sábado, 12 de março de 2016

Rejeição a Lula é a maior entre possíveis presidenciáveis

Luiz Inácio Lula da Silva

 Pela primeira vez em dez anos, as intenções de voto do Nordeste para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são equivalentes à sua rejeição. 

Em pesquisa divulgada nesta segunda-feira (22), o Ibope Inteligência investigou o potencial de voto dos eleitores brasileiros em relação a seis candidatos hipotéticos para as eleições presidenciais de 2018.  

Entre os seis possíveis presidenciáveis testados pelo Ibope,  o ex-presidente é quem carrega a maior taxa de rejeição – 61% dos eleitores afirmam que não votariam em Lula de jeito nenhum. 

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Há quatro meses, a taxa de reprovação do petista era seis pontos menor. Já o grupo que diz que votaria com certeza em Lula soma apenas 19% do eleitorado – em outubro de 2015 eram 33%. 

Levando em consideração que a pesquisa foi realizada de 13 a 17 de fevereiro deste ano, as investigações que giram em torno dele e sua família podem ter contribuído para a queda do potencial de voto. 

Para chegar a estes resultados, a pesquisa ado Ibope ouviu 2.002 pessoas em 142 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Como a convenção do PMDB pode afetar o futuro de Dilma

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Michel Temer

  Neste sábado, o PMDB realiza sua Convenção Nacional em Brasília para discutir as rotas possíveis que a sigla irá tomar diante do atual cenário político do país.

Na ocasião, os integrantes da sigla devem reeleger o vice-presidente Michel Temer como líder do PMDB.

A pauta que causa mais alvoroço diz respeito a  um possível desembarque da base de apoio do governo de Dilma Rousseff. Para analistas, se essa hipótese vencer, o processo de impeachment contra a presidente pode se tornar irreversível. 

Há tempos, o PMDB flerta com essa possibilidade - vale lembrar o teor da carta de Temer endereçada a Dilma. Mas, nesta semana, o iminente divórcio ganhou novos capítulos. Na terça, líderes peemedebistas e tucanos no Senado se reuniram em um jantar sinalizando uma possível aliança.  

Na análise da consultoria Prospectiva, o desgaste político do governo tem levado os partidos a flertar com um eventual desligamento da base aliada.

“Caso a legenda libere os votos de seus parlamentares para a votação, pode-se esperar que o impeachment se concretize”, diz o especialista Thiago Vidal, coordenador do Núcleo de Análise Política da consultoria. “Por ser o maior partido do Congresso, o PMDB serve de bússola para as demais legendas”.

Veja como se divide a presença do PMDB no Executivo federal, no Senado e nos estados e prefeituras.

 poder pmdb 

 A vitória do deputado Leonardo Picciani, fiel aliada de Dilma, na disputa pela liderança do PMDB na Câmara rendeu um ponto positivo para a presidente, já que na formação da Comissão Especial que analisará o impeachment, o parlamentar deve entrar com uma lista de peemedebistas favoráveis ao arquivamento do processo. 

No entanto, os novos desdobramentos políticos que ferem a imagem da presidente Dilma elevaram a probabilidade do mandato da petista ser interrompido antes do fim do ciclo. 

Para o professor e cientista político da FGV/EBAPE, Carlos Pereira Agora, o destino da presidente pode depender das decisões que serão tomadas na convenção. “Quem vai definir a última instância do impeachment vai ser o PMDB”, afirma. “O partido está muito dividido e é muito difícil prever o rumo das decisões”. 

Um relatório da consultoria Prospectiva, obtido em primeira mão por EXAME.com, traça três possíveis cenários para o futuro do governo.

Uma das hipóteses prevê que, caso o PMDB deixe a base aliada, a petista até pode permanecer no poder, mas com popularidade e governabilidade abalados. “Dificilmente Dilma conseguiria aprovar no Congresso Nacional as medidas que julga necessárias para retomar o crescimento econômico”, afirma o coordenador do Núcleo de Análise Política da Prospectiva. 

Veja as três projeções da consultoria.

 cenários

Vou seguir com impeachment após decisão do STF, diz Cunha

Eduardo Cunha chega à Câmara dos Deputados

 Em jantar realizado com integrantes da cúpula do PMDB e correlegionários na noite desta sexta-feira, em Brasília, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que irá dar prosseguimento ao processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff logo após decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o rito da ação.

O encontro ocorre na véspera da Convenção Nacional do PMDB, prevista para este sábado, que deverá reconduzir o vice-presidente da República, Michel Temer, ao comando do partido, posto que ocupa desde 2001.

"Vou instalar a comissão do impeachment no dia seguinte à decisão do STF" disse Cunha no evento para alguns dos presentes. Segundo ele, pretender ser "rigorosíssimo" em relação aos tramites do processo.

Os ministros do STF se reúnem na próxima quarta-feira (16) para analisar os recursos contra decisão da Corte, que alterou o rito do impeachment no Congresso Nacional.

Nas conversas com peemedebistas, Eduardo Cunha também considerou como um "tiro no pé" a iniciativa do Palácio do Planalto em recorrer à Suprema Corte após a Câmara ter estabelecido um rito para o processo de afastamento da presidente Dilma que acabou sendo reformado pelo STF.

"Eles poderiam ter acabado com isso logo na comissão especial. Esperaram a crise aumentar e a situação se deteriorar. Foi um tiro no pé", avaliou Cunha.

Nas conversas com os peemedebistas, o presidente da Câmara ressaltou que não dará entrevistas após ser instalada a comissão especial do impeachment para "não contaminar o processo".

Em uma outra mesa do evento, o vice-presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RR), também fazia análise sobre o momento atual do governo no Senado e no Congresso. "A coisa está muito ruim. Eu já avisei ao José Pimentel (líder do governo no Congresso) e ao Humberto Costa (líder do governo no Senado) de que, se não segurar o processo de impeachment na Câmara, já era", ressaltou.

Nas rodinhas dos peemedebistas, a avaliação corriqueira é de que uma vez instaurado o processo de afastamento de Dilma, o "destino dela" estará selado em até 45 dias.

No jantar, também virou motivo de piada a iniciativa da presidente Dilma em convocar a imprensa no dia para dizer que não vai renunciar. "Ninguém perguntou para ela. Ela só reforça o tema. Deve ter sido ideia do Mercadante (ex-ministro da Casa Civil e atual ministro da Educação) que estava rindo na hora da coletiva", disparou um integrante da cúpula do PMDB. (Erich Decat)

PF abre cofre com joias, medalhas e obras de arte de Lula

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa em sede do PT - 04/03/2016

 A Polícia Federal achou uma sala-cofre em uma agência central do Banco do Brasil, em São Paulo, que guarda muitos bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O acervo está acondicionado em 23 caixas lacradas no BB desde janeiro de 2011 - são 133 peças, inclusive joias e obras de arte recebidas pelo ex-presidente de chefes de Estado.

A descoberta foi comunicada pela PF ao juiz federal Sérgio Moro por meio de relatório que inclui fotos do local onde estão os itens.

A sala-cofre no Banco do Brasil na Rua Líbero Badaró foi encontrada pela PF casualmente durante buscas realizadas na residência de Lula, em São Bernardo do Campo, na sexta-feira, 4 - dia em que o ex-presidente foi conduzido coercitivamente pela PF para depor no inquérito da Operação Lava Jato.

Os agentes acharam o documento "Termo de Transferência de Responsabilidade" (Custódia de 23 caixas lacradas).

Ao encontrar a pista sobre o cofre, a PF pediu ao juiz federal Sérgio Moro autorização para estender a busca para o Banco do Brasil. Moro consentiu.

"Foram encontradas nas caixas de papelão, de modo geral, peças decorativas, espadas, adagas, moedas, canetas e condecorações", diz o relatório da PF, subscrito pelo delegado Ivan Ziolkowski, que ilustrou o documento com fotos de peças do acervo.

O relatório da PF indica. "O gerente Sérgio Ueda disse que as caixas foram depositadas no dia 21 de janeiro de 2011 e foi informado que pertenciam à Presidência da República. Durante todo esse período o material não foi movimentado ou alterado. Relatou ainda que não há custo de armazenagem para o responsável pelo material, conforme declaração anexa."

Em despacho que juntou aos autos da Operação Aletheia, ápice da Lava Jato, o juiz Moro destacou que, a pedido do Ministério Público Federal, buscas e apreensões, em 24 de fevereiro de 2016 "para colheita de prova em relação a possíveis ilícitos criminais relacionados ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e a pessoas associadas".

"Neste feito, este Juízo autorizou a pedido da autoridade policial e do Ministério Público Federal busca em separado de bens e documentos que teriam sido depositados pelo ex-presidente junto ao Banco do Brasil. A busca foi efetivada. Foi juntado relatório parcial do resultado pela autoridade policial. O Ministério Público Federal apresentou petição requerendo a intimação da defesa do ex-presidente acerca desta busca e o levantamento do sigilo. Não cabe, nessa fase, qualquer conclusão deste Juízo acerca do resultado da busca. Entretanto, ultimada a busca, não mais se faz necessária a manutenção do sigilo. Assim, e na esteira do já fundamento na parte final do referido despacho de 24 de fevereiro de 2016, levanto o sigilo sobre estes autos."

Uruguai chega a acordo com farmácias para venda de maconha

Homem fumando maconha

O Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (Ircca) do Uruguai e as associações de farmácias do país alcançaram um "acordo de entendimento" sobre as "condições de funcionamento" da venda de maconha em seus estabelecimentos, prevista para meados deste ano, informou nesta sexta-feira o órgão oficial.

O acordo fornece "um marco de adesão para as farmácias que voluntariamente participem do mesmo" para comercializar esta substância, além de "aspectos do operacional de armazenamento do produto de maneira segura", explicou o Ircca através de um comunicado.

Este acordo é uma antecipação antes de passar a uma segunda etapa na qual serão concretizados aspectos como a gestão de pedidos e de entregas das unidades de produção aos pontos de venda, o controle de armazenamento e as condições de qualidade, segundo a informação divulgada.

Fontes da Junta Nacional de Drogas (JND) consultadas pela Agência Efe afirmaram que se trabalhava há tempos neste acordo e que a segunda instância de trabalho está próxima de ser definida.

A lei que despenaliza a produção e compra e venda de maconha foi impulsionada pelo governo de José Mujica (2010-2015) e aprovada pelo parlamento em dezembro de 2013 como forma de acabar com o negócio do narcotráfico e transformou o Uruguai em pioneiro neste enfoque da luta antidrogas.

O país já licitou duas empresas para a produção de cannabis recreativa e, segundo as previsões do governo, entre o final do primeiro semestre de 2016 e o começo do segundo começará a venda legal de produção nacional desta substância nas farmácias.

Para poder adquirir maconha de forma legal - que será vendida a um preço próximo a R$ 4 a grama - tanto o estabelecimento como o usuário deverão figurar em um registro nacional. EFE

Ginecologistas sugerem mutilações genitais "minimalistas"

Cadeira de ginecologista; aborto; saúde

  Profissionais defendem mutilação genital sem prejuízo ao prazer sexual das mulheres; artigo causou controvérsias.

 Excisões "minimalistas", que permitam respeitar as tradições culturais sem pôr em perigo a saúde das mulheres, devem ser toleradas - dizem dois ginecologistas americanos em um artigo que despertou controvérsia entre os especialistas.

"Nós não estamos dizendo que as intervenções sobre os órgãos genitais de mulheres são desejáveis, mas sim que certas intervenções deve ser toleradas pelas sociedades liberais", escrevem os dois autores em uma revista especializada, o Jornal de Ética Médica.

Em vez de falar sobre a mutilação genital, eles recomendam o uso do termo "alteração genital" para descrever os diferentes métodos de excisão e os riscos associados a eles.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que lançou uma campanha contra a prática, cerca de 200 milhões de mulheres foram vítimas de excisão no mundo, principalmente na África e no Oriente Médio.

O procedimento envolve a remoção parcial ou total da genitália externa feminina (clitóris, lábios maiores e minora) e é realizada em crianças, às vezes muito jovens e em adolescentes por razões culturais, religiosas ou sociais.

A prática pode levar à morte em caso de choque hemorrágico.

Para os médicos Shah Kavita Arora e Allan J. Jacobs, ambos de Cleveland (EUA), dois tipos de excisão podem ser tolerados: as que não têm efeito duradouro sobre a aparência ou o funcionamento dos órgãos genitais e aquelas que mudam "ligeiramente" sua aparência, sem ter um efeito duradouro sobre a capacidade reprodutiva ou satisfação sexual das mulheres.

Eles comparam essas intervenções à circuncisão masculina, que é legal no mundo ocidental.

Todas as excisões que levam a perturbar a sexualidade e o curso da gravidez ou o parto devem ser proibidas, segundo eles.

Sua postura despertou fortes reações.

Para a médica Ruth Mackin, da Escola de Medicina Albert Einstein de Nova York, "uma tradição cultural destinada a controlar as mulheres, mesmo da forma menos nociva, deve ser abandonada".

Brian D. Earp, pesquisador americano especialista em bioética teme que a autorização de excisões "mínimas" leve a um "fiasco", multiplicando os problemas legais, regulamentares, médicos e sexuais.

Ele prega também uma "atitude menos tolerante" diante da circuncisão, ressaltando que as crianças dos dois sexos "não devem ter seus órgãos sexuais alterados ou retirados antes que eles possam compreender e autorizar este tipo de intervenção".

Arianne Shahvisi, da universidade britânica de Sussex estima que uma abordagem minimalista teria poucas chances de culminar no objetivo desejado por estas mutilações, "que é controlar o apetite sexual das mulheres".

Assistente social ajuda crianças acusadas de bruxaria

Voluntária de ONG alimentando uma criança de 2 anos rejeitada pela sua comunidade na Nigéria

Depois de uma trabalhadora humanitária ajudar um menino nigeriano acusado de bruxaria e publicar uma foto do ato no Facebook, pessoas do mundo todo foram tocadas pelo desejo de doar e oferecer ajuda.

A imagem mostra Anja Ringgren Lovén, fundadora do African Children's Aid Education and Development Foundation (DINNødhjælp), alimentando uma criança de 2 anos rejeitada pela sua comunidade na Nigéria.

 

Em suas fotos ela aparece dando comida e água à criança e envolvendo-a em um cobertor. Ela então leva o garoto até o hospital, de acordo com o New Zealand Herald, para ser tratado por micose. 

A publicação agora conta com 16 mil curtidas, e dentro de dois dias conseguiu 1 milhão de Danish Krone (ou aproximadamente 150 mil dólares) em doações para a organização. 

"Milhares de crianças estão sendo acusadas de serem bruxas e já vimos torturas, mortes e crianças extremamente assustadas", disse Lovén em seu post no Facebook.

"Isso nos mostra nosso motivo de lutar. É o motivo pelo qual eu vendi tudo o que tinha. É a razão para entrar nesse território inexplorado".

A sua organização sem fins lucrativos, fundada em 2012, ajuda crianças acusadas de bruxaria ao trazê-las para o orfanato da instituição onde recebem abrigo, cuidados médicos, alimentação e educação.

Uma semana depois de subir as fotos originais, Lovén publicou uma atualização que destaca uma criança, quem ela chamou de Hope, que aparece saudável e feliz após ter sido tratada.

Quando se trata de cuidar de crianças acusadas de bruxaria, a realidade é bem mais complicada do que as fotos conseguem passar.

A crença em bruxaria ou a capacidade de prejudicar os outros com seus poderes sobrenaturais, por exemplo, ao causar doenças ou outros infortúnios, é "bem difundida” nos países sub-Saharan, de acordo com um relatório da Unicef de 201, Crianças Acusadas de Bruxaria.

Milhares de crianças são acusadas de bruxaria e subsequentemente sofrem abusos, abandono ou são mortas. O número exato de vítimas é difícil de analisar, mas o relatório da Unicef cita um especialista em 2003 que estimou que havia umas 23,000 crianças acusadas de bruxaria e vivendo sozinhas nas ruas de Kinshasa.

“Esse fenômeno [relacionado as crenças de bruxaria] são frequentemente falsamente associados com a 'tradição africana'", diz o relatório. "[Eles] são totalmente ou parcialmente mal-compreendidas pelos observadores ocidentais”.

Uma variedade de fatores políticos e econômicos contribuem para perpetuar as acusações de bruxaria hoje, de acordo com o relatório da Unicef. Por exemplo, o conflito político e as guerras civis podem ser responsáveis por famílias de poucos recursos e um grande número de crianças órfãs, ficarem vulneráveis a essas acusações.

"Acusações de bruxaria contra crianças podem ser uma direta consequência da incapacidade das famílias de fazer com que as suas necessidades básicas sejam supridas", disse o relatório.

O relatório do Unicef foi escrito especificamente para informar “agências de proteção infantil”, como a Lovén. Seu objetivo é melhorar a eficácia das intervenções dessas organizações ao promover um melhor conhecimento das representações locais e de suas crenças.

A Unicef recomenda uma abordagem sistêmica para mudança, em vez de focar em casos individuais:

“Qualquer resposta às acusações de bruxaria contra crianças deveria fortalecer os sistemas de proteção nacional de crianças para prevenir e responder ao abuso. As intervenções devem prometer mudanças sociais ao aumentar a consciência entre os líderes comunitários e trabalhar com os profissionais de Direito”.

 

Os 5 recursos mais legais do novo Android

Android N

 O Google anunciou hoje os novos recursos que chegarão ao Android N, a próxima versão do seu sistema para smartphones e tablets. Entre as novidades, estão controles que permitem reduzir o gasto de bateria e poupar dados de internet móvel. 

O Android N foi liberado hoje para desenvolvedores e, com isso, o Google antecipou o seu cronograma de lançamento das prévias de novas versões do seu sistema. Nos últimos anos, a empresa esperou até maio, quando acontece sua conferência para desenvolvedores, chamada Google I/O. 

Confira a seguir as cinco principais novidades do Android N, que deve estar presente em smartphones a partir do segundo semestre deste ano. 

Multijanela – Uma das principais novidades é o suporte para a exibição e uso de mais um aplicativo ao mesmo tempo, o multijanela. Essa função apareceu primeiro em tablets da Samsung e foi adotada pelo iPad recentemente. Agora, os smartphones e tablets com o sistema Android puro (presente na linha Nexus) também poderão tirar proveito desse uso simultâneo, que permite, por exemplo, ver um vídeo enquanto você fica de olho nos seus e-mails. 

Economizador de dados – Esse recurso permitirá fácil acesso para desativar o consumo de dados de aplicativos (individualmente) em segundo plano. Não quer que o Facebook fique sincronizando novidades o tempo todo? É só desligá-lo.  

Notificações – De forma parecida com o que acontece no iOS, os donos de smartphones Android com a edição N poderão responder mensagens diretamente da tela de notificações, sem precisar abrir cada app para isso. Vai dar, por exemplo, para responder pessoas no WhatsApp e no Messenger sem precisar abrir os aplicativos em tela cheia. 

Gestão de energia melhorada – O Google melhorou a função de repouso, que economiza bateria no smartphone quando ele não é usado por muito tempo, como à noite. A função é chamada agora de Doze++ e pode entrar em atividade em períodos mais curtos de tempo, por exemplo, enquanto o usuário estiver trabalhando ou tomando um banho. Isso reduz o consumo de bateria do gadget ao longo do dia. 

Projeto Svelte – Essa iniciativa do Google foi lançada primeiramente na edição KitKat (4.4.4). O que a empresa fez agora foi melhorar ainda mais a velocidade de resposta durante o uso de dispositivos com pouca memória RAM. Isso foi feito otimizando processos realizados em segundo plano. Outra melhoria em termos de performance foi a utilização da API VulkanTM, que dá aos desenvolvedores de aplicativos mais controle sobre os processamentos realizados pelas GPUs (chips dedicados ao processamento gráfico). 

Além das novidades, o Google anunciou também um novo programa de testes beta do Android. Por meio dele, os desenvolvedores poderão ter acesso às novidades do sistema rapidamente, uma vez que os downloads serão enviados pelo Google diretamente para os aparelhos cadastrados. Não será preciso realizar nenhum processo complexo de instalação, ela será distribuída via download diretamente nos dispositivos. O Google não informou exatamente quando esse novo programa estará em vigor, informando somente que isso acontecerá em breve.

Nova vacina pode ajudar você a parar de fumar

Cigarros apagados

Apenas um a cada quatro fumantes consegue abandonar o cigarro por pelo menos seis meses.

Todos os outros, mesmo se contarem com a ajuda de remédios, se rendem à nicotina e retornam ao velho vício.

Mas agora um novo estudo promete dar uma força para você tirar de vez o tabaco da sua vida.

Pesquisadores americanos desenvolveram uma vacina para eliminar o efeito da nicotina no corpo.

O remédio treina o organismo a atacar as moléculas dessa substância antes que ela chegue ao cérebro.

Sem o efeito prazeroso do cigarro, o fumante consegue largar o vício mais rapidamente.

Não é a primeira vez que cientistas tentam desenvolver uma vacina como essa.

Em anos anteriores, duas delas foram testadas, mas só funcionaram em 30% dos pacientes.

Uma nova versão surgiu, bem mais eficiente: 60% melhor do que a anterior.

Mas os pesquisadores queriam alcançar resultados ainda melhores.

Por isso, a equipe liderada pelo químico Nicholas Jacob testou em ratos um mecanismo diferente, treinando o sistema imunológico a atacar a nicotina.

Ele perceberam que, com níveis corretos de proteínas transportadoras e moléculas de nicotina, os animais desenvolvem uma resposta imunológica eficiente.

E ainda deixaram os ratos um pouco nauseados ao receber uma dose extra de nicotina.

Resta agora saber se a vacina surte o mesmo efeito em seres humanos.

Obama defende acesso a informações criptografadas em evento

Barack Obama no  South by Southwest Interactive

Barack Obama subiu ao palco sem gravata, sorrindo e fazendo piadas sobre os tacos que tinha acabado de comer, antes de falar na abertura do South by Southwest Interactive.

Obama sabia que todo seu charme e carisma seriam necessários no maior evento do setor de tecnologia dos Estados Unidos, afinal de contas um dos assuntos mais quentes no mundo da tecnologia é a disputa entre o FBI e a Apple – a polícia federal americana quer que a empresa mude seu software para ter acesso ao iPhone de um dos suspeitos dos atentados, o que a Apple se recusa a fazer.

Embora tenha tentado apresentar uma posição matizada, Obama na prática defendeu o acesso a informações protegidas por criptografia. “Estamos fetichizando nossos telefones em detrimento de outros valores”, disse Obama.

Obama não se referiu diretamente à queda de braço com a Apple, mas falou em termos genéricos sobre o conflito entre liberdades individuais e segurança nacional.

“Se criarmos um sistema [de segurança] impenetrável, sem chaves, sem portas, como vamos prender [quem distribui] pornografia infantil, como vamos frustrar ataques terroristas? Que mecanismos temos até mesmo para garantir o recolhimento de impostos? Se não há como violar [a criptografia], se o governo não puder entrar, então todo mundo anda por aí com uma conta de banco suíço no bolso, certo? Tem de haver algum tipo de concessão.”

Obama lembrou a platéia do auditório, escolhida por sorteio entre os mais de 35 000 inscritos do evento, que, com mandados judiciais, a polícia pode fazer buscas nas casas de suspeitos e “fuçar na gaveta de roupas íntimas em busca de provas de crimes” e que isso já era permitido muito antes da invenção dos smartphones.

O presidente também fez duas outras ressalvas. Primeiro, afirmou que as denúncias do ex-funcionário terceirizado da Agência de Segurança Nacional Edward Snowden, aumentaram as suspeitas das pessoas, mas que o governo americano sempre teve muito cuidado ao investigar seus próprios cidadãos.

O presidente americano também afirmou que não é engenheiro de software e que o governo está trabalhando com especialistas em busca de uma solução. Obama defendeu a criação de um sistema de criptografia “robusto, que seja acessível para o menor número de pessoas possível para um pequeno número de situações que concordemos que sejam importantes”.

“Não podemos ter uma visão absolutista a esse respeito”, disse Obama. “Se você acredita que a criptografia deva ser robusta [e impenetrável], que podemos e devemos criar caixas-pretas, isso não é o equilíbrio com o qual convivemos há 200 ou 300 anos.”

Mas esse é exatamente o problema: as empresas de tecnologia afirmam que qualquer tipo de “porta de entrada”, mesmo que chave esteja nas mãos de poucas pessoas de confiança, cria brechas de segurança que podem vir a ser exploradas por hackers, governos inimigos. E, é claro, governos amigos.

Apple desmente truque que faria bateria do iPhone durar mais

Consumidor olha um iPhone 5, da Apple, em uma loja da Portugal Telecom de Lisboa, em Portugal

 Se você fecha seus aplicativos no iPhone com a esperança de que a bateria do dispositivo dure mais, você pode parar de fazer isso agora. Craig Federighi, chefe do iOS, declarou que desligar os apps para melhorar o desempenho do celular não passa de um mito.

Segundo o site 9to5 Mac, Federighi estava respondendo um e-mail enviado por um cliente da Apple para Tim Cook quando comentou sobre o assunto. O consumidor fez o seguinte questionamento: “você fecha seus apps do iOS frequentemente e isso é necessário para a sua bateria?”.

Em resposta, o chefe do sistema operacional da Apple disse de forma sucinta (“Não e não”) que desligar os aplicativos não mudará em nada o poder da bateria do iPhone.

Apesar de ser a primeira vez que um executivo da empresa fala sobre o mito, o site oficial da Apple já afirmou que "geralmente, não é necessário forçar o encerramento de um app se ele parar de responder".

Aliás, também no site, a empresa já explicou que quando o usuário pressiona o botão de Início duas vezes, os apps que são exibidos não estão abertos. "Eles estão em um modo de espera eficiente para ajudá-lo a navegar e realizar várias tarefas".

Porém, existe uma teoria de que, na realidade, fechar os apps do iPhone pode prejudicar a bateria do aparelho. Quem afirmou isso foi Scotty Loveless, um ex-técnico do Genius Bar, o local onde fica o suporte técnico das lojas da Apple, em seu blog. 

Segundo Loveless, o ato de fechar e abrir um app utiliza mais bateria, pois ele precisa ser carregado novamente. Além disso, o iOS fecha automaticamente os aplicativos caso ele precise usar mais memória. "Então, você está fazendo algo que o seu iPhone já faz para você".

Tatuagens melhoram seu sistema imunológico, diz estudo

Agulha de tatuagem

Pesquisadores da Universidade do Alabama, nos EUA, acabaram de dar mais um motivo para quem pensa em fazer uma nova tatuagem.

De acordo com o estudo, o corpo reage melhor cada novo desenho feito na pele.

Com a melhora das respostas imunológicas, o organismo todo fica menos suscetível a novas infecções, evitando o surgimento de novas doenças. Mas só vale para quem tem mais de uma tatuagem no corpo.

Usando a analogia da equipe, fazer tatuagens é parecido com malhar. Na primeira vez o corpo não está acostumado e se sente enfraquecido ao exercício, da mesma forma que fica exausto ao ser "contaminado" por um agente externo.

Porém, ao repetir o processo, a resistência aumenta. Foi o que perceberam ao analisar o organismo de um grupo de voluntários acompanhados durante a sessão.

Os cientistas também avaliaram quantas tatuagens a pessoa já tinha e a duração da aplicação da tinta na pele.

Para completar a pesquisa analisaram a quantidade de um anticorpo chamado imonuglobina A e do cortisol, hormônio relacionado ao estresse, na amostra de sangue.

Eles notaram que os níveis da imunoglobulina caem menos a cada nova tatuagem, ou seja, a proteção do corpo se fortalece cada vez.

Apesar do resultado, a pesquisa foi feita com um grupo reduzido: 24 mulheres e 5 homens.

Mas isso não impede você de usá-la como desculpa para fazer mais uma tatuagem. 

Rede social propõe troca de likes por dinheiro

Doação em dinheiro

Correntes do tipo "o Facebook vai doar R$ 1 para cada compartilhamento que essa foto tiver" já são comuns (e até motivo de piada) na rede social, mas fora da companhia de Mark Zuckerberg existe uma iniciativa com uma proposta semelhante a esta.

A Gaption, rede social lançada no ano passado, promete mudar a dinâmica tradicional nas rede sociais, em que o engajamento gera capital para os anunciantes apenas.

O que propõe a plataforma é que o usuário que tanto movimenta esse mercado também passe a "ganhar sua fatia" nesse bolo.

A ideia é que ao gerar conteúdo dentro da rede os internautas eles ganhem uma porcentagem dos ganhos que seu compartilhamento gerou em cliques em publicidade, por exemplo.

Outra forma são as vendas no e-commerce que existe dentro do Gaption. É possível anunciar e vender produtos na própria rede social e a empresa fica com uma pequena parte do lucro.

Esse modelo vem sendo testado no site desde sua criação, em junho do ano passado, mas agora um novo recurso foi anunciado, também no sentido de ajudar seus usuários a lucrarem com seus posts.

"Gifts", como foi batizado, é um botão que permite realizar espécies de "doações" aos posts. É como se trocássemos os famosos Likes do Facebook por centavos.

Os "presentes" variam entre US$ 0,99 e US$ 9,99 e o pagamento desses valores são feitos através dos sistema da Apple e do Google e o usuário presenteado pode resgatar o dinheiro via PayPal.

O app da Gaption está disponível para download em iOS e há também uma versão beta para os usuários de Android realizarem um tese na rede social

COI proíbe streaming ao vivo nas instalações olímpicas

Facebook Live Streaming

Os atletas e funcionários credenciados para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro não poderão utilizar nas instalações olímpicas aplicativos de streaming ao vivo, como Periscope e Meerkat, segundo as regras de uso de redes sociais estabelecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Os participantes do evento podem gravar vídeos dentro das sedes olímpicas, mas "só para uso pessoal", por isso "não devem fazer upload ou compartilhar (o material) em nenhum site, blog, meio social ou site de trocas de fotos e vídeos".

Por este motivo, "está proibida dentro das sedes olímpicas a transmissão de imagens com aplicativos de streaming ao vivo, por exemplo Periscope e Meerkat".

O guia sobre redes sociais e digitais elaborado pelo COI para os Jogos "incentiva" os participantes utilizares as redes e a "compartilhar suas experiências com seus amigos, família e seguidores", mas sob condições específicas.

As fotos tiradas nas instalações olímpicas podem ser postadas e compartilhadas para uso pessoal. Nunca com fins comerciais ou publicitários.

A Vila Olímpica terá áreas "livres para fotos". De resto, caso alguém poste uma foto na qual apareça outra pessoa ou se refira às atividades de um terceiro, deve obter sua permissão primeiramente.

O COI classifica como "pessoal credenciado" "atletas, treinadores, oficiais, pessoal dos comitês olímpicos nacionais e das federações internacionais e veículos de imprensa".

As "instalações olímpicas" são todas aquelas que só podem ser acessadas com credenciamento ou ingressos.

Não podem ser usadas nas contas pessoais os símbolos olímpicos (aros, mascotes) e nem criar domínios, URLs ou ferramentas que incluam a palavra 'olímpico'.

Da mesma forma, os credenciados não podem criar páginas ou aplicativos dedicados à cobertura dos Jogos Olímpicos.

Os atletas podem comentar sua participação nas competições, "mas não devem assumir o papel de jornalistas".

Suas presenças nas redes devem ter o formato de diário, em primeira pessoa, e não revelarão informação confidencial sobre outras pessoas. Caso um jornalista pergunte algo pelas redes sociais, os atletas estou autorizados a responder.

O COI pede aos usuários de redes sociais que se atenham "aos valores olímpicos da excelência, do respeito e da amizade" e que não incluam nenhuma manifestação "de propaganda política, religiosa ou racial".

Os Jogos Olímpicos serão disputados do dia 5 a 21 de agosto, mas estas normas serão aplicadas durante todo o período de abertura da Vila Olímpica, de 24 de julho a 24 de agosto.

Tigre sugere uso de "palavrões fofinhos" em novos comerciais

Cena no novo comercial da Tigre


A Tigre lançou no último domingo (6) a campanha publicitária de 2016: "Tigre vale cada centavo".

Criadas pela Talent Marcel, as peças pretendem apresentar de forma divertida a necessidade de investir em produtos de qualidade gastando menos.

Nos comerciais as situações inusitadas demonstram a insatisfação extrema de um profissional da obra e de consumidores com os problemas causados quando usados produtos que não são da marca Tigre.

Como resultado, os personagens expressam sua raiva usando "os palavrões fofinhos" como "seu filhote de panda", "jujuba de anis", "pirulito que bate-bate", "pantufa apertada".

Os filmes são finalizados com o slogan, reforçando o conceito criativo.

"O humor escrachado, bem brasileiro e a leveza sempre foram características das campanhas da Tigre. Seguimos nessa linha, trazendo à tona com essa campanha os valores da marca líder no segmento, dos nossos produtos e serviços por meio da proposta "vale cada centavo", além da brincadeira dos palavrões fofinhos", explica Thomas Karsch, gerente de Marketing Corporativo da Tigre.

"Só Deus sabe como ficamos irritados com um vazamento. Mas seria politicamente incorreto sair xingando todo mundo por aí. Por isso, a proposta da campanha é ensinar palavrões fofinhos. Assim você pode transmitir sua raiva até perto de uma criança," afirma Philippe Degen, Diretor de Criação da Talent Marcel.

Confira abaixo os filmes da campanha:

 

 

Mercado de trabalho vai ficar ainda pior, diz Fipe

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 O ano começou amargo para o mercado de trabalho brasileiro - e, ao que tudo indica, a situação ainda não chegou ao seu ponto mais crítico.

É o que sugere a mais recente edição do índice Catho-Fipe de Novas Vagas de Emprego, calculado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) a partir do número de oportunidades anunciadas no site de empregos Catho.

O relatório quantifica um impacto da crise já sentido por muitos profissionais brasileiros no início de 2016: a quantidade de vagas de emprego geradas em janeiro deste ano foi 11,4% menor do que a registrada no primeiro mês de 2015.

O tombo não é isolado. Janeiro foi o 19º mês seguido em que o índice mostrou queda na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Nunca houve um período de declínio tão prolongado quanto o atual em toda a série histórica do estudo, que teve início em 2004.

A queda também ocorreu na passagem do ano. Segundo o relatório, o número de oportunidades abertas em janeiro de 2016 foi 2,7% mais baixo do que o registrado em dezembro de 2015.

Para o economista Raone Costa, pesquisador sênior da Fipe, uma guinada em direção à melhora da empregabilidade ainda está longe de acontecer.

Responsável pela elaboração dos indicadores Catho-Fipe, ele falou com exclusividade a EXAME.com sobre o estado atual do mercado de trabalho brasileiro, as consequências mais imediatas da crise para o profissional brasileiro e perspectivas para o futuro.

Veja a seguir os principais trechos da conversa:


EXAME.com - O mercado de trabalho piorou consistentemente em 2015. Segundo o índice Catho-Fipe, o ano terminou com queda acumulada de 30,7% no número de vagas em relação a 2014 - o maior declínio desde 2009. Por que 2015 foi um ano tão ruim para o profissional brasileiro?

Raone Costa - O crescimento da economia brasileira já está num patamar fraco há bastante tempo. Desde meados de 2011 podemos dizer que nosso PIB vem decepcionando regularmente, ainda que o país só tenha entrado em recessão oficialmente no meio de 2014. A situação atual do mercado de trabalho é consequência direta disso.

O que surpreende é que esse movimento tenha demorado tanto para acontecer. Em meados de 2013, por exemplo, quando nossa economia já crescia menos de 1% ao ano, o mercado de trabalho ainda continuava bom para o profissional brasileiro.


EXAME.com - Por que o mercado de trabalho demorou mais para se deteriorar?

Raone Costa - A intensa crise que estamos vivendo hoje é decorrente da própria vitalidade do mercado de trabalho de alguns anos atrás. Há pouco tempo, a situação era muito diferente da atual: nossa taxa de câmbio orbitava entre 1,5 e 2 reais por dólar, a taxa de desemprego batia mínimos históricos e os dissídios vinham em sua esmagadora maioria acima da inflação. Esse quadro evidentemente pressionava o custo trabalhista para as empresas.

Inicialmente isso era um problema apenas da indústria brasileira, que sofria com a onda de importações chinesas. Os demais setores simplesmente repassavam esse aumento de custo para seus preços. Acontece que esse processo foi se intensificando, e assim a indústria começou sua onda de demissões.

A partir daí outros setores, antes “ilhados” do problema da competitividade internacional brasileira, começaram a ter dificuldades para repassar o aumento de custo para os seus preços, já que os trabalhadores demitidos das indústrias perderam poder aquisitivo. Esse processo levou muito tempo para acontecer, e os demais setores da economia só começaram a sentir a crise com mais força a partir do final de 2014. O efeito sobre o mercado de trabalho finalmente se tornou inevitável em 2015.


EXAME.com - Em janeiro de 2016, o Índice Catho-Fipe de Novas Vagas de Emprego teve queda de 2,7% em relação a dezembro de 2015. Como você avalia esse resultado para o início do ano?

Raone Costa -
O resultado mostra que o mercado de trabalho segue em ritmo de declínio em 2016. Janeiro é tipicamente um mês em que há aumento na geração de vagas na economia, comparado ao mês anterior. Isso acontece porque dezembro é um mês sazonalmente muito fraco em termos de contratações.

Em média, o índice mostra um aumento de 3,2% na passagem entre dezembro e janeiro, o que revela como essa queda de 2,7% na virada de 2015 para 2016 de fato é bem ruim. Nem mesmo na passagem de 2014 para 2015, quando a economia já estava fortemente em recessão, tivemos queda entre dezembro e janeiro. Na época, o índice subiu 3,5%.


EXAME.com - Já chegamos ao “fundo do poço” do mercado de trabalho ou a situação ainda pode piorar?

Raone Costa -
Infelizmente acredito que ainda não chegamos ao fundo do poço. Nossos dados mais recentes não mostram nenhum indício de estabilização no mercado de trabalho: o ritmo de vagas geradas continua caindo e a quantidade de vagas por trabalhadores também. Dessa forma, creio que 2016 deve ser outro ano desafiador para o profissional brasileiro.

O outro lado da moeda é que o mercado de trabalho está ficando cada vez melhor para o empresariado brasileiro. Se antes era difícil encontrar mão de obra qualificada a um preço justo para a maior parte das profissões, hoje com certeza a situação é outra.

É claro que a situação ainda é crítica para as empresas. Se até pouco tempo atrás o problema eram os custos trabalhistas elevados, o desafio agora é a falta de demanda interna por produtos e serviços, já que a crise faz com que pessoas comprem menos.

Mas essa distinção é importante, porque significa que, quando esta crise passar, as empresas se verão em um cenário muito positivo, com receitas subindo e custos controlados. Nesse ambiente, certamente podemos pensar que elas voltarão a contratar, melhorando o cenário para o profissional brasileiro. Infelizmente, porém, tudo indica que ainda estamos distantes desse ponto.



EXAME.com - Quais são as consequências mais imediatas desse cenário para o profissional brasileiro?

Raone Costa -
O principal efeito é o aumento do “valor” do emprego. Hoje, encontrar uma oportunidade de trabalho é algo mais raro do que no passado. Essa mudança vale para todos, tanto para candidatos maduros quanto para jovens em busca do primeiro emprego.

As empresas brasileiras estão lutando para sobreviver em meio à crise atual, e dessa maneira estão tentando cortar custos onde podem. Com isso, o poder de barganha na disputa salarial está hoje nas mãos do empregador, o que leva alguns profissionais a aceitar salários menores do que gostariam.

Os empregadores também estão trocando profissionais mais caros e experientes por outros mais baratos e menos experientes. Nos casos em que o grau de experiência do funcionário de fato não é tão importante, isso pode ser bom para a empresa. Embora esse movimento seja obviamente ruim para o profissional, novamente vale a pena ver os dois lados da moeda. Quando há muitas empresas fazendo isso, o país que sairá desta crise pode ser mais produtivo.


EXAME.com - É possível fazer alguma previsão sobre quando o mercado de trabalho no Brasil vai melhorar? De que fatores depende essa melhora?

Raone Costa -
A própria crise atual carrega em si a semente da sua melhora: se por um lado o mercado de trabalho está piorando para os profissionais, por outro, ele está ficando melhor para os empresários. Com isso, vai chegar um momento em que produzir no Brasil voltará a ser atrativo, em termos internacionais. A partir daí nosso mercado de trabalho deve voltar a se aquecer - melhorando, portanto, para os trabalhadores, e piorando para os empresários.

Ainda não chegamos a esse ponto, como temos verificado pelos últimos indicadores Catho-Fipe. Prever quando atingiremos esse cenário é uma tarefa muito difícil. O máximo que se pode dizer com segurança é que, aparentemente, o estado do mercado de trabalho não mudará significativamente no futuro próximo.

Minério de ferro recua de novo na China com queda do aço

Estoque de minério de ferro

 Os preços do minério de ferro no mercado à vista da China recuaram pelo terceiro dia consecutivo nesta sexta-feira, após tocarem máxima de quase nove meses na terça-feira, acompanhando um recuo nos preços do aço.

Muitos analistas questionaram os ganhos, citando a continuidade dos riscos de desaceleração da economia chinesa e da demanda por aço, cujo consumo caiu pelo segundo ano consecutivo em 2015.

"Nós entendemos que a força dos preços do minério de ferro tem vida curta, já que os fundamentos permanecem fracos", disseram analistas do Australia and New Zealand Banking Group em um relatório.

Os contratos futuros do vergalhão de aço na bolsa de Xangai recuaram 2,89 por cento nesta sexta.

O minério de ferro com entrega imediata no porto de Tianjin na China caiu 2,3 por cento nesta sexta-feira, para 56,10 dólares por tonelada, e acumula queda de 11,4 por cento desde atingir o pico de 63,3 dólares na terça-feira, segundo dados do The Steel Index (TSI).

"Eu sinto que os preços vão recuar ainda mais, após uma alta tão rápida. Os negociantes de aço compraram um grande estoque de aço nos últimos meses", disse um operador de minério de ferro de Cingapura.

Belo Monte abasteceu campanha de Dilma, diz revista

Obras da usina de Belo Monte, no Pará

A revista IstoÉ publicou na edição desta semana o que seria mais um anexo do acordo de delação premiada do senador Delcídio do Amaral.

Segundo a reportagem, um esquema envolvendo a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, teria desviado 45 milhões de reais das obras de Belo Monte para as campanhas eleitorais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014.

Além de Erenice, também participavam do esquema os ex-ministros Antônio Palocci e Silas Rondeau. A IstoÉ afirma que Delcídio teria dito que "a propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014".

Segundo a reportagem, Delcídio também teria afirmado que a atuação do "triunvirato", formado pelos três ministros citados, "foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte".

A publicação também diz que, entre os procuradores que já conhecem a delação de Delcídio, há a convicção de que Erenice era a principal operadora do esquema.

Esquema de corrupção

O relato de Delcídio aponta que houve superfaturamento em todas as etapas do processo de Belo Monte, começando pela escolha das empresas responsáveis pela obra, afirma a IstoÉ.

Na época, o grupo formado pelas maiores empresas do país desistiu de participar do leilão. Delcídio teria afirmado que, em poucas horas, "foi constituído um novo grupo de empresas que venceu o leilão, tendo sido a única proposta apresentada".

O consórcio era cabeceado pela Chesf e pela Eletronorte, duas subsidiárias da Eletrobras, e composto, entre outras empresas, por Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Contern (que teria entrado no grupo por influência de José Carlos Bumlai), JMalucelli, Gaia Energia, Cetenco, Mendes Jr. Trading Engenharia e Serveng-Civilsan.

Meses depois, várias empresas que não tinham participado da disputa se tornaram sócias do empreendimento, podendo fazer parte do negócio sem se submeter a todas as regras impostas às outras empresas, que tinham vencido a licitação.

Em contrapartida, as propinas pagas por Belo Monte teriam servido como contribuição financeira para as campanhas eleitorais de Dilma, em 2010 e 2014, de acordo com a revista.

Delação premiada

Na semana passada, a IstoÉ tinha publicado uma primeira reportagem com o que seriam trechos da delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral.

Na ocasião, a revista afirmava que, segundo Delcídio, a presidente Dilma teria atuado três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário.

Uma das investidas da presidente Dilma, segundo Delcídio, passava pela nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

China protesta por presença de Dalai Lama em Genebra

Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, durante uma palestra em Hamburgo, na Alemanha

Pequim, 12 mar (EFE).- O governo da China protestou neste sábado pela participação do Dalai Lama em um evento junto a outros agraciados com o Nobel da Paz realizado ontem em Genebra, na Suíça, à margem de uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, manifestou o "forte descontentamento" de Pequim pelo convite ao líder tibetano para essa atividade, que esteve presidida pela vice-alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Kate Gilmore, em declarações citadas pela agência oficial "Xinhua".

Hong condenou que os Estados Unidos, que promoveram a conferência ao lado do Canadá, insistissem em convidar o Dalai Lama apesar da oposição chinesa e acusou a ONU de violar suas próprias resoluções ao permitir que a vice-alta comissária conduzisse essa reunião.

O porta-voz do Ministério chinês também disse que não corresponde ao Dalai Lama, que é acusado pela China de separatismo, falar sobre direitos humanos.

A China, segundo o porta-voz oficial, se opõe a que o líder espiritual dos tibetanos visite qualquer país e tenha contato "de qualquer forma" com funcionários estrangeiros.

Além disso, Hong pediu aos países que organizaram a atividade que deixem de "interferir" nos assuntos domésticos da China e que realizem ações para desenvolver suas relações bilaterais com o país asiático.

Ao participar do evento em Genebra, o Dalai Lama, que vive exilado na Índia desde 1959, denunciou a violação constante dos direitos humanos e se mostrou convencido de que ainda há tempo para a humanidade acabar com as guerras antes do fim deste século se empreender ações específicas que tragam a paz. EFE

3 fatores que fizeram a ação da Usiminas dobrar de valor

Usiminas

 As ações da Usiminas (USIM5) fecharam a última sexta-feira (11) em queda de 2,37%. Apesar do desempenho, os papéis da siderúrgica lideram com folga os ganhos do Ibovespa em março, com valorização acumulada de 128,9%, até o momento.

O valor das ações mais do que dobrou no período: passou de R$ 0,90 para R$ 2,06. Na máxima do mês, elas chegaram a valer R$ 2,28 cada uma. A EXAME.com listou três fatores que têm mexido com os papéis da companhia nos últimos pregões. Confira abaixo.

Aumento de capital

Especulações em torno de um possível aumento de capital foram o principal gatilho de alta da Usiminas no mês. Os boatos surgiram por causa da delicada situação financeira da companhia, que tem dívidas quase que do tamanho de seu caixa e que vencem neste ano.

Ontem, a siderúrgica informou que o grupo Nippon Steel e o grupo Techint, controladores da empresa, apresentaram propostas de aumento de capital da companhia.

A Nippon demonstrou intenção de subscrever ações até o limite de R$ 1 bilhão e se propôs a bancar sozinha a injeção de capital, caso sua sócia não queira participar da operação, segundo a Reuters.

Já a Techint gostaria de subscrever ações até o limite de R$ 500 milhões. Essa operação seria condicionada à distribuição de pelo menos R$ 600 milhões à Usiminas de recursos mantidos no caixa da Mineração Usiminas.

A Nippon e os analistas de mercado veem a capitalização da empresa como uma medida essencial para que ela consiga negociar suas dívidas com os bancos credores e evitar o pedido de recuperação judicial.

Rali do impeachment

Os papéis da siderúrgica também subiram na esteira do "rali do impeachment", que empurrou para cima as ações de outras grandes produtoras de commodities, bancos e estatais no mês.

A avaliação do mercado é que os recentes desdobramentos de investigações envolvendo aliados de Dilma Rousseff podem enfraquecer o Partido dos Trabalhadores, o que aumentaria a chance de queda da presidente.

O caso mais emblemático foi a denúncia e pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por parte do Ministério Público de São Paulo no caso do triplex no Guarujá (SP).

Efeito China

Boas notícias vindas do exterior também contribuíram para o desempenho positivo da Usiminas em março.

O preço do minério de ferro negociado na China subiu fortemente depois que os responsáveis pela política econômica chinesa sinalizaram sua disposição de apoiar o crescimento do país.

Isso aumentou as perspectivas para o consumo de aço do maior usuário do produto no mundo, a China, e também elevou a expectativa de demanda por minério na segunda maior economia do planeta.

Correios vão criar terminais de autoatendimento no RJ

Funcionário dos Correios cruza os braços durante uma manifestação de greve

Os Correios vão criar terminais de autoatendimento em pontos estratégicos do estado do Rio de Janeiro, onde o usuário poderá fazer a retirada de objetos encomendados ou enviados. Também serão instaladas agências em comunidades próximas às unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A decisão tem o objetivo melhorar o atendimento à população. “Estamos na fase de planejamento e dimensionando quantos postos são necessários. Vamos mudar a face da cidade com relação ao serviço postal. Será o primeiro estado com este tipo de atendimento”, disse o coordenador da força-tarefa, Sérgio Repolho, em entrevista à Agência Brasil.

As medidas estão sendo preparadas pela força-tarefa montada pela empresa, composta por 30 técnicos, inclusive de outros estados. Se houver necessidade, o número pode aumentar. “Estamos buscando técnicos no Rio Grande do Sul, em São Paulo e no Recife. Onde houver profissionais bons, iremos buscar, para aprimorar o nosso serviço no Rio de Janeiro”, afirmou.

De acordo com ele, o Rio (15%) e São Paulo (55%) concentram a maior parte do movimento de serviços dos Correios no Brasil. Enquanto em São Paulo o serviço é bem avaliado, no Rio ele deixa a desejar. Na avaliação dos Correios, parte dos problemas tem relação com a segurança pública, como os assaltos sofridos pelos carteiros, o que fez a empresa classificar como de risco algumas áreas no estado, onde, por esse motivo, a prestação do serviço não ocorre. “Nós sabemos que temos que aprimorar nosso processo interno."

Reclamações

A empresa é uma das recordistas de reclamações no Procon do Rio. O assunto foi debatido pelos integrantes da força-tarefa com a secretária de Estado de Proteção e Defesa do Consumidor do Rio, Cidinha Campos. Uma das reclamações mais frequentes é a de consumidores que compram mercadorias na internet, pagam para receber em casa, mas, no momento da entrega, ficam sabendo que precisam se dirigir a uma unidade dos Correios para pegar a compra. Só que a taxa paga para a entrega não é devolvida. “Eles têm que devolver o dinheiro. É o que diz a lei e eles não estão fazendo isso. Eles vão ter que arranjar uma solução, porque enquanto isso acontecer eles serão multados pelo Procon”, disse Cidinha.

Segundo a secretária, outra reclamação constante é o transtorno ao consumidor que vai buscar a compra em uma unidade dos Correios e fica sabendo que ela estava em outra, mas, ao chegar lá, é informado que, na verdade, a compra estava na unidade anterior. “A pessoa pagou para ter em casa, e não chega. Daí, fica desesperada, telefonando, e dizem que a encomenda está nos Correios da Penha. Ele vai lá, não está, e dizem que está em Benfica. Ele vai em Benfica, e estava na Penha mesmo. É uma bagunça. Já teve muita denúncia”, contou.

Área de risco

A motorista Célia Regina Paulino Motta, de 46 anos, mora em Realengo, na zona oeste, e já registrou várias reclamações. Ela disse que, na rua onde vive há 35 anos, havia um carteiro fixo, mas faz tempo que ele não trabalha mais no local. Com isso, ela tem que buscar tanto correspondências como compras que faz pela internet, no bairro de Campo Grande, o que a obriga pagar as passagens de ônibus. “É uma fila quilométrica. Você fica exposta ao sol, sem contar os idosos que ficam na fila sem lugar para sentar. Acho isso um absurdo. Fiz reclamação nos Correios e estou esperando a resposta deles até hoje”.

Célia contou ainda que a rua dela é bastante movimentada, e não fica dentro de comunidade considerada área de risco. “Eu parei de comprar pelo site. Até no endereço da minha tia, que é em Padre Miguel, eu coloquei. Não é área de risco ali, é uma rua principal, onde os ônibus passam e tem mercado, e eles não queriam entregar. Então, cancelei a compra”.

O coordenador da força-tarefa dos Correios admitiu que a origem desse problema também é a questão da segurança. Segundo ele, quando o cliente faz uma compra no balcão de uma loja dos Correios e o local de entrega fica em alguma área considerada de risco, isso é identificado, imediatamente, por meio do código de endereçamento postal (CEP) e é informado que a entrega não poderá ser feita em casa.

"Mas, quando a compra é feita em sites de lojas, o cliente não tem este tipo de informação, acaba contratando e pagando pelo serviço. Já dissemos a essas empresas que precisam informar os clientes se existir alguma situação de restrição de entrega. Nós nos rendemos às informações que o Procon nos deu sobre isso, e estamos corrigindo o nosso sistema. Isso já vai minimizar o problema dos nossos clientes”, ressaltou.

Na avaliação da secretária, é preciso também analisar o conceito adotado pela empresa para identificar as áreas de risco para a segurança dos profissionais trabalhares. “Eles estigmatizam a área para se livrar do serviço. Eu falei isso para eles, porque quem está na área de risco são eles que têm a central de distribuição em Benfica. Eles que fizeram a central em lugar errado e não é o povo que mora no lugar errado.”

Cidinha Campos disse que os Correios precisam avaliar a fiscalização interna dos casos de assalto e não apenas apontar a população como responsável. “Os Correios são mais ou menos como se fossem da Cruz Vermelha. Temos que resgatar isso. Entrou o cara dos Correios, respeita. Hoje não tem mais a mística de respeitar o carteiro como se respeita médico que chega com a ambulância. Mas é preciso que os Correios resolvam o seu problema interno primeiro em vez de atribuir à população a responsabilidade pelos riscos que os funcionários correm."

Afastamentos

No Rio, a empresa em 14 mil empregados, incluindo carteiros nas ruas, os que trabalham em serviços administrativos e em centros de distribuição. Nas áreas de encomendas, pacotes e expressos (Sedex) são 920 empregados e na entrega postal, em torno de 6 mil empregados.

Apesar do contingente, o coordenador reconheceu que é preciso contratar trabalhadores, por causa do alto grau de absenteísmo (ausência do trabalhador) que ocorre, especialmente, de carteiros que passam por assaltos e precisam se afastar para tratamento psicológico.

“A situação afeta o cliente, seja por uma paralisação momentânea da sua entrega, ou seja, também pelo afastamento do carteiro em si. Temos casos críticos no nosso Centro de Distribuição da Penha. Temos ali a metade dos nossos carteiros afastados. Duque de Caxias também é uma situação complicadíssima, Bangu é um dos bairros mais afetados nas nossas estatísticas de ocorrências”, revelou Sérgio Repolho.

Em fevereiro deste ano, na Penha foram 19 ocorrências, o que representou um crescimento de 34% em relação ao mesmo mês de 2015. Em Bangu foram 11 registros, aumento de 70% na comparação com o período anterior. Em Caxias, foram 13 ocorrências significando alta de 50% se levado em conta o total do ano passado.

O coordenador acrescentou que em situações excepcionais de serviços ou em casos de afastamento de trabalho, a lei de mão de obra temporária permite à empresa usar o dispositivo. “Estamos quantificando [o número extra de trabalhadores], mas certamente será entorno de 200 empregados, pelo menos, temporários, com período de três meses de contrato, podendo ser prorrogados por mais três meses. Enquanto isso vamos buscar, certamente, o apoio de empregados próprios”, revelou.

Outras medidas

Entre as medidas que serão adotadas está também a contratação de escolta armada para acompanhar as entregas e sistema de segurança nos centros de distribuição, com sistema de imagens nas instalações. Será aplicado ainda um sistema de monitoramento dos veículos usados pela empresa e a colocação de chips nos pacotes para identificar em que momento ocorreu o desvio da mercadoria. “Isso é maravilhoso. Estou me sentindo na Suécia. A gente tem que acreditar. Eles vieram aqui tão empenhados, com soluções até mais avançadas do que a gente pedia”, disse a secretária de Proteção e Defesa do Consumidor.

Para Cidinha Campos, as medidas analisadas pelos Correios podem contribuir para melhorar os serviços no estado do Rio. “Achei a vinda deles, aqui, muito produtiva, e eles esperam ter o reconhecimento de que houve uma melhora em um prazo de três meses, pela própria população. É um prazo razoável”, disse. A necessidade de fazer licitações para a contratação de serviços no setor público pode atrasar a entrada em vigor de alguma medida. “É preciso ter essa proteção, mas ao mesmo tempo, em algumas situações, ela emperra o serviço”.

Mariana convoca funcionários para passeata pró-Samarco

Manifestantes fazem protesto contra Vale após desastre em Mariana

 A prefeitura de Mariana intimou funcionários e alunos das escolas municipais a participarem de uma passeata a favor do retorno das atividades da Samarco, marcada para este sábado, 12, às 9h.

A ação contaria como dia letivo, mas, após reações, a prefeitura desistiu de considerar o protesto uma compensação ao sábado de aulas previsto para 21 de maio.

Comunicado interno encaminhado na quinta-feira pela Secretaria Municipal de Educação aos diretores das escolas do município utiliza os termos "convocar" e "deverão comparecer".

Cita, inclusive, que é responsabilidade da equipe diretiva da escola "mobilizar a participação de todos os funcionários e alunos", cabendo à prefeitura providenciar transporte e dois lanches para os estudantes.

"Isso é coação", julgou o movimento Um Minuto de Sirene, formado por moradores de Mariana e Ouro Preto que cobram explicações sobre a tragédia ocorrida em 5 de novembro, quando a barragem de Fundão rompeu e despejou um tsunami de lama sobre a região, destruindo distritos e causando danos sérios ao Rio Doce.

"Não se trata de mero convite de caráter opcional, mas de uma convocação à qual não se pode dizer não. A situação se agrava mais ainda porque todos os diretores das escolas são nomeados via cargos de confiança, luta que a educação em Mariana ainda não conseguiu vencer. É direito do cidadão o livre arbítrio para decidir como se posicionar"

A secretaria admitiu - em nota assinada pelo prefeito, Duarte Júnior, e pela secretária de educação, Juliana Ferreira - que errou na elaboração do comunicado: "A bem da verdade, o pedido do senhor prefeito foi no sentido de que esta secretaria convidasse toda sua equipe a se engajar no evento que se revela de interesse do município e de todos os marianenses".

Também esclareceu que "respeita o direito ao livre pensamento de cada um dos nosso servidores e que nenhum deles sofrerá qualquer sanção, em nenhuma hipótese, em razão de sua livre escolha".

Sobre ter, em princípio, proposto a participação na manifestação como compensação de um dia letivo, a secretaria disse que "teve como horizonte incentivar a todos e demonstrar a importância do retorno das atividades da empresa uma vez que os impostos recolhidos por ela custeiam nossas creches, todas as nossas escolas em tempo integral, além de outros serviços essenciais".

Segundo o prefeito, que publicou vídeo nas redes sociais chamando a população para o evento, Mariana recebeu R$ 6,5 milhões da última cota relativa à Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais (CFEM) e, agora, recebe "apenas" R$ 1,2 milhão.

"Esta queda na arrecadação implica em desaquecimento da economia local e ameaça grande parte dos empregos gerados na cidade. Daí a importância da manifestação", informou nota da secretaria, mantendo a conclusão de que o protesto é "matéria de interesse público".

O diretor da mineradora, Roberto Carvalho, já afirmou que espera retomar a operação em Minas Gerais no quarto trimestre deste ano, porém com cerca de dois terços da capacidade - devido a limitações para captar água e depositar rejeitos.

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