sábado, 21 de maio de 2016

Vale mistura otimismo e cautela com maior parceria do setor

Caminhão da Vale transportando minérios de ferro na mina de Brucutu, em Barão de Cocais
Vale disse que está adotando uma postura “reservada e conservadora” a respeito de quando entrará em vigor sua parceria com a Fortescue Metals para a venda de minério mesclado à China.
“Primeiro ela precisa ser transformada em um acordo vinculante”, disse Claudio Alves, diretor global de marketing e vendas de minério de ferro, em entrevista na quinta-feira. Só depois disso os parceiros poderão determinar “quando exatamente e mesclagem começará, e se começará”. Indagado se havia sido estabelecida uma meta para os volumes neste ano, Alves disse que “não há números. Ainda não temos nenhum plano concreto”.
A Vale, maior produtora do mundo, e a terceira maior exportadora da Austrália assinaram um acordo em março para a criação de joint ventures para mesclar seus minérios, que são diferentes. O acordo também dá à Vale a opção de comprar até 15 por cento da mineradora de propriedade do bilionário Andrew Forrest.
O acordo, que tornaria o minério de qualidade superior da Vale mais comercializável e elevaria o valor do produto da Fortescue, tem o potencial de sacudir a indústria global aumentando a concorrência com a Rio Tinto Group e a BHP Billiton. A Fortescue disse no mês passado que espera ver o primeiro minério mesclado no segundo semestre, segundo o CEO Nev Power.
Discussões substanciais
“Estamos muito otimistas de que os méritos estarão lá e serão reconhecidos e de que seremos capazes de chegar a um acordo”, disse Alves em Cingapura, após discursar em uma conferência. “Eles estão muito otimistas, nós estamos otimistas, mas preferimos ser mais reservados e conservadores no que diz respeito a determinar quando começaremos”.
O memorando de entendimento com a Vale “oferece uma série de oportunidades para trabalharmos juntos, com nosso foco inicial na exploração do potencial de mistura para produzir um novo produto atraente para os nossos clientes chineses”, disse a Fortescue em comunicado enviado por e-mail na sexta-feira. “Há discussões substanciais sobre os detalhes dos acordos em andamento”.
Em abril, o diretor financeiro da Vale, Luciano Siani Pires, disse que a possível aquisição da participação de 15 por cento na Fortescue “é uma possibilidade mais teórica”. Na conferência de lucros, ele disse: “Obviamente não contamos com os recursos, nem com o balanço para fazer isso agora”.
O acordo de mistura prevê a criação de joint ventures para a produção de cerca de 80 milhões a 100 milhões de toneladas do minério de referência mais usado pelas siderúrgicas chinesas para competir mais de perto com a BHP e a Rio Tinto. A mistura Pilbara da Rio Tinto, com cerca de 62 por cento de conteúdo, é o produto de minério de ferro mais negociado globalmente.
“Temos um material de qualidade muito alta chegando com 66 por cento”, disse Alves. “Para desfrutar do melhor valor por este minério, precisamos também da qualidade inferior para misturar. É assim que funciona”. Ele acrescentou: “Acredito que isto pode ser muito competitivo, ainda mais competitivo que a mistura Pilbara”.

Situação da saúde para Rio 2016 é preocupante, diz Cremerj

Mascotes dos Jogos Rio 2016 durante cerimônia no Rio de Janeiro. 19/05/2016
A 77 dias do início da Olimpíada Rio 2016, a situação da saúde na capital fluminense é preocupante, alertou hoje (20) o Conselho Regional de Medicina(Cremerj).
O presidente da entidade, Pablo Vázquez, disse que a chegada dos mais de 800 mil turistas esperados para o evento pode prejudicar o atendimento à população como um todo.
Ontem (19), Vázquez se reuniu com representantes do Comitê Olímpico Rio 2016, integrantes da prefeitura e do governo estadual para buscar uma solução emergencial.
“É necessário que o governo federal, o estadual e o municipal façam investimentos extraordinários no planejamento estratégico da Olimpíada se quisermos ter uma assistência médica de qualidade”, disse o presidente do Cremerj em entrevista nesta manhã na sede do conselho, em Botafogo, zona sul.
Segundo Vázquez, um dos riscos é o desabastecimento dos bancos de sangue da cidade.
“É importante que a partir desse evento [reunião de ontem] eles entendam que, se o estoque de sangue no Rio de Janeiro não ficar em nível adequado, por conta de greve do setor administrativo, que outros estados forneçam, que fiquem de prontidão, que o governo federal venha para cá, as Forças Armadas, para garantir esse atendimento”, apontou.
Leitos
De acordo com o vice-presidente da entidade, Nelson Nahon, faltam quase 200 leitos de Centros de Tratamento Intensivos (CTIs) no Rio de Janeiro.
“Teríamos condições de ter, na Santa Casa do Rio de Janeiro, 400 leitos de retaguarda para clínica médica que não estão funcionando. Tivemos o fechamento do Hospital Juscelino Kubitschek, em Nilópolis, com quatro andares, maternidade e pronto socorro e emergência”, citou Nahon.
“Temos o fechamento do Hospital Salles Netto, no Rio Comprido, e do Hospital Leonel Brizola em Mesquita. O principal hospital de referência para os Jogos é o Lourenço Jorge, mas não há um polo de neurocirurgia”, criticou.
Segundo Nahon, a integração da rede de leitos municipal, estadual e federal poderá reverter esse déficit.

Pizzolato pede ao STF progressão para o regime semiaberto

Henrique Pizzolato
O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no mensalão, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para progredir de regime fechado para o semiaberto, modalidade que o autoriza a deixar o presídio durante o dia para trabalhar.
A defesa do ex-executivo alega que ele já cumpriu um sexto da pena, incluindo o período em que esteve detido na Itália, para onde Pizzolato fugiu antes mesmo de ser condenado pelo STF.
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Ele foi obrigado a cumprir 12 anos e sete meses de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.
A defesa de Pizzolato alega que ele já cumpriu 17 meses e três dias de pena na Itália, onde acabou sendo preso em fevereiro de 2014.
Neste período, os advogados afirmam que o ex-diretor participou de programas de trabalho e educação que lhe garantem, ainda, a remissão da pena em quatro meses e um dia.
Já de volta ao Brasil, para onde veio extraditado, o ex-diretor já cumpriu cinco meses e nove dias de pena.
Somando as duas detenções mais o período requerido por remissão de pena, a defesa de Pizzolato afirma que o período necessário para progredir de regime já foi cumprido.
O pedido foi feito em março, mas só chegou ao gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, relator das execuções penais do mensalão, nesta quinta-feira, 19, após a manifestação do Ministério Público sobre o caso, recomendando ao STF que conceda a Pizzolato o direito de poder trabalhar durante o dia e voltar para a prisão à noite.
O ex-diretor foi extraditado em outubro do ano passado. Ele ficou pelo menos 23 meses foragido na Itália e acabou sendo preso por uso de passaporte falso no país europeu.
Desde sua extradição, Pizzolato está detido na Penitenciária da Papuda, em Brasília.

México autoriza extradição de "El Chapo" para os EUA

"El Chapo" Guzmán
 O Departamento de Relações Exteriores do México autorizou hoje a extradição do traficante Joaquín Guzmán, conhecido como "El Chapo", para os Estados Unidos.
De acordo com o departamento, os EUA garantiram que El Chapo não vai encarar pena de morte, que não é aplicada no México.
Ainda cabe recurso, o que significa que pode levar semanas ou até meses até que o chefe do cartel de Sinaloa seja levado para os EUA.
Os advogados de El Chapo têm 30 dias para fazer a apelação.
No histórico do líder do cartel de Sinaloa consta a fuga de dois presídios de segurança máxima, o que rendeu a El Chapo o título de traficante de drogas mais procurado do mundo.
Hoje ele está detido num presídio localizado ao sul de Ciudad Juárez

Bahia registra 10 mil casos de violência contra a mulher

Violência contra a mulher
Nos três primeiros meses deste ano, a Bahia registrou 9.795 casos de violência física contra mulheres. Na comparação com o mesmo período de 2015, houve redução de 32%, segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado.
Os dados levam em conta os registros de homicídio doloso (com intenção de matar), tentativa de homicídio, lesão corporal intencional, estupro e ameaça.
Quase todos os tipos de violência registraram queda em relação ao ano anterior, no entanto, o número de homicídios entre janeiro e março subiu de 73 em 2015 para 80 este ano.
Apesar da redução, a secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Olívia Santana, diz que os números continuam alarmantes e que a legislação não é suficiente para conter a violência contra a mulher.
“Temos que mexer nos espaços estratégicos, que é o espaço da educação. O sistema educacional precisa se abrir para a promoção da igualdade de gênero. Enquanto essa temática não for tratada nas escolas, como um desafio civilizatório que precisa ser cumprido, a gente vai continuar oferecendo às gerações uma formação que reproduz o machismo e a ideologia do patriarcado, na qual o homem se sente tão superior à mulher que alguns se sentem até no direito de tirar a vida das mulheres”, disse Olívia.
“Nós avaliamos como lamentável que, em pleno século 21, ainda tenhamos que conviver com essas estatísticas de homicídios de mulheres. Mas a legislação foi uma conquista fundamental, como a Lei Maria da Penha e a lei que tipifica o feminicídio como um crime hediondo”, acrescentou. 
Cumprimento da lei
A secretária ressaltou que a ausência de discussão sobre questões de gênero nas escolas e no ambiente familiar perpetuam o discurso e as atitudes que sustentam a violência contra a mulher, além de transferir para as vítimas a culpa por terem sofrido violência.
Segundo Olívia, a garantia e a rapidez na punição aos agressores é umas das medidas para reduzir a violência de gênero.
“O Judiciário precisa se apropriar plenamente dessa questão do feminicídio, tem que garantir julgamentos mais céleres e garantir que as medidas protetivas sejam garantidas, para que as mulheres que já denunciaram seus algozes gozem de proteção. O Judiciário às vezes leva meses para julgar, os criminosos acabam ficando em liberdade e deixando as mulheres em risco. É uma situação que exige um maior comprometimento do Poder Judiciário, em fazer valer as leis Maria da Penha e do feminicídio”.
Denúncias sobre qualquer tipo de violência contra a mulher podem ser feitas pelo disque 100 ou 180. O anonimato do denunciante é garantido.

São Paulo registra redução de 81% nos casos de dengue

Mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue, vírus zika e febre chikungunya
O número de casos de dengue no estado de São Paulo foi 81% menor nos primeiros quatro meses do ano do que de janeiro a abril de 2015.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, foram confirmados 108,6 mil casos em 2016, enquanto no mesmo período do ano passado foram 568 mil.
O número de mortes também teve queda expressiva, de 403 óbitos nos primeiros quatro meses de 2015 para 44 neste ano.
Quase a metade (49,4%) dos casos está concentrada em cinco municípios. Em Ribeirão Preto foram registradas 33,2 mil infecções por dengue, em São José do Rio Preto, 7,3 mil, em Presidente Prudente, 6,4 mil, em Birigui, 3,7 mil e em Sertãozinho foram 2,9 mil.
O secretário de Saúde, David Uip, atribuiu a redução das infecções ao sucesso das ações de combate ao mosquito transmissor.
“Essa redução expressiva é resultado da intensificação das ações de combates ao Aedes aegypti promovidas pelo Governo do Estado e, sobretudo, da colaboração do poder público e da sociedade civil”, disse.
Chikungunya e zika
Foram identificados 421 casos de chikungunya no estado, sendo que 366 das pessoas contaminadas foram contaminadas em outros locais e 55 contraíram a doença em São Paulo. Em 2015, foram registrados 189 casos, todos contraídos fora do estado.
Desde novembro do ano passado, foram notificados 279 casos de microcefalia no estado.
Em oito pacientes foi confirmada a infecção congênita por zica, em 107 essa ligação foi descartada. Os demais 164 casos estão sob investigação.
Desde novembro de 2015, os municípios paulistas notificaram 279 casos de microcefalia. Desse total, 8 foram confirmados e 107 foram descartados para microcefalia por infecção congênita, isto é, são relacionados a outras síndromes, intoxicação exógena, ou mesmo, reavaliação do perímetro cefálico.

Governo anuncia meta fiscal com rombo de R$ 170,5 bilhões

Notas de real; reais; dinheiro
O governo federal vai pedir permissão para registrar um rombo fiscal de R$ 170,5 bilhões neste ano.
O número foi anunciado hoje em coletiva de imprensa com Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, e Romero Jucá, ministro do Planejamento.
Meirelles disse que a meta é "transparente e realista" e foi calculada por "critérios rigorosos", mas reconheceu que há fatores que a influenciam e que fogem do controle.
O número anunciado contempla queda real de 4% de receita, mas não possíveis novas medidas legislativas, que o ministro diz que serão anunciadas a partir da semana que vem. 
"A ideia hoje é apresentar a meta e não as medidas", insistiu Meirelles, que foi questionado várias vezes sobre aumentos de impostos ou cortes específicos.
R$ 21,2 bilhões dos R$ 44 bilhões antes bloqueados serão descontingenciados para garantir o funcionamento de serviços públicos básicos até o final do ano.
Meirelles destacou que a meta fiscal será tratada como "teto" e que a ideia é não revisar o número até o fim do ano, uma prática que foi comum nos últimos anos.
"A postura desse governo será diferente. Meta fiscal não é novela para ser feita em capítulos; ela será feita com um lançamento só", disse Jucá, para quem o número "é alto mas é uma constatação (...) e não uma política para o futuro".
A meta anunciada contempla a negociação da dívida dos estados, mas não uma capitalização da Eletrobras. 
Será o terceiro ano consecutivo que o governo fecha as contas anuais no vermelho. No ano passado, o rombo foi de R$ 119 bilhões; em 2014, foi de R$ 17 bilhões.
A expectativa era que o anúncio fosse na segunda-feira, mas a coletiva foi convocada na tarde desta sexta-feira. O número está próximo das estimativas do mercado.
A nova meta será enviada para aprovação no Legislativo na segunda-feira. O presidente do órgão, Renan Calheiros, disse hoje que ela deve ir direto para o plenário.
"A ideia é que nós possamos votar o PL na segunda-feira na Comissão do Orçamento e na terça-feira no Congresso Nacional", disse Jucá.

ONS reduz projeções de chuvas nas hidrelétricas em maio

Usina Hidrelétrica de Tucuruí, controlada pela Eletronorte
As chuvas nos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste do Brasil em maio deverão somar 83 por cento da média histórica, apontou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em boletim nesta sexta-feira, abaixo da projeção de 85 por cento divulgada na semana passada.
O órgão também apontou perspectiva de que a carga de energia do sistema interligado do país suba 1,3 por cento em maio na comparação anual, ante previsão de alta de 1,7 por cento na semana passada.

Sindicato pede que aplicativos de táxi sejam investigados

Taxis em São Paulo ficam mais caros
O Sindicato dos Motoristas nas Empresas de Táxis no Estado de São Paulo (Simtetaxis) pediu a instauração de inquérito civil no Ministério Público do Estado contra as empresas provedoras de aplicativos por improbidade administrativa.
O texto denuncia reclamações feitas por taxistas, que tiveram, por exemplo, corridas proibidas e pagamentos com altos valores bloqueados pela empresa. As situações, segundo o sindicato, teriam ocorrido sem aviso prévio.
O presidente do Simtetaxis, Antonio Matias, o Ceará, disse que este procedimento é uma agressão à liberdade de trabalho dos companheiros.
"Não cabe às empresas decidir como o taxista deve cobrar, fazer corrida ou atender seus clientes. O papel dos provedores de aplicativo é oferecer praticidade e conforto aos usuários e taxistas", afirmou.
Uma das empresas credenciadas a atuar no sistema, a 99 Táxis, foi notificada pelo Ministério Público a prestar esclarecimentos sobre a conduta adotada.
A entidade também protocolou esta reclamação formal à Secretaria Municipal de Transportes (SMT) para as providências cabíveis; a pasta não respondeu aos questionamentos da reportagem.
A 99 Táxis informou ao jornal O Estado de S. Paulo que os taxistas aceitam o termo de uso do aplicativo quando começam a trabalhar com a empresa e, "nesse documento são enumerados uma série de comportamentos que os taxistas devem ter e a consequência para o não cumprimento dos mesmo".
"Prezamos por um alto padrão de qualidade, por isso temos um sistema de avaliação que garante o bom atendimento aos passageiros e casos como má conduta, taxa de cancelamento alta, fraude, documentação desatualizada, entre outros, têm como consequência o bloqueio. A 99 reforça que sempre tenta contato com o motorista por 3 vezes via telefone ou via mensagens no aplicativo antes de realizar o bloqueio", declarou.

Rio 2016 já vendeu mais de 4 mi de ingressos para os Jogos

Roupas dos voluntários para as Olimpíadas de 2016, dia 12/05/2016
O Comitê Rio 2016 já vendeu mais de quatro milhões de ingressos para a Olimpíada do Rio de Janeiro, que será aberta no dia 5 de agosto, no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã.
O número corresponde a 67% dos seis milhões de tíquetes disponibilizados para venda, informou hoje (20) o diretor de Ingressos do Comitê, Donovan Ferreti.
“Ainda temos cerca de dois milhões de ingressos para venda”, disse o diretor. Ferreti completou que, excluindo os tíquetes para os jogos de futebol olímpico, que ocorrerão em arenas maiores e em cinco cidades além do Rio de Janeiro (São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Manaus), os ingressos vendidos alcançam 79%.
Ele acredita que a totalidade de ingressos poderá ser atingida a partir de junho, quando começa a abertura das bilheterias físicas e a entrega dos bilhetes.
A venda pela internet continuará sendo feita em paralelo: “Já se percebe um aumento nas vendas, principalmente devido à Tocha Olímpica, que deixa agora os Jogos mais em evidência e também mostra para as pessoas que a Olimpíada está chegando”.
Isso comprova, reforçou, a cultura do brasileiro de adquirir ingressos mais próximo do evento. “Isso está em linha com o nosso planejamento”.
Entre os esportes mais pedidos estão futebol, basquetebol, vôlei, atletismo e handebol. Os estados que mais compraram são liderados pelo Rio de Janeiro, seguindo-se São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia.
O balanço foi feito durante apresentação para a imprensa do visual dos ingressos dos Jogos Rio 2016 pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, na Cidade Nova, bairro do centro do Rio de Janeiro.
Três gráficas de grande porte participaram da licitação para o contrato de impressão dos ingressos, que acabou sendo vencida por uma empresa dos Estados Unidos, única gráfica no mundo com operação 100% dedicada à impressão de ingressos.
Segundo informou a assessoria de imprensa do Comitê Rio 2016, os tíquetes saem hoje dos Estados Unidos a caminho do Brasil e seguirão direto para os Correios, para distribuição.
 O Comitê destacou que o ingresso comemorativo, para compra online e opção de entrega via Sedex, com desenho diferenciado para cada disciplina esportiva, estará disponível para os interessados até o próximo dia 26.

Operação para prender traficante acaba tiroteio na Rocinha

Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro
Um intenso tiroteio na Rocinha, zona sul do Rio, provocou apreensão em moradores do local e em estudantes da Pontifícia Universidade Católica (PUC), na Gávea.
Vários relatos nas redes sociais apontaram que foi grande a quantidade de disparos, que começaram por volta das 15h de hoje (20). A polícia não informou se há feridos.
De acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) começou uma ação na comunidade na tarde desta sexta-feira (20) para prender o chefe do tráfico local, Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157.
Segundo a PM, ele é ex-segurança pessoal do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que está preso e também comandou o tráfico na comunidade.
Durante a operação, o trânsito na Estrada Lagoa-Barra foi interditado na altura do Túnel Zuzu Angel, na Rocinha.
Conforme a PM, Rogério fez parte do grupo de dez traficantes, que, em agosto de 2010, invadiu o Hotel Inter-Continental, em São Conrado, próximo à Rocinha, e entrou em confronto com a polícia.
O grupo foi surpreendido ao voltar de baile funk no Morro do São Carlos, região central do Rio. A polícia disse também que Rogério estava preso, mas foi solto em 2012 por ordem judicial.
Os policias do Bope permaneceram hoje na Rocinha até as 19h e, agora, são integrantes do Batalhão de Choque que fazem o patrulhamento da comunidade, que tem uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
A PM informou que o site Procurados oferece recompensa de R$ 2 Mil para quem fornecer informações que levem a prisão de Rogério Avelino da Silva.

Detectados destroços de avião da EgyptAir desaparecido

Piloto militar procura por restos do voo desaparecido da EgyptAir, dia 20/05/2016
Assentos e malas estão entre os primeiros elementos identificados, nesta sexta-feira, do avião da EgyptAir que caiu no Mediterrâneo na véspera, por causas ainda desconhecidas, com 66 pessoas a bordo.
Mais de 36 horas depois da tragédia, "aviões e navios das Forças Armadas encontraram objetos pessoais dos passageiros e destroços da aeronave 290 quilômetros ao norte de Alexandria", afirmou o Exército egípcio em um comunicado.
"A busca continua. Estamos retirando da água tudo o que encontramos", completa a nota oficial.
O ministro grego da Defesa, Panos Kammenos, afirmou que os primeiros elementos encontrados correspondiam a "um membro humano, dois assentos e uma, ou várias, malas".
As autoridades esperam que o material recuperado facilite a investigação sobre as causas do acidente, que ocorreu em condições meteorológicas favoráveis e com uma tripulação experiente.
Um satélite da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) detectou uma possível mancha de óleo, ou de combustível, "de dois quilômetros" de comprimento, perto do lugar onde o avião, um Airbus A320, teria desaparecido.
A embaixada da França no Egito lembrou que as caixas-pretas do avião, que registram a comunicação na aeronave e dados de voo, emitem sinais que permitem encontrá-las durante um período de quatro a cinco semanas no máximo. Isso significa que as autoridades estão correndo contra o tempo.
A França enviou um navio-patrulha de alto-mar equipado com material apto para as buscas das caixas-pretas. A embarcação chega ao local no domingo, ou na segunda-feira, informou a Marinha francesa.
A hipótese de um atentado no voo MS804 Paris-Cairo ganha consistência aos olhos das autoridades egípcias e de especialistas, devido à ausência de pedidos de ajuda por parte da tripulação antes da repentina queda da aeronave.
O avião se preparava para iniciar as manobras de aterrissagem, quando caiu.
Mas as autoridades também investigam informações sobre a presença de fumaça a bordo. "Estamos analisando este relatório", disse à AFP um funcionário do Ministério da Aviação Civil egípcio.
"Neste momento, não posso negar nem confirmar" a informação.
O Wall Street Journal publicou que alertas automáticos indicaram que havia fumaça no nariz da aeronave e um problema aparente com o sistema de controle de voo.
Os avisos, que foram enviados automaticamente pelos sistemas informáticos do Airbus A320, chegaram às 02:26 de quinta-feira, hora local, pouco antes dos controladores de tráfego aéreo perderem contato com o avião que transportava 66 pessoas, segundo o jornal.
As mensagens indicaram que havia uma fumaça intensa na parte da frente do avião, especificamente no banheiro e em um compartimento abaixo da cabine. Os avisos de erro também indicaram que o computador de controle de voo teve problemas de funcionamento, segundo o relatório.
A rede de televisão americana CNN também publicou que houve alertas de fumaça no avião minutos antes dele cair, citando informações que foram arquivadas em um sistema de comunicações da aeronave.
"Todas as hipóteses estão sendo examinadas, sem privilegiar umas sobre outras, porque não temos a mínima indicação sobre as causas", afirmou nesta sexta-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault.
O ministro francês anunciou que se reunirá no sábado (21) com parentes das vítimas, em Paris, para "oferecer o máximo de informações com a maior transparência".
Ao todo, 66 pessoas - 56 passageiros, sete tripulantes e três membros das forças de segurança egípcias - estavam a bordo.
A EgyptAir disse que, entre os passageiros, havia 30 egípcios, 15 franceses, um britânico, um canadense, um belga, um português, um argelino, um sudanês, um chadiano, dois iraquianos, um saudita e um kuwaitiano.
Já o Ministério das Relações Exteriores do Canadá informou que dois cidadãos do país estavam a bordo.
Um eventual ataque ao Airbus não foi reivindicado por nenhum grupo insurgente ativo na região, como o braço egípcio da organização Estado Islâmico (EI).
Em outro incidente de mesma natureza, em 31 de outubro passado, esse grupo assumiu rapidamente a responsabilidade pela explosão de uma bomba em pleno voo de um avião com turistas russos, quando sobrevoava o Sinai. O atentado matou as 224 pessoas a bordo.
A França anunciou o envio de três investigadores e de um conselheiro técnico da Airbus ao Cairo para participar das buscas. O Ministério Público de Paris abriu uma investigação.
Golpe na recuperação do turismo
O avião decolou do aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, ao norte de Paris, pouco depois das 23h locais (18h de Brasília) de quarta-feira e tinha previsão de pouso no Cairo na quinta-feira, às 3h05 (22h05 de quarta-feira, em Brasília).
Desapareceu dos radares por volta de 00h30 GMT (21h30 de Brasília), quando já estava no espaço aéreo egípcio.
Depois da tragédia registrada em outubro, esse novo evento desfere um golpe letal no turismo, um setor essencial para a economia egípcia, já abalada pelos atentados extremistas e pelas tensões políticas.
As consequências podem ser desastrosas, no momento em que o Egito busca atrair turistas e investidores estrangeiros que deixaram o país após o levante popular da chamada "Primavera Árabe" de 2011.
Em 2015, a indústria turística faturou US$ 6,1 bilhões, 15% a menos do que em 2014, segundo dados oficiais.
A tragédia também pode contribuir para desacreditar o marechal Abdel Fatah al-Sissi. Depois de derrubar o presidente islamita democraticamente eleito Mohamed Mursi, em 2013, Al-Sissi "havia prometido combater o terrorismo e restabelecer a segurança", lembra o professor de Ciência Política Mustafá Kamel, da Universidade do Cairo.

Sindicato pede que aplicativos de táxi sejam investigados

Taxis em São Paulo ficam mais caros
O Sindicato dos Motoristas nas Empresas de Táxis no Estado de São Paulo (Simtetaxis) pediu a instauração de inquérito civil no Ministério Público do Estado contra as empresas provedoras de aplicativos por improbidade administrativa.
O texto denuncia reclamações feitas por taxistas, que tiveram, por exemplo, corridas proibidas e pagamentos com altos valores bloqueados pela empresa. As situações, segundo o sindicato, teriam ocorrido sem aviso prévio.
O presidente do Simtetaxis, Antonio Matias, o Ceará, disse que este procedimento é uma agressão à liberdade de trabalho dos companheiros.
"Não cabe às empresas decidir como o taxista deve cobrar, fazer corrida ou atender seus clientes. O papel dos provedores de aplicativo é oferecer praticidade e conforto aos usuários e taxistas", afirmou.
Uma das empresas credenciadas a atuar no sistema, a 99 Táxis, foi notificada pelo Ministério Público a prestar esclarecimentos sobre a conduta adotada.
A entidade também protocolou esta reclamação formal à Secretaria Municipal de Transportes (SMT) para as providências cabíveis; a pasta não respondeu aos questionamentos da reportagem.
A 99 Táxis informou  que os taxistas aceitam o termo de uso do aplicativo quando começam a trabalhar com a empresa e, "nesse documento são enumerados uma série de comportamentos que os taxistas devem ter e a consequência para o não cumprimento dos mesmo".
"Prezamos por um alto padrão de qualidade, por isso temos um sistema de avaliação que garante o bom atendimento aos passageiros e casos como má conduta, taxa de cancelamento alta, fraude, documentação desatualizada, entre outros, têm como consequência o bloqueio. A 99 reforça que sempre tenta contato com o motorista por 3 vezes via telefone ou via mensagens no aplicativo antes de realizar o bloqueio", declarou.

Ministério da Saúde bate meta de vacinação contra gripe

Médico aplica vacina contra meningite
Ministério da Saúde imunizou 81,5% do público-alvo da campanha nacional de vacinação contra a gripe, que terminou hoje (20). De acordo com último balanço da pasta, 41,1 milhões de brasileiros já se protegeram contra a doença.
O Ministério enviou 54 milhões de doses da vacina para imunizar as 49,8 milhões de pessoas que fazem parte do público-alvo. A expectativa era vacinar pelo menos 80% desse grupo, considerado mais vulnerável para complicações da gripe.
Os estados que ainda não alcançaram a meta ou ainda têm doses disponíveis podem seguir vacinando a população prioritária
Até agora, 11 estados e o Distrito Federal já alcançaram a meta de vacinar 80% da população prioritária: RO (88%), AP (89,7%), PI (82,6%), AL (81,3%), MG (82,7%),ES (90,4%), SP (90,9%), PR (85,8%), SC (87,4), RS (84,8%), GO (84,1%) e DF (92,3%).
Até o momento, a região Sul apresentou o melhor desempenho em relação a cobertura vacinal contra a influenza, com 85,7%, seguida pelas regiões Sudeste (85%), Centro-Oeste (79,1%), Norte (76,7%) e Nordeste (75,6%).
A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe.
São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.
Segundo o Ministério da Saúde, até 9 de maio foram registrados 2.808 casos de influenza de todos os tipos no Brasil. Desse total, 2.375 por Influenza A (H1N1), sendo 470 mortes, com registro de um caso em que o vírus foi contraído em outro país. Os dados constam do Boletim Epidemiológico de Influenza do Ministério da Saúde.

Mensagens revelam fogo dentro de avião da EgyptAir

Avião parado da EgyptAir após desaparecimento do voo MS804, dia 19/05/2016
Várias mensagens enviadas do avião da EgyptAir que caiu no Mar Mediterrâneo com 66 pessoas a bordo mostram que havia fogo e fumaça dentro da aeronave antes do acidente, segundo um site especializado em segurança na indústria aérea.
O sistema de comunicação ACARS, que envia mensagens automáticas ao centro de manutenção e ao fabricante informando sobre o estado do aparelho, "indicava fogo a bordo", revelou o site "The Aviation Herald".
As mensagens mostram que havia "fumaça no banheiro" e também "nos sistemas eletrônicos" do avião antes do acidente da última quinta-feira, segundo divulgou o site nas últimas horas em uma informação que ainda não foi confirmada oficialmente.
O avião da Egyptair, que fazia a rota entre Paris e a cidade do Cairo, caiu no mar efetuando duas voltas bruscas após desaparecer dos radares e perder altitude a uma grande velocidade, sem que até o momento se conheçam as causas da tragédia, por isso não se descarta a possibilidade de um atentado, nem de falha técnica.
O sistema ACARS revelou que às 2h26 locais (21h26 de Brasília da quarta-feira) foi detectada fumaça no banheiro do Airbus A320 e, um minuto depois, o mesmo sistema enviou uma nova mensagem alertando que também havia fumaça proveniente dos sistemas eletrônicos.
A última comunicação enviada do avião foi às 21h29 de Brasília da quarta-feira e o contato foi perdido quatro minutos depois, segundo o "The Aviation Herald".
As Forças Armadas do Egito encontraram ontem algumas peças do avião e restos humanos em uma área no mar situada cerca de 290 quilômetros ao norte da cidade egípcia de Alexandria.
As operações de busca e resgate continuam e nelas também colaboram equipes de França, Reino Unido, Itália e Grécia, cujo ministro da Defesa, Panos Kamenos, confirmou que os restos de pelo menos "um corpo humano, dois assentos e uma ou várias peças de bagagem" foram encontrados.
Kamenos explicou que os objetos estavam em uma área situada ligeiramente ao sul de onde o A-320 desapareceu e que o avião não tinha desviado de sua trajetória de voo prevista. 

Vendas do iPhone desaceleram. É o fim do encanto da Apple?

Tim Cook
 "A empresa precisa administrar com sucesso os anúncios e as transições de produtos para se manter competitiva e estimular a demanda dos consumidores de maneira eficiente.” A frase trata dos fatores de risco para os negócios da Apple e fazia parte da demonstração anual de resultados submetida pela companhia em fins de 2006, semanas antes do anúncio do primeiro iPhone.
Nestes quase dez anos, a Apple manteve-se muitos passos à frente dessas ameaças, desafiando a gravidade como poucas vezes se viu no mundo dos negócios. O iPhone, produto mais lucrativo da história, ganha uma nova versão a cada ano: mais rápida e com novas tecnologias.
Já foram vendidas mais de 800 milhões de unidades do smartphone, recentemente apontado como o gadget mais influente de todos os tempos pela revista americana ­Time. O produto anunciado por Steve Jobs como “um telefone, um iPod e um aparelho para conectar-se à internet” hoje é muito mais do que isso.
É a plataforma de computação mais importante do planeta e um negócio que representa dois terços do faturamento da Apple. Mas o sucesso do iPhone começa a fazer sombra na empresa. Sem uma inovação do mesmo porte no horizonte e diante de sinais de desaceleração no mercado de smartphones, será que o encanto sobre consumidores e investidores começa a esmorecer? 
No início de maio, a ação da Apple tinha caído ao nível de dois anos atrás. E, nos dias 12 e 13, perdeu temporariamente o posto de companhia com o maior valor de mercado do mundo para a Alphabet, controladora do Google.
Os investidores saíram vendendo Apple porque, pela primeira vez em 13 anos, a empresa registrou queda no faturamento trimestral, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ninguém em sã consciência prevê que as ações entrem, de uma hora para a outra, numa tendência de queda continuada. No fechamento desta edição, no dia 17 de maio, os papéis da Apple voltaram a subir um pouco.
Mas esses altos e baixos parecem ter estremecido a certeza dos investidores sobre os supostos superpoderes da empresa. O iPhone é o responsável pelo resultado decepcionante. As vendas no primeiro trimestre ficaram 16% abaixo das registradas em 2015, e os números no segundo trimestre também deverão ficar aquém do esperado, segundo projeção da própria empresa.
Mas na Apple, que deverá inaugurar sua nova sede com design futurista até o final do ano, não falta otimismo. “O mercado não está crescendo”, disse Tim Cook, presidente da empresa, na mais recente teleconferência de resultados. “É reflexo do ambiente macroeconômico em várias partes do mundo. Estamos otimistas que isso vai passar e que o mercado e particularmente nós voltaremos a crescer.”
Há poucas dúvidas de que isso aconteça, porque os novos modelos de iPhone sempre são lançados na segunda metade do ano. A questão é em qual direção e a que velocidade. Especula-se que o iPhone 7 tenha lentes duplas para melhorar a qualidade das fotos, além de ser mais rápido e ter um novo visual. O iPhone 7 deve gerar uma onda de trocas, como a ocorrida um ano e meio atrás com o iPhone 6.
Mas, segundo um relatório recente da empresa de pesquisas britânica Kantar World­panel ComTech, os consumidores levam cada vez mais tempo para comprar aparelhos novos. “Os smartphones estão mais parecidos. A inovação tecnológica é medida em passos, em vez de saltos”, diz o relatório.
Somem-se a isso as já altíssimas taxas de adoção de smartphones nos países ricos e a dificuldade de competir com produtos baratos nos mercados emergentes, e o milagre da multiplicação das receitas que seduziram os investidores por uma década começa a ficar duvidoso.
O megainvestidor americano Carl Icahn é um dos que abandonaram o barco.
Icahn, conhecido por comprar grandes participações em empresas abertas para tentar influenciar a administração, chegou a ter quase 1% da Apple. Em abril, ele se desfez de tudo, uma bolada que alcançou o valor de 5  bilhões de dólares. Icahn afirma que Cook é um ótimo executivo e que as ações da empresa ainda estão baratas

Não trabalhamos com charlatanismo”, diz AMB sobre fosfo

Medicamento: mão segura pílulas de remédio
Por apertada votação, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na última quinta-feira (19), suspender provisoriamente a lei federal que liberou o porte, o uso, a distribuição e a fabricação da "pílula do câncer", ou formalmente fosfoetanolamina sintética. Foram cinco votos a quatro contra a lei sancionada por Dilma Rousseff (PT) em fins de governo.
A ADI 5501 (Ação Direta de Inconstitucionalidade) foi protocolada no Supremo pela Associação Médica Brasileira (AMB). O caso ainda deve voltar ao plenário para que ministros decidam sobre o mérito de constitucionalidade da norma.
Ainda assim, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) já se manifestou em favor da decisão e o Ministério da Saúde soltou nota dizendo que o veredito ratifica o “parecer técnico” do órgão.
O presidente da associação, Florentino Cardoso, não poupa críticas à forma que a lei foi implementada. O médico acompanha a polêmica desde que o assunto surgiu na mídia e garante que a ideia da AMB é apenas proteger pacientes de riscos.
“Os doentes temos que tratar com seriedade. Pode ficar comprovado ao final dos estudos que [a fosfo] é eficaz, mas esse não é momento”, diz.
Para ele, é estranho que uma substância “exista há 20 anos”, cure o câncer e não tenha recebido atenção até então. “O Brasil não tinha virado referência? Onde estão as pessoas curadas com esse tratamento?”
Cardoso ressalta que a comunidade científica deve trabalhar com pesquisas rigorosas, não com “charlatanismo”.
“Não vale nem a ressalva para tratamento de pacientes terminais. Num país que precisa ser sério, um medicamento não pode ser distribuído livremente com tão pouco conhecimento”, afirma o médico. “Isso é motivo de chacota na comunidade científica.”
Qual o erro em liberar a pílula, do ponto de vista técnico?
Florentino Cardoso – Não se sabe nada sobre a substância. Primeiro precisamos descobrir se este é, de fato, um medicamento. Segundo, tratando-se de um medicamento, averiguar com precisão para que serve.
Na etapa seguinte, caso sirva para tratar câncer, averiguar para quais tipos da doença. O câncer é uma enfermidade séria, que se manifesta de formas completamente diferentes a depender da ocorrência. Digamos que funciona: em que dose e qual intervalo deve ser administrado? Quais os efeitos colaterais?
É preciso deixar claro que sempre que estamos diante de um medicamento — e ainda nem podemos dizer que é um medicamento — é necessário julgar absolutamente todos os riscos e benefícios.
A história que temos é que, há mais de 20 anos, um professor de química da USP, que não é da classe médica, distribui esse medicamento para pessoas.
Imagina que alguém tem um medicamento que está há mais de 20 anos tratando câncer com resultado e ninguém sabia até agora. O Brasil não tinha virado referência? Onde estão as pessoas curadas com esse tratamento?
Como a AMB se posiciona com relação à fosfo como tratamento?
A associação não é contra a fosfoetanolamina, apenas defende que todos os estudos devem ser feitos com seriedade e rigor cientifico para colocar um remédio à disposição da população brasileira. Ninguém — nem médico, que dirá um químico — tem direito de distribuir uma substância sem passar por todos os testes.
Trabalhamos com conhecimento, não charlatanismo. O governo já liberou verba e já estão ocorrendo estudos em fase 1 e 2 relacionados a essa substancia e os resultados preliminares são de que há nenhum efeito de cura.
O Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) vai começar estudos com paciente. Estudos controlados, em que o doente deve assinar um termo de responsabilidade dizendo que os médicos estão administrando a substância, mas não sabem a efetividade daquilo. Estará ciente que é um experimento.
É assim que tem que ser. Nós motivamos e defendemos as pesquisas de acordo com as normas, nacionais e internacionais. Existem regras, cláusulas e princípios que precisam ser seguidos.
Alguns ministros do STF e médicos citaram como condição para manter a distribuição da fosfo que fosse administrada a pacientes em fase avançada da doença, ou que não estivessem respondendo ao tratamento. O que acha disso?
É um enorme equívoco. De quem não conhece a ciência médica e coloca paciente em risco.
A esposa de um paciente declarou ao Estadão que lhe tiraram a "última esperança" com a decisão de suspender a distribuição da fosfo. O que dizer a essas pessoas num momento como este?
A verdade, sempre a verdade. Não sabemos se essa substância serve para algo e, como médicos, não podemos prescrever.
Como vamos vender esperança mentindo para as pessoas? Os doentes, temos que tratar com seriedade. Pode ficar comprovado ao final dos estudos que é eficaz, mas esse não é momento.
A vida da gente é um ciclo, uns vivem mais, outros menos. Nós, médicos, sabemos que temos limitações. À luz do conhecimento atual, em nenhum lugar do mundo se cura todo paciente com câncer, diabetes, hipertensos…
Há a esperança de que seja homologada como tratamento?
O conhecimento progride rápido. Há pouco tempo, medicamentos eficazes não existiam. Mas como falar que uma substância que existe há 20 anos está aí sem comprovação?
A verdade é que não temos como prever. Mas, novamente, o câncer é como várias doenças diferentes. Não existe um medicamento que vai tratar todos os tipos.
Não vale nem a ressalva para tratamento de pacientes terminais. Num pais que precisa ser sério, um medicamento não pode ser distribuído livremente com tão pouco conhecimento. Isso é motivo de chacota na comunidade científica.

O surto de zika acabou no Brasil?

Pai segura bebê com microcefalia em Recide, 4 de fevereiro de 2016
No final do ano passado e durante os primeiros meses de 2016, muitas reportagens falaram sobre a explosão do vírus zika na América do Sul
Mais de 1,5 milhão de brasileiros contraíram a infecção. Ainda mais preocupantes foram os relatos sobre milhares de casos de microcefalia – crianças nascidas com crescimento anormal de suas cabeças devido a um dano cerebral que acontece ainda no útero da mãe. A cada semana, mais e mais crianças nasciam com o problema de desenvolvimento.
Mas estimativas recentes do Brasil reverteram essa tendência. Na última semana, o número total de casos reportados, entre os confirmados e as suspeitas, de zika com a implicação da microcefalia foi de 4.759, ou seja, 500 a menos do que dois meses atrás. 
Por que a quantidade de casos está em queda? Isso significa que os dados anteriores sobre o zika estavam errados? Acabou o pânico sobre o vírus zika?

Diagnósticos

Uma possibilidade é que a microcefalia, antes do surto de zika, tinha um número abaixo da realidade no Brasil. Antes de 2015, 200 casos eram reportados por ano no país. Porém, essa taxa parece ser surpreendentemente baixa. Estudos internacionais sugerem que a microcefalia (na ausência do vírus zika) ocorre aproximadamente em seis a cada 10.000 nascimentos. No Brasil, a taxa de natalidade é de 2,9 milhões ao ano, o que resultaria em 1.700 casos por ano.
Então, parte dos novos casos podem ter sido devido ao diagnóstico de casos de microcefalia que não eram necessariamente relatados antes da proliferação do zika.

Casos confirmados

A atenção intensa à microcefalia levou a um número inflado de diagnósticos dessa má formação cerebral? 
último documento do Ministério da Saúde brasileiro mostra que 7.438 casos de microcefalia foram notificados até dia 7 de maio. Da metade dos que foram investigados até o momento, apenas cerca de um terço (1.300) dos casos foram confirmados como incidência de microcefalia relacionada ao zika. 
Isso indica o desafio de conseguir um diagnóstico preciso. Bebês podem ter cabeças pequenas por uma série de razões, então não é surpreendente que alguns casos acabem não sendo devido ao vírus zika.

O diagnóstico mudou

Fora isso, a definição da microcefalia mudou no Brasil. Antes de dezembro de 2015, essa má formação era relacionada a recém-nascidos com cabeça que tem menos de 33 cm de circunferência. Em dezembro, especialistas decidiram que essa definição era muito generosa: ela classificaria mais de 600.000 bebês brasileiros com microcefalia, ainda que a maioria se desenvolveria normalmente. Subsequentemente, a Organização Panamericana de Saúde recomendou definições mais brandas para bebês do sexo feminino (que normalmente são menores logo que nascem), enquanto outro grupo recomendou o uso de recentes padrões de crescimento, os gráficos de Intergrowth.
Então, outra razão para a queda de registro de casos de microcefalia no Brasil é que o diagnóstico ficou mais específico.

Estatisticamente normal

A questão de como devemos definir a microcefalia sobrepõe-se com uma questão filosófica mais ampla – definimos como doença ou deficiência? Algumas condições são definidas por referência pelo que é estatisticamente normal para uma população. Mas faz sentido dizer que crianças que têm cabeças menores do que o que é usual têm uma "doença"? O que queremos saber é se o bebê tem problemas cerebrais que podem ter tido ocasionados pelo vírus zika. Mas bebês com cabeças de tamanho normal podem ter problemas causados pela zika, enquanto outras crianças têm cabeças pequenas porque é uma característica familiar. Determinar o que é uma taxa estatisticamente normal ou anormal pode ser útil para pesquisadores, mas o que importa eticamente é se algo afeta o nosso bem-estar.
Há também uma perda com o uso de diferentes critérios para identificar uma condição médica. A maioria dos casos que é identificada por meio de uma definição estrita terá um problema. Mas essas definições também podem causar a não identificação de alguns casos. Então depende se estamos mais preocupados com bebês saudáveis diagnosticados erroneamente com microcefalia ou com bebês que têm microcefalia não receberem o diagnóstico correto. 
Se estamos conduzindo pesquisa sobre o zika, seria útil ter uma definição inicialmente generosa. Isso levaria à identificação de tantos casos quanto possível e permitiria que um grande volume de informações fosse obtido sobre os efeitos da infecção. Entretanto, se estamos preocupados com os bebês individualmente, pode ser melhor termos uma definição mais estrita da má formação. Uma razão para isso é porque os bebês que têm microcefalia no Brasil irão potencialmente precisar de mais testes, particularmente tomografias computadorizadas do cérebro, que podem ter efeitos colaterais em bebês. Em um sistema de saúde com recursos limitados, pode ser importante manter o foco dos esforços nos casos mais severos.

Será o fim? 

Ainda não sabemos se a redução de casos reportados de microcefalia relacionada à zika significam que a epidemia está em seu fim. Alguns modelos da doençapreveem uma queda em casos no início de 2016. A redução pode ser por causa do aumento de níveis de imunidade ao vírus.
Entretanto, há também preocupações com relação à propagação do vírus para novas áreas e novas populações que não estão imunes a ele, particularmente nas Olimpíadas do Rio, que acontecem ainda neste ano e levarão muitas pessoas de fora para a cidade. A outra pergunta sem resposta é se os casos de microcefalia são a ponta do iceberg. É possível que a infecção por zika em mulheres grávis possa causa mais problemas cerebrais aos bebês (por exemplo, causando surdez) que não serão aparentes por algum tempo. Então, enquanto as notícias sobre a redução dos casos de zika são reconfortantes, ainda é muito cedo para relaxarmos. 

Meu carro pode ser penhorado por uma dívida no cartão?

Dívidas, cartões de crédito
Dúvida do internauta: Estou desempregada há oito meses e tenho dívidas no cheque especialcartão de crédito e empréstimo pessoal com o Santander, além de um financiamento de veículo. Já paguei 33 das 48 parcelas do carro, mas estou com uma em atraso.
Recebi uma ligação de uma suposta advogada, que informou que se eu não negociar os débitos todas as pendências serão ajuizadas e até mesmo o meu veículo será tomado pelo banco para o pagamento das dívidas. Eu disse a ela que pagarei a parcela do financiamento para o contrato ficar em dia, mas, mesmo assim, ela me ameaçou dizendo que da mesma maneira o juiz penhorará o veículo para pagamento da dívida. Gostaria de saber se isso pode mesmo acontecer.
Resposta de Ronaldo Gotlib*:
Primeiramente, é importante esclarecer que advogados, segundo o estatuto que regulamenta o exercício da profissão, não podem realizar cobranças extrajudiciais, muito menos ameaçar devedores.
O trabalho do advogado, no que diz respeito a cobranças, se limita a representar seu cliente no âmbito judicial, ou seja, através da propositura de ações judiciais. Proposta qualquer ação, a Constituição brasileira garante a todos o direito à chamada ampla defesa.
Com relação ao carro, você dificilmente terá o bem apreendido antes de oferecer defesa, caso o credor ingresse com a ação de busca e apreensão, já que uma grande parte dos valores devidos já foi paga.
Isso significa que é perfeitamente possível discutir essa dívida mantendo a posse do carro. Caso você tenha possibilidade, o ideal seria refinanciar esse saldo devido.
Quanto a dívidas de empréstimo pessoal, cartão de crédito e cheque especial, como usualmente elas não são firmadas mediante a oferta de garantias, então o seu patrimônio pessoal fica protegido pela chamada Lei da Impenhorabilidade. Esssa lei evita a perda do único imóvel, de mobiliários e eletrodomésticos, do único automóvel, entre outros.
Minha dica é que você verifique em seu contrato de empréstimo a observação acima sobre a falta de garantias, pois, caso tenha ofertado um bem para assegurar o pagamento, este poderá ser penhorado e leiloado para a quitação do débito.
Também não aconselho realizar qualquer negociação com pessoas ou empresas que não tenham sido expressamente autorizadas pelo banco a representá-lo. Antes de tomar qualquer atitude, ou mesmo conversar sobre o tema, exija uma confirmação dessa autorização, emitida pelo banco credor da dívida.
*Ronaldo Gotlib é consultor financeiro e advogado especializado nas áreas de Direito do Consumidor e Direito do Devedor. Autor dos livros “Dívidas? Tô Fora! – Um Guia para você sair do sufoco”, “Testamento – Como, onde, como e por que fazer”, “Casa Própria ou Causa Própria – A verdade sobre financiamentos habitacionais”, “Guia Jurídico do Mutuário e do candidato a Mutuário”, além de ser responsável pela elaboração do Estatuto de Proteção ao Devedor e ministrar palestras sobre educação financeira.
Perguntas, críticas e observações em relação a esta resposta? Deixe um comentário abaixo! 

As ações e setores que vão se beneficiar do corte de juros

Clientes passeiam com sacolas, compras, shopping, satisfeitos
O corte de juros previsto pelo mercado para este e o próximo ano vai beneficiar a Bolsa brasileira como um todo, mas alguns setores específicos serão mais impactados, segundo analistas.
A última versão do Boletim Focus do Banco Central, divulgada na segunda-feira (16), mostrou que a expectativa é de que a Selic (juro básico) termine 2016 em 13% ao ano. Atualmente, ela está em 14,25%. Para 2017, o mercado espera que os juros caíam a 11,50%.
"A redução de juros é importante neste momento porque diminui a alavancagem [nível de endividamento] das empresas", disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
"Muitas [empresas] tiveram que tomar crédito para lidar com o cenário econômico mais desafiador e, com o corte da Selic, ganham uma folga para tocar seus negócios", completou.
Para o analista, o setor mais beneficiado pelo afrouxamento monetário é o financeiro. Isso porque, apesar de o corte de juros reduzir o spread dos bancos, ele também permite que as instituições financeiras concedam mais crédito
A concessão de mais empréstimos pelos bancos beneficia diretamente outro setor, segundo Samuel Torres, analista da Spinelli Corretora: o imobiliário.
"O custo dos financiamentos tanto para as construtoras quanto para os compradores de imóveis cai e, com isso, as empresas do setor conseguem obter melhores resultados", disse.
Shoppings
No guarda-chuva do setor imobiliário, os shopping centers também serão beneficiados pelo corte de juros, na visão da equipe de análise do BTG Pactual, chefiada por Carlos Sequeira e Antonio Junqueira.
Em relatório, eles destacam uma companhia específica: a BR Malls (BRML3). "Nós acreditamos que a empresa deve se beneficiar de uma potencial redução da taxa de juros e depreciação do dólar", disseram.
Segundo os analistas, a BR Malls é a empresa mais alavancada entre as companhias de shopping centers. "De acordo com nossa análise de sensibilidade, o lucro da BR Malls aumentaria em 10% a cada 100 pontos-base de corte na Selic."
A equipe de análise do BTG ressaltou, no entanto, que a BR Malls é a única do segmento que possui dívida em dólar (bônus perpétuos), ou seja, seu bom desempenho na Bolsa dependeria não somente de um corte da Selic, mas também da queda da moeda americana.
"O segmento de shopping centers está performando melhor do que o esperado (uma vez que a desaceleração das vendas no varejo parece não ter afetado ainda os resultados das empresas), com uma taxa de vacância ainda baixa e inadimplência perto de níveis históricos", afirmou o BTG.
A retomada do consumo, que seria estimulada por um corte nos juros, poderia ajudar tanto os shopping centers quanto o setor de varejo como um todo.
Fora do setor imobiliário, a Localiza (RENT3) foi unanimidade entre os analistas. Isso porque o negócio da empresa demanda que ela seja alavancada: é preciso financiar a frota para depois ganhar com o aluguel dos automóveis.
"Os volumes do segmento são historicamente correlacionados à atividade econômica", disse o BTG. "Em um cenário mais construtivo para o crescimento do país, uma retomada dos volumes e um ajuste na alavancagem poderiam ocorrer bem rapidamente."

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