terça-feira, 5 de abril de 2016

WhatsApp agora codifica todas as mensagens que você envia

Whatsapp

 Se você se preocupa com vazamento de dados das suas conversas, o WhatsApp diz que você não tem mais nada a temer. A partir de hoje, todas as mensagens que você envia ou recebe no aplicativo (mesmo nos grupos) são codificadas e só podem ser lidas pelos destinatários. 

Com a oferta da criptografia ponta a ponta, o WhatsApp diz que usar o seu aplicativo é como ter uma conversa cara a cara com um amigo.

 

"Estamos orgulhosos de anunciar que concluímos um desenvolvimento tecnológico que faz do WhatsApp um líder na proteção da comunicação privada: criptografia completa de ponta a ponta (End-to-end Encryption). De agora em diante, quando você e seus contatos usarem a versão mais recente do aplicativo, cada ligação que você faz, e cada mensagem, foto, vídeo, arquivo ou mensagem de voz que você envia, são criptografadas de ponta a ponta por padrão, incluindo as conversas em grupo", informou o WhatsApp, em nota a EXAME.com. 

O anúncio desse recurso de segurança chega pouco depois de um embate judicial entre o FBI e a Apple. As autoridades pediam que a companhia desse acesso a um iPhone envolvido em uma investigação. A Apple negou o pedido, justificando que oferecer uma porta de acesso (backdoor) poderia comprometer os seus demais clientes, pois essa backdoor poderia cair nas mãos erradas, eventualmente. 

Por isso, o WhatsApp deixa clara sua posição quanto ao compartilhamento de dados de usuários com entidades policiais. "Embora reconheçamos o importante trabalho da Justiça em manter as pessoas seguras, os esforços para enfraquecer a criptografia arriscam a exposição de informações dos usuários ao abuso de criminosos virtuais, hackers e regimes opressivos", segundo a dona do app de mensagens mais popular do mundo. 

Quem quiser entender melhor como funciona a criptografia utilizada pela WhatsApp pode acessar 

A privacidade dos usuários sempre foi algo que o WhatsApp defendeu a qualquer custo. Exemplo disso foi o bloqueio judicial sofrido pelo app no Brasil no final do ano passado por não compartilhar dados de conversas de um suspeito ligado ao PCC (organização criminosa de São Paulo).  

A justificativa apresentada pela companhia foi que os dados dos usuários só permanecem nos servidores da empresa durante o breve período em que eles saem do smartphone do remetente e chegam ao aparelho do destinatário. 

A EXAME.com, o CEO da empresa responsável pelo app, Jan Koum, disse que outra medida que a empresa toma em prol da segurança dos dados dos usuários é permitir o acesso por computadores somente quando o celular está perto do usuário. Segundo Koum, o histórico de mensagens fica armazenado apenas no smartphone, evitando que uma cópia fique gravada ou no computador do usuário ou nos servidores da empresa. 

O WhatsApp diz esperar que essa medida possa ser um exemplo de como será a comunicação pessoal no futuro: livre, e não vigiada por regimes políticos opressores ou hackers.  

"As pessoas merecem ter segurança. Isso possibilita que elas se conectem com as pessoas amadas. Ela nos dá confiança para expressarmos opiniões. Ela permite que troquemos informações sensíveis com colegas, amigos e outras pessoas", escreveu Koum hoje, em seu perfil no Facebook.

Obama minimiza projeto de Trump sobre muro com México

Presidente americano Barack Obama durante conferência na Casa Branca, dia 05/04/2016

O presidente americano, Barack Obama, minimizou nesta terça-feira a proposta do aspirante republicano à Casa Branca Donald Trump de bloquear as remessas dos imigrantes mexicanos para financiar um muro na fronteira, ao considerá-la irrealista.

"Isso é outro exemplo de algo que não é devidamente analisado e é apresentado para consumo político", disse Obama na Casa Branca.

Donald Trump, o candidato favorito à indicação republicana, prometeu construir um muro para impedir a entrada no país de imigrantes ilegais e forçar o México a pagar os 8 bilhões de dólares que a obra custaria, um dos principais slogans de sua campanha à presidência.

Questionado sobre como obrigaria o México a financiar o projeto, o jornal The Washington Post anunciou que Trump lhe enviou um memorando detalhando seus planos.

Em um documento de duas páginas, Trump ameaça mudar uma disposição da lei antiterrorista (Patriot Act) a fim de reter uma parte das remessas enviadas as suas famílias pelos trabalhadores mexicanos, segundo o Post.

Os bilhões enviados ao México anualmente pelos migrantes constituem uma das principais fontes de recursos ao país, junto ao turismo e ao petróleo.

O Post ressalta que a factibilidade do plano de Trump não está clara, tanto do ponto de vista legal quanto político, alertando que a ideia pode dizimar a economia mexicana e provocar um confronto sem precedentes entre os Estados Unidos e um aliado comercial e diplomático chave.

Déficit comercial dos EUA aumenta 2,6% em fevereiro

Notas e moedas de dólar

  O déficit comercial dos Estados Unidos aumentou 2,6% em fevereiro, para US$ 47,1 bilhões, e ficou em seu maior nível em seis meses, informou nesta terça-feira o Departamento de Comércio.

O aumento foi maior do que o esperado pelos analistas, que antecipavam que o déficit ficasse em fevereiro em torno de US$ 46,2 bilhões em relação ao número revisado de US$ 45,9 bilhões do mês anterior.

 As importações dos EUA aumentaram 1,3% em fevereiro, para US$ 225,1 bilhões, impulsionadas pela compra de produtos farmacêuticos e a demanda de aviões civis e outras categorias como roupas e telefones celulares.

Quanto às exportações, também aumentaram (1%) em fevereiro, para um total de US$ 178,1 bilhões, com lucro nos setores de veículos e produtos agrícolas, de acordo com o relatório do governo.

A demanda de produtos americanos foi especialmente frágil em fevereiro em Ásia, América do Sul e América Central.

As exportações à China caíram para o nível mais baixo desde meados de 2011, enquanto as destinadas à América do Sul e América Central foram as menores em seis anos.

Etanol mais barato dos EUA enche tanques no Brasil

Carro sendo abastecido com etanol

Na fábrica da Plymouth Energy, no coração do cinturão do milho dos EUA -- onde o combustível produzido localmente a partir do grão supostamente diminuiria a dependência americana do petróleo estrangeiro --, cada gota do etanol produzido vai para os motoristas do Brasil.

Como muitas destilarias do centro-oeste dos EUA, a planta da Plymouth em Merrill, Iowa, foi construída há uma década para um mercado americano que importava etanol para atender leis que exigiam um uso maior de combustíveis renováveis.

Desde então, a capacidade excedente e a abundância de gasolina barata causaram prejuízos e forçaram o setor a procurar novos mercados.

Isso ajudou a impulsionar as exportações para lugares distantes como a China, mas o comprador mais surpreendente dos últimos meses foi o Brasil, o segundo maior produtor mundial.

Embora o Brasil produza etanol a partir da cana-de-açúcar, o custo aumentou porque a turbulência político-econômica provocou a aceleração da inflação.

Em um momento em que o preço da gasolina atinge níveis recorde, os proprietários de carros bicombustível que podem optar pelo etanol o fizeram e os estoques caíram 75 por cento em relação ao ano anterior.

No mês passado, o combustível importado registrou o preço mais barato em relação à oferta local desde 2011, oferecendo pelo menos uma sobrevida temporária às produtoras americanas, que estão em dificuldades.

“O mercado de exportação é a única esperança do mercado americano para equilibrar a oferta”, disse Christoph Berg, diretor-gerente da empresa de pesquisa de commodities F.O. Licht em Ratzeburg, Alemanha.

“Sem isso, você pode ter que fechar plantas ou pelo menos desativá-las temporariamente”.

Exportando mais

Após importar um total recorde de 452 milhões de galões (1,7 bilhão de litros) do Brasil há uma década, os EUA exportaram 5,7 por cento de sua produção em 2015, mais do que o triplo da taxa média dos anos anteriores a 2011, mostram dados do governo americano.

O Brasil se tornou o segundo maior consumidor do etanol dos EUA, atrás do Canadá. As Filipinas, a China, a Coreia do Sul e a Índia completam a lista dos principais importadores.

As vendas ao exterior ajudaram a diminuir os problemas de algumas destilarias dos EUA, incluindo a Plymouth, que é capaz de produzir 50 milhões de galões, ou 189 milhões de litros, por ano.

As exportações da empresa para o Brasil subiram para 100 por cento da produção, contrastando com as exportações periódicas que começaram em 2012 e incluíam vendas à Europa, à Índia, ao Peru e aos Emirados Árabes Unidos, disse o diretor-executivo da empresa, Eamonn Byrne.

“É simples, há muito etanol por aqui”, disse Byrne, acrescentando que nunca esperou enviar combustível para fora dos EUA. “Esses mercados são muito, muito pesados”.

Diferença no preço

A demanda do Brasil poderá acelerar neste ano devido à crescente diferença entre o custo da oferta doméstica e as importações, disse Mark Marquis, fundador e CEO da Marquis Energy, produtora de etanol com sede em Hennepin, Illinois, nos EUA.

A gasolina vendida no varejo em São Paulo, atingiu uma alta histórica de R$ 3,57 (US$ 1) por litro no mês passado e está 13 por cento mais caro que um ano antes, que já era um recorde na época, segundo a Agência Nacional do Petróleo.

O etanol subiu ainda mais, registrando alta de 32 por cento em relação ao ano anterior, para R$ 2,74 por litro.

Embora no Brasil cerca de 27 por cento de toda a gasolina contenha etanol, os custos mais elevados impulsionaram a demanda por etanol hidratado -- o tipo usado nos carros bicombustíveis.

No fim do mês passado, os estoques domésticos do combustível caíram para cerca de 300 milhões de litros, contra 1,2 bilhão um ano antes, segundo a consultoria Datagro, que tem sede em São Paulo.

Pelos preços atuais o etanol doméstico é 42 por cento mais caro do que o custo de importação da oferta dos EUA dos portos do Golfo do México, mostram dados do governo. Em 22 de março, a diferença de preço atingiu R$ 0,75, a maior desde maio de 2011.

A alta pode não durar. O alto custo do combustível está criando um incentivo para que as processadoras de cana produzam mais etanol em vez de açúcar refinado, o que poderá recuperar os estoques e reduzir os preços.

E embora as exportações dos EUA para o Brasil em dezembro e janeiro tenham sido as mais elevadas desde maio, elas representaram menos da metade das compras do ano anterior, mostram dados do governo.

Ferramenta torna mais fácil compartilhar tuítes particulares

Twitter em tela de celular

O Twitter está oferecendo uma nova ferramenta que tornará mais fácil o compartilhamento de tuítes de forma privada com amigos, disse a empresa nesta terça-feira.

A ferramenta "botão de mensagens" atualiza uma opção existente que permite que tuítes sejam enviados de maneira privada por mensagens diretas.

O Twitter disse que a ferramenta estará disponível a partir desta terça-feira para plataformas móveis com os sistemas iOS e Android.

Putin anuncia criação de Guarda Nacional

Exército russo em Moscou

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira a criação de uma Guarda Nacional para lutar contra "o terrorismo e o crime organizado", como parte de uma reorganização do ministério do Interior.

Putin informou em uma entrevista televisionada com o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev, que a nova guarda também vai incorporar policiais e unidades de elite.

 "A crise econômica continua e pode levar a uma crise social", disse Konstantin Kalachev, diretor de consultoria Political Expert Group, com sede em Moscou.

"Isto implica um reforço das forças de segurança, que devem se preparar para o pior", disse ele.

Putin não especificou quantos efetivos farão parte da nova guarda ou em que data será implementada.

O presidente russo alertou em fevereiro que as forças de segurança deveriam permanecer vigilantes, num momento em que "inimigos estrangeiros" tentavam perturbar as próximas eleições parlamentares de setembro.

Governo lança portal com simulado e "MECflix" para Enem

Ministro Aloizio Mercadante concede entrevista em Brasília

 Entra no ar nesta terça-feira, 5, o portal Hora do Enem, uma plataforma online onde alunos poderão fazer simulados, fazer exercícios e assistir ao "MECflix", uma biblioteca de videoaulas sobre os conteúdos que caem na prova.

O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em cerimônia no Palácio do Planalto.

 O primeiro simulado já acontece no dia 30 deste mês. O sistema estará disponível da meia-noite às 20 horas - mas o aluno só terá 4 horas para realizar o exame a partir do momento que acessar a plataforma.

A prova será formada por 80 questões, com conteúdos correspondentes ao que o estudante de ensino médio aprendeu até a data. Outros simulados estão marcados para 25 de junho, 13 de agosto e 8 e 9 de outubro.

"Na hora já dá para saber a nota que ele tiraria no Enem e se essa nota é menor ou maior que a média. O sistema também diagnostica onde o candidato está indo bem ou mal", disse o ministro, ressaltando que os simulados também são um teste para verificar a viabilidade de, no futuro, o Enem ser aplicado online.

Mais de 2,2 milhões de alunos do terceiro ano do ensino médio - de escolas públicas e privadas - devem se beneficiar da iniciativa.

O MEC estima que, se o estudante estudar 2 horas e meia por dia na plataforma, as chances de melhorar o desempenho no Enem pode chegar a 30%.

O portal também oferece ao candidato um plano individualizado de estudos, com base na concorrência do curso e universidades nas quais ele pretende pleitear uma vaga.

"Cada pessoa tem seus próprios sonhos e suas próprias dificuldades. A plataforma assegura que todos tenham oportunidades semelhantes, no sentido de ter acesso a conteúdos excepcionais de forma gratuita", afirmou a presidente Dilma Rousseff durante a cerimônia.

A inscrição para o primeiro simulado já pode ser feita no portal. A prova estará disponível para celular, tablets, notebooks e computadores. Para os que não têm acesso à internet, o MEC disponibilizará 120 mil vagas em laboratórios de informática em câmpus de universidades e institutos federais.

A plataforma Hora do Enem também estará na televisão. A TV Escola transmitirá videoaulas diariamente às 18 horas, com reprises às 7 horas e às 13 horas. Outros 40 canais comunitários, universitários e legislativos também devem transmitir o programa.

UnB e ONU debatem violência contra mulher nas universidades

Mulher luta pelos seus próprios direitos e pela vida

 O Decanato de Assuntos Comunitários da Universidade de Brasília (UnB) discutiu hoje (5) propostas da comunidade acadêmica para a conscientização, prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres na instituição.

O debate ocorre após a morte da estudante de biologia Louise Ribeiro, 20 anos, assassinada na UnB em 10 de março pelo ex-namorado e colega de curso, e em meio a relatos de machismo e violência contra mulher dentro dos campi.

 A reunião e as ações propostas têm apoio da ONU Mulheres no Brasil. Segundo a decana de Assuntos Comunitários, Thérèse Hofmann, a ideia é otimizar todas ações e competências que a universidade tem e organizar uma rede para atender à comunidade acadêmica, incluindo parcerias externas.

As ações propostas hoje foram pensadas a partir de demandas das alunas, professoras e funcionárias. “Ficamos muito felizes com as novas contribuições. Partimos de uma base que poderia ser rejeitada, mas teve um bom acolhimento. Mas a Reitoria não vai fazer nada sozinha, o pressuposto da criação de uma rede é isso, agregar as competências”, disse.

Segundo a coordenadora da campanha da ONU Mulheres “Valente não é violento”, Amanda Kamanchek, a agência das Nações Unidas e a UnB assumiram o compromisso institucional de atuar para prevenir a violência contra mulheres por meio de um memorando de entendimento assinado em outubro de 2015, e algumas ações já foram desenvolvidas de lá para cá.

“Isso foi reforçado agora, com a morte da Louise, quando vimos a importância de trabalhar esse assunto e quanto os homens ainda precisam ouvir essa mensagem de que valente não é violento”, disse.

A UnB também já aderiu ao Movimento ElesPorElas (HeForShe) de Solidariedade pela Igualdade de Gênero, proposto pela ONU Mulheres, para mobilizar especialmente os homens e meninos na defesa dos direitos de mulheres e meninas.

Propostas para a UnB

Segundo Thérèse Hofmann, algumas propostas já podem ser efetivadas em 2016 e devem ser continuadas e repetidas a cada semestre, quando a universidade recebe mais de quatro mil novos estudantes. As propostas recebidas da comunidade acadêmica durante o debate serão analisadas e articuladas com os demais entes da universidade.

A primeira sugestão apresentada nesta terça-feira foi a de um curso de extensão sobre masculinidade para homens, incluindo docentes e técnicos administrativos.

“A ideia é que os homens possam refletir quais são as atitudes e comportamentos que levam à violência contra as mulheres. Para que eles entendam e possam desconstruir valores machistas. É um espaço para que eles se modifiquem”, disse Amanda, da ONU Mulheres.

Outras iniciativas de formação incluem cursos de extensão sobre feminicídio; formação de professoras e professores em gênero e relações raciais; criação de disciplina sobre pensamento social brasileiro e relações de gênero; e realização de um ciclo de palestras sobre direitos das mulheres.

Entre as propostas administrativas estão a auditoria de segurança das mulheres nos campi da UnB; campanha pelo fim da violência contras as mulheres, preparadas e discutidas pelos próprios estudantes; concurso de vídeos de um minuto com o tema da campanha da ONU Mulheres; promoção de trote sem violência, racismo, sexismo e lesbohomotransfobia; e inclusão do tema diversidade na revista ParticipAção, do Decanato de Extensão.

Acolhimento

Para a professora Lourdes Bandeira, do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher, a violência contra mulher tem se acirrado não só na universidade mas na sociedade brasileira.

“E como universidade temos que contribuir para que essa violência deixe de existir, como o caso que tivemos recentemente [da morte da estudante Louise], sem contar o cotidiano que é pautado por assédios e violências simbólicas, além do estupro”, disse.

Segundo Lourdes, as atividades propostas no debate de hoje são positivas, mas devem ser articuladas para ter visibilidade e abrangência maiores. A professora sugere que a UnB tenha um centro de acolhimento, com equipe multidisciplinar, para prestar informações, alertar e atender a mulheres e homens que sofrem ou sofreram violência de gênero.

“Quando a Louise recebeu o e-mail do ex-namorado dizendo que ele queria se matar, se ela tivesse passado em um centro desse teria sido mais difícil aquilo acontecer.”

O STF pode obrigar abertura do impeachment de Temer?

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Michel Temer

A determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, para que a Câmara dos Deputados dê sequência ao pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer, divide opiniões entre juristas. 

O movimento é uma resposta ao pedido do advogado mineiro Mariel Márley Marra, que protocolou uma denúncia contra Temer em dezembro do ano passado.

Marra acusa o peemedebista de ter cometido crime de responsabilidade ao assinar decretos que autorizam a abertura de crédito suplementar sem a autorização do Congresso. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entendeu que não havia indício de crime e arquivou o documento. 

Segundo especialistas ouvidos por EXAME.com, o acolhimento de um pedido de impedimento contra presidentes, vices e ministros é privativo ao Poder Legislativo. Mesmo assim, na opinião de alguns, o STF tem o direito de questionar a legalidade das ações da Casa. 

Para Humberto Fabretti,  professor de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o ministro Marco Aurélio interpretou que as acusações formalizadas no pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff seguem os mesmos moldes da denúncia contra Temer.

“Na minha avaliação, o procedimento do ministro está adequado”, diz. “O que o STF pede é que se dê o tratamento isotônico às lideranças”. 

Segundo Fabretti, se os requisitos preenchidos no processo de Dilma são os mesmos no de Temer, a Câmara deveria dar sequência ao pedido.

“O Supremo é o último guardião da Constituição. Dessa forma, se ele entender que a decisão de Cunha foi inconstitucional, ele tem autoridade suficiente para questionar a análise. Não é um poder arbitrário do presidente da Câmara em processar quem ele quiser

Não é o que avalia Fábio Medina Osório, especialista em improbidade administrativa pela Universidade Complutense de Madrid e presidente do Instituto Internacional de Estudos de Direito do Estado.

“Cabe exclusivamente ao deputado Eduardo Cunha decidir sobre a rejeição ou acolhimento deste pedido de impeachment. Não caberia ao STF entrar no mérito desta discussão, até porque, o Supremo não é autor de pedido de impeachment”, afirma. 

Para o jurista, “não há dúvidas de que o plenário do Supremo reverterá a decisão isolada e abusiva do ministro Marco Aurélio”.

Prevendo uma possível decisão do Supremo no sentido de obrigar a abertura do processo de impedimento do mandato do vice-presidente da República, a Câmara se manifestou em uma minuta divulgada pelo advogado Renato Oliveira Ramos nesta segunda-feira (4).

"Nunca, jamais, pode-se admitir tamanha intervenção em ato próprio de outro Poder da República, a ponto de autorizar a substituição da competência do órgão legislativo por decisão judicial", diz o texto. 

Caso Eduardo Cunha recorra, a deliberação será avaliada pelo plenário da Corte. Em caso de um parecer favorável, o STF obriga a Câmara dos Deputados a abrir o processo de impeachment contra Michel Temer.

Leia a íntegra da decisão do ministro. 

As diretrizes do Walmart, Microsoft e AES em tempos de crise

Paula Bellizia - CEO da Microsoft Brasil

O que negócios tão díspares quanto o de tecnologia, varejo e energia têm em comum? Muita coisa, principalmente em uma época em que a incerteza é a única coisa certa.

Um evento da Amcham-Brasil, na capital paulista, reuniu na manhã de hoje os presidentes do Walmart, Microsoft e AES para discutir o que fazer em tempos de crise. 

 

Todos concordaram que o Brasil deve se recuperar em médio prazo e que é preciso investir mais em capacitação, inovação e maior produtividade.

Mas também foram realistas sobre as barreiras tributárias e de competitividade no país.

“Nossa estratégia hoje é focar no que conseguimos controlar e pensar em como fazer mais e melhor”, afirma Bellizia, presidente da Microsoft.

Além de métricas de competitividade, a empresa tem trabalhado em dois grandes temas: educação, com a capacitação de jovens, e empreendedorismo.

“Sabemos que tudo que se mede, se melhora, e é certo que a tecnologia pode ajudar na redução de custos para empresas, além de base para novos negócios”, diz Bellizia.

A mesma linha de fazer o mesmo, de um jeito melhor e mais competitivo é regra no Walmart Brasil, que teve faturamento cima de R$ 29 bilhões, em 2015.

“Este ano teremos todas as nossas 485 lojas no país integradas, o que deve gerar menos custo e mais produtividade”, diz Flávio Cotini, presidente da rede varejista no país.

A iniciativa levou anos para ser concluída e recebeu um investimento de R$ 1 bilhão, apenas no ano passado. Outros investimentos em melhorias de processos serão feitos neste ano.

“Nosso lema é operar por menos e, quando discutimos estratégia, pensamos em melhorias que vão da reposição de estoque a ganhos de escala e eficiência por funcionários”, diz.

Novos cenários

Para a AES, as questões vão além, acredita Julian Nebreda, presidente da companhia.

De acordo com ele, mudanças setoriais são hoje essenciais para fazer com que o setor como um todo seja mais competitivo.

Mudanças que tragam um sistema regulatório mais estável, que permita as empresas de energia receberem investimento privado para inovar são a grande urgência.

“Precisamos buscar um novo modelo para sermos mais competitivos”, disse Nebreda, que salientou a necessidade de se investir em energia renovável no país.

“Energia renovável não é mais futuro, mas presente”, afirmou ele. “Precisamos de condições mais estáveis para inovar neste sentido”.

Para os três executivos, o momento hoje é de transformação da economia, que impõem outras maneiras das empresas (e pessoas) pensar, agir, consumir, se posicionar.

É o cenário mais promissor possível para se inovar na maneira de lidar com todo o entorno e investir em iniciativas que sejam sustentáveis.

HP cria notebook mais fino e potente do que o MacBook

Notebook HP Spectre 2016

 O MacBook é conhecido por ser um computador portátil bastante fino. Mas, nesta semana, a HP anunciou um notebook que é ainda menos espesso. Chamado Spectre, o gadget é também mais potente do que o produto da Apple, porque usa um processador da linha Intel Core i, e não um Core M, que tem menos poder de processamento.  O Spectre pesa 1,11 kg e tem espessura de 10,4 mm, ou seja, a mesma finura de uma pilha palito (AAA). O MacBook mais fino tem 13,3 mm.

 A pouca espessura não comprometeu o tempo de uso longe da tomada: a duração da bateria prometida pela HP para o seu novo notebook é de nove horas e meia, mesmo contando com uma tela de 13,3 polegadas de resolução Full HD, algo que poderia fazer o aparelho consumir muita energia. 

O novo Spectre tem processador Intel de sexta geração (Core i5 ou i7), 8 GB de memória RAM, opções de até 512 GB de armazenamento em SSD (disco sólido, que oferece maior velocidade para acessar arquivos e programas) e três portas USB tipo C, a mesma usada pela Apple no MacBook mais recente. 

Notebook HP Spectre 2016

O preço do aparelho nos Estados Unidos será de 1.250 dólares quando ele chegar às lojas, o que está previsto para acontecer em 22 de maio deste ano. No Brasil, seus concorrentes da Apple, Dell, Lenovo e Samsung têm preços que variam de 6.500 reais a 13 mil reais. 

Versões de luxo do Spectre, com revestimento de ouro 18 quilates ou Swaroviski, serão lançadas em breve no mercado americano, mas a HP ainda não anunciou preços. 

Como aponta o The Verge, o Spectre não é só um laptop com visual premium, ele realmente oferece uma experiência de uso premium graças ao processador mais potente do que o Intel Core M.

STF manda Cunha acolher impeachment de Temer

O vice-presidente Michel Temer em Brasília. Em 05/05

 O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, determinou nesta terça-feira que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, dê continuidade ao processo de  abertura de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer

Em dezembro do ano passado, o advogado mineiro Mariel Márley Marra protocolou o pedido na Câmara dos Deputados, sob a justificativa de que Temer cometeu crime de responsabilidade ao assinar decretos que autorizam a abertura de crédito suplementar sem a autorização do Congresso. O pedido, no entanto, foi arquivado pelo presidente da Casa.

A prática é um dos argumentos do requerimento contra Dilma Rousseff, que tramita na Comissão Especial de Impeachment na Câmara.

Marra recorreu ao STF alegando que Cunha não poderia ter julgado sozinho a abertura do processo e que deveria abrir uma comissão para decidir sobre a abertura do processo contra Temer. 

Marco Aurélio Mello concordou com esse argumento e determinou a formação de uma comissão especial, nos moldes da que analisa o processo de deposição da petista, para avaliar a denúncia contra o peemedebista.

Em sua decisão, o magistrado pondera que a determinação não emite "qualquer compreensão quanto à conduta do vice-presidente da República, revelada na edição dos decretos". O problema, segundo ele, é que Cunha não respeitou formalidades legais para o prosseguimento do impeachment.

"O presidente da Câmara dos Deputados, após proclamar o atendimento dos requisitos formais da denúncia, a apreciou quanto ao mérito - a procedência ou improcedência -, queimando etapas que, em última análise, consubstanciam questões de essencialidade maior", afirmou. 

Nesta terça, Temer anunciou que irá se licenciar da presidência do PMDB - cargo que ocupa há 15 anos - para que o senador Romero Jucá, que o substitui, "tenha condições de defender o partido dos ataques que vêm sofrendo nos últimos dias". Isso acontece uma semana depois que a sigla anunciou o fim da aliança com o governo.

Aumento dos pedidos de asilo complica expulsões de migrantes

Refugiados presos na Grécia observam navios, em Atenas, dia 11/03/2016

O aumento das demandas de asilo nos últimos dias e os confrontos entre migrantes na ilha de Quios complicavam nesta terça-feira a expulsão de migrantes da Grécia, em virtude do acordo entre a UE e a Turquia.

Durante o dia não está prevista nenhuma expulsão, após a operação de segunda-feira, a primeira do tipo, durante a qual 202 migrantes que não haviam solicitado asilo foram levados das ilhas gregas de Lesbos e Quios para o porto turco de Dikili.

As expulsões serão retomadas quando tivermos "um número suficiente" de migrantes e se as autoridades turcas aprovarem, disse à AFP Giorgos Kyritsis, porta-voz do Serviço Grego de Coordenação da Política Migratória (SOMP).

A Turquia informou que a operação pode ser retomada na quarta-feira.

Nas duas ilhas gregas, principal ponto de entrada na Europa dos migrantes em 2015, o processo de expulsão registrou uma desaceleração com o aumento de solicitações de asilo dos últimos dias, afirmou Kyritsis.

Estas pessoas chegaram à Grécia depois de 20 de março e podem ser expulsas do país. Agora, as autoridades gregas terão que revisar as listas provisórias, segundo o porta-voz.

Em Quios, a situação ficou ainda mais complicada com a recusa de vários migrantes e refugiados de retornar ao campo de retenção de Vial, de onde são organizadas as expulsões.

Muitos deles, quase 600 segundo a imprensa local, fugiram na sexta-feira do campo após confrontos entre grupos de migrantes e as autoridades tentam convencê-los a retornar ao campo.

"Estas pessoas não podem ficar na cidade", disse Giorgos Kyritsis, que no entanto descartou uma intervenção policial.

Futuro da Grécia no euro pode estar novamente em perigo

Bandeira da Grécia

A Grécia poderia enfrentar novamente a ameaça de ser empurrada para o calote e para fora da zona do euro se a revisão do programa de resgate se estender até junho ou julho, segundo autoridades europeias responsáveis por monitorar o lento progresso das negociações do primeiro-ministro Alexis Tsipras com os credores.

A Grécia ainda não chegou a um acordo sobre pensões, administração tributária e déficit fiscal. Outros assuntos, como empréstimos inadimplentes e a proposta de um fundo de privatização continuam desacelerando as negociações, disseram as autoridades europeias, que pediram anonimato porque as discussões estão em andamento. O Fundo Monetário Internacional apresenta outro obstáculo, disseram eles.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, se viu envolvida em uma discussão com Tsipras durante o fim de semana, quando o líder grego questionou a “boa fé” dos representantes do fundo envolvidos nas negociações depois que o WikiLeaks publicou em 2 de abril a suposta transcrição de um telefonema interno do FMI. Em resposta, Lagarde divulgou uma carta insinuando que o governo grego havia espionado sua equipe e vazado o documento. A transcrição mostra três representantes do FMI discutindo formas de pressionar a chanceler alemã Angela Merkel para que ela cedesse aos pedidos de alívio para a dívida grega.

Os bonds gregos caíram e o yield nas notas com vencimento em 2017 subiram 130 pontos-base, para 10,22 por cento, às 11h20 em Atenas. Este é o maior salto nos yields em mais de duas semanas e o primeiro em quatro sessões.

O membro mais endividado da zona do euro quase foi expulso do mercado comum em julho passado antes que os líderes nacionais concordassem com um terceiro pacote de resgate após negociarem durante toda uma noite em Bruxelas. Merkel ajudou a resolver o impasse alertando que deixar a Grécia fora da zona do euro seria uma atitude imprudente e semearia o caos.

Embora as autoridades europeias tenham se mostrado publicamente otimistas em relação às perspectivas para a revisão do resgate, todos os lados mostraram dúvidas em relação à capacidade da Grécia de cumprir os rígidos objetivos orçamentários fixados pelo programa no ano passado. Essas preocupações aumentaram com a perda de aliados do partido de Tsipras, o Syriza, e porque a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu enfrentam mais exigências dos negociadores do FMI.

“A probabilidade de que haja outra crise grega no verão é relativamente alta”, disse Carsten Brzeski, economista-chefe do ING Diba em Frankfurt. “Considerando o ritmo extremamente lento das implementações, a revisão, a perda de popularidade do Syriza nas pesquisas de opinião e o escasso interesse pelo alívio da dívida, entendo que a próxima crise já está se formando. É apenas questão de tempo para que aconteça”.

Retornos dos credores

Os chefes da missão da comissão, do BCE e do FMI deveriam retornar a Atenas no sábado para retomar o trabalho sobre a revisão do resgate, que eles antes esperavam concluir em novembro. As finanças da Grécia precisam fazer frente a uma série de pagamentos que culmina com o vencimento de 2,3 bilhões de euros (US$ 2,6 bilhões) em 20 de julho. O governo não receberá outra infusão de seu programa de 86 bilhões de euros enquanto seu progresso no cumprimento das condições não for endossado.

Três representantes do FMI disseram que o pagamento de julho, juntamente com a crise dos refugiados e o referendo de saída do Reino Unido da UE eram acontecimentos cruciais que poderiam ajudar a forçar Merkel a aceitar seus pedidos pelo alívio da dívida, segundo a transcrição do WikiLeaks.

A Grécia disse que está disposta a aceitar medidas orçamentárias adicionais equivalentes a 3 por cento de seu produto interno bruto, um compromisso visto como suficiente pelos credores do país da zona do euro. Poul Thomsen, chefe do departamento europeu do FMI, pediu um esforço fiscal adicional equivalente a pelo menos 4,5 por cento do PIB grego. Dois representantes familiarizados com as negociações disseram que o FMI poderá aceitar a última proposta grega desde que a zona do euro cubra a diferença com o alívio da dívida.

“Estamos negociando duramente e as coisas estão indo bem”, disse o vice-ministro das Finanças grego, Tryfon Alexiadis, em entrevista em Atenas na quarta-feira.

Queda na conta de luz ajuda a conter inflação da baixa renda

Conta de luz - energia elétrica

 A conta de luz voltou a ficar mais barata em março para as famílias de baixa renda e ajudou a frear a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A tarifa de eletricidade residencial, que já tinha recuado 2,33% em fevereiro, acentuou a queda para 4,09% em março. No mesmo período, a inflação pelo IPC-C1 desacelerou de 0,73% para 0,44%.

Quatro das oito classes de despesa que integram o indicador tiveram taxas de variação menores do que no mês anterior: Transportes (de 1,55% em fevereiro para 0,19% em março), Habitação (de 0,08% para -0,43%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,58% para 0,36%) e Despesas Diversas (de 1,84% para 0,97%).

Além da conta de luz, outros destaques foram as tarifa de ônibus urbano (de 1,82% em fevereiro para 0,06% em março), artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,93% para 0,27%) e cigarros (de 3,02% para 1,27%).

Na direção oposta, houve aceleração no ritmo de aumento de preços nos grupos Alimentação (de 1,01% para 1,21%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,38% para 0,42%), Vestuário (de 0,31% para 0,37%) e Comunicação (de 0,66% para 0,69%).

Segundo a FGV, os itens que contribuíram para o movimento foram itens laticínios (de 0,85% para 2,89%), hotel (de -1,97% para -0,21%), roupas (de 0,21% para 0,50%) e tarifa de telefone móvel (de 1,07% para 1,45%).

A taxa do IPC-C1 de março foi inferior à inflação média apurada entre as famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos. O Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-Br) mostrou alta de 0,50% no mês passado. Ambos são calculados pela FGV.

No acumulado em 12 meses, entretanto, o IPC-C1 ficou em 9,99%, patamar superior ao do IPC-BR, que avançou a 9,37% em igual período.

Governo quer leiloar resseguradora IRB para reforçar caixa

Dinheiro: notas de real

 A equipe econômica estuda a viabilidade de fazer uma venda em leilão da resseguradora IRB Brasil Re em substituição à proposta inicial de realizar uma oferta pública de ações (IPO), na Bolsa.

A operação de abertura de capital da maior resseguradora do país estava prevista para ser realizada no ano passado, mas foi suspensa por falta de condições favoráveis do mercado em meio ao agravamento da crise econômica. Agora, o governo avalia mudar a modelagem.

Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o Ministério da Fazenda está conversando com os sócios privados do IRB para tentar fazer um leilão na Bolsa de Valores para alienação da resseguradora no segundo semestre.

O governo tem recebido sinalizações importantes de grandes empresas resseguradoras internacionais interessadas na compra do IRB.

A União é sócia majoritária do IRB. Ao lado do governo, fazem parte da composição acionária da empresa a BB Seguros Participações, a Bradesco Auto Re Companhia de Seguros, a Itaú Seguros, a Itaú Vida e Previdência e o Fundo de Investimento em Participações Caixa Barcelona.

Mudança de planos

O pedido de interrupção da oferta de ações foi protocolado em novembro do ano passado, pouco depois da suspensão da operação da Caixa Seguridade, que também teria o capital aberto. As duas operações foram incluídas na previsão de receitas extraordinárias do Orçamento deste ano.

A expectativa é que possam reforçar o caixa do governo e ajudar a diminuir o rombo das contas públicas esperado para 2016.

A expectativa inicial era de que os dois IPOs movimentassem em torno de R$ 13 bilhões, cifra que foi sendo significativamente jogada para baixo com o agravamento da situação econômica ao longo do ano.

Segundo um integrante da equipe econômica, uma nova modelagem por meio de uma alienação das ações do IRB poderá ser uma operação mais rápida.

A transferência de parte do IRB para o setor privado é um projeto antigo do governo. Em outubro de 2013, o conselho da resseguradora aprovou a abertura de capital, com prazo de implementação em cinco anos. A medida, porém, ficou em banho-maria ao longo de 2014.

Em meados do ano passado, pressionado pela queda da arrecadação, o então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, retomou a ideia.

O IPO da resseguradora foi programado para o início de outubro e a estimativa, à época, era que ele movimentaria R$ 4 bilhões. A transação resultaria no recolhimento de cerca de R$ 1,8 bilhão em tributos, o que reforçaria o caixa federal.

Porém, o agravamento da crise política criou um ambiente adverso para o negócio, com uma forte queda no valor estimado dos papéis. Por isso, o plano foi novamente posto em espera.

Em 2015, o IRB registrou o maior lucro líquido de sua história: R$ 764 milhões, quase o dobro do obtido em 2014. O volume de prêmios cresceu 35%, com um total de RS$ 4,3 bilhões de prêmios emitidos ano passado.

O IRB foi fundado em 1939 e por 70 anos teve o monopólio do mercado.

Inflação para famílias de baixa renda tem queda de 0,44%

Frutas e vegetais em promoção dentro de supermercado Dixy em Moscou, Rússia, dia 01/12/2015

A inflação para as famílias que ganham entre um e 2,5 salários mínimos recuou de fevereiro para março, fechando o mês com queda de 0,44%, índice menor do que a que mede a variação de preços para as famílias que ganham mais, até 33 salários.

Segundo dados divulgados hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), em março a alta do Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), que mede a variação dos preços das famílias que ganham até 2,5 salários, apresentou redução de 0,44%, taxa 0,29 ponto percentual abaixo da apurada em fevereiro, quando o índice registrou variação de 0,73%.

Com o resultado, o indicador acumula alta de 3,1%, no ano e, 9,99%, nos últimos 12 meses.

Já a variação do IPC-BR (que mede a alta de preços para as famílias que ganham até 33 salários) subiu em março 0,5% (0,06 ponto percentual acima do IPCC-C1), enquanto a taxa dos últimos 12 meses ficou em 9,37% - neste caso, 0,62 ponto percentual superior ao valor anualizado medido para o IPC-BR.

Segundo os dados divulgados pela FGV, quatro das oito classes de despesa componentes do índice das famílias de menor renda apresentaram decréscimo em suas taxas de variação, com destaque para transporte, que chegou a cair 1,36 ponto percentual entre fevereiro e março (1,55% para 0,19%); habitação (queda de 0,08% para uma inflação negativa de 0,43%); saúde e cuidados pessoais (0,58% para 0,36%) e despesas diversas (1,84% para 0,97%).

De acordo com a FGV, nestes grupos os destaques partiram dos itens tarifa de ônibus urbano (1,82% para 0,06%), tarifa de eletricidade residencial (-2,33% para -4,09%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,93% para 0,27%) e cigarros (3,02% para 1,27%).

Aumentos

Em contrapartida, apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos alimentação (1,01% para 1,21%), educação, leitura e recreação (0,38% para 0,42%), vestuário (0,31% para 0,37%) e comunicação (0,66% para 0,69%).

Nestas classes de despesa, destacam-se os itens laticínios (0,85% para 2,89%), hotel (-1,97% para -0,21%), roupas (0,21% para 0,50%) e tarifa de telefone móvel (1,07% para 1,45%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mede a variação de preços de um conjunto fixo de bens e serviços componentes de despesas habituais de famílias com nível de renda de até 2,5 salários em sete das principais capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília.

União Europeia já tem desemprego inferior ao do Brasil

Desemprego na Espanha

 A Europa, epicentro da crise econômica mundial por anos, já tem uma taxa de desemprego inferior ao que se registra hoje no Brasil.

Dados publicados nesta segunda-feira, 4, revelam que os 28 países do bloco europeu somaram uma taxa de desemprego de 8,9% em fevereiro. No Brasil, a taxa do IBGE era de 9,5% no trimestre encerrado em janeiro.

Os novos números mostram que, no total, 18 dos 28 países da UE já contam com taxas de desemprego abaixo do que se vê no Brasil, um contraste com o cenário de diversos encontros entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff com líderes europeus.

Durante o auge da crise europeia, milhares de espanhóis e portugueses decidiram tentar a chance no Brasil, enquanto os brasileiros que trabalhavam na Europa optaram pelo caminho do retorno ao país, em pleno crescimento.

Mas, segundo os novos dados oficiais da UE, a taxa de desemprego no bloco caiu de 10% no final de 2014 para 9,7% em fevereiro de 2015 e, agora, para 8,9% ao final de fevereiro. "Essa é a menor taxa na UE desde maio de 2009", indicou a Eurostat, a agência de estatísticas da UE.

Em apenas um ano, o número absoluto de desempregados na Europa foi reduzido em quase 2 milhões de pessoas, passando para 21,6 milhões de europeus afetados. As menores taxas foram encontradas na Alemanha, com desemprego de 4,3%, e na República Checa, com 4,5%.

A maior taxa continua sendo a da Grécia, com 24%, seguida pela Espanha, com 20,4%. Contando apenas os países que usam o euro, a taxa ficou ainda em 10,3% em fevereiro. Mas, mesmo assim, abaixo dos 11,2% de fevereiro de 2015 e também a taxa mais baixa desde de 2011.

Enquanto a tendência na Europa é de queda, o Brasil vive um cenário diferente. A taxa de desemprego no país atingiu 9,5% no trimestre encerrado em janeiro, segundo o IBGE. No mesmo trimestre do ano anterior a taxa havia sido de apenas 6,8%.

Nos três meses terminados em outubro, a taxa havia sido de 9%. Em um ano, a população desocupada aumentou de 6,45 milhões para 9,09 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa de desemprego vai continuar a aumentar no Brasil. O país ainda será responsável por um a cada três novos desempregados em 2016 no mundo.

Trabalho infantil cresceu 4,5% em 2014, segundo IBGE

Criança em lixão usando camiseta da seleção brasileira, trabalho infantil no Brasil, dia 11/jun/2014

A exploração da mão de obra infantil no país cresceu 4,5% em 2014 em relação a 2013, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2013, havia 3,188 milhões de crianças e adolescentes na faixa de 5 a 17 anos de idade trabalhando e o contingente subiu para 3,331 milhões em 2014.

Os dados fazem parte de uma publicação da Fundação Abrinq lançada hoje (5) que reúne os indicadores relacionados à infância e adolescência divulgados por órgãos oficiais no Brasil.

A ideia é, segundo a administradora executiva da fundação, Heloisa Oliveira, mostrar como os problemas envolvendo os jovens estão ligados entre si.

“São coisas que vistas isoladamente podem não dizer nada, mas, de forma combinada, você enxerga áreas que precisavam receber atenção e desenvolvimento”, disse.

No caso da exploração da mão de obra infantil, antes do aumento registrado em 2014, o número de crianças usadas como mão de obra vinha caindo. “O mais preocupante é que esses dados ainda não refletem a crise econômica que a gente está vivenciando”, disse Heloisa.

Para a administradora executiva, o dado do aumento do trabalho infantil é um indicativo de problemas interligados.

“As famílias estão tendo mais dificuldade de se sustentar e estão, cada vez mais, utilizando as crianças no trabalho infantil para complementação da renda. É uma sinalização de vulnerabilidade social aumentando”.

Acesso a creches

A publicação da Fundação Abrinq também traz estatísticas compiladas no Cenário da Infância e Adolescência – 2016  que mostra que, segundo o Ministério da Educação, em 2014,  25,7% das crianças de até 3 anos estavam matriculadas em creches.

“Esse é um dado que é importante porque poderá levar a outros dados negativos. Uma família de vulnerabilidade social, em que a mãe precisa trabalhar para prover o sustento da família. Se ela não tiver um espaço protegido para deixar a criança, essa criança vai estar muito mais vulnerável a situações de violência”, disse Heloisa.

Para a administradora da Fundação Abrinq é especialmente importante dar atenção a essas situações neste ano, quando vão acontecer as eleições para prefeitos e vereadores.

“Nas eleições municipais a gente escolhe o principal gestor das políticas públicas para infância”, diz. Segundo Heloisa, cabe ao Executivo Municipal viabiliza a maior parte das políticas públicas ligadas a educação e a saúde da infância.

“É um ano importante da gente ter essas informações para refletir sobre isso e cobrar dos candidatos o que eles pensam em fazer a respeito dessas questões”.

Metade dos casos de gripe no Brasil já é de H1N1

Enfermeira prepara vacina contra gripe H1N1, dia 20/11/2009

O vírus H1N1 já é responsável por metade dos casos de gripe registrados no país, afirmou o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.

Do total comprovado para influenza em análises laboratoriais, 50% apresentam a infecção por essa variação do vírus, responsável por uma pandemia em 2009.

"Estamos todos muito preocupados", admitiu Maierovitch à reportagem. Ele observa que o H1N1 é mais agressivo do que os demais subtipos que circulam no país, como o H3N2 e influenza B.

Além disso, a alta é registrada em um período em que a população ainda está suscetível. "O aumento de infecções aconteceu de forma antecipada. Mesmo que pessoas já tenham sido imunizadas no ano passado, boa parte do efeito protetor da vacina já passou", disse.

Boletim divulgado ontem mostra que o subtipo influenza A já provocou, apenas nos primeiros três meses deste ano, 71 mortes - quase o dobro do que foi registrado no ano de 2015 (36).

Os casos também subiram de forma expressiva. Até agora, foram 444 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) - o triplo de todo 2015.

Além do aumento de pacientes atingidos, a doença se espalha pelo País - 15 Estados registram infecções provocadas pelo vírus, dois a mais do que há duas semanas.

"O nosso maior temor é que a epidemia, tendo início precoce, atinja um número maior de pessoas, a exemplo do que aconteceu em 2013", disse Maierovitch.

Naquele ano, foram 3.733 registros de H1N1. "Os casos foram registrados a partir de abril. Agora, começaram ainda em março", afirmou.

Não há ainda uma explicação. Uma das hipóteses para o surto de gripe fora de época é a condição climática. "Alguns estudos mostram associação com o El Niño. Anos com o fenômeno propiciariam a antecipação dos casos de gripe", disse o diretor.

Concentração

A maior parte das notificações está nos Estados do Sudeste. Só em São Paulo são 372 casos - 84% dos registros do País. Em segundo lugar está Santa Catarina, com 22 infecções, seguido por Bahia (9) e Paraná (7).

Pernambuco, Goiás e Distrito Federal apresentam, cada um, cinco pacientes. Minas, Ceará, Pará e Rio têm 3 em cada. No Rio Grande do Norte e em Mato Grosso, são dois casos. Mato Grosso do Sul relata um, assim como o Espírito Santo.

Diante da epidemia provocada pelo vírus em São Paulo e do atípico aumento de casos provocados pela doença em outros Estados, o ministério decidiu antecipar a distribuição da vacina.

Maierovitch, porém, advertiu que a proteção não é imediata. São necessárias pelo menos duas semanas para que a vacina comece a aumentar a imunidade ao vírus.

"Por isso, de nada adianta correr para se vacinar, por exemplo, quando alguém do seu círculo apresenta sintomas de gripe", afirmou. "Nesses momentos, o principal é a adoção de medidas de prevenção, como lavar as mãos e procurar evitar o contato com pessoas doentes."

Maierovitch afirmou que, de acordo com o desempenho da vacinação em São Paulo, a estratégia do Dia D, marcado para o dia 30 deste mês, poderá ser revista.

"Não queremos abrir mão dessa iniciativa, que, tradicionalmente, consegue atingir pelo menos 30% da população-alvo em apenas um dia", afirmou.

Segundo o diretor, caso a cobertura de grupos vulneráveis seja atingida antes do Dia D, uma mudança poderá ser feita no Estado, como o cancelamento do evento.

A decisão deverá ser definida dentro de duas semanas. Em São Paulo, a vacinação para profissionais de saúde começou ontem. Para grupos vulneráveis - idosos, pessoas com doenças pré-existentes como problemas respiratórios ou cardíacos - terá início no dia 11.

 

Itália investigará cidadãos citados nos Panama Papers

Placa da Mossack Fonseca, empresa envolvida no escândalo Panama Papers

 O vice-ministro de Economia da Itália, Enrico Zanetti, anunciou que as autoridades do país investigarão os contribuintes italianos que aparecem como proprietários de empresas ou contas nos vazamentos do escândalo Panama Papers.

"A presença de contribuintes italianos nestas listas não significa que sejam sonegadores, mas são dados interessantes que nossa administração financeira investigará e tenho certeza que sairão coisas", disse Zanetti em declarações ao jornal "Corriere della Sera".

Segundo publicou o semanário "L'Espresso", cerca de 800 italianos aparecem entre os milhões de documentos do escritório panamenho Mossack Fonseca, especializado em serviços de gestão de capitais e patrimônios.

Os documentos da Mossack Fonseca revelam a criação de milhares de empresas offshore em paraísos fiscais para que políticos, celebridades e personalidades administrassem seus patrimônios.

A empresa negou à Agência Efe qualquer envolvimento com os crimes supostamente cometidos por suas centenas de clientes.

"Entre os 800 italianos das contas no Panamá, haverá algum honesto, mas não deve demorar muito para entender que a maioria são sonegadores e que agora terão bastantes problemas", acrescentou.

Entre os nomes que apareceram nos Panama Papers se encontra o de Luca Cordero di Montezemolo, ex-dirigente da Ferrari e atual presidente da companhia aérea Alitalia.

Segundo a investigação, Di Montezemolo assinou supostamente uma série de contratos nos quais aparecia como advogado da Lenville, uma empresa do Panamá através da qual o italiano operaria uma conta na Suíça.

Pessoas próximas a Di Montezemolo negaram a veracidade das informações a alguns veículos da imprensa, mas ainda não foi divulgada uma nota oficial a respeito.

A investigação parte da publicação de veículos de imprensa de todo o mundo dos denominados Panama Papers, divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, em inglês), com sede em Washington.

Este é considerado o maior vazamento jornalístico da história e menciona 140 políticos e funcionários de todo o planeta, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.

Produção de aço do Japão entre abril e junho deve cair 2,4%

Funcionário passa canos de aço na China, indústria chinesam dia 03/11/2015

A produção de aço do Japão vai recuar 2,4% entre os meses de abril e junho ante o mesmo período do ano passado, afirmou nesta terça-feira o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do país.

A demanda por produtos siderúrgicos, incluindo os para exportação, deve recuar 3,8%, para 22,91 milhões de toneladas no período, acrescentou o ministério, citando uma pesquisa do setor. As exportações vão recuar 6,3%.

 

Estado Islâmico usa armas químicas em ataque na Síria

Exército sírio em posição estratégica perto de Palmira, Síria, dia 27/03/2016

Integrantes do Estado Islâmico atacaram hoje (5) militares sírios na base aérea na província de Deir ez-Zor, informou uma fonte militar à RIA Novosti.

“Os militantes do Estado Islâmicos atacaram o aeródromo militar de Deiz ez-Zor com mísseis contendo uma substância química tóxica. Os defensores da base aérea dizem que uma série de soldados ficou sufocada”, disse o entrevistado.

Antes, os militares comunicaram que os terroristas tinham tentado atacar a base da Força Aérea síria. As aeronaves de combate bombardearam as fileiras do Estado Islâmico e eliminarem alguns terroristas e equipamento militar.

Depois da liberação de Palmira, o Exército sírio começou a se preparar para romper o bloqueio de três anos de Deir ez-Zor e lançar uma ofensiva contra a capital do Daesh – Raqqa.

A Síria enfrenta uma guerra civil desde 2011, com as forças leais ao presidente Bashar Al Assad do país combatendo um número de facções da oposição e grupos extremistas, incluindo o Estado Islâmico e a Frente Al Nusra, que são proibidos em muitos países, incluindo a Rússia.

 

Cientistas criam sensor que detecta alimentos estragados

Peixe enrolado em plástico

Um grupo de cientistas japoneses criou dispositivo que pode ser colocado em película aderente, capaz de detectar o estado de conservação da carne ou do peixe, informou hoje (5) o jornal Nikkei.

Trata-se de "material inteligente", com 1 centímetro de comprimento, que reage ao ser colocado sobre os alimentos e cuja utilização poderá evitar casos de intoxicação alimentar, de acordo com o grupo de pesquisadores da Universidade de Yamagata, no Norte do Japão.

O sensor é capaz de detectar a histamina, uma substância gerada quando as bactérias começam a decompor os aminoácidos dos alimentos e que é responsável por sintomas de intoxicação alimentar, mesmo em pequenas quantidades.

O aparelho integra um microcircuito impresso em material semicondutor, em película aderente e, no futuro, poderá ser instalado em embalagens de modo a fornecer informação automática sobre o estado de conservação dos alimentos.

Atualmente, outros sensores com a mesma finalidade estão sendo desenvolvidos, mas maiores, disseram os cientistas japoneses.

A partir dessa experiência, os pesquisadores esperam desenvolver um dispositivo para comercialização no prazo de três anos, acrescentou o diário.

A equipe da Universidade de Yamagata, dirigida pelo cientista Shizuo Tokito, desenvolve ainda um sistema para ligar essa tecnologia a celulares, de modo que os consumidores possam receber informação a distância sobre o estado dos alimentos.

Ministério quer reduzir cesáreas, mas evita fazer restrições

Assistente prepara mulher antes do parto em hospital

 Depois de dois anos de discussão, o Ministério da Saúde publicou o protocolo com diretrizes para partos no país em uma versão esvaziada.

O documento, que foi criado para tentar reduzir o alto número de cesáreas realizadas, não traz um dos pontos considerados mais polêmicos e, para defensores do parto normal, o mais eficaz: a restrição à cirurgia "a pedido".

"Decidimos tirar todos os pontos em que não havia um consenso", afirmou o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame.

Ele observa que o assunto ainda é delicado e envolve vários pontos ligados à cultura do brasileiro. "Este é o primeiro passo. Procuramos mostrar que medidas são necessárias para reduzir o número de cesáreas no País, que há muito ultrapassou o limite da razoabilidade."

Dados indicam que 84% dos partos realizados na rede particular de saúde são feitos por meio de cesárea. Na rede pública, o porcentual é de 40% - um índice que vem crescendo ao longo dos anos.

"A ideia do documento é retirar da cesárea a falsa ideia de que ela é inócua, de que ela pode ser glamourizada. Ela traz riscos para mãe, para bebês", afirmou.

A retirada da restrição da cesariana "a pedido" - feita quando não há nenhuma indicação médica para a escolha do procedimento - foi considerada uma tática por Beltrame.

"A primeira tarefa do protocolo é divulgar informações sobre os riscos de cada parto. Se a mulher for informada, há a possibilidade de haver uma redução do número de cesáreas não necessárias."

Outro ponto polêmico retirado foi a dispensa da necessidade de um pediatra na sala do parto, como constava da primeira versão do texto, enviado para consulta pública.

Na versão atual, o pediatra é considerado importante e somente pode ser dispensado em casos de extrema necessidade.

As regras preconizadas pelo documento não são obrigatórias. "O ideal, no entanto, é que profissionais procurem se nortear pelas orientações. Elas foram inspiradas em práticas consideradas importantes em outros países", afirmou.

Mercados recuam com queda das encomendas da indústria alemã

Bolsas

As bolsas de valores da Europa caíam nesta terça-feira, sobretudo na Alemanha, após as encomendas da indústria diminuírem inesperadamente na maior economia do continente, com ações de empresas exportadoras, como montadoras de veículos, ficando sob pressão.

As encomendas industriais da Alemanha caíram em fevereiro, surpreendendo os economistas, devido à fraca demanda externa, particularmente entre os países da zona do euro.

Outras pesquisas mostraram que a atividade empresarial da França estagnou, enquanto o setor privado da Alemanha foi apoiado pelo vibrante setor de serviços.

Entretanto, apesar da resiliência doméstica, o dano foi feito ao índice de blue chips alemão, orientado às exportações.

Às 8:06 (horário de Brasília), o índice das principais ações europeias FTSEurofirst 300 tinha queda de 1,7%, a 1.290 pontos, enquanto o índice DAX da Alemanha tinha desempenho ainda pior, recuando 2,28%.

Os exportadores e outras ações globalmente expostas eram atingidas por toda a região, com o índice que reúne montadoras de veículos caindo 3,45%, e o de ações de mineradoras com queda de 3,8%.

As ações da ThyssenKrupp tinham queda de 5,2%, maior perda do FTSEurofirst 300.

A companhia recuava pelo segundo dia, após confirmar que a Vale vai vender sua participação 26,87% na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Rio de Janeiro, para o grupo alemão.

 

Feridos em explosão são encaminhados para 3 hospitais no Rio

Hospital Albert Schweitzer em Realengo, no Rio de Janeiro

Os 13 feridos na explosão de um conjunto habitacional em Coelho Neto, no subúrbio do Rio, na madrugada de hoje (5) foram encaminhados para os hospitais Carlos Chagas, Albert Schweitzer e Getúlio Vargas.

Pelo menos cinco pessoas morreram e 13 ficaram feridas na explosão. De acordo com os bombeiros, três pessoas morreram no local e duas a caminho do hospital.

Por enquanto, a identificação das vítimas ainda não foi divulgada pelo Corpo de Bombeiros. A explosão ocorreu na madrugada de hoje, em um prédio residencial de cinco pavimentos.

Segundo os bombeiros, a Defesa Civil Municipal está avaliando os aspectos estruturais do prédio. A causa da explosão será investigada pela Polícia Civil.

Segundo as primeiras informações da Defesa Civil, o acidente foi causado por um vazamento na tubulação de gás da Ceg, a concessionária fornecedora de gás canalizado do Rio de Janeiro.

Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa da Ceg informou que técnicos da empresa estão no local e ainda não é possível dizer o que provocou a explosão.

Vendas no varejo da zona do euro sobem mais que o esperado

Varejo

 As vendas no varejo da zona do euro, uma medida de gastos das famílias, subiu mais do que o esperado em fevereiro, uma vez que a alta da demanda do consumidor na França e na Espanha compensou a queda na Alemanha, mostraram dados divulgados nesta terça-feira.

A Agência de Estatísticas da União Europeia, Eurostat, informou que as vendas do varejo nos 19 países da zona do euro subiram 0,2% comparado a janeiro, e 2,4% na base anual.

Economistas consultados pela Reuters esperavam que o varejo mantivesse o mesmo volume de vendas na leitura mensal, com alta anual de 1,9%.

A Eurostat mostrou que as vendas do varejo da Alemanha, maior economia da zona do euro, recuaram 0,4% em fevereiro em relação ao mês anterior, após queda de 0,1% em janeiro.

Como se proteger de um chefe antiético

Abiente de trabalho, escritórios

Você já se sentiu pressionado a arriscar sua ética no trabalho? Talvez seu chefe lhe peça para mentir e dizer que está em reunião quando na verdade foi jogar golfe, ou um supervisor lhe pede para fazer de conta que não viu quando faltar dinheiro no caixa?

Você não está sozinho: cerca de 10% dos funcionários relataram que se sentiram assim em uma pesquisa do Centro de Recursos Éticos em 2013.

Maryam Kouchaki, da Kellogg School, quer ajudar as pessoas que trabalham a se sentirem menos impotentes nestas situações: não oferendo uma maneira perfeita de recusar pedidos antiéticos, mas impedindo que os mesmos cheguem a ocorrer.

Sua nova pesquisa mostra que exibir um "símbolo moral" como por exemplo um ícone religioso, um poster de uma figura espiritual como Gandhi, ou uma citação eticamente relevante podem servir como uma espécie de amuleto contra a corrupção no local de trabalho.

Este recurso funciona tanto para estimular a consciência moral nas outras pessoas quanto para criar a percepção de que a pessoa que o exibe possui um elevado caráter moral.

"A ideia é a de que ao ser autenticamente moral, ter orgulho disso e demonstrar esse comportamento pode ter consequências positivas", diz Kouchaki, professora assistente de gestão e organizações.

Um "colar de alho"

Este é o mesmo raciocínio utilizado pelos moradores de vilarejos medievais que, em vez de esperar passivamente que Drácula aterrisasse com suas enormes asas, eles se adornavam com totens mágicos para afastar os vampiros.

Embora ninguém tenha elaborado ainda um estudo avaliado por pares sobre a eficácia protetora de crucifixos e da água benta, Kouchaki e Sreedhari Desai, da Kenan-Flagler Business School da UNC, realizaram seis estudos para testar essa hipótese. As autoras publicaram os resultados em um novo estudo na Academy of Management Journal, "Símbolos morais: Um colar de alho contra solicitações antiéticas".

"Ouvimos diversas histórias de pessoas dizendo que tinham que agir de forma antiética para manter seus empregos. Era pedido a essas pessoas que agissem anti-eticamente e não viam forma de recusar", diz Kouchaki. "Queríamos descobrir se existe uma maneira de alguém dizer não de forma sutil, porém eficaz, evitando assim a ocorrência destas situações difíceis".

Quando o dinheiro e a moralidade vão de encontro em si

Em uma das análises do estudo, 148 universitários foram convidados a jogar um jogo com prêmios em dinheiro. Foi dito a cada participante de que ele iria supervisionar outros dois companheiros de equipe, "Pat" e "Sam". (Na realidade, Pat e Sam eram fictícios.)

Em seguida, os participantes tiveram acesso a e-mails em que seus companheiros se apresentaram. Para alguns participantes, o e-mail de apresentação de Pat continha uma citação com temática moral. Para outros, não. O e-mail de Sam não continha nenhuma citação.

"É melhor o fracasso com honra do que o sucesso pela fraude" foi a citação cuidadosamente escolhida para parecer ao mesmo tempo discreta e adequada para um ambiente empresarial, diz Kouchaki.

"Não é super virtuosa, porque não queríamos que a pessoa inspirasse desprezo nas demais se passando pela mais certinha, e porque queríamos que parecesse realista e natural".

No jogo, os participantes tiveram que decidir se um companheiro da equipe enviaria uma mensagem honesta ou enganosa para a outra equipe, bem como qual companheiro da equipe a enviaria.

Os participantes foram informados de que a mensagem honesta provavelmente faria com que a equipe perdesse US$18 dos seus ganhos, enquanto a mensagem enganosa provavelmente resultaria em uma perda de apenas US$3 para a equipe. Em ambos os casos, o subordinado que enviaria a mensagem não saberia se era enganosa ou não.

64% dos participantes não expostos à citação ética optaram por enviar a mensagem enganosa, enquanto apenas 46% das pessoas que viram a citação ética fizeram o mesmo.

Não só isso, mas aqueles que viram a citação ética e ainda assim decidiram enviar a mensagem enganosa eram mais propensos a escolher Sam (cujo e-mail não continha citação) como mensageiro.

A experiência subsequente encontrou efeitos protetores semelhantes para avatares, quando usaram camisetas com os nomes de sites de Internet (YourMorals.org, por exemplo) impressos nelas.

Isso significa que o colar de alho funcionou.

"Temos a tendência de evitar sujar coisas limpas", diz Kouchaki, apontando para a literatura antropológica e psicológica que sugere que as pessoas acham intrinsecamente imoral danificar objetos ou seres tidos como puros.

Os participantes do estudo podem ter evitado pedir ao subordinado que consideravam moralista realizar uma tarefa imoral porque isso teria sido duplamente imoral.

Ou, ela salienta, simplesmente pode ser que, ver um símbolo moral, de forma consciente ou inconsciente, aumenta a consciência moral na pessoa que o vê.

Levando para o mundo real

Para testar essas descobertas em campo, Kouchaki e Desai realizaram uma pesquisa com 104 pares de chefes-subordinados de uma variedade de organizações na Índia, onde ícones religiosos são frequentemente exibidos no trabalho.

A pesquisa perguntou aos chefes sobre o desempenho do seu subordinado no trabalho, o relacionamento com o chefe, a tendência a exibir símbolos morais e o caráter moral.

Enquanto isso, os subordinados foram questionados sobre a frequência com que seus chefes os orientavam de forma antiética, bem como a frequência com que seus chefes paravam em suas mesas.

As autoras descobriram que os subordinados que exibiam símbolos morais eram mais propensos a serem considerados pelos seus supervisores como tendo caráter moral elevado, e tinham menos probabilidade de serem requisitados a comprometer seus padrões morais no trabalho.

Não só isso, mas "nós não descobrimos nenhuma possível reação adversa e nenhuma diferença nas avaliações de desempenho", diz Kouchaki.

Em outras palavras, exibir símbolos morais não parece ter afetado negativamente os sentimentos dos chefes em relação ao subordinado.

Da mesma forma, quando os participantes da experiência do e-mail foram questionados se achavam que os e-mails de Sam e Pat tinham afetado sua decisão de repassar mensagens éticas ou antiéticas, nenhum dos participantes disse que os e-mails tinham sido um fator relevante.

Isso não deve ser ignorado. A pesquisa do Centro de Recursos Éticos descobriu que 21% dos funcionários que relataram má conduta disseram que sofreram retaliação.

E qual a amplitude da proteção de um crucifixo ou de um poster de Ghandi? Kouchaki observou rapidamente que a pesquisa se concentra principalmente em comportamentos antiéticos relacionados a dinheiro.

É necessário mais pesquisa para determinar se os símbolos morais podem proteger contra outros tipos de corrupção, como a discriminação racial ou assédio sexual. Ela acredita que eles podem proteger.

"Não há pesquisas suficientes sobre como pessoas sem poder podem fazer a diferença", diz Kouchaki.

"Queremos que as pessoas sintam que, independente do que aconteça, elas têm controle sobre estas situações, e que elas podem fazer algumas coisas para evitar comportamentos questionáveis por parte de outras pessoas".

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