domingo, 28 de fevereiro de 2016

Com 100 mil lojas fechadas, varejo se preocupa com 2016

Logo do Magazine Luiza na entrada do escritório da empresa em São Paulo

 O apelo à criatividade, às promoções e ao corte de custos tem sido o mantra dos comerciantes brasileiros neste início de ano, mas nada deve salvar o varejo de uma nova retração nas vendas em 2016. Desemprego crescente, elevado endividamento das famílias e crédito caro persistem e habitam os piores pesadelos dos empresários, que no ano passado já assistiram ao maior tombo nas vendas desde 2001 e fecharam quase 100 mil lojas. O baque foi tão grande que o comércio acabou perdendo espaço para outras atividades na economia.

Como nada mudou na passagem do ano, o encolhimento deve continuar. Neste mês, a Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que os comerciantes reclamam cada vez mais da demanda insuficiente e dos custos com mão de obra, o que pode incentivar demissões nos próximos meses. O próprio indicador de emprego previsto caiu 3,3 pontos, para o menor nível da série histórica, iniciada em março de 2010. "Isso é um sinal de que o ritmo de redução de pessoal ocupado no setor deve aumentar nos próximos meses", explica Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) espera pela demissão de aproximadamente 245 mil trabalhadores formais neste ano - o comércio já fechou quase 181 mil vagas em 2015. Mas o problema não deve se limitar a demissões. Sem clientela suficiente, quase 100 mil lojas deixaram de existir no ano passado. "A tendência de fechamento deve continuar. O comércio continua com o pé na lama", afirma o economista da CNC Fabio Bentes.

Sem uma via de escape, o varejo depende do consumo doméstico. Só que os brasileiros seguem pessimistas diante do aumento do desemprego e da queda na renda e, na tentativa de equilibrar o orçamento doméstico, acabam freando os gastos. Muitos inclusive têm recorrido à poupança para conseguir manter as contas em dia. "Há menos pessoas trabalhando e muitas pessoas ganhando menos. Isso impacta", diz o economista Thiago Biscuola, da RC Consultores.

No ano passado, as vendas no varejo restrito encolheram 4,3%, o pior resultado desde o início da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2001. No segmento ampliado, que inclui veículos e material de construção, o tombo foi ainda maior, de 8,6%. Como resultado, o Produto Interno Bruto (PIB) do comércio deve ter encolhido 8% no ano passado, o pior resultado desde o início das Contas Nacionais em 1948, estima a CNC.

A forte queda no PIB do comércio em 2015 abortou o processo de crescimento do peso da atividade na economia brasileira, um caminho encarado como natural pelos economistas. No ano passado, 10,5% da renda gerada no País veio do comércio, contra 11,1% em 2014, segundo estimativas do Monitor do PIB, produzido pela FGV.

Perdas

Com a disputa pelo cliente cada vez mais acirrada, os lojistas tentam lançar mão de promoções para atrair os brasileiros. Renegociação de prazos e valores com fornecedores e medidas de redução de custo também estão no 'script' das empresas. Mesmo assim, o crédito travado e a inadimplência em crescimento mínguam os planos de grandes varejistas.

O Grupo Pão de Açúcar teve prejuízo de R$ 314 milhões no ano passado. Os investimentos de R$ 2 bilhões feitos em 2015 devem cair a R$ 1,5 bilhão neste ano, segundo a companhia.

A Via Varejo, braço do Grupo Pão de Açúcar que reúne as marcas Casas Bahia e Ponto Frio, também vai intensificar os cortes de investimentos e deve ser mais seletiva no crédito diante do preocupante aumento da inadimplência observado atualmente. A rede fechou 23 lojas e demitiu mais de 11 mil funcionários durante o ano passado. O lucro líquido da empresa encolheu expressivos 99,7% ante o ano anterior, para R$ 3 milhões.

A Magazine Luiza é outra gigante do comércio brasileiro que espera dificuldades em 2016. O presidente da companhia, Frederico Trajano, afirmou em recente entrevista ao Estado que a gestão tem mirado em cortes de custos para enfrentar a crise.

Taxistas protestam contra Uber na Avenida Paulista

Taxistas em protesto contra o Uber em São Paulo

 Um grupo de cerca de 400 taxistas e seus familiares realizou protesto contra o Uber e "em favor do transporte legalizado" na Avenida Paulista na manhã deste domingo, 28. A estimativa é da Polícia Militar, mas os manifestantes falam em "milhares" de pessoas.

A manifestação foi realizada pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxis do Estado de São Paulo (Simtetaxis). O sindicato busca conquistas assinaturas para um abaixo-assinado contra a liberação do aplicativo de caronas. Segundo a entidade, mais de 40 mil tsxistas já aderiram à causa.

Os taxistas usaram camisetas brancas com a frase "Encontro da Família Taxistas pela Legalidade e pela Justiça", além de carregar bandeiras do Brasil e faixas de protesto.

"Lideranças sindicais de Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Distrito Federal também somaram esforços a esta causa nobre", diz nota do Simtetaxis. O objetivo é reunir 200 mil assinaturas, que serão levadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Violência. Neste mês o presidente de outro sindicato ligado aos taxis, o das empresas de táxi de São Paulo (Sintetaxi-SP), virou alvo de inquérito da Polícia Civil por incitar violência e apologia ao crime. Antonio Matias, o Ceará, compartilhou um vídeo nas redes sociais incentivando violência contra motoristas do Uber. "Agora é cacete, prefeito", disse ele ao prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). O dirigente sindical, no entanto, negou o incentivo e disse que é contra a violência.

Apoiadores de Doria fazem campanha em prévias do PSDB

João Dória Junior, do Grupo Dória

 Apoiadores da candidatura de João Doria Jr. à Prefeitura de São Paulo instalaram cavaletes do empresário nos entornos do diretório zonal de Perdizes do PSDB. O partido decide neste domingo, 28, quem vai ser o candidato do PSDB a prefeito no processo de prévias. Doria disputa a vaga com o vereador Andrea Matarazzo e o deputado federal, Ricardo Tripoli.

O zonal de Perdizes é o local onde vota Tripoli, um dos adversários de Doria na disputa interna. Além do parlamentar, vota também nesse diretório o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A iniciativa do empresário irritou os tucanos da região. "Isso é um desserviço para o processo das prévias. Simboliza o chorume no qual se tornou isso (as prévias)", afirmou o ex-presidente do zonal de Perdizes, Fabio Fortes.

Duas estudantes vestidas com coletes de apoio a Doria foram orientadas a ficar na região do zonal de Perdizes fazendo campanha para o candidato.

Graziela Matias (25) e Tainá Olímpio (19) afirmaram que estão trabalhando de graça para o empresário. Segundo Graziela, ela está apoiando a candidatura porque Doria "ajuda a comunidade" onde elas moram. As duas residem no Butantã, na zona sul da capital. "Estamos ajudando porque ele ajuda nossa comunidade. Ele promove eventos, ajuda crianças", disse Graziela.

Pouco depois de falarem com a reportagem, as duas apoiadoras da candidatura de Doria foram abordadas por Carlos Ávila, fiscal da campanha do empresário, que quis saber delas o que o Estado questionou na entrevista.

Fifa congela verbas à CBF até que reformas sejam feitas

Novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, dia 26/02/2016

 A Fifa congelou todo o repasse de dinheiro para a CBF até que uma reforma na entidade brasileira seja feita, a situação de seu presidente seja esclarecida e controles independentes sejam realizados. Pessoas próximas à cúpula da entidade internacional revelaram ao jornal O Estado de S. Paulo que a situação sul-americana é "a mais dramática" entre os membros afetados pelo escândalo de corrupção e que, desde as prisões de cartolas em maio de 2015, "nada mudou" na CBF.

A decisão não tem uma relação com a escolha de Gianni Infantino como novo presidente, que terá um poder limitado de influenciar as decisões do Comitê de Auditoria Independente. Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou em sua edição da última quinta-feira, a CBF será obrigada a publicar suas contas, revelar detalhes de seus gastos e ser auditada. Além disso, o Comitê de Ética da Fifa prepara desde janeiro uma punição "exemplar" a Marco Polo del Nero, presidente licenciado da CBF, e denunciado por corrupção nos Estados Unidos.

Mas, enquanto uma decisão não vem, a opção encontrada pela Fifa foi a de estrangular qualquer fonte extra de recursos. A CBF não depende do dinheiro da entidade em Zurique, que de fato bloqueou os repasses a todas as confederações envolvidas nos escândalos de corrupção. Mas enquanto entidades como a Concacaf já se reformam e mudam sua estrutura, a Conmebol e a CBF caminham em passos lentos neste sentido. Para complicar, a CBF tem como presidente interino uma pessoa que não toma decisões, enquanto Del Nero, o presidente de fato, não pode deixar o Brasil sob o risco de ser preso.

Já em dezembro, a Fifa decidiu interromper qualquer tipo de relação financeira com a CBF e vai ainda impedir que parte das promessas de Infantino sejam cumpridas. O suíço, que venceu as eleições na sexta-feira, havia indicado que repassaria US$ 5 milhões (R$ 19,9 milhões) a cada federação nacional logo no discurso de posse: "esse dinheiro é seu".

Os recursos que a Fifa enviaria para a Conmebol também foram congelados. Prova que a entidade sabe que não tem direito aos recursos é que ela jamais se queixou do bloqueio, que podem chegar a US$ 10 milhões (R$ 39,9 milhões) por ano. Neste sábado, membros da Fifa questionaram o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, sobre quando viriam as reformas e ficaram sem resposta.

Mas é o dinheiro do fundo da Copa do Mundo de 2014 que mais preocupa a Fifa. A entidade prometeu US$ 100 milhões (R$ 399 milhões) ao Brasil. Mas, por enquanto, enviou US$ 8 milhões (31,9 milhões) e congelou o restante. A promessa de pessoas envolvidas com o processo é de que vão "sentar sobre o dinheiro" para pressionar por mudanças.

A falta de um comitê de ética na Conmebol ou regras na CBF sobre o comportamento dos dirigentes preocupam a Fifa. A entidade defende que desde que a crise começou e 41 pessoas foram indiciadas apenas a América do Sul não se mexeu.

Ginecologistas sugerem mutilações genitais "minimalistas"

Cadeira de ginecologista; aborto; saúde

Excisões "minimalistas", que permitam respeitar as tradições culturais sem pôr em perigo a saúde das mulheres, devem ser toleradas - dizem dois ginecologistas americanos em um artigo que despertou controvérsia entre os especialistas.

"Nós não estamos dizendo que as intervenções sobre os órgãos genitais de mulheres são desejáveis, mas sim que certas intervenções deve ser toleradas pelas sociedades liberais", escrevem os dois autores em uma revista especializada, o Jornal de Ética Médica.

Em vez de falar sobre a mutilação genital, eles recomendam o uso do termo "alteração genital" para descrever os diferentes métodos de excisão e os riscos associados a eles.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que lançou uma campanha contra a prática, cerca de 200 milhões de mulheres foram vítimas de excisão no mundo, principalmente na África e no Oriente Médio.

O procedimento envolve a remoção parcial ou total da genitália externa feminina (clitóris, lábios maiores e minora) e é realizada em crianças, às vezes muito jovens e em adolescentes por razões culturais, religiosas ou sociais.

A prática pode levar à morte em caso de choque hemorrágico.

Para os médicos Shah Kavita Arora e Allan J. Jacobs, ambos de Cleveland (EUA), dois tipos de excisão podem ser tolerados: as que não têm efeito duradouro sobre a aparência ou o funcionamento dos órgãos genitais e aquelas que mudam "ligeiramente" sua aparência, sem ter um efeito duradouro sobre a capacidade reprodutiva ou satisfação sexual das mulheres.

Eles comparam essas intervenções à circuncisão masculina, que é legal no mundo ocidental.

Todas as excisões que levam a perturbar a sexualidade e o curso da gravidez ou o parto devem ser proibidas, segundo eles.

Sua postura despertou fortes reações.

Para a médica Ruth Mackin, da Escola de Medicina Albert Einstein de Nova York, "uma tradição cultural destinada a controlar as mulheres, mesmo da forma menos nociva, deve ser abandonada".

Brian D. Earp, pesquisador americano especialista em bioética teme que a autorização de excisões "mínimas" leve a um "fiasco", multiplicando os problemas legais, regulamentares, médicos e sexuais.

Ele prega também uma "atitude menos tolerante" diante da circuncisão, ressaltando que as crianças dos dois sexos "não devem ter seus órgãos sexuais alterados ou retirados antes que eles possam compreender e autorizar este tipo de intervenção".

Arianne Shahvisi, da universidade britânica de Sussex estima que uma abordagem minimalista teria poucas chances de culminar no objetivo desejado por estas mutilações, "que é controlar o apetite sexual das mulheres".

Entenda a separação entre cristãos ortodoxos e católicos

Patriarca de Moscou da Igreja Ortodoxa, na Rússia, dia 20/04/2014

 A separação entre os cristãos do Oriente e do Ocidente, que se tornaram ortodoxos e católicos, teve como pano de fundo questões teológicas complexas, mas também profundas divisões políticas.

Desde os primeiros séculos do cristianismo, as diferenças se fizeram sentir entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente: alguns observam o rito greco-bizantino, os demais, o rito latino, e cada um reivindica para si a verdadeira doutrina, em especial sobre a natureza da Trindade (Pai, ​​Filho e Espírito Santo).

Acima de tudo, o Oriente, a terra dos Pais da Igreja, questiona quando o Papa, bispo de Roma, se apresenta como o sucessor de Pedro, o discípulo a quem Jesus confiou a missão de fundar e conduzir sua Igreja.

Em 451, o Concílio de Calcedônia estabeleceu o primado de Roma, mas Constantinopla o interpretou como um primado de honra não dando autoridade ao Papa sobre seus próprios fiéis.

Mas, à medida que a autoridade do Papa começou a aparecer como uma ameaça do Ocidente carolíngio frente ao patriarca e ao imperador de Constantinopla, a ruptura tornou-se inevitável.

Em 1054, na Catedral de Santa Sofia de Constantinopla, o cardeal Humberto excomungou o patriarca Miguel I Cerulçário, iniciando o Grande Cisma que perdura até hoje.

Mas foram sobretudo as Cruzadas, temidas pela maioria dos cristãos do Oriente, que materializaram a separação, especialmente quando os cruzados estabeleceram patriarcados latinos paralelos aos patriarcados gregos.

Em 1964, o encontro em Jerusalém entre o papa Paulo VI e Atenágoras, patriarca de Constantinopla, deu início a um processo de reconciliação: as excomunhões mútuas foram levantadas.

Os encontros passaram a ser frequentes entre os seus sucessores - Francisco encontrou Bartholomeu em 2014 em Jerusalém e em 2015 em Istambul - e os gestos de boa vontade se multiplicaram.

Desta forma, João Paulo II, em um gesto solene em 2004, devolveu aos ortodoxos as relíquias dos santos Gregório, o Teólogo, e João Crisóstomo, sequestrado em 1204 durante uma das cruzada.

Em 1979, uma "comissão mista para o diálogo teológico" foi criada com o objetivo de uma reconciliação entre as duas tradições cristãs que, fora a liturgia, permaneceram bastante próximas.

Mas ao longo dos séculos, foi o patriarcado de Moscou, com pelo menos 130 milhões de seguidores contra menos de 3,5 milhões de Constantinopla, que assumiu a liderança sobre o mundo ortodoxo, formado por 14 Igrejas autocéfalas.

Mas as relações entre Moscou e a Santa Sé permaneceram por muito tempo em ponto morto, com os russos acusando o Vaticano de promover o proselitismo católico em terra ortodoxa.

Despedida de solteiro em pleno voo obriga pouso antecipado

Aviões da companhia aérea irlandesa Ryanair no aeroporto de Stansted, no Reino Unido

Um avião da companhia irlandesa Ryanair que seguia para a Eslováquia teve que pousar em Berlim porque seis jovens que celebravam uma despedida de solteiro em pleno voo se tornaram incontroláveis.

O noivo e cinco amigos, todos embriagados, foram colocados em prisão preventiva pela polícia alemã na última sexta-feira, antes de serem libertados.

Os jovens, da região de Southampton (sul de Londres), tinham de 25 a 28 anos e podem ser multados em 25 mil euros.

No voo, de Londres-Luton a Bratislava, com 170 passageiros, os seis "se comportaram muito mal" e obrigaram o piloto a retirá-los, segundo a Polícia Federal alemã. Eles foram acusados de pôr em risco a segurança do voo e ignorar as advertências da tripulação.

O comandante decidiu fazer um pouso de emergência no aeroporto internacional de Berlim-Schoenefeld, às 19h30 GMT de sexta-feira.

Reformistas e aliados do presidente ganham eleições no Irã

Mohammad Reza Aref (C) durante ato de campanha em Teerã

A lista "Esperança", que junta reformistas e moderados que apoiam o presidente do Irã, ganhou todos os 30 assentos parlamentares de Teerã, a capital do pais, nas eleições de sexta-feira (26), informou neste domingo a televisão estatal.

Segundo os resultados (quando já foram contados 90% dos votos), o candidato que encabeçava a lista dos conservadores Gholam-Ali Hadad Adel, aparece em 31º lugar, o que não garante sua eleição.

A lista de reformistas e moderados em Teerã é liderada por Mohammad Reza Aref, antigo candidato reformista às eleições presidenciais de 2013, que se retirou a favor do moderado Hassan Rohani, hoje presidente do Irã, que foi eleito em primeiro turno.

Hassan Rohani espera obter uma maioria no Parlamento, atualmente dominado pelos conservadores, para poder prosseguir a sua política de abertura.

As eleições realizadas na sexta-feira elegem o Parlamento e a Assembleia de Especialistas, religiosos que escolhem e podem demitir o guia supremo.

Foram as primeiras eleições desde o acordo nuclear do governo de Rohani com as potências mundiais.

As eleições são um teste à influência do presidente, que luta para reconstruir a economia do Irã após o levantamento das sanções internacionais na sequência do acordo.

O impasse nuclear durante 13 anos levou a moeda iraniana, o rial, a desvalorizar-se em dois terços, destruindo o poder de compra. A taxa de desemprego oficial é de 10%, mas sobe para os 25% entre os jovens.

Empreendedores criam negócio que faz o supermercado por você

Ricardo Prelhaz e David Russell, da Carrinho em Casa

 Você provavelmente é ou conhece alguém tão ocupado que nunca tem tempo para ir ao supermercado. Ou alguém que adoraria receber itens recorrentes em casa, como fraldas para os filhos, sem ir comprar toda semana. Ou, ainda, um idoso que tem dificuldades em se locomover – inclusive para o mercado. Esses clientes são justamente os que procuram a Carrinho em Casa, startup que registra pedidos online de compras e entrega em até duas horas na porta de casa. O serviço deu tão certo que a expectativa é faturar quatro milhões de reais em 2016.

Os idealizadores do empreendimento são o português Ricardo Prelhaz e o americano David Russell, que se conheceram enquanto faziam mestrado em Portugal. Enquanto Prelhaz tinha experiência em e-commerce, ocupando cargos em empresas como a Dafiti, Russell trabalhava no mercado financeiro.

Após algum tempo de amizade, os dois conversaram sobre trazer uma ideia vista nos Estados Unidos para o Brasil: o Instacart, modelo de pedidos online de compras lançado em 2012 e que estava dando muito certo por lá.

O mínimo produto viável (MVP) foi criado em maio de 2015, por meio da contratação de uma agência de desenvolvimento, e o negócio foi inaugurado em agosto do mesmo ano. Prelhaz conta que ele e o sócio apostaram mais na própria experiência, e não em algum estudo de mercado sobre o setor em que atuariam.

“A ideia era lançar o mais rápido possível e ver se haveria aceitação. Se desse certo, nos escalaríamos. Se não desse, começaríamos outra empresa”, resume. “Hoje, tudo é muito rápido no mundo do empreendedorismo. Se você não fizer agora, outra pessoa irá fazer.”

O primeiro bairro de atuação foi o Jardins, em São Paulo, onde os empreendedores moram. “No começo, quando surgia um pedido, eu mesmo vestia a camiseta da Carrinho em Casa, ia fazer as compras e entregava. Se surgia um outro pedido, meu sócio fazia a mesma coisa. Era uma coisa muito básica mesmo”, conta Prelhaz. Nas primeiras semanas, os pedidos ainda podiam ser contados nos dedos da mão.

Porém, o número de pedidos foi aumentando com o tempo, e a startup teve de contratar pessoas tanto para desenvolver o e-commerce internamente quanto para fazer as compras – os chamados “shoppers”. Ao todo, são oito membros na equipe (incluindo os dois sócios) e mais dez compradores.

Hoje, cerca de 1.800 usuários já usaram a plataforma e o negócio tem um faturamento mensal de 120 mil reais. Quase 40 bairros são atendidos, todos na cidade de São Paulo. Os campeões de pedidos são Jardim Paulista, Jardim Europa, Consolação, Moema e Pinheiros.

Como funciona?

O cliente entra no site da Carrinho em Casa, coloca seu CEP e vê quais são os supermercados cadastrados dentro do bairro indicado. Ele escolhe o estabelecimento e os produtos adicionados ao carrinho. Após a confirmação, o “shopper” mais próximo realiza as compras no supermercado e entrega o produto para o cliente em até duas horas (ou mais tarde, se o usuário desejar).

O prazo é um grande diferencial do negócio - segundo Prelhaz, isso é conseguido porque há um estudo de demanda em cada bairro e os compradores são alocados de acordo.

Outra vantagem é poder comprar em supermercados que não possuem um sistema online de pedidos, que é um processo mais conveniente e menos propenso a erros do que o de pedir pelo telefone, completa o empreendedor. Também é possível ver diversas opções de oferta na mesma plataforma, comparando supermercados ou olhando serviços complementares, como pet shops.

Hoje, a Carrinho em Casa tem parcerias com Casa Santa Luzia, Carrefour, Cobasi, Emporium São Paulo, Mambo, Mundo Verde e Quitanda. Negociações para incluir o grupo GPA, da rede Pão de Açúcar, estão em andamento.

Para financiar sua operação, a startup cobra um acréscimo de 5 a 10% em cada produto. Cada estabelecimento pode escolher se irá cobrir o valor (assim, os produtos na plataforma têm o mesmo preço do que no supermercado, o que pode aumentar as vendas) ou não (repassando o acréscimo ao consumidor final).

Expansão e planos

O faturamento da Carrinho em Casa cresce de 30 a 40% por mês, ressalta Prelhaz. Assim, as projeções para 2016 são ambiciosas: a ideia é fechar o ano com um faturamento acumulado de quatro milhões de reais, cadastrar dez mil clientes, ter 30 varejistas (mesmo que alguns ainda em negociação) e cobrir, além de toda a Grande São Paulo, outras quatro cidades: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro. A expansão de área deve acompanhar a contratação de mais “shoppers”: o plano é ter entre 300 a 400 até o fim do ano.

Para isso, a startup também conta que pretende conseguir um investimento ainda este ano. As áreas favorecidas serão a de marketing, para divulgar mais o negócio; tecnologia, com a contratação de desenvolvedores para aprimorar o e-commerce e lançar aplicativos para Android e iOS; e também melhorar o app que os “shoppers” usam, integrando o Waze dentro da aplicação para sugerir o melhor caminho de entrega, por exemplo. A ideia é ter um serviço similar ao que o Uber pratica, mostrando os estabelecimentos e “shoppers” próximos.

4 descobertas inusitadas da ciência sobre a morte

Morte

 A ciência ainda não descobriu como driblar a morte, mas já sabe algumas coisas interessantes sobre o assunto.

Você sabia que, por exemplo, que é falsa a afirmação de que pelos e unhas continuam a crescer em cadáveres? Esse e outros três fatos sobre a morte, calcados por pesquisas científicas, podem ser vistos na lista abaixo.

Carne humana em decomposição tem cheiro “doce”

O cheiro da morte consiste em mais de 400 compostos orgânicos voláteis. Eles são produzidos pela ação das bactérias, que transformam os tecidos do corpo em gases e sais.

Seres humanos e outros animais compartilham vários desses compostos. No entanto, um estudo feito por cientistas da Universidade de Leuven, na Bélgica, revelou que cinco ésteres orgânicos (compostos que reagem com a água para produzir álcoois e ácidos) são exclusivos dos seres humanos.

Esses cinco compostos também são produzidos por frutas, particularmente quando elas apodrecem. Por isso, cadáveres humanos desprendem um odor adocicado, que o neurobiologista Moheb Costandi afirma ser “imediatamente reconhecível e difícil de esquecer”, em um artigo.

Unhas e pelos não continuam a crescer

Você, provavelmente, já ouviu falar que as unhas e os pelos das pessoas continuam a crescer depois da morte. Essa informação é falsa, pois apenas o folículo do pelo e a matriz da unha continuam vivas após a morte da pessoa – e essas partes exigem regulação hormonal e o fornecimento de proteínas e óleos para a produção de pelos e unhas.

Na realidade, o que acontece é que devido à desidratação do corpo após a morte, a pele ao redor da unha se retrai. Isso faz com que ela pareça mais longa do que é.

A explicação do “crescimento” do pelo também é simples: a pele do queixo de uma pessoa morta também resseca, fazendo com que ele fique afundado e os pelos da face pareçam mais proeminentes.

O medo da morte diminui com a idade

Pesquisadores norte-americanos descobriram que pessoas entre 60 e 70 anos expressam menos medo de morrer do que adultos entre 40 e 50 anos. De acordo com o estudo, os indivíduos do segundo grupo são mais amedrontados pela morte devido, principalmente, à crise de meia-idade. Além disso, acontecimentos biográficos e históricos também podem afetar a opinião de cada pessoa sobre a morte.

Outro estudo feito nos Estados Unidos com mais de 340 mil pessoas descobriu que o medo da morte começa na meia-idade e diminui a partir dos 60 anos. Jovens de 20 anos, segundo a análise, também relatam baixa angústia com relação à morte.

Pensar sobre a morte torna você preconceituoso

Uma metanálise feita com mais de 200 estudos realizados ao longo de 25 anos revelou que pensar sobre a morte torna as pessoas mais preconceituosas.

Os resultados sugerem que indivíduos com pensamentos mórbidos são mais tolerantes com racistas, mais severos com prostitutas, menos favoráveis aos direitos LGBT e ainda menos dispostos a consumir produtos estrangeiros.

Contudo, pensar sobre a morte também faz os indivíduos terem vontade de ter filhos e nomeá-los com seus próprios nomes. Isso significa que as pessoas querem se manter vivas simbolicamente, através de seus filhos.

Por que o ano bissexto é tão importante para a humanidade

Calendário no celular

 O ano de 2016 é bissexto e, por isso, a humanidade será agraciada com um dia a mais – para ser mais exato, 29 de fevereiro. A cada quatro anos é a mesma história. No entanto, o que essa adição significa para o cotidiano das pessoas?

Nosso calendário ocidental é amarrado ao ano tropical – o tempo entre sucessivos equinócios de primavera. Nessa época, a posição do sol no céu é exatamente onde a eclíptica cruza o equador celeste. Assim, o astro divide seu tempo exatamente entre o lado diário e o lado noturno da Terra. Ele retorna para seu lugar de origem em cerca de 365,24219 dias.  

Por isso, um ano tem, geralmente, uma duração de 365 dias, cinco horas, 48 minutos e 48 segundos, ou 365,24219 dias. Essa fração, arredondada para seis horas, é compensada no ano bissexto, que tem 366 dias – afinal, seis horas em quatro anos significa 24 horas, ou seja, um dia a mais.

Esse dia extra mantém o nosso calendário em funcionamento. Se mantivéssemos todos os anos com 365 dias, os meses iriam gradualmente variar com o sol até que o verão se transformaria em inverno, por exemplo.

Desse modo, planejar o futuro seria extremamente complicado, principalmente, quando o assunto é a manutenção de tradições religiosas – como a Páscoa e o Natal – e as temporadas agrícolas. Por isso, várias culturas estabeleceram um sistema preciso e previsível.

Senta que lá vem história

O primeiro calendário com o comprimento atual de dias e anos foi criado pelo imperador romano Júlio Cesar – porém, ele incluiu o ano bissexto com uma frequência de três em três anos.

Foi com o Papa Gregório XIII que esse erro foi corrigido e o ano bissexto passou a ser contado de quatro em quatro anos. Além disso, ele também optou pela perda de três dias no ano a cada 400 anos.

O resultado disso foi o calendário como conhecemos. Entretanto, para ajustar essa fração desigual, essa regra é ignorada a cada 100 anos e o dia não é adicionado. Mas essa regra dos 100 anos é desconsiderada a cada 400 anos e, com isso, o ano recebe um dia extra.

Um ano que explica muito bem essa confusão de regras é o 2000. Ele não deveria ter sido considerado um ano bissexto, pois caiu na norma dos 100 anos. No entanto, como ele é divisível por quatro e por 400 anos, a regra dos 100 anos foi ignorada e o dia 29 de fevereiro foi incluído.

Problemas na regra

Devido a essa solução de longo prazo em 2000, o comprimento do ano ficou com 365,2425 dias – ainda um pouco distante dos usuais 365,24219 dias. Esse erro deixou uma diferença de quase um dia em um período de um pouco menos de quatro mil anos

Por isso, há a inclusão de um segundo no final de junho ou dezembro. Esse ajuste é determinado pelo Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra, de acordo com os movimentos do planeta e do Sol. 

Desse modo, no fim, o ano bissexto é uma invenção do homem para controlar suas ações e se sentir parte do universo ao seu redor.

Empresa francesa anuncia 1º implante de retina artificial

Engenheiro da startup francesa Pixium Vision mostra retina artificial, dia 04/02/2016 

 A companhia francesa Pixium Vision, que desenvolve sistemas para a recuperação da visão, anunciou nesta quarta-feira que realizou com sucesso um primeiro implante de sua retina artificial Iris II, que deve ser comercializada na Europa a partir de meados de 2016.

A Iris II oferece esperanças aos pacientes que perderam a visão por causa da retinite pigmentária, uma patologia da retina hereditária e degenerativa.

Com 150 eletrodos, três vezes mais que seu protótipo Iris 1, estimula artificialmente a retina defeituosa e restaura parcialmente a visão para capturar formas e movimentos.

"Esta novidade mundial, realizada em um paciente de 58 anos, transcorreu com êxito", declarou em um comunicado o professor Michel Weber, chefe do serviço de oftalmologia do Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Nantes, oeste da França, onde foi realizado o implante em janeiro.

Depois de vários anos de escuridão, o paciente agora percebe luzes e começará um processo de reeducação.

Depois de ter implantado o Iris I em oito pacientes, mais dez receberão este novo modelo em vários centros especializados na Europa como parte do teste clínico, anunciou ainda a Pixium Vision.

Além dos implantes, a pesquisa médica da empresa também explora a terapia genética e celular para restaurar a visão.

Nos planos de saúde, 13,7 mil beneficiários a menos por mês

Plano de saúde

 A crise criou um efeito cascata nas operadoras de saúde. Empresas começaram a dispensar funcionários, que deixaram de ter o benefício do plano de saúde e, assim, as operadoras perderam 13,7 mil beneficiários por mês entre setembro de 2014 e setembro de 2015, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No período, o total de beneficiários caiu de 50,4 milhões para cerca de 50,3 milhões.

Durante oito anos, a assistente de relacionamento com o cliente Elieth Alves Nonaka, de 42 anos, trabalhou em uma operadora de saúde e teve direito ao plano. Mas, em setembro do ano passado, ela entrou na lista dos 3,2 mil funcionários da Unimed Paulistana atingidos em cheio pela crise na empresa. Elieth foi demitida e perdeu o benefício. "Tenho Lesão por Esforço Repetitivo e rosácea no rosto. Se eu não conseguir emprego, vou usar o SUS", conta. A Unimed Paulistana informou que, com a determinação da liquidação da operadora feita pela ANS, tanto usuários quanto funcionários tiveram como opção fazer a portabilidade para outros planos.

Diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Pedro Ramos diz que o setor vinha registrando alta nos últimos anos. "É a primeira vez que tem uma queda acentuada. Quando fecha uma vaga de emprego, perdemos de dois a quatro beneficiários." Consultado, o Ministério da Saúde informou que "os atendimentos realizados são crescentes, mas não é possível relacionar isso a desistência de usuários em possuir planos de saúde."

As operadoras, entretanto, estão reagindo. Segundo Luciana Silveira, diretora executiva da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios, os empreendimentos estão trabalhando para reduzir custos, com campanhas de prevenção de doenças, e coibindo fraudes. "Há um movimento para aquisição de planos mais básicos."

'Se for necessário serei candidato à presidente', diz Lula

Luiz Inácio Lula da Silva

 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desafiou a oposição a lançar um candidato competitivo em 2018. "Se quiserem voltar ao poder, se preparem para 2018 e vamos disputar democraticamente. Sacanagem a gente não aceita", afirmou em discurso inflamado para militantes que participavam da festa de 36 anos do PT. "Se quiserem me derrotar, não vão me derrotar mentindo. Vão ter de me derrotar na rua", disse ainda.

O ex-presidente então emendou: "Quando deixei a presidência, pensei em sair do Brasil para deixar a Dilma governar. Agora quero dizer Rui (Falcão), pode estar certo de que se for necessário e vocês entenderem que é necessário para a manutenção do projeto, estarei com 72 anos e tesão de 30 para ser presidente da República".

Lula se queixou da cobertura da imprensa sobre acusações que pesam sobre petistas e outros aliados do governo. "Temos um partido chamado Globo, um partido chamado Veja, um partido chamado Outros Jornais, que são a oposição desse País", reclamou. Lula disse que a próxima disputa deve ser debate de projetos e citou uma série de realizações de seu governo, especialmente inclusão social.

O petista admitiu que a situação no País "não é das melhores" e comparou com o Vasco da Gama, seu time no Rio, que caiu para a segunda divisão. "Vocês sabem o que aconteceu, o Vasco caiu e eu continuo vascaíno", discursou.

Ensino particular perde 1 mihão de alunos

Estudantes fazem prova em sala de aula

 O reflexo da crise que atinge a indústria e o comércio também é percebido na educação. As escolas particulares do País calculam ter perdido um milhão de alunos, desde o ano passado, por conta da retração econômica. De acordo com a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen), a rede privada perdeu 12% dos mais de 9 milhões de alunos que tinha em 2014, segundo o censo escolar.

Já um levantamento da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo apontou que, apenas no ano passado, as redes estadual e municipais receberam 200 mil alunos que migraram das escolas particulares.

Para Roberto Geraldo Dornas, presidente da Confenen, apesar de já terem sentido os efeitos da crise no ano passado, as famílias teriam feito outros cortes no orçamento doméstico antes de decidirem pela troca de escola. "Quem coloca o filho na particular vê esse gasto como prioridade, um investimento. Por isso, tirar o filho da escola é a última alternativa".

Foi o que aconteceu com a professora Pérola do Amaral, de 41 anos, que estava com dificuldade para pagar a mensalidade das duas filhas, de 7 e 11 anos de idade, desde o segundo semestre do ano passado. Em janeiro, o marido perdeu o emprego e a família soube de imediato o que era preciso fazer: transferir as meninas para a rede pública de ensino.

"A gente gastava mais de R$ 1 mil por mês de mensalidade e ainda tinha despesa com material, uniforme, transporte e alimentação. No ano passado fizemos de tudo para mantê-las na escola, mas não deu para segurar", disse a mãe. O marido conseguiu um novo emprego, mas com salário menor, por isso, voltar as meninas para rede privada ainda não é uma opção.

De acordo com Dornas, no ano passado, a Confenen chegou a estimar que a rede privada poderia perder até 20% dos alunos, mas, segundo ele, as empresas fizeram um esforço adicional para negociar alternativas com as famílias. "As escolas sabiam que seria um ano difícil. A inflação está muito alta, houve aumento de luz, água, internet e seria impossível não repassar para as mensalidades."

Mas nem sempre é assim. Desempregado desde agosto, o metalúrgico Sidnei Aparecido da Silva, de 36 anos, tentou negociar um desconto com a escola em que a filha de 8 anos estudava. "Já não tinha mais onde cortar no orçamento de casa. Troquei o carro por um mais barato, cortei passeios, não temos luxo. Sempre paguei a mensalidade em dia, mas a escola não quis nem negociar e não tivemos mais condições de pagar."

A decoradora Ana Paula Barone, de 35 anos, também tentou desconto na mensalidade antes de recorrer à escola pública para os filhos mais novos, de 7 e 8 anos. Sem sucesso, eles foram estudar na escola estadual Blanca Zwicker Simões, na zona leste. "É uma escola modelo, mas, como só vai até o 5º ano, matriculamos apenas os menores. O mais velho continua na particular".

Como é viajar com a pior empresa aérea do mundo

Air Koryo

 

A mudança está no ar na Coreia do Norte. Depois de anos sendo classificada pela Skytrax como a pior empresa aérea do mundo, a companhia nacional Air Koryo está passando por uma transformação, de acordo com entrevistas com passageiros e agentes de viagem.

Novos aviões, novas opções de entretenimento a bordo, novos uniformes elegantes para os comissários e até classe executiva. 

É tudo parte dos esforços do líder supremo Kim Jong-un para aumentar em 20 vezes o número de turistas, para 2 milhões, até 2020 e suplementar a magra presença de capital estrangeiro do país.

Aqui estão cinco motivos para reservar já sua passagem, antes que a emoção de viajar na única empresa aérea de uma estrela acabe para sempre (desde que você não se importe em financiar o programa de armas nucleares de Kim).

O reino ermitão

Além da alegria de ter a experiência de viajar com a Air Koryo, o principal apelo para a maioria dos turistas é dar uma olhada dentro do país mais isolado do mundo. 

Como Mindy Tan, de Cingapura, expressou depois de uma visita no ano passado: “Estou cansada das mesmas imagens de marchas, das fotos de Kim. Eu simplesmente tinha que ver com meus próprios olhos”.

Não se preocupe com a probabilidade de um teste nuclear ou de lançamento de um foguete, aqui você pode correr uma maratona pelas ruas totalitárias de Pyongyang ou assistir a 100.000 crianças dançando sincronicamente. 

O país está tentando abrir atrações como o resort de esqui Masikryong e o clube de golfe do lago Taesong. E onde mais você ainda pode ser impedido de tirar uma selfie no lugar errado?

O entretenimento a bordo

As telas comunitárias que caem do teto vão lhe entreter com transmissões de propaganda e shows da banda feminina preferida de Kim Jong-un, Moranbong, que canta músicas patrióticas sobre, adivinhe, Kim Jong-un. Traga fones cancelamento de ruído. Não é possível controlar o volume.

Os aviões

Não é comum que os agentes de turismo organizem uma viagem a um país só pela viagem de avião, mas na Coreia do Norte isso é possível. 

A Juche Travel Services, com sede em Londres, oferece um tour temático de aviação. A Air Koryo adquiriu recentemente dois aviões Tupolev Tu-204 construídos na Rússia para voos internacionais, e a passagem na classe econômica custa cerca de 900 yuans (US$ 137) para o trajeto de duas horas saindo de Pequim. 

Ao chegar em Pyongyang, você pode subir em uma aeronave da era soviética, como um helicóptero de transporte Mil Mi-17 para sobrevoar a capital ou ver as montanhas.

“É uma experiência muito diferente, viajar 20, 30 anos ao passado”, disse Sam Chui, entusiasta da aviação que viajou com a Air Koryo umas 20 vezes.

As filas do aeroporto

Embora você talvez enfrente a inconveniência de filas longas e das chateações de imigração em seu ponto de partida a caminho da Coreia do Norte, quando você chegar na República Popular Democrática, vai ser moleza.

Você já não terá que passar pelo estranho galpão temporário que fazia as vezes de terminal de aeroporto nos últimos cinco anos, agora a capital tem um edifício elegante e novinho em folha. 

E, com menos de meia dúzia de voos internacionais por dia, e pouca probabilidade de atraso por causa de uma greve, o ônibus do aeroporto poderá levar você no horário a um edifício quase deserto.

O hambúrguer

Embora a comida, especialmente no novo salão da classe executiva, tenha melhorado, o componente mais fotografado de uma viagem com a Air Koryo continua sendo o famoso hambúrguer de “carne misteriosa”.

“O hambúrguer existe há tantos anos, todo mundo ri dele”, disse Chui, que comeu pelo menos dez unidades. 

Para acabar com o velho debate sobre a origem da proteína, entramos em contato com o escritório da Air Koryo em Pequim para obter um esclarecimento. Os representantes da empresa aérea não responderam

Este menino sírio tem um recado curto e grosso para o mundo

Kinan Masalemeh, sírio de 13 anos manda recado para o mundo

 Em um vídeo curto de apenas 45 segundos, um jovem refugiado sírio faz um apelo forte para o mundo: "Parem a guerra na Síria, não queremos ir para a Europa", diz o menino de 13 anos.

O registro foi feito pela rede de televisão árabe Al Jazeera  e viralizou nas redes sociais nesta quarta-feira, um dia após a tragédia envolvendo o pequeno Aylan al-Kurdi, encontrado morto numa praia da Turquia após um naufrágio e que virou símbolo do drama dos refugiados. 

Uma equipe de repórteres da TV árabe encontrou o adolescente, que se chama Kinan Masalemeh, acompanhado de sua família em dois momentos: primeiro na fronteira da Sérvia com a Hungria e, dias depois, na estação de comboios de Budapeste, em meio a uma multidão de refugiados.

Frustrado, o adolescente esperava que as autoridades húngaras permitissem que ele e sua família embarcassem em algum comboio com destino à Alemanha.

“A polícia não gosta dos sírios, nem na Sérvia, na Hungria, na Macedónia ou na Grécia”, disse Kinan à TV.

Perguntado sobre que mensagem gostaria de mandar para o mundo, o menino respondeu:

"A minha mensagem? Por favor ajudem os sírios. Os sírios precisam de ajuda já. Parem simplesmente com a guerra. Nós não queremos ir para a Europa. Apenas parem a guerra na Síria, só isso”.

A guerra da Síria já dura quatro anos, somando mais 250.000 mortos e 23 milhões de deslocados. Um dos seus desdobramentos foi a fortificação do grupo extremista Estado Islâmico, que vem espalhando o terror e o caos onde invade.

Pyongyang ameaça tornar Seul e Washington em "mar de fogo"

Kim Jong Un faz discurso de Ano Novo em Pyongyang, Coreia do Norte, dia 01/01/2016

 A Coreia do Norte ameaçou nesta quinta-feira em "transformar Washington e Seul em um mar de fogo" como resposta às próximas manobras militares de Estados Unidos e Coreia do Sul, o que agrava a já tensa situação entre os aliados e o regime de Kim Jong-un.

Pyongyang qualificou os exercícios militares conjuntos programados em território sul-coreano como "uma declaração de guerra", ao considerar que apontam para sua "liderança revolucionária", conforme comunicado divulgado pelo jornal "Rodong" do Partido dos Trabalhadores.

O regime norte-coreano também ameaçou em "transformar em cinzas as instalações militares dos EUA tanto na região da Ásia e do Pacífico, como em território continental americano".

É habitual que todo ano a Coreia do Norte faça este tipo de ameaças antes que seus "inimigos" realizem os exercícios militares Key Resolve e Foal Eagle nos meses de março e abril.

No entanto, desta vez o conflito poderia se agravar mais do que o habitual devido à tensa situação vivida na península coreana.

Ataque aéreo mira possível comboio do Estado Islâmico

Forças do regime da Síria atiram contra terroristas do Estado Islâmico, ao norte da província de Aleppo, dia 14/01/2016

 Aeronaves atacaram um comboio que levava supostos militantes do Estado Islâmico perto da cidade no noroeste da Líbia de Bani Walid na manhã deste domingo, disse uma autoridade.

Nenhum grupo assumiu responsabilidade pelo ataque, embora forças do governo dos Estados Unidos e da Líbia tenham lançaram ataques aéreos contra jihadistas nos últimos meses.

Três explosões enormes abalaram a área por volta do amanhecer, disse o membro do conselho municipal de Bani Walid à Reuters.

Não ficou imediatamente claro se o comboio foi atingido.

Ritmo frenético do 'passo o ponto' indica momento ruim

Consumidora escolhe produto em comércio do Japão

 As fachadas de estabelecimentos comerciais de São Paulo já têm a crise estampada nos letreiros. É impossível não notar as cada vez mais frequentes faixas de "passo o ponto" - fora a quantidade incomum de imóveis fechados, acumulando poeira entre uma placa de "aluga-se" e outra de "vende-se".

Na Pompeia, zona oeste da cidade, a reportagem encontrou três estabelecimentos cujos donos querem passar o ponto em um raio de menos de 100 metros. "Tinha duas unidades do meu bar e restaurante, uma próxima da outra. Neste cenário de crise, é melhor concentrar as operações. Assim, reduzo meus gastos, que aumentaram muito", afirma o proprietário de um deles, Renato Silvy Andrade. "A clientela está gastando menos."

A crise também tem dificultado o desejo do empresário de se desfazer do negócio. "Eu estava pedindo R$ 100 mil", comenta. "Mas os poucos interessados que aparecem querem dar R$ 30 mil."

Dona de um bar, Miriam Lopes já começou baixando a pedida. "Nosso ponto foi avaliado em R$ 450 mil. Mas sabemos que, nessa crise, ninguém vai pagar isso. Então, por R$ 250 mil, entregamos com tudo o que tem dentro, montadinho", diz.

Situação semelhante é enfrentada por Gabriel Teixeira Silva, que tem uma lanchonete em Pinheiros, também na zona oeste, e tenta negociar o ponto desde outubro. "Sei que, pela localização, valeria de R$ 200 mil a R$ 300 mil. Mas estou pedindo R$ 100 mil e, se alguém aparecer com R$ 80 mil à vista, entrego", afirma o empreendedor.

Dono de dois estacionamentos em Santo Amaro, na zona sul da cidade, Luiz Fernando Magalhães colocou faixas com seu telefone celular na frente de ambos: é outro que passa os pontos. "O movimento diminuiu muito. Não chegou a cair para a metade, mas caiu bem", conta o empresário.

Na avaliação do presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, "é urgente a necessidade" de uma solução. "Milagre não tem. Mas precisamos nos unir em busca de uma saída, uma alternativa que pelo menos tire o desespero. É um desastre e temos de chamar uma ambulância para o setor", comenta.

Por ajuste nas contas, estados cortam investimentos

Notas de real

 A queda nas receitas e o aumento das despesas obrigatórias estão tornando as finanças estaduais insustentáveis. Essa combinação perversa provocou a suspensão de obras, interrupção de serviços públicos básicos e atraso no salário dos funcionários em diversos Estados.

As finanças estaduais se agravaram no ano passado em meio a um cenário de forte recessão - o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter recuado 4% em 2015 - e a inflação superou 10%. A crise atual já arrastou importantes Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.

Com pouca margem de manobra, os governadores escolheram um corte profundo nas despesas de investimento como uma das maneiras de fazer o ajuste fiscal. No ano passado, os governos estaduais reduziram os investimentos em 37% na comparação com 2014, de acordo com um levantamento feito por Pedro Jucá Maciel, consultor econômico do Senado, com base nos dados disponíveis de 24 Estados e do Distrito Federal.

Os Estados brasileiros já vinham com uma estrutura fiscal bastante ruim. Os primeiros sinais começaram em 2012, quando a economia brasileira começou a desacelerar. Para evitar um agravamento maior do quadro, o governo federal promoveu uma série de empréstimos para os Estados, o que resultou numa nova onda de endividamento.

"Se a lição de casa tivesse sido feita em 2012, não estaríamos passando pela dificuldade que enfrentamos agora", afirma Maciel. Segundo o consultor, no ano passado, o avanço da receita ficou abaixo da inflação em todos os Estados.

Diante desse quadro, a conta dos Estados passou a não fechar porque os governadores não conseguiram um alívio nas despesas. Pelo contrário. Elas continuaram crescendo. O aumento da inflação contribuiu para a elevação do gasto com pessoal. "É preciso atentar que atrasar pagamento é como febre: um sintoma da doença. É preciso combater as razões estruturais para a crise federativa e também recuperar a economia", afirma José Roberto Afonso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

Na avaliação dos analistas em finanças públicas, está claro que o problema fiscal dos Estados não é conjuntural, mas estrutural. Na semana passada, o governo federal começou a acenar com uma série de medidas para tentar aliviar os Estados.

Uma das propostas em estudo é a possibilidade de federalizar as empresas estaduais como parte da renegociação do débito dos Estados. "Como o diabo mora nos detalhes, é preciso assegurar que as mudanças serão promovidas e em profundidade para salvar os Estados. E não seja apenas uma forma de angariar apoio de governadores para salvar o mandato da Presidenta Dilma", diz Afonso, do Ibre/FGV.

Estados elevam ICMS de medicamentos

Medicamento

 Assim como o governo federal, os Estados estão com dificuldades para fechar as contas, em meio à queda na arrecadação. Neste cenário, 12 Estados resolveram elevar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre medicamentos. Segundo cálculos da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o aumento do imposto que incide sobre todos os medicamentos comercializados no Brasil gera um reajuste médio, na ponta final, de 1,2% na maioria dos Estados.

O setor tem argumentado que a decisão dos Estados pode obrigar uma redução dos descontos oferecidos no varejo, principalmente porque a indústria farmacêutica também teve aumento de custos, como a desvalorização do real e o aumento no preço da energia elétrica.

Com o aumento, grande parte dos Estados passou a alíquota do tributo de 17% para 18%. Já o Rio de Janeiro elevou ainda mais o porcentual cobrado pelo governo sobre os medicamentos e subiu de 19% para 20%. De acordo com o secretário de Fazenda do Estado, Julio César Bueno, o aumento é porque o Rio tem um fundo de auxílio à pobreza. "É uma alíquota adicional ao ICMS. Adotamos a medida por uma questão indesejável, mas necessária", afirmou.

O Brasil já adotava uma das maiores cargas tributárias do mundo para o segmento. Com o reajuste por parte dos Estados, a carga tributária média de medicamentos passou de 33,9% para 34,2%. Nos Estados Unidos, por exemplo, a carga tributária média no segmento é de 6%.

Para o economista e diretor da Inferfarma, Pedro Bernardo, a ação dos Estados é um contrassenso e penaliza, principalmente, as famílias de baixa renda. "É um absurdo usar um produto essencial para aumentar a arrecadação", disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Outro ponto levantado por Bernardo é a decisão dos Estados de elevar o imposto sobre os medicamentos e não sobre automóveis, por exemplo. Em São Paulo, o ICMS que incide sobre automóveis é de 12%, enquanto o que é aplicado nos medicamentos está em 18%. "A constituição diz que a tributação tem que observar a constitucionalidade do bem e isso não está acontecendo", acrescentou o economista.

Para preservar seu mandato, Dilma se afasta do PT

Presidente Dilma Rousseff participa de cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília

 A presidente Dilma Rousseff iniciou um processo de afastamento do PT em busca de conter as investidas da oposição e de parte do PMDB pela retirada dela do Palácio do Planalto. Como já era esperado, a presidente não compareceu ontem à festa de 36 anos de seu partido, no Rio de Janeiro. De acordo com um integrante do governo, Dilma está convencida de que é impossível preservar o mandato sem se descolar da legenda, alvejada pela Lava Jato e contrária à reforma da Previdência, considerada prioritária pela presidente para atrair o apoio do empresariado e recuperar credibilidade no mercado.

Os últimos dias expuseram os caminhos distintos que Dilma e seu partido defendem para a superação das crises política e econômica.

A ala majoritária do PT já está decidida a manter uma distância regulamentar da presidente e de suas diretrizes para a economia. Petistas históricos abrigados na Esplanada dos Ministérios se articulam com movimentos sociais para pressionar Dilma, inclusive com manifestações nas ruas, a esquecer a reforma da Previdência e a rever sua nova estratégia política, que prevê também uma aproximação com a oposição, especialmente a tucana.

Alguns conselheiros da presidente avaliam não ser interesse de todos os setores do PSDB retirá-la do cargo antes do término do mandato, em 2018. Para eles, os grupos do governador Geraldo Alckmin e do senador José Serra não endossam para valer a tese de cassação do mandato da petista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que poderia resultar na convocação de novas eleições, caminho defendido por Aécio Neves.

No entanto, em conversas reservadas na semana passada, aliados de Serra e de Alckmin avaliaram que o maior problema de Dilma não é o PSDB e a ação no TSE, mas a ala do PMDB contrária ao governo, que nos últimos dias, após a prisão do ex-marqueteiro da presidente João Santana, voltou se articular em torno do impeachment e passará a buscar apoios no setor empresarial.

Ontem, em Santiago, Dilma justificou a ausência no aniversário do PT com a alegação de que não chegaria a tempo de participar do evento. Questionada sobre as críticas do partido ao ajuste fiscal conduzido por sua administração, ela disse que não governa só para o partido, mas para toda a população. "Eu não governo só para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros", afirmou.

A presidente procurou reduzir a tensão, um dia após o PT divulgar um documento no qual sugere novos impostos e o uso de reservas para que o País saia da crise. Dilma, porém, voltou a mencionar uma reforma previdenciária como essencial para o equilíbrio fiscal. Segundo ela, a mudança na aposentadoria poderá ser feita progressivamente. "É fundamental que trabalhemos um pouco mais. Mas não agora, não amanhã, não depois de amanhã. Eu acho que é o que pessoas temem", disse.

Ao falar sobre o distanciamento com o partido pelo qual foi eleita, Dilma disse não acreditar que as relações entre o governo e o PT devam se caracterizar pela adesão sem avaliação crítica. "Um partido é um partido, um governo é um governo", afirmou a presidente. "É preciso ajuda de todos os partidos da minha base e do PT, sobretudo, porque é o partido ao qual eu pertenço e pelo qual eu fui eleita."

Dilma chegou na manhã de sexta-feira a Santiago em uma visita oficial organizada às pressas pelo governo chileno à pedido do Brasil, com uma duração e uma agenda mais ampla que a usual. Ontem ela voltou a almoçar com a presidente chilena Michelle Bachelet, como no dia anterior, desta vez na sede da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e palestrou para economistas. Embora tenha lembrado o "problema de distância" e a falta de tempo para chegar à festa petista, Dilma não demonstrou pressa de deixar o Chile. Seu voo, que deveria decolar às 17 horas, atrasou.

A festa para comemorar os 36 anos do PT, na noite de ontem, foi marcada por um desagravo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até mesmo nas paredes de tijolo aparente do Armazém da Utopia, forradas de homenagens a ele. Mas a presidente não foi poupada. "Dilma, chega de ajuste fiscal e superávit!", dizia uma das faixas seguradas por militantes na plateia. A presidente enviou uma carta à direção do partido que foi lida durante o ato pelo presidente nacional da legenda, Rui Falcão. Ela apontou a legenda, o governo e Lula como alvos de "ataques sistemáticos" e ressaltou a importância da relação com movimentos sociais, insatisfeitos com a política econômica do segundo mandato. Apesar das divergências com o partido na área econômica, ela reafirma na carta o compromisso com a "estratégia de desenvolvimento" adotada desde o governo Lula.

Apelo

Em seu discurso, o ex-presidente fez um apelo aos presentes: "A companheira Dilma sozinha não terá forças para resolver este problema e nós, por mais que tenhamos divergência com qualquer pessoa do governo, este governo é nosso e temos responsabilidade de fazer dar certo".

Para ele, um militante petista "não pode num momento de crise virar as costas e dizer que 'o problema não é meu'". "O problema é nosso, é meu, é seu e da Dilma." Lula, contudo, destacou que antes de atender aos anseios do mercado, Dilma precisa governar para "o povo". "A Dilma tem que ter certeza que, por mais que tenha divergência, o lado dela é este."

Por que, para o Google, falhar é um investimento

Carro autônomo do Google

 O trabalho do diretor do laboratório de desenvolvimento e pesquisa do Google é falhar.

Para Astro Teller, diretor do laboratório X, as ideias mais criativas e inovadoras surgem apenas quando os funcionários não têm medo do fracasso. Além disso, esses projetos só darão certo se forem friamente testados contra a realidade – e muitos não passam dessa etapa.

Ele falou sobre por que o fracasso é tão importante em uma palestra no evento do TED, série de palestras sobre tecnologia, comportamento e design, em Vancouver, Canada. (Leia a transcrição da palestra, em inglês, aqui)

Teller falou sobre os sonhos ambiciosos que o Google já perseguiu por meio do X, ou a fantástica fábrica de inovações do Google.

Para saber quais projetos revolucionários merecem o investimento, a regra é muito simples, disse Teller. “Achamos um problema enorme que afeta milhares de pessoas, sugerimos uma solução radical e buscamos uma tecnologia inovadora que consiga resolvê-lo”.

No entanto, a maior parte do tempo é gasta colocando os projetos à prova. “Passamos a maior parte do nosso tempo quebrando coisas e tentando provar que estamos errados”, disse ele.

“Começo o dia pensando alegremente ‘como podemos matar o nosso projeto hoje?’”, disse ele. Assim, o laboratório consegue selecionar apenas aqueles mais ambiciosos e com maior probabilidade de sucesso.

Tornar o fracasso aceitável e até desejável também incentiva funcionários a darem sugestões que parecem, a princípio, impossíveis. “A única forma de fazer com que pessoas trabalhem em coisas grandiosas e arriscadas, ideias audaciosas, é fazer com que falhar seja seguro”, disse ele. 

Os fracassos

Só no ano passado, mais de 100 projetos foram terminados no laboratório. Um deles era uma fazenda vertical. A ideia era plantar, dentro de prédios, frutas e hortaliças de forma hidropônica, ou na água. Seria uma solução para o crescimento da população urbana no mundo e a consequente desnutrição.

No entanto, não era possível plantar arroz e grãos como trigo nos modelos que estavam sendo testados. Como esses são alimentos muito importantes para a alimentação humana, o projeto morreu.

Outro projeto que deu errado era o sonho de construir navios cargueiros extremamente leves. A ideia foi descartada porque os protótipos custariam muito caro.

Os sucessos

Entre os milhares de projetos que já foram pensados, avaliados, testados e que falharam, alguns poucos deram certo. Mas esses projetos podem mudar o mundo.

Os carros autônomos são um exemplo. Eles já andaram por mais de 1,6 milhão de quilômetros, sem nenhuma intervenção humana.

Outro exemplo é o Projeto Loon, que quer levar internet a regiões remotas por meio balões. Até chegar ao modelo ideal, o laboratório estourou todas as possibilidades e, no processo, explodiu muitos balões.

Em 2013, o projeto piloto lançou 30 balões a partir da Nova Zelândia. Esse ano, serão testados balões na Indonésia. Em cinco anos, mais de 5 bilhões de pessoas terão acesso à internet com os balões, promete o projeto

Cessar-fogo na Síria é cumprido, diz Rússia

O chanceler russo, Sergei Lavrov

 O cessar-fogo na Síria está sendo cumprido, embora tenham sido registradas algumas violações em Damasco e nas províncias de Latakia e Al Raqqa, afirmaram militares russos neste domingo.

"De modo geral, a cessação das hostilidades no território da Síria está sendo cumprida", disse Sergei Kuralenko, chefe do Centro de Reconciliação situado na base russa de Khmeimim, na Síria.

O general russo cifrou em nove as violações nas últimas 24 horas da trégua, que entrou em vigor à 0h de 27 de fevereiro (19h de sexta-feira em Brasília), mas não as atribuiu nem ao Estado Islâmico, à Frente al Nusra ou a outros grupos jihadistas.

Além disso, se dirigiu a seus colegas americanos em Amã, na Jordânia, para denunciar os ataques perpetrados desde a Turquia contra a cidade síria de Tel Abiad, na fronteira entre os dois países.

"Pedimos explicações pelos ataques perpetrados contra o território sírio pela Turquia, que é membro da coalizão contra o Estado Islâmico, liderada pelos EUA", explicou.

Segundo os militares russos, uma centena de guerrilheiros jihadistas atacaram e tomaram o norte de Tel Abiad, na fronteira com a Turquia e controlada pelas milícias curdas, com apoio de artilharia de grande calibre.

As forças curdo-sírias tomaram do EI em junho o controle dessa cidade, por onde passava uma importante via de abastecimento desde a Turquia em direção à cidade de Al Raqqa.

O Ministério da Defesa russo também informou em comunicado que a capital síria, Damasco, foi alvo de cerca de 20 ataques com foguetes e morteiros contra bairros residenciais, em que morreram dois civis.

Segundo a nota oficial, esses ataques partiram do território controlado pelas milícias da oposição moderada ao regime do presidente sírio, Bashar al Assad.

"O fogo partiu de Ghouta Oriental e Khobar, controladas por grupos da oposição moderada incluídos na lista americana que endossou a trégua. A pedido russo, as forças governamentais não responderam ao fogo inimigo", afirmou.

Em Latakia um ataque com morteiro perpetrado pela Frente al Nusra teria causado várias vítimas entre civis e membros das milícias rebeldes.

Por sua vez, segundo a Rússia, 17 grupos rebeldes moderados se dirigiram ao Centro de Reconciliação russo para confirmar seu apoio à trégua, o que permitiu a criação nas zonas sob seu controle de órgãos de autogestão, da reparação de infraestruturas e do fornecimento de ajuda humanitária.

O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado americano, John Kerry, se congratularam ontem em uma conversa telefônica pelo cumprimento do acordo de cessação das hostilidades alcançado há uma semana pelos dois países.

OAB quer que Senado afaste Delcídio do Amaral das atividades

Delcídio Amaral (PT-MS) 

 Nos próximos dias, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional encaminha ao Senado um requerimento pedindo o afastamento imediato do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), enquanto durarem as investigações por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa.

O presidente da OAB, Claudio Lamachia, disse que a entidade não faz juízo de valor quanto à culpabilidade do petista à medida que o processo que investiga o senador não está concluído. “Ao se manter no cargo, o senador debocha dos cidadãos, inclusive com poder para interferir no andamento do processo”, criticou o presidente da OAB.

Na avaliação do relator do processo no Conselho Federal da OAB, André Godinho, autor do voto que originou o pedido para que Delcídio tenha o mandato suspenso, a gravidade dos casos relatados sobre o senador desgasta a imagem não só do parlamentar, mas também do Congresso. “É perigoso que um processo com provas tão evidentes se desenrole no Conselho de Ética com o parlamentar ainda no cargo. Pediremos a suspensão cautelar do mandato enquanto houver investigações”, justificou.

O advogado baseia o pedido na Constituição Federal e no Código de Processo Penal. A Carta Magna, no art. 55, prevê que “perderá o cargo o deputado ou senador cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar”. Já o art. 319 enumera as medidas cautelares diversas da prisão, sendo uma delas a “suspensão do exercício de função pública […] quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais”.

Este mês a OAB também pediu ao Conselho de Ética da Câmara o afastamento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB- RJ), para facilitar a investigação de denúncias contra o deputado no colegiado.

Efeito político

Segundo a assessoria técnica da Secretaria-Geral da Mesa do Senado, o ofício que deve ser entregue ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), aos líderes de partidos e ao Conselho de Ética, tem apenas efeitos políticos. Na prática, não há previsão no regimento da Casa para que o pedido da OAB tenha qualquer tramitação.

Sem pressa

Apesar da pressão que a OAB pretende fazer com o pedido, um dia após o anúncio da Ordem, na quarta-feira (24), Renan Calheiros sinalizou que o processo contra o petista deve ser analisado sem pressa pelo colegiado. Ele defendeu que o julgamento no Conselho de Ética não ocorra antes de um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso.

"A lógica que o Conselho de Ética terá de estabelecer, e não há como fazer diferente, é ver como o processo político leva em conta o que está acontecendo no processo judicial. O Conselho de Ética não tem como inverter o processo e fazer logo um julgamento político sem saber o que está acontecendo no processo judicial”, disse Renan.

O Conselho de Ética sorteia na próxima quarta-feira (2) um novo relator para o caso. O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) deixou a função depois que o colegiado acatou o pedido dos advogados de Delcídio, que questionaram a isenção do parlamentar, já que o PSDB apoiou a abertura de processo pedida pelo Rede e PPS.

Assim que o novo escolhido receber formalmente a defesa prévia, já entregue pelo senador investigado, será aberto um prazo de cinco dias úteis para a apresentação do relatório preliminar. A partir daí, o Conselho de Ética também terá mais cinco dias úteis para analisar o mérito da representação. Os senadores vão decidir se há indícios de prática que possa resultar em punição e até na perda do mandato de Delcídio.

O ex-líder do governo no Senado apresentou atestado médico de15 dias e deve retornar ao trabalho no dia 8 de março.

DiCaprio tem vitória certa no Oscar e Chris Rock pode chocar

Leonardo DiCaprio no filme O Grande Gatsby

 Suspense e surpresas marcam a cerimônia dos Prêmios da Academia neste domingo após uma temporada de premiação dominada por controvérsia sobre representatividade racial e sem um favorito claro para o troféu de melhor filme.

Trata-se da maior celebração da indústria cinematográfica, mas todos os olhos se voltarão neste ano ao apresentador Chris Rock, o comediante negro sem rodeios que deve mirar a crise de diversidade em Hollywood. É o segundo ano em que todos os indicados aos prêmios de melhor ator e melhor atriz são brancos.

"Acredito que Chris Rock vai tratar disso diretamente, que é exatamente do que precisam a cerimônia e a Academia", disse o editor de prêmios da Variety, Tim Gray.

O diretor Spike Lee e o ator Will Smith esquivaram-se da cerimônia de premiação, mas um boicote mais amplo não conseguiu ganhar fôlego entre estrelas de Hollywood.

Ainda assim, a sub-representação de atores negros do cinema e da televisão contiveram o tom congratulatório da temporada de prêmios e alimentou pedidos por mais mulheres e minorias na indústria e na Academia.

Chegando à cerimônia de domingo, não há consenso sobre qual dos oito indicados a melhor filme emergirá vitorioso.

"As folhas de chá estão apontando em direções diferentes. Pode ser 'O Retorno', 'Spotlight: Segredos Revelados', 'A Grande Aposta' ou mesmo 'Mad Max: Estrada da Fúria'", disse o fundador do site de premiações Goldderby.com, Tom O'Neill.

Entre as apostas certas, o popular Leonardo DiCaprio deve ganhar seu primeiro Oscar por seu papel como um caçador em busca de vingança na década de 1820 em "O Retorno".

"Eu ficaria bastante surpreso se ele não ganhar", disse Gray, da Variety.

A estrela em ascensão Brie Larson, de 26 anos, é a favorita para levar para casa o Oscar de melhor atriz por sua cativante atuação como uma jovem abduzida no filme independente "O Quarto de Jack"

Minas tem mar? Documentos mostram que Estado era dono de faixa de terra ao Sul da Bahia



Uma reportagem de Fernando Brant (1946 - 2015), publicada nos anos 50, foi resgatada pelo Estado de Minas como prova do acordo que dava ao estado mineiro uma faixa de terra da Bahia.

 Muitos dos mineiros dizem que, para Minas ficar perfeita, falta apenas o mar. Pois essa brincadeira pode ter sido realidade em tempos antigos. Documentos do início do século XX levantam a hipótese de que um trecho de mar pertenceria ao Estado mineiro desde 1910.

A discussão foi iniciada a partir do resgate feito pelo jornal Estado de Minas, de um material publicado na revista O Cruzeiro, em 1973.

A matéria é do então repórter Fernando Brant (1946 – 2015), que viria a ser o principal parceiro de músicas de Milton Nascimento. Ele aproveitaria a viagem a trabalho para compor Ponta de Areia, música que trata da extinção da Ferrovia Bahia-Minas.

 

A curiosa história da abertura mineira para o Atlântico tem início justamente com a ferrovia. A Baiminas, como moradores antigos se referem à linha férrea, ligou Ponta de Areia (BA) a Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. A maria-fumaça começou a apitar no trecho em 1881, na época do Império. Em 1966, o governo militar decidiu desativá-la, pois acreditou que o asfalto garantiria à região progresso melhor do que o conduzido pelos trilhos.

O caminho de ferro foi construído e gerenciado pela Companhia de Estrada de Ferro Bahia e Minas. Para garantir a construção da linha pela iniciativa privada, dom Pedro II (1825-1891) concedeu à empresa a posse de seis quilômetros de terras devolutas em cada uma das margens dos trilhos (total de 12 quilômetros). Já a extensão vai de Ponta de Areia à divisa entre os dois estados (142 quilômetros).

No fim do século 19, a empresa hipotecou as terras ao Banco de Crédito Real do Brasil. Em 1908, já proclamada a República, o banco executou a dívida. Em 1910, porém, a instituição enfrentou dificuldades financeiras e o governo de Minas adquiriu as terras, em escritura de cessão de crédito e transferência de direito.

Na década de 1940, o estado enviou ofício ao governo da Bahia, reivindicando a posse das terras. O governo vizinho não se manifestou sobre o assunto. A atual administração baiana informou que vai consultar os documentos para emitir um parecer. Da mesma forma, o governo de Minas. 

Parte do terreno que pode ser patrimônio mineiro integra uma área que abrange vários mangues. De acordo com o pesquisador de solos Carlos Hernesto Schaefer, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o Sul da Bahia “é composto pelo maior conjunto de manguezais do Nordeste, e um dos maiores do Brasil”.

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