Berenthal, disse o seguinte: "Ser os primeiros é fantástico <…> mas não deveríamos ser os únicos; esperamos e desejamos que muitas mais [empresas] nos sigam".

Os tratores serão produzidos a partir de 2017 e serão destinados aos agricultores da ilha.

Berenthal assegurou que um advogado da empresa está em Havana para finalizar o acordo com o governo de Raúl Castro.

 É isso: o governo de Barack Obama aprovou a construção da primeira fábrica estadunidense em Cuba em mais de 50 anos. A mesma terá capacidade para construir uns 1.000 tratores de pequeno porte por ano, destinados ao mercado agrícola cubano. Estará situada na Zona Especial de Desenvolvimento do porto de Mariel, no Noroeste da ilha.

Assim, foi dado oficialmente um passo no caminho da normalização das relações entre os EUA e Cuba, formalizada diplomaticamente em meados de 2015.

Porém, este passo não significa o levantamento do embargo econômico, imposto por Washington há meio-século em relação a Cuba. E o destino de Guantánamo continua ficando desconhecido.

Voos

Este anúncio foi da segunda; já o da terça-feira é este: hoje, Cuba e os EUA assinarão, na capital cubana, o primeiro acordo sobre aviação civil. As linhas aéreas estadunidenses poderão dispor de 15 dias para solicitar estabelecimento de comunicação aérea entre os EUA e dez aeroportos internacionais cubanos.

Segundo várias fontes, são os aeroportos de e Camagüey, Cayo Coco, Cayo Largo, Cienfuegos, Holguín, Manzanillo, Matanzas, Santa Clara e Santiago de Cuba.

O texto do acordo, citado pelo jornal Miami Herald, autoriza até 20 voos por dia a Havana e 10 por dia a cada um dos destinos restantes: um total de 110 voos.

Standard & Poor's reduz a nota do Brasil mais uma vez

Prédio da Standard & Poor's em Nova York

Cinco meses após retirar o selo de bom pagador do Brasil, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) voltou a rebaixar o país. A nota foi reduzida de BB+ para BB. A agência concedeu ainda perspectiva negativa, significando que pode reduzir ainda mais a classificação do país nos próximos meses.

A agência tinha sido a primeira a retirar o grau de investimento (que funciona como garantia de que o país não dará calote na dívida pública) em setembro do ano passado. Em dezembro, a Fitch seguiu a decisão. Entre as três principais agências do mundo, somente a Moody's mantém o selo de bom pagador do Brasil.

 Quando rebaixou o país pela primeira vez, a S&P citou a deterioração do cenário político e os problemas fiscais como fatores que impediriam a estabilidade da dívida pública brasileira.

Em nota, a S&P informou que os desafios políticos e econômicos enfrentados pelo Brasil persistem e que agora espera um processo mais longo de ajuste econômico, com prolongamento da recessão e correção mais lenta da política fiscal. De acordo com a agência, há chance maior do que 1 em 3 de que a nota brasileira seja reduzida novamente.

“Com o deficit do governo e a dívida líquida, respectivamente, em cerca de 7% e 60% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2016 e 2018, acreditamos que não há mais flexibilidade política suficiente para distinguirmos entre os ratings [mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação estruturada] em moeda local e estrangeira no Brasil”, informou o comunicado.

A perspectiva da nota do Brasil pode ser revisada para estável "se as incertezas políticas no Brasil forem revertidas para que a execução da política seja consistente e melhore as perspectivas para o crescimento do PIB", afirmou a S&P. "Esperamos que estas melhorias possam apoiar um retomada mais rápida que leve o Brasil a sair da atual recessão, o que facilitaria a performance fiscal e daria mais espaço de manobra em meio a choques econômicos".

Impeachment, Conselho de Ética, economia: o Congresso volta à ativa

Reunião do Congresso Nacional

O Congresso Nacional retomou efetivamente nesta terça-feira, 16, os seus trabalhos neste ano, e os parlamentares voltam à ativa sob a expectativa de continuidade do processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff e da apreciação, pelo Conselho de Ética, do pedido de cassação de mandato do Deputado Eduardo Cunha.

 Ouvido pela Sputnik Brasil, o Deputado Federal Carlos Zarattini (PT-SP) diz considerar que o processo de impeachment contra a presidente da República “deverá prosseguir, mas não será vitorioso, por absoluta falta de provas e fundamentação”. Já o processo de cassação de Eduardo Cunha, segundo Zarattini, poderá avançar, porém, em suas palavras, “o presidente da Câmara, que tem grande influência sobre vários parlamentares, continuará manobrando para que a tramitação seja a mais lenta possível”.

Carlos Zarattini afirma ainda que há muitos desafios para a Câmara e o Senado, e que o principal deles é aprovar medidas que superem a crise econômica, “fazendo o Brasil retomar o desenvolvimento econômico, o crescimento, a geração de empregos, e para isso é necessária uma estabilidade política que nós vamos lutar para conseguir aqui neste semestre”.

Ainda sobe a questão de Eduardo Cunha – de que ele foi notificado pelo Supremo Tribunal Federal de que há um pedido formal de afastamento do exercício do cargo de presidente da Câmara dos Deputados – Carlos Zarattini reconhece que “Eduardo Cunha, ocupando a Presidência da Câmara, tem uma influência muito grande sobre o andamento das comissões, particularmente da Comissão de Ética. Então, evidentemente, ele usa todo esse poder para tentar postergar, adiar, procrastinar esse processo.”

  “Na prática”, diz o deputado petista, “nós vemos que toda a orientação da grande mídia brasileira é no sentido de perseguir o ex-Presidente Lula, deixando completamente fora do foco essas questões que estão aqui na Câmara, como, por exemplo, a do Eduardo Cunha.”

E o processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff?

“Eu acredito que o processo não será vitorioso, porque os argumentos, as denúncias contra ela, são extremamente vazios. Não existe conteúdo nesse pedido de impeachment, e acho difícil que tenha prosseguimento.”

Brasil desbanca Venezuela como principal destino de financiamentos chineses em 2015

Yuan chinês

O Brasil ultrapassou a Venezuela em 2015 como principal destino de financiamentos de bancos de fomento chineses à América Latina, como os do Eximbank e do Banco de Desenvolvimento da China. No total, as operações para o Brasil totalizaram US$ 10,7 bilhões, dos quais US$ 8,2 bilhões foram concedidos à Petrobras.

Apesar de a estatal responder pela maior parte dos empréstimos, houve também operações para financiar a exportação de aviões da Embraer, no valor de US$ 1,3 bilhão, e para a instalação de uma indústria de processamento de soja e milho no Mato Grosso do Sul, no montante de US$ 1,2 bilhão.

Nos últimos anos, os empréstimos dos bancos de fomento da China à América do Sul vêm crescendo, enquanto os de organismos multilaterais de crédito, como Banco Mundial (Bird) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vêm diminuindo. Só no ano passado, por exemplo, as operações de financiamento do Bird para países latino-americanos encolheram 5% para US$ 8 bilhões, enquanto as do BID recuaram ainda mais, 14% para US$ 11,5 bilhões. Desde 2005, os financiamentos chineses à região somam US$ 125 bilhões, dos quais US$ 65 bilhões foram concedidos à Venezuela.

O aumento de crédito de bancos de fomento chineses ao Brasil não surpreende o secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China, Roberto Fendt.

“O Brasil é parceiro preferencial da China. Pelo seu PIB, responde praticamente pela metade do PIB da América Latina. É natural que o número de projetos financiados aqui seja maior. Os financiamentos têm destinação muito variada e decorrem das oportunidades que existem no Brasil e também pelo fato da China estar buscando, progressivamente, concessão de financiamentos fora de seu mercado. A China passa por uma fase de excesso de capacidade produtiva, e tem buscado carrear recursos de sua enorme poupança para financiar outras regiões.”

 “Nós aqui costumamos dar um peso extraordinário a essas instituições multilaterais (Bird e BID), particularmente dos Estados Unidos, e nos esquecemos que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem mais recursos que o Banco Mundial. Da mesma forma, os bancos de fomento chineses têm um volume de recursos muito grande.”

Segundo Fendt, os chineses têm uma estratégia muito diferente da ocidental no que diz respeito à aplicação de recursos no exterior.

“No Ocidente, se dá uma importância muito grande aos resultados do trimestre, já os chineses olham sempre o longo prazo. Isso também explica o maior volume de investimentos no Brasil, que passa por uma fase ruim. Mas o país já passou outras vezes por fases semelhantes e deu a volta por cima, e eles estão apostando nessa volta.”

A-29 Super Tucano brasileiro entra na guerra contra os talibãs e a Al-Qaeda

Avião de combate EMB-314 Super Tucano

A Força Aérea do Afeganistão está prestes a utilizar na guerra contra o extremismo os aviões brasileiros A-29 Super Tucano, fabricados pela Embraer Defesa e Segurança em conjunto com a empresa norte-americana Sierra Nevada.

 Segundo o Ministério da Defesa do Afeganistão, os aviões brasileiros serão usados na luta do governo contra o extremismo, notadamente contra as bases dos talibãs e da Al-Qaeda.

Os aviões Super Tucano A-29 estão chegando ao Afeganistão através dos Estados Unidos, que estão comprando as aeronaves em lotes e os repassando ao Governo afegão. O pacote inicial envolve cifras da ordem de US$ 428 milhões e inclui, além dos aviões, assistência técnica, peças de reposição, manutenção e treinamento constante dos pilotos.

Os primeiros quatro aviões foram desembarcados em Cabul no dia 15 de janeiro. Até novembro, um segundo lote de mais quatro aviões chegará à capital do Afeganistão. No primeiro semestre de 2017, irão mais quatro aviões, e no decorrer de 2018 a frota estará completada.

O jornalista Pedro Paulo Rezende, especialista em assuntos militares, descreve para a Sputnik Brasil o Super Tucano A-29, “um avião de projeto da Embraer fabricado em associação com a Sierra Nevada, corporação norte-americana. Essa versão é que é exportada para o Afeganistão e para o Líbano, que também se interessou pelo mesmo aparelho”.

Segundo Rezende, “o Super Tucano A-29 desenvolve 300 nós de velocidade, em torno de 560 km/h, é equipado com motor turboélice de fabricação canadense, com equipamentos de mira laser que permitem um alto grau de precisão no uso de bombas guiadas. Ele pode ser empregado com mísseis antitanque e tem certa capacidade de autodefesa com dois mísseis ar-ar”.

 “No Brasil”, conta Pedro Paulo Rezende, “ele é utilizado no combate ao narcotráfico, e um desses aparelhos já obrigou um avião de narcotraficantes a pousar depois de receber tiros de metralhadoras.50 – o avião é armado com duas dessas metralhadoras. Ele também está plenamente equipado para uso de bombas guiadas. O Super Tucano A-29 pode ser utilizado em dois tipos de missão: a Força Aérea Brasileira o usa em combate à guerrilha, e neste caso ele é empregado como monoposto, e também é usado como avião de treinamento avançado, para o cadete aprender a utilizar armamento nele, e neste caso vai uma tripulação de dois pilotos: um aluno e um instrutor. O A-29 é equipado com blindagens adicionais quando está em uso em missões contra a guerrilha.”

O total da encomenda feita pelos Estados Unidos, segundo o especialista em assuntos militares, pode chegar a 150. “O primeiro lote foi de 24 aviões. Havia uma expectativa muito grande, da Embraer e de toda a indústria de defesa brasileira, dentro dessa encomenda. Estavam previstos 150 aviões, mas se fechou em 24. Esta negociação com os EUA começou em 2009.”

Pedro Paulo Rezende conta ainda que o Irã também tem interesse no Super Tucano A-29, “mas há a possibilidade de extensão do embargo norte-americano em função do desenvolvimento de misseis balísticos pelo Irã”.

“Os EUA podem embargar a venda porque esses aviões têm equipamentos americanos, e isso já causou um embargo anterior quando a Venezuela mostrou interesse em adquirir 12 aviões AMXM brasileiros e 12 Super Tucanos, e os EUA, ainda no Governo Bush, impediram a concretização do negócio.”

Manifestantes pró e contra Lula se enfrentam em São Paulo

Manifestantes pró e contra Lula se enfrentam em São Paulo

Dois grupos de centenas de manifestantes a favor e contra o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva se enfrentaram na manhã desta quarta-feira (17) em frente ao Fórum da Barra Funda, em São Paulo, onde o Lula e sua mulher, Marisa Letícia, deveriam depor sobre suspeitas de irregularidades em um apartamento triplex em Guarujá (SP).

 Apesar de a audiência ter sido suspensa na véspera por um integrante do Conselho Nacional do Ministério Público, os manifestantes de ambos os lados decidiram manter a realização dos atos.

 A PM de São Paula precisou intervir no local às 10h da manhã, após integrantes do movimento de oposição ao governo do PT terem começado a lançar garrafas e pedra sobre o partidários do ex-presidente e uma mulher ter sido atingida.

Segundo testemunhas, a tensão se acirrou após integrantes da Central Única de Trabajadores (CUT) terem se aproximado dos opositores para impedir que este enchessem um boneco gigante com a caricatura de Lula vestido de presidiário, chamado de "pixuleco".

A confusão provocou agressões verbais e físicas de ambos os lados e a polícia acabou intervindo com bombas e cassetetes para controlar a multidão.

D. Orani Tempesta: ‘Acolhemos o Patriarca Kirill como um verdadeiro irmão’

Patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa Russa

o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro afirma que “essa visita do Patriarca Kirill à América Latina é sinal de boa vontade e de aproximação, já que a América Latina é o grande continente católico do mundo, e a presença do Patriarca Kirill aqui vem trazer laços de amizade e de fraternidade”.

 O líder da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill, Patriarca de Moscou e de Toda a Rússia, chega ao Brasil na sexta-feira, 19, para uma visita de três dias ao país. A primeira etapa da viagem será em Brasília. No sábado, 20, o Patriarca estará no Rio de Janeiro, e, no domingo, 21, em São Paulo.

No Rio de Janeiro, Kirill cumprirá extensa programação, desde a celebração de atos religiosos junto ao Monumento do Cristo Redentor, no Corcovado, até uma visita à Paróquia de Santa Zenaide, em Santa Teresa, na qual se congregam os fiéis da Igreja Ortodoxa Russa.

Sobre a presença do Patriarca Kirill no Brasil e, particularmente, no Rio de Janeiro, Sputnik conversou com o Cardeal Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, que estará presente às celebrações de Kirill no Cristo Redentor.

Além de desejar uma feliz estada ao Patriarca Kirill, Dom Orani ressaltou a importância dessa visita, afirmando que ela aproxima ainda mais os fiéis das Igrejas Católica Apostólica Romana e Ortodoxa Russa e, de uma forma mais ampla, os povos do Brasil e da Rússia.

 A seguir, a entrevista com o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro.

Dom Orani Tempesta: Devemos agradecer a Deus por esta oportunidade de poder falar e também transmitir a nossa alegria em receber aqui no Rio de Janeiro o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Patriarca Kirill, e assim também poder acolhê-lo como cristão católico, na fraternidade, como irmãos que se unem, para causas comuns, para preocupação do bem comum do nosso planeta.

S: É a primeira visita do Patriarca Kirill ao Rio de Janeiro. Entretanto, como Metropolita, ele já esteve outras vezes no Rio de Janeiro. Que importância o senhor atribui a esta visita?

OT: Eu creio que é uma visita muito importante. Afinal de contas, o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa é uma pessoa importante dentro da ortodoxia, e após o encontro que ele teve com o Papa Francisco em Havana, Cuba, esta visita se tornou ainda mais importante, porque é uma continuação desse relacionamento fraterno entre os católicos e os ortodoxos russos, sabendo que cremos no mesmo Cristo, buscamos o mesmo Deus e, ao mesmo tempo, temos histórias em comum durante mais de mil anos. E esperamos que, passado tanto tempo, muita coisa, cada um permanecendo dentro da sua realidade, realizando a sua caminhada histórica, também possamos vislumbrar caminhos comuns para nós nos tempos atuais. A Arquidiocese do Rio de Janeiro recebe com muita alegria e com muita dignidade o Patriarca Kirill.

 S: O Patriarca Kirill estará no Rio de Janeiro no sábado, e o ponto alto dessa visita será a ida do Patriarca ao monumento ao Cristo Redentor, no Corcovado. O senhor estará presente às celebrações?

OT: Sim, eu creio que o principal momento da vinda do Patriarca Kirill ao Rio de Janeiro será sua oração aos pés do monumento ao Cristo Redentor. É um desejo do Patriarca poder visitar este local que é símbolo do Brasil, poder ver essa presença e essa oração. Eu creio que o Cristo de braços abertos bem representa o acolhimento ao Patriarca e, ao mesmo tempo no alto do Corcovado, a nossa oração para que haja paz em nossa sociedade, em nosso mundo. E eu estarei, se Deus quiser, presente, acolhendo o Patriarca no patamar do Redentor, mesmo porque ali é um santuário da Igreja Católica, santuário arquidiocesano, e queremos acolhê-lo como um irmão que chega para rezar e ali fazermos orações juntos.

S: Em nossa entrevista anterior nós perguntamos ao senhor quando poderia acontecer a reaproximação entre as Igrejas Católica Apostólica Romana e Ortodoxa Russa, e o senhor nos disse que ela aconteceria em menos tempo do que se imaginava. Então, está aí comprovado o que o senhor nos disse há menos de dois anos.

OT: Realmente, eu creio que os passos vão ficando maduros. E ao mesmo tempo que nós vamos vendo a necessidade de os cristãos se aproximarem, respeitando a identidade, a tradição e a história de cada um, é uma oportunidade também de ver que nós podemos estar juntos em tantos aspectos importantes para a sociedade. Eu creio que essa visita do Patriarca Kirill à América Latina é sinal de boa vontade, de aproximação, já que a América Latina é o grande continente católico do mundo, e a presença do Patriarca Kirill aqui vem trazer esses laços de amizade e de fraternidade.

Universidade brasileira usa energia nuclear para esterilizar mosquitos Aedes Aegypti

Universidade brasileira usa energia nuclear para esterilizar mosquitos Aedes Aegypti

 

O combate ao mosquito Aedes Aegypti está possibilitando parcerias que buscam formas alternativas eficientes de conter a proliferação dos insetos. No Nordeste, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Fiocruz no Estado usam energia nuclear para esterilizar mosquitos em experiências na ilha de Fernando de Noronha.

 A experiência, em curso desde o final do ano passado, acontece na Vila da Praia da Conceição, onde mosquitos machos passam por um processo de exposição à radiação, sendo liberados no ambiente para competir com os demais no acasalamento das fêmeas, que só acasalam uma vez ao longo da vida. Com esse processo, o objetivo do experimento é impedir a reprodução da espécie. Os resultados iniciais estão animando os pesquisadores, como a Professora Edvane Borges, coordenadora do projeto na parte de irradiação da UFPE.

 Em 2012, foi conversado com a coordenadora do projeto maior o uso da radiação que envolve um conjunto de técnicas para controle do Aedes Aegypti. A técnica já foi usada em 1946 e voltou a ser utilizada novamente para controle de pragas agrícolas, utilizando-se ou produtos químicos ou radiação X. A proposta seria utilizar essa radiação para provocar a esterilidade em machos para poder inviabilizar ou diminuir a densidade de mosquitos”, diz a coordenadora.

 A Professora Edvane Borges explica:

“A fêmea do mosquito possui uma espermoteca em que, no momento em que ela acasala com vários machos, o esperma fica estocado. No decorrer de sua vida, ela pode sair depositando os óvulos em diferentes locais. Fernando de Noronha é uma ilha de preservação, onde não se pode utilizar nenhum tipo de contaminante, seja para controle de pragas ou purificação de água. O que se deve fazer é utilizar tecnologias limpas ou biolarvicidas. A escolha de Fernando de Noronha é especial. A Vila da Praia da Conceição oferece condições geográficas para se ter o monitoramento mais eficaz dos mosquitos.”

Segundo a Fiocruz, uma fêmea, em sua vida reprodutiva, pode dar à luz até 1.500 mosquitos. Após a eclosão da larva, o inseto se torna adulto em um prazo de 10 dias, daí a necessidade de medidas profiláticas por parte da população a cada semana, evitando o acúmulo de água limpa em recipientes.

Os resultados até agora, segundo a coordenadora, têm sido encorajadores.

“Em condições controladas de laboratório, a gente conseguiu determinar 70% da inviabilidade dos ovos que são depositados por essas fêmeas. Uma vez obtidos esses resultados, a gente começou em dezembro a lançar os mosquitos que foram irradiados e estamos esperando os resultados reais de campo mais significativos a partir de abril e maio”, explica a professora.

No processo desenvolvido em colaboração com o Grupo de Estudos em Radioproteção e Radioecologia (Gerar) do Departamento de Energia Nuclear da UFPE, os mosquitos são produzidos em massa no insetário da Fiocruz no Estado, e ainda na fase de pupa (a última antes da fase adulta/alada) são esterilizados no Irradiador Gammacel, cuja fonte radioativa é o cobalto-60.

 

Representantes do Ministério da Saúde vão se reunir, na próxima semana, com especialistas de todo o mundo para discutir a eficácia de novas técnicas, como, por exemplo, a radiação e esterilização nuclear e mosquitos geneticamente modificados para combater o Aedes.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, tranquiliza a população no caso da experiência de expor mosquitos à radiação para que eles fiquem estéreis. Segundo Maierovitch, embora haja o uso da energia nuclear, a técnica não causa riscos à saúde. Outra arma testada no Brasil é o uso de mosquitos geneticamente modificados. A técnica já foi colocada em prática nas cidades de Jacobina, na Bahia, e Piracicaba, em São Paulo, e tiveram resultados promissores. Na Bahia, as populações do Aedes Aegypti reduziram-se em mais de 90%.

O Ministério da Saúde e os Estados investigam 3.935 casos suspeitos de microcefalia em todo o país. Desse total, 60,1% dos casos (3.174) foram notificados em 2015 e 39,9% (2.106) neste ano. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira, 17, aponta, também, que 508 casos já tiveram confirmação de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, sugestivos de infecção congênita. Outros 837 casos notificados já foram descartados por apresentarem exames normais, ou apresentarem microcefalias e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infecciosas. Amapá e Amazonas são os únicos Estados da Federação que não têm nenhum registro de casos.

Os 508 casos confirmados ocorreram em 203 municípios, localizados em 13 unidades da Federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

 

No total, foram notificados 108 óbitos por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento ou natimorto). Destes, 27 foram investigados e confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central.  Outros 70 continuam em investigação e 11 já foram descartados. Ao todo, 5.280 casos suspeitos de microcefalia foram registrados desde o início das investigações em 22 de outubro de 2015 até 13 de fevereiro de 2016.

Em relação às notícias veiculadas nos últimos dias, atribuindo o uso de pyriproxyfen, substância larvicida utilizada na esterilização de locais que possam ter larvas do Aedes Aegypti, a Sumitomo Chemical, fabricante do produto, reafirma que o pyriproxyfen é seguro e eficaz no combate a mosquitos transmissores de doenças, dentre os quais Aedes Aegypti, Culex quinquefasciatus e mosca doméstica. Em nota enviada à Sputnik Brasil, a Sumitomo Chemical diz que não vê possibilidade de que o uso do produto esteja ligado à ocorrência de microcefalia.

Segundo a empresa, o pyriproxyfen, submetido a extensos testes toxicológicos, demonstrou não afetar sistemas reprodutivo e nervoso em mamíferos, e é um produto aprovado por autoridades de aproximadamente 40 países, dentre os quais Turquia, Arábia Saudita, Dinamarca, França, Grécia, Holanda e Espanha. No Brasil, o produto é aprovado e registrado desde 2004, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na Colômbia, é usado desde 2010, e na República Dominicana, desde 2011. Desde seu lançamento 20 anos atrás, diz a Sumitomo, não há relatos conhecidos em nenhum país que estabeleçam relação entre a ocorrência de microcefalia e o uso do produto. Ainda conforme a empresa, o  pyriproxyfen é aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para combate a mosquitos, dentre eles o Aedes Aegypti. 

Também a Monsanto disse que não fabrica e não comercializa o pyriproxyfen, bem como não tem nenhum tipo de parceria que envolva esse produto. “A Monsanto e a Sumitomo Chemicals não possuem nenhuma relação societária, mas mantêm parcerias comerciais em algumas regiões para herbicidas, produtos usados no controle de plantas daninhas”, afirma nota da empresa enviada à Sputnik.

Nesta semana, o Governo do Rio Grande do Sul anunciou a paralisação do uso do pyriproxyfen depois que um estudo da Argentina associou o uso do produto a casos de microcefalia.

Evo Morales sobre o referendo: ‘O povo, sim! O Império, não!’

O presidente boliviano, Evo Morales

No comício de encerramento da campanha pelo referendo de domingo, 21, Evo Morales deu a palavra de ordem ao grande número de partidários reunidos em La Paz: ‘O povo, sim! O Império, não!’, disse o presidente boliviano, que busca a possibilidade de mais uma reeleição.

A Bolívia terá, no domingo, 21, um referendo convocado pelo Presidente Evo Morales para saber do eleitorado boliviano se ele pode encaminhar ao Parlamento nacional uma proposta de emenda constitucional que lhe permita disputar mais um mandato consecutivo. Na votação, os eleitores deverão responder “sim” ou “não”, e esse foi o mote para a frase de efeito de Evo. Além disso, o presidente também se referiu, negativamente, às petroleiras “transacionais brasileiras, francesas, espanholas e inglesas”, que, segundo ele, estão contra seu Governo.

O especialista Diogo Dario, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, considera que, ao recomendar o “não ao Império”, o Presidente boliviano se refere aos grupos domésticos que estão se mobilizando contra ele e que teriam articulação com as petroleiras estrangeiras presentes na Bolívia, com interesse no fim do Governo dele, que ele não tenha chance de concorrer a uma nova reeleição.

 “Quando Evo Morales ganhou a primeira eleição, o capital político dele estava muito ligado à questão da nacionalização dos hidrocarbonetos”, afirma Diogo Dario. “Foi aquilo que o tornou um candidato elegível e um presidente extremamente popular, porque ele tomou uma atitude muito corajosa e que era um tabu na política norte-americana, que é promover a nacionalização de recursos naturais. É algo que tinha gerado conflitos nos governos anteriores, e ele assumiu e cumpriu com essa responsabilidade. É natural que ele jogue esta carta e invista novamente nesse elemento como fator de mobilização, já que as últimas pesquisas começam a colocar em ameaça o resultado que ele espera para o referendo.”

 Outro especialista em políticas latino-americanas, o Professor Rafael Araújo, da Unilasalle, acrescenta que essas empresas transnacionais atuavam na Bolívia até a nacionalização dos recursos naturais – neste caso, dos hidrocarbonetos – realizada por Evo Morales a partir de um decreto de maio de 2006. “Ele se remete à ação dessas petroleiras – no caso brasileiro a Petrobras, no caso espanhol a Repsol – que sempre, sobretudo na década de 1990, estiveram muito presentes na exploração dos hidrocarbonetos bolivianos.”

Rafael Araújo destaca que neste momento, na hora de usar um inimigo externo como fator de mobilização dos seus grupos sociais, “Evo Morales não só faz uma retórica contra os EUA mas também contra as transnacionais que atuavam no país, inclusive comparando dados, trazendo o quanto essas empresas investiam no território boliviano e o quanto o Governo vem investindo”.

 “A própria eleição de Evo Morales foi fruto de um amplo acesso de resistência popular iniciado com a ‘guerra da água’, em 2001, e que teve seu ápice na ‘guerra do gás’, em 2003”, diz o especialista da Unilasalle. “Naquele momento os grupos sociais que ocuparam as ruas bolivianas reivindicaram a nacionalização dos recursos naturais, sobretudo do petróleo e do gás natural. De certa forma, é um pouco essa retórica de Evo Morales e dos seus pares no Governo, e que ganha notoriedade tendo em vista a necessidade de vitória no referendo do próximo domingo.”

Ações dos EUA fazem aliados tomar passos radicais

Pentágono, sede do Departamento da Defesa norte-americano

Enquanto a estratégia da Rússia no Oriente Médio é avaliada por especialistas como muito lógica, a política externa de Washington provoca medo mesmo entre os seus aliados, escrevem analistas americanos.

A respectiva opinião em relação às ações russas é expressa inclusive por aqueles que geralmente não apoiam a Rússia, informou o artigo no jornal americano Wall Street Journal.

 Os autores, o especialista da Universidade de Brooklyn Kenneth Pollack e a professora da Escola da Política e Estratégia Global na Universidade de Califórnia Barbara Walter, analisaram a política externa de Barack Obama no Oriente Médio, concluindo que esta se tornou pouco eficaz.

Segundo eles, a estratégia atual de Washington não só não dá bem, mas também faz recuar os aliados dos Estados Unidos, por exemplo, a Arábia Saudita.

É esta política, que faz os EUA tomar passos radicais, por exemplo, lembram especialistas, a execução do proeminente clérigo xiita Nimr al-Nimr e de outras 46 pessoas, pelas autoridades sauditas e a decisão de participar na guerra civil no Iêmen contra houthis (grupo militar xiita)

 Pollack e Walter sublinham que o erro principal é a atenção demasiada que Washington presta ao grupo terrorista Daesh [proibida na Rússia]. Os especialistas compararam a situação com a história de 1941 e sugeriram que seria o mesmo se foi declarada a guerra aos grupos SS, e não a Hitler ou partido nazista.

O artigo compara a estratégia americana no Oriente Médio com a russa. Os autores opinam que a Rússia "tomou a parte xiita do conflito na Síria" por via de apoiar o regime sírio e o Irã (o presidente sírio, Bashar Assad, é da família de alauites, a minoria síria que pode ser vista como uma das asas do xiismo).

Os especialistas americanos notam também que os sunitas no Oriente Médio compreendem a posição russa, especialmente em comparação com a "estratégia terrível" dos Estados Unidos.

 O artigo nota que os problemas atuais da região chegam da falha do sistema estatal no período pós-guerra. É por isso que na região começaram a desfazer-se Estados, aparecer territórios que tem nenhuma autoridade e começaram guerras civis.

E são estas guerras na região que os EUA devem acabar, segundo os autores, especialmente tendo em conta o fato que o grupo terrorista Daesh apareceu como resultado de uma destas guerras – no Iraque.

EUA podem tornar Ucrânia grande exportadora de armas

Embaixador dos Estados Unidos na Ucrânia, Geoffrey Pyatt

As empresas norte-americanas podem ajudar a Ucrânia a se tornar um país líder na exportação de equipamentos militares, conforme afirmou hoje o embaixador dos Estados Unidos em Kiev, Geoffrey Pyatt, chamando a atenção para a necessidade de as autoridades ucranianas acabarem com a corrupção e eliminarem os riscos para os investidores.

 A Ucrânia disse que quer se tornar uma grande exportadora do setor da Defesa", afirmou Pyatt. "Eu estou muito contente por ver nesta conferência hoje um grande número de representantes da indústria de defesa dos EUA. Eles têm a habilidade para trazer até vocês a melhor tecnologia do mundo e sua experiência demonstrada na integração com outros parceiros internacionais". 

De acordo com o embaixador, a construção de uma indústria de defesa vibrante exige, no entanto, a execução de amplas reformas, que incluam o combate à corrupção e o cumprimento das exigências da OTAN.

Desde o início da atual crise ucraniana, Washington forneceu a Kiev 266 milhões de dólares em assistência em segurança e defesa e outros 335 milhões em treinamento e equipamentos. Para 2016, o objetivo da Ucrânia, segundo Pyatt, é encontrar respostas emergenciais à movimentação russa e intensificar a cooperação com os EUA para estabelecer estruturas militares do "padrão OTAN". 

Milícias sírias cortaram vias de abastecimento do Daesh

Posição do Daesh após ataque aéreo da coalizão internacional

As milícias sírias cortaram as vias de abastecimento dos terroristas na região que liga a cidade iraquiana de Mosul e a província síria de al-Hasaka. A informação foi divulgada pelo canal televisivo árabe Al Mayadeen.

As forças democráticas da Síria cortaram as vias de abastecimento do Daesh (Estado Islâmico) entre Mosul e a província de al-Hasaka”, informo a mídia árabe. 

Foi destacado também que as milícias também apreenderam uma sina de gás no leste de Shaddadi e um campo de petróleo.

No início do mês, o Exército sírio e as Forças de Defesa Nacional (FDN) conseguiram cortar algumas principais rotas de abastecimento dos militantes da Frente al-Nusra na cidade de Mayer que fica entre a cidade de Aleppo e a fronteira turca, segundo a mídia.

Para além disso, as tropas sírias capturaram pelo menos três terroristas perto de cidade de Maarasta al-Khan, na província de Aleppo.

Rússia opera na Síria com seu mais avançado avião de reconhecimento

Tupolev Tu-214R

A Rússia enviou nesta semana para a Síria a sua mais moderna aeronave de reconhecimento, o Tu-214R, que chegou à base de Hmeymim, em Latakia, na noite da última segunda-feira, após sobrevoar os territórios do Irã e do Iraque.

 O mais avançado avião de inteligência eletrônica russo se junta a um poderoso esquadrão no Oriente Médio, que tem contribuído de maneira decisiva para as constantes vitórias das forças curdas e de Damasco na luta contra o terrorismo. Ao lado de caças Sukhoi Su-24, Su-25, Su-27, Su-30, Su-34, Su-35, helicópteros Mi-8, Mi-24 e bombardeiros Tupolev Tu-22M3, Tu-160 e Tu-95MS, o Tu-214R atuará rastreando atividades militares inimigas a centenas de quilômetros de distância. 

Segundo o coronel Sergei Khatylev, ex-chefe do comando de mísseis antiaéreos das Forças Armadas da Rússia, a chegada dessa nova aeronave à Síria representará uma oportunidade ainda melhor para avaliar a eficácia do aparato de combate aéreo russo, em meio a operações de outras potências militares, incluindo os Estados Unidos.  

De acordo com o canal RT, o Tu-214R enviado à Síria está equipado com vários radares capazes de realizar rastreamentos de 360º em qualquer condição climática e sensores óptico-eletrônicos capazes de captar imagens em alta resolução de grandes áreas, o que facilita a localização de inimigos mesmo que estes estejam ocultos ou camuflados. Além disso, a aeronave possui sistemas que lhe permitem interceptar emissões de radares de outros aviões e "ouvir" conversas por telefone via satélite ou mesmo por aparelhos celulares.

Cientistas descobrem lendário rio que ferve suas vítimas no coração da Amazônia

Floresta Amazônica

Nas profundezas da selva amazônica no Peru, um mítico rio cujas águas chegam a 86°C finalmente começou a atrair a atenção dos cientistas.

Quando tinha doze anos, segundo relata o Gizmodo, o avô do geofísico peruano Andrés Rizzo contou-lhe uma história estranha. Depois que os conquistadores espanhóis mataram o último imperador inca, dirigiram-se para o coração da floresta amazônica em busca de ouro. Poucos desses homens teriam retornado da expedição, mas aqueles que o fizeram falavam assustados sobre uma viagem de pesadelo, com águas envenenadas, cobras devoradoras de homens, fome, doenças e um rio fervente capaz de cozinhar quem ousasse adentrá-lo.

Ruzo sempre pensou que a existência de um rio fervendo no meio da Amazônia não passava de lenda. No entanto, anos depois, fazendo seus estudos de pós-graduação em geofísica, ele começou a imaginar se a história não guardaria um fundo de verdade. Enfrentando a descrença de quase todos, ele aprofundou-se na pesquisa e acabou descobrindo o rio Mayantuyacu, cujas correntes atingem uma temperatura média de 86°C, sem qualquer origem magmática ou vulcânica.

Geralmente os rios de ebulição são associados com vulcões, mas não há vulcões na Amazônia, nem na maior parte do Peru. O rio encontrado por Ruzo, considerado sagrado pelos índios Ashaninka, chega a 25 metros de largura e seis de profundidade e corre quente por pouco mais de seis quilômetros antes de desaguar em outro afluente. Onde a temperatura da água é superior a 47°C, pode provocar queimaduras de terceiro grau, enquanto que para a maioria dos animais pode ser fatal.

"Assim como as pessoas temos sangue quente correndo em nossas veias e artérias, a Terra tem água quente correndo por suas fendas e falhas. Quando alcançam a superfície, produzem-se manifestações geotérmicas: fumaças, fontes termais ou, neste caso, rios ferventes ", explicou o cientista peruano.

Mayantuyacu é visitado todos os anos por um punhado de turistas, que vêm experimentar as práticas medicinais tradicionais do povo Ashaninka. De acordo com o Gizmodo, porém, salvo algumas referências obscuras em revistas de petróleo da década de 1930, a documentação científica sobre o rio é inexistente. De alguma forma, esta maravilha natural conseguiu escapar à atenção dos cientistas por mais de 75 anos.

No entanto, a principal preocupação de Ruzo agora consiste em chamar a atenção mundial para salvar este cenário único, povoado de lendas estranhas e sensações fumegantes. Se nada for feito para parar o desmatamento das florestas circundantes, Mayantuyacu corre o risco de desaparecer.

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