terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Oferta doméstica da Gol cai 1,7% em janeiro; demanda recua 3,6%

Aviões da companhia aérea Gol em aeroporto no Rio de Janeiro

A empresa aérea Gol registrou queda na demanda e na oferta de voos domésticos em janeiro, conforme dados prévios divulgados nesta terça-feira. A oferta caiu 1,7% no mês em relação a janeiro de 2015, e a demanda teve retração de 3,6% na mesma comparação.

A taxa de ocupação também caiu, passando de 84,1% a 82,4%. Ainda no mercado doméstico, o volume de decolagens recuou 2,8% em janeiro em comparação com o mesmo mês de 2015.

No mercado internacional, esse volume caiu 9,8%. A redução da oferta foi de 16% e a de demanda, de 11,4%. Esse desmepenho levou a taxa de ocupação para 81,1%, uma alta de 4,2 pontos porcentuais em relação aos 76,9% de janeiro de 2015.

Em todo o sistema, a demanda recuou 4,6% e a oferta, 3,5%. A taxa de ocupação total foi de 82,2%, 0,9 ponto porcentual menor, e o volume de decolagens recuou 3,2%.

Venezuela, quem diria, agora importa petróleo dos EUA

Nicolás Maduro em evento com operários da construção civil no Estado de Bolívar

A Venezuela é o país com as maiores reservas de petróleo do mundo - mas acaba de comprar um carregamento dos Estados Unidos. Um navio com meio milhão de barris de petróleo que foi extraído nos EUA atracou em um terminal de propriedade da Venezuela na semana passada, segundo a empresa de pesquisa de dados sobre a indústria petroleira ClipperData, citada em reportagem da rede americana CNN. O terminal de destino fica na ilha caribenha de Curaçao.

Mais que Arábia Saudita, Irã ou Rússia, é a Venezuela o país que mais tem petróleo no planeta. Sua reservas são estimadas em 298 bilhões de barris, e as dos EUA, 19 bilhões.

Mesmo com reservas tão elevadas, as importações venezuelanas não são raras. O óleo que existe no país é considerado muito pesado, de difícil refino, o que exige sua mistura com outros tipos de óleo cru, mais leves. Recentemente, foram registradas importações de países como Rússia, Angola e Nigéria.

O que não é corriqueiro é que a Venezuela importe petróleo dos americanos. Além das rusgas nas relações entre os dois países, exportar petróleo foi simplesmente proibido EUA durante quatro décadas. A lei que proibia as vendas de óleo ao exterior foi derrubada em dezembro, e os primeiros embarques.

Por que a Apple está vendendo menos iPhones do que previa? Porque ele é muito caro

Atual CEO da Apple, Tim Cook, mostra os novos iPhone 6 e Apple Watch

A Apple divulgou vendas de iPhone abaixo do esperado no último trimestre, em um momento em que a companhia começa a sentir os efeitos da desaceleração da economia no mercado chinês. Foram 74,8 milhões de iPhones vendidos nos três meses encerrados em 26 de dezembro. Foi o primeiro trimestre completo de comercialização do iPhone 6S e 6S Plus. O crescimento de 0,4% foi o mais lento desde que o produto foi lançado, em 2007.

A empresa está vendendo menos iPhones, entre outros motivos, por causa de sua política de cobrar o maior preço possível pelo produto, estratégia adotada para manter em constante crescimento suas margens de lucro. A constatação foi feita nesta terça-feira pelo próprio Tim Cook, principal executivo (ou CEO, na sigla em inglês) da empresa, em conferência com investidores.

No trimestre encerrado em 26 de dezembro, o preço médio de venda do iPhone subiu 4 dólares, passando de 687 dólares para 691 dólares (quase 2.800 reais, segundo o câmbio atual). No Brasil, o site da empresa oferece o modelo 6S por 3.999 reais e o 6S Plus, por 4.299 reais.

O lucro da companhia no trimestre cresceu 1,9%, para 18,4 bilhões de dólares. Trata-se do maior lucro já registrado por uma empresa em um só trimestre. Nos últimos meses, analistas temiam que as vendas da Apple na China, um de seus dois principais mercados, iriam vacilar em meio a uma maior desaceleração da economia. As vendas de fato foram menores que o esperado, mas, por ora, como se vê, o lucro não foi afetado.

As vendas de iPhones ficaram abaixo das expectativas de analistas, de 75,5 milhões, de acordo com a empresa de pesquisa FactSet StreetAccount. Ainda assim, as receitas cresceram 1,7%, para 75,87 bilhões de dólares, também um recorde para a companhia.

Varejo brasileiro recua 4,3% em 2015, sua maior retração já registrada

Setor de som e imagem na megaloja do Ponto Frio, na Marginal Tietê, em São Paulo

Em meio ao cenário de recessão econômica, as vendas no varejo brasileiro registraram em 2015 sua maior queda histórica. A retração das vendas foi de 4,3% em relação a 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse foi o primeiro resultado negativo desde 2003, quando o varejo recuou 3,7%. A queda foi puxada por perdas em segmentos importantes, como eletrodomésticos, móveis e combustíveis. A série histórica do IBGE começa em 2001.

Somente em dezembro, ainda segundo o IBGE, a atividade teve recuo de 2,7% em relação a novembro e de 7,1% em comparação com dezembro de 2014. As expectativas em pesquisa da agência Reuters eram de recuo de 2,5% na comparação com novembro e de 7,05% em relação a dezembro do ano anterior.

O IBGE informou que o pior desempenho no volume de vendas entre as atividades no varejo restrito em 2015 ficou para móveis e eletrodomésticos, com queda de 14%. Só em dezembro, o tombo foi de 8,7% em relação a novembro.

 As vendas de combustíveis e lubrificantes chegaram a subir 0,5% em dezembro, mas fecharam o ano com recuo de 6,2%. Já hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, setor com maior peso na estrutura do comércio varejista, caiu 1% no último mês do ano, terminando 2015 com perdas de 2,5%.

Ainda segundo o IBGE, o volume de vendas no varejo ampliado - que inclui veículos e material de construção - caiu 0,9% em dezembro em comparação com o mês anterior, fechando o ano com recuo de 8,6%.

Exército Brasileiro confirma bases para distribuição de mísseis russos

Mísseis portáteis Igla-S, de fabricação russa

O Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro confirmou nesta quarta-feira, 10, que o lote de mísseis portáteis Igla-S, de fabricação russa, entregues em 27 de janeiro, será distribuído às unidades da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, localizada em Guarujá (SP), subordinada ao Comando Militar do Sudeste.

Em resposta à solicitação da Rádio Sputnik, também foi confirmado que já foram adquiridos modelos em outra oportunidade e que o equipamento atende às necessidades do Exército Brasileiro. Quanto à compra do sistema Pantsir S-1, o Ministério da Defesa esclareceu que continuam as negociações entre Brasil e Rússia.

A compra dos novos Igla-S esteve na pauta da visita que a presidenta Dilma Rousseff fez a Moscou em dezembro de 2012, que foi seguida por uma missão de alto nível do comando do Estado-Maior das Forças Armadas junto às autoridades russas e aos fabricantes do equipamento. A decisão pela compra foi tomada no ano passado.

Os mísseis Igla-S, considerados de curto alcance, podem ser operados por um único homem, têm alcance de seis quilômetros, altitude máxima de 3.500 metros, velocidade de duas vezes a do som (cerca de 2.500 km/h) e peso de apenas 10,6 quilos.

 

O jornalista especializado em assuntos militares e editor da coluna Insider, Roberto Lopes, elogia a compra dos Igla-S, afirmando que o reaparelhamento da defesa aérea é uma das prioridades do Exército Brasileiro. Segundo ele, o Brasil está comprando diversos sistemas, entre eles o autopropulsado Guepard de fabricação alemã.

“O problema é que o Exército não possui mísseis para longa distância. Onde o Exército Brasileiro está mais bem servido, com o Igla, é justamente na curta distância. Esse equipamento é muito importante e prioritário, porque vai atender aos projetos de reorganização da defesa aérea. Prova de que o Igla é muito bem aceito pelos militares brasileiros é o fato de que ele também está na Força Aérea para defender suas instalações.”

Embora tenha grande mobilidade operacional, podendo servir em operações na Amazônia e nas zonas de fronteira, os mísseis Igla-S não se prestarão, no Brasil, ao abate de aeronaves ligadas ao narcotráfico. “Não faz parte da doutrina brasileira abater aviões supostamente pertencentes ao narcotráfico por meio de artilharia antiaérea. A FAB tem essa autorização, após abordagem e negativa de pouso do avião contactado.”

Quanto às negociações para compra do sistema Pantsir S-1, o analista afirma que ele é um passo adiante em termos de defesa antiaérea, embora seja um equipamento caro para um Exército de poucos recursos como o brasileiro. Lopes acredita que, por tudo isso, o Brasil deva adquirir uma pequena quantidade de veículos. Quanto à transferência de tecnologia, acenada pelo governo e pelo fabricante russos, ela deve ser limitada à fabricação de apenas alguns componentes. “O importante é que ele (o sistema) venha e o Exército consiga desenvolver uma doutrina de emprego.”

O sistema Pantsir S-1 pode operar enquanto protege colunas em deslocamento, uma vez que os veículos utilizam radares de gestão de tiro com alcance superior a 30 quilômetros. Em posição defensiva, uma bateria pode ser instalada em menos de dez minutos.

Os lançadores são controlados por uma unidade de tiro alimentada por dois radares com alcance superior a 80 quilômetros. O sistema é capaz de acompanhar 40 alvos e cada lançador pode acoplar quatro alvos por vez, identificados por laser. Cada lançador dispõe de 12 mísseis, dois canhões de 30 mm com capacidade para atingir aviões, mísseis de cruzeiro, munições guiadas, entre outros alvos. O baixo custo e a simplicidade do míssil é uma das vantagens do sistema, permitindo – ao contrário dos concorrentes ocidentais – armazenamento por longos períodos sem cuidados especiais.

Embaixador do Brasil na Rússia revela orçamento para compra de mísseis russos

Embaixador brasileiro na Rússia, Antônio José Vallim Guerreiro

O embaixador do Brasil na Rússia, Antônio Guerreiro, concedeu uma entrevista exclusiva à Sputnik para falar dos temas mais atuais das relações dos dois países, envolvendo áreas de defesa, tecnologia, economia e saúde. A seguir, estão alguns dos principais tópicos abordados nessa entrevista.


Um dos principais temas tratados na entrevista foi a compra dos sistemas russos de defesa anti-aérea Igla-S e Pantsir-S1 pelo Brasil. Enquanto o país já começou a receber lotes do sistema portátil Igla, a aquisição dos pesados sistemas Pantsir ainda está em fase de negociações.

Acalmando o temores de este segundo acordo não se concretizar, o embaixador explicou que, por tratar-se de sistemas completamente diferentes do ponto de vista técnico, a compra de um não deve influenciar a provável compra do outro.

"Desde que cheguei à Moscou, há dois anos, houve várias missões técnicas do Brasil vindo para cá para manter contato com suas contrapartes russas.(…) Minha expectativa é que o contrato [sobre o Pantsir-S1] seja assinado até o final de 2016" – disse o embaixador.

Segundo ele, a assinatura do acordo está atrelada à aprovação do orçamento do Governo Federal pelo Congresso, que inclui gastos com os sistemas russo de defesa antiaérea, mas que somente poderá ser aprovado após o recesso do Legislativo, ou seja, após o Carnaval.

Respondendo à pergunta sobre a difícil situação econômica do Brasil poder influenciar de forma negativa esse documento, o embaixador disse que, "apesar de ter o direito de não aprovar o orçamento", dificilmente isso poderá ocorrer, podendo, no entanto, haver modificações, ou cortes no orçamento.

 

Apesar da crise, precisamos levar em conta que somos um país muito grande, com uma das maiores economias do mundo. (…) O último número que eu ouvi para a compra dos sistemas russos de defesa antiaérea Pantsir-S1, estava na base dos 600 milhões de dólares. Mas isso é uma cifra apenas provisória, que ainda será objeto de conversações específicas" – explicou o embaixador.

GLONASS

O embaixador respondeu a uma pergunta relativa às negociações sobre a instalação em território brasileiro de uma terceira estação do sistema de localização por satélite GLONASS, análogo ao norte-americano GPS. O início das obras estava previsto para final de 2015, mas, até agora, a instalação ainda não começou.

Como se sabe, duas estações GLONASS já estão funcionando no Brasil. Espero que a decisão sobre a terceira estação seja tomada este ano, e que a mesma comece a operar em breve. É uma questão de interesse mútuo tanto para o Brasil, como para empresas russas que fornecem os equipamentos" – explicou Guerreiro.

Rússia e o programa espacial brasileiro

Outro tema abordado na entrevista foi a questão de uma possível expansão da cooperação da Rússia com o Brasil na área do programa espacial brasileiro.

O embaixador disse que, recentemente, problemas financeiros impediram uma possível cooperação do Brasil com a Ucrânia para o uso conjunto da base espacial de Alcântara. Ele explicou, no entanto, que, apesar de todo o interesse brasileiro na Rússia, o lugar da Ucrânia não será substituído por outro país nesse projeto específico.

"Naturalmente, o Brasil está interessado no futuro desenvolvimento da cooperação com a Rússia, e temos grandes perspectivas. Mesmo se um dia o projeto com a Ucrânia for renovado, existirão outras áreas possíveis para a cooperação com a Rússia" – explicou Guerreiro.

Comércio em moedas nacionais

Falando sobre a possibilidade de empresas da Rússia e do Brasil realizarem operações de importação e exportação sem o intermédio de moedas estrangeiras, o embaixador ressaltou a importância desse tema. Nas suas palavras, há economistas no Brasil favoráveis a esse modelo, e outros que acham que isso não faz o menor sentido.

"Evidentemente, os empresários, dada a desvalorização tanto do rublo, como do real, têm interesses muito específicos. Para os empresários brasileiros e russos ficou mais barato exportar. Mas isso não significa que as exportações estejam aumentando porque é um momento de crise, e tanto o Brasil como a Rússia tiveram suas atividades econômicas diminuídas" – disse Guerreiro.

Como exemplo, ele usou a questão das exportações brasileiras para a Rússia. Apesar das expectativas de aumento, por conta das contra-sanções impostas pela Rússia à União Europeia e outros países, em 2015 as exportações brasileiras caíram em relação a 2014. "Por um motivo muito simples: os importadores russos estão com menos dinheiro" – explicou o embaixador.

Falando em números, ele disse que em 2014 o volume total das exportações brasileiras para a Rússia foi de 3 bilhões e 200 milhões de dólares, enquanto em 2015 o mesmo não chegou a 2 bilhões e 700 milhões de dólares.

Zika

Abordando o tema do crescente problema da Zika no Brasil, o embaixador disse que o vírus não deverá prejudicar a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, já que o principal foco de disseminação da doença está no Nordeste do país, e o mês de agosto, quando serão sediados os Jogos, é a época de menor proliferação do mosquito transmissor.

Nesse sentido, ele comentou ainda a decisão do Comitê Olímpico Nacional dos EUA em outorgar aos seus atletas o livre arbítrio sobre o comparecimento aos Jogos, em razão do risco de contaminação.

Não considero o precedente [do Comitê norte-americano] perigoso. Acho perfeitamente natural que a pessoa não se exponha se tiver o receio de contrair a doença. (…) É, sem dúvida, uma questão de bom senso" – disse o embaixador.

Sobre a cooperação entre a Rússia e o Brasil na busca por soluções médicas para o problema, Guerreiro explicou que "a OMS está coordenando esforços no mundo inteiro para que se desenvolva uma vacina eficiente". Ele disse ter a certeza de que "os cientistas de todos os países estejam em contato (…), trabalhando em conjunto", e que "os estudos que se fazem aqui na Rússia, sejam conhecidos pelos cientistas no Brasil, e vice-versa".

Brasil fecha acordo com Universidade do Texas para desenvolver vacina contra o zika

Agente de saúde analisa amostra de sangue de paciente com suspeitas de zika no Instituto Nacional de Saúde de Lima, Peru, em 2 de fevereiro de 2016

 De acordo com o Ministro da Saúde, Marcelo Castro, a expectativa é a de que a vacina seja desenvolvida em um ano, para poder entrar na etapa de testes, que, por sua vez, deve durar mais dois anos.  

Segundo o Ministério da Saúde, estão previstos investimentos brasileiros de US$ 1,9 milhão para os próximos cinco anos na parceria com os Estados Unidos e o Instituto Evandro Chagas, que, assim como a Universidade do Texas, tem grande experiência no estudo de arboviroses, doenças transmitidas por vírus através da picada de mosquitos. Marcelo Castro acredita que essa experiência pode ajudar a reduzir o prazo para o desenvolvimento da vacina.

“Fizemos então essa parceria para desenvolver a vacina, que sabemos que é demorada. Mas tanto pela parte da Universidade quanto pela parte do Instituto Evandro Chagas há um grande otimismo, de que nós poderemos desenvolver essa vacina em um tempo menor do que estava previsto, e aproximadamente dentro de um ano nós poderemos ter a vacina desenvolvida, podendo ser menos. Depois de desenvolvida a vacina, vem os testes, os ensaios clínicos e a produção da vacina para poder então ser comercializada e aplicada”.

O acordo prevê ainda a organização de um comitê de coordenação que vai se reunir para analisar o progresso e os resultados alcançados no âmbito da cooperação. Está prevista também a participação de outros organismos de saúde internacional, como a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Marcelo Castro também falou com os jornalistas sobre a terceira morte confirmada no Brasil causada pelo vírus zika. Uma jovem, de 20 anos de idade, do Rio Grande do Norte, que ficou internada por 12 dias, em Natal, com problemas respiratórios. A morte aconteceu em abril do ano passado. Na ocasião, os médicos disseram que o motivo da morte foi por pneumonia, devido a uma infecção aguda. Mas, por ser muito jovem, novos exames foram solicitados e o Instituto Evandro Chagas confirmou agora a presença do vírus da Zika.

O Ministro da Saúde disse que já informou o caso a Organização Mundial de Saúde, mas Marcelo Castro ressaltou que o vírus da Zika pode não ter sido a única causa da morte da jovem.

“A nossa percepção, que comunicamos à Organização Mundial de Saúde, é a de que a morte foi por zika. Se foi exclusivamente, se foram outras causas (não sabemos), mas encontramos esse patógeno na pessoa que foi analisada”.

As outras duas mortes no Brasil por zika vírus ocorreram no ano passado. A primeira, em junho, mas só foi notificada em novembro. Um homem de 35 anos, de São Luís (MA). Ele tinha lúpus, doença que afeta o sistema imunológico, além de artrite reumatóide e alcoolismo. O caso, inicialmente, chegou aos médicos como suspeita de dengue, mas os exames comprovaram que se tratava de zika. A segunda morte aconteceu no final de outubro. Uma adolescente de 16 anos que morava em Benevides (PA), que apresentou dor de cabeça, náuseas e pontos vermelhos na pele.

Paralelamente à parceria com a Universidade do Texas, o Ministério da Saúde também anunciou a realização de um seminário internacional, nos dias 17 e 18, sobre novas tecnologias para combate ao Aedes Aegypti, com a presença de pesquisadores de várias partes do mundo que têm experiência no combate ao vetor para trocar ideias e analisar as ações que podem dar mais resultados.

Marcelo Castro também informou que 15 técnicos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano estão chegando ao Brasil, após acordo de parceria entre a Presidenta Dilma e o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para estudar com os cientistas brasileiros a relação entre o víruz zika e a microcefalia.

“Onde houve mais casos de zika é onde está havendo mais casos de microcefalia. Nos estados em que houve menos casos de zika é onde está tendo menos casos de microcefalia. Em estados em que não houve casos de zika é onde não está havendo casos de microcefalia. Está uma relação epidemiológica muito bem estabelecida. Além disso, há os casos comprovados laboratorialmente. O que não sabemos ainda? Esses pesquisadores americanos, com os nossos pesquisadores, vão buscar isso agora. Tem alguma outra coisa contribuindo para o aumento dos casos de microcefalia, além do vírus zika? A gente vai pesquisar, mas não há a menor dúvida de que o fator determinante da epidemia de microcefalia que nós temos no Brasil é a epidemia do vírus zika que nós estamos tendo”.

O Ministério da Saúde também ressaltou que há várias linhas de pesquisa para vacina também sendo realizadas pelo laboratório Bio Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e o Instituto Butantã, em São Paulo.

Sobre a notificação obrigatória dos pacientes com vírus zika para o governo, para facilitar o mapeamento do vírus no Brasil, que estava prevista para começar nesta semana, o ministro da Saúde disse que a medida ainda não tem data para entrar em vigor, pois é preciso primeiro que os laboratórios tenham capacidade de realizar os exames, e isso depende da distribuição dos testes sorológicos que foram importados. Marcelo Castro admitiu que houve atraso na distribuição dos kits pelo país, devido a problemas no processo de licitação. Porém, ele garantiu que a questão já está resolvida e a distribuição para todos os estados já está se normalizando. São 100 mil testes para o todo o país.

No sábado (13), será realizada uma mobilização nacional de combate ao Aedes Aegypti, com a participação de cerca de 220 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nas ruas. Os militares vão distribuir material impresso com orientações para a população sobre como acabar com os criadouros do mosquito.

A meta é visitar 3 milhões de residências. A ação será realizada em 356 municípios, incluindo todas as cidades consideradas endêmicas, de acordo com indicação do Ministério da Saúde, e as capitais do país.

Depois de Colônia, alemães têm mais cautela com refugiados

Polícia usa canhão d'água durante protesto contra imigração em Colônia, Alemanha


A última pesquisa do projeto Sputnik-Opinião, realizada na Alemanha pela empresa Populus para a Sputnik, demonstra uma queda de 7% no número de alemães que acreditam que o governo deve acolher os refugiados.

41% dos participantes da pesquisa respondera "Não" à pergunta "O governo da Alemanha deve deixar os refugiados entrarem no país?". Este indicador superou em 6% aquele demonstrado na primeira etapa da pesquisa, em outubro de 2015.  A percentagem daqueles que acham que o governo "deve deixar" os refugiados entrarem reduziu-se em 7%, o que é uma queda significante do ponto de vista da estatística. Agora são 51%, contra 58% revelado pela pesquisa anterior.

Esta queda aconteceu um mês depois do acidente de Colônia, cidade alemã que viveu uma virada do Ano Novo de abuso sexual em massa cometido por refugiados contra mulheres alemãs e turistas.

O que fazer com os refugiados?

O que fazer com os refugiados?

As enquetes foram realizadas pela empresa Populus para a agência de notícias Sputnik de 25 de setembro a 15 de outubro de 2015 e de 3 a 4 de fevereiro de 2016. Os dados representam a população de sexo, idade e localização diferentes. O intervalo de confiança para os dados nacionais é de 3,1%, a margem de confiança é 95%.

Sputnik-Opinião

O projeto Sputnik-Opinião começou em janeiro de 2015. A empresa de pesquisas de opinião pública Populus é o principal parceiro do projeto. As pesquisas realizadas no âmbito da iniciativa abrangem vários países da Europa e os EUA e tocam nos assuntos mais relevantes da atualidade social e política.

Amizade entre Turquia e EUA sofre novo abalo

Barack Obama, presidente dos EUA, e Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia

Ancara submeteu a duras críticas as recentes declarações do Departamento de Estado dos EUA, em que Washington instou a Turquia a interromper seus bombardeios contra posições curdas no norte da Síria. A informação foi prestada nesta segunda-feira (15) pela edição turca Yeni Safak.

"Estamos chocados com as críticas do porta-voz do Departamento de Estado dos EUA John Kirby, em que a aliada Turquia é aparentemente equiparada com o terrorista Partido da União Democrática (PYD)" – declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Turquia, Tanju Bilgich.

O diplomata turco declarou ainda que Ancara não irá pedir permissão para combater "qualquer organização terrorista que seja"

 Ancara considera o governo o partido curdo PYD como um braço do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), tratado como uma organização terrorista na Turquia. No sábado (13), a artilharia turca começou a alvejar posições de combatentes curdos no norte da Síria, provocando críticas por parte dos EUA.

O apoio de Washington à legitimidade dos curdos sírios está gerando tensão na relação dos EUA com Ancara. Após instrutores militares norte-americanos terem realizado o treinamento de alguns grupos de combatentes curdos, o presidente turco Tayyip Erdogan chegou a declarar que os EUA teriam que fazer uma escolha entre Ancara e os curdos.

Japão detecta submarino suspeito perto de suas ilhas

Submarino indetectado

Um submarino suspeito foi detectado na segunda-feira (15) perto de ilha japonesa de Tsushima, no Estreito da Coreia, disse o Ministério da Defesa do Japão na terça-feira (16).

O submarino foi assinalado pelas Forças de Autodefesa japonesas a patrulhar as águas entre o Japão e a península Coreana, afirmou o Ministério em comunicado.

“Na manhã em 15 de fevereiro, um avião P-3C, um helicóptero de patrulha e o contratorpedeiro Asagiri das Forças de Autodefesa detectaram um submarino nas águas adjacentes a sudeste de Tsushima (Prefeitura de Nagasaki) que navegava do mar do Japão para o Mar da China do Sul”, diz-se no comunicado.

 As águas adjacentes não são fechadas para navegação de submarinos segundo o direito internacional, mas esta é a primeira vez que Tóquio fala sobre o incidente perto de Tsushima.

Os militares japoneses informaram três vezes sobre a passagem de submarinos perto de suas águas territoriais na prefeitura de Okinawa entre 2013 e 2014. O novo desenvolvimento acontece no meio de tensões crescentes entre o Japão e a China em relação às ilhas do Mar da China Oriental.

Aviação militar turca viola espaço aéreo da Grécia 22 vezes em um dia

Caça turco

A aviação turca violou mais de 20 vezes o espaço aéreo grego na segunda-feira (16). Em dois casos houve “lutas aéreas virtuais”, disse o Estado-Maior grego.

 Segundo ele, as violações ocorreram na região entre as ilhas de Quios e Samos e também entre Lemnos e Lesbos.

Em todos os casos os caças gregos para a intercepção, em dois casos eles entraram em combates aéreos virtuais com os aviões turcos. 

Além disso, na mídia grega apareceu a informação sobre um novo conflito entre a Turquia e Grécia dada a visita do premiê grego, Alexis Tsipras, ao Irã na semana passada. Tsipras visitou Teerã em 7 e 8 de fevereiro, o seu avião teve de mudar de rumo por causa das ações da parte turca. 

Segundo o jornal Kathimerini, o avião militar que o primeiro-ministro usa para as suas visitas planejava aterrar na ilha de Rhodos para reabastecimento de combustível. As autoridades turcas expressaram o seu protesto já que a Turquia considera a ilha como desmilitarizada. 

No dia 24 de novembro, um caça F-16 turco abateu um Su-24 russo com dois pilotos a bordo em espaço aéreo sírio. Na ocasião, Ancara alegou que a aeronave russa havia entrado no espaço aéreo da Turquia. Tanto o Estado Maior russo quando o Comando de Defesa Aérea da Síria confirmaram que o jato russo nunca esteve no espaço aéreo da Turquia.

Forças sírias retomam mais vilas na província de Aleppo

Militares sírios na província de Aleppo

O Exército da Síria retomou dois montes estratégicos no leste de Aleppo e repeliu um ataque de grande escala de Daesh e outros grupos terroristas no norte da província, informou a agência noticiosa iraniana FARS na segunda-feira (15).

A liberação de vilas de Tayy Aba e Abu Zaneh, que estão muito perto de planta termal de Aleppo, abre o caminho para a retoma desta infrestrutura.

Na segunda-feira (15), as tropas sírias e as Forças de Defesa Nacional avançaram contra as posições dos militantes na parte leste da província de Aleppo, obrigando o inimigo a retirar das suas linhas de defesa e deixando muitos militantes mortos e feridos.

Além disso, na segunda-feira, os terroristas que atuam no norte da província retiraram de mais uma vila estratégica em resultado de ataques das Unidades de Proteção Popular, sofrendo grandes baixas e perdendo muito equipamento militar, informou a agência FARS.

Ao mesmo tempo, as tropas governamentais preveniram um ataque de grande escala dos terroristas contra as linhas defensivas das forças governamentais na parte setentrional da província de Aleppo, disse uma fonte militar.

Dezenas de militantes foram feridos ou eliminados depois de as suas tentativas de romper as linhas defensivas do Exército sírio em Tal al-Madhafah na parte meridional de Handarat terem sido repelidas pelas forças governamentais.

Preço do aluguel cai pelo nono mês consecutivo em janeiro


 O preço para alugar um imóvel começou 2016 na tendência de queda. Em janeiro, o valor médio de locação caiu 0,16% frente a dezembro, o nono recuo consecutivo na comparação mensal, segundo o índice FipeZap, que acompanha o mercado imobiliário em 11 cidades. Com isso, o índice acumula queda nominal de 3,66% nos últimos 12 meses. Com inflação medida pelo IPCA a 10,71% nesse período, o preço do aluguel registrou uma queda real de 12,98% no preço para alugar um imóvel.

Neste último relatório, Belo Horizonte e Recife passaram a fazer parte do índice. Todos os municípios pesquisados no índice mostraram resultados inferiores à inflação nos últimos 12 meses, sendo que Rio de Janeiro (-8,56%), São Paulo (-4,50%) e Santos (-1,42%) apresentaram queda nominal.

Em janeiro, as maiores altas no preço de locação foram em Campinas (1,06%), São Bernardo do Campo (0,81%) e Salvador (0,43%). Já as principal queda foi em São Paulo (-0,50%), seguido de Belo Horizonte (-0,37%) e Rio de Janeiro (0,21%).

O preço médio anunciado para locação por metro quadrado no mês de referência foi de R$ 30,97 mensais. O Rio de Janeiro registrou o valor mais caro por metro quadrado (R$ 37,45), seguido de São Paulo (R$ 35,46) e do Distrito Federal (R$ 32,70). Na outra ponta, Curitiba (R$ 16,56) e São Bernardo do Campo (R$ 18,80) apresentaram os mais baratos na pesquisa.

Ministro do STF retira sigilo de investigação sobre Cunha


 O ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), revogou o sigilo de um dos inquéritos que investiga o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O caso apura se o parlamentar recebeu propina no valor de US$ 5 milhões para permitir a contratação de navios-sonda pela Petrobras. Nesse inquérito, a Procuradoria-Geral da República já denunciou Cunha. Em seguida, ofereceu um aditamento à denúncia, com fatos novos surgidos a partir da delação premiada do lobista Fernando Baiano.

O próprio relator tem a expectativa de que a denúncia seja julgada no plenário no tribunal até o fim do mês. Se o tribunal concordar com a PGR, Cunha passará à condição de réu em ação penal. Depois de analisada a denúncia, o STF vai decidir se afasta ou não Cunha da presidência da Câmara e também do exercício do mandato, conforme pediu a PGR. 

 

Em outubro, Zavascki decretou o sigilo das investigações porque os depoimentos de Baiano estavam em segredo de justiça – e, portanto, não poderiam ser divulgados. No entanto, trechos da delação de Baiano já tinham sido divulgados pelo próprio STF. Segundo Baiano, Cunha recebeu sua parte nos desvios da Petrobras não só em dinheiro, mas também em créditos para usar aviões particulares fretados por lobistas ligados ao esquema.

A propina devida a Cunha totalizava R$ 7 milhões. O dinheiro foi repassado pelo lobista Julio Camargo a Baiano em espécie, por meio do doleiro Alberto Youssef. Dos R$ 7 milhões, foram feitos repasses à Igreja Evangélica Assembleia de Deus em valores de R$ 250 mil e de R$ 125 mil por Julio Camargo, a pedido de Cunha.

Ao fim de todas as operações, Cunha cobrou de Camargo o pagamento de mais R$ 1 milhão. O valor seria devido por conta da variação cambial no período. Camargo discordou. Ao fim das negociações, em 2014, Camargo concordou em pagar mais R$ 500 mil a Cunha e Baiano desembolsaria os outros R$ 500 mil cobrados. A parte de Camargo foi paga de duas formas: parte em dinheiro e outra parte em créditos de voo em taxi aéreo. No aditamento da denúncia, o Ministério Público Federal anexa as notas dos voos utilizados por Cunha.

Cunha responde a outro inquérito no STF por suposta participação no esquema desvendado pela Lava-Jato. A investigação mais recente trata das contas abertas na Suíça em nome do parlamentar. Em outubro, Zavascki determinou a transferência para uma conta judicial no Brasil de 2,5 milhões de francos suíços – correspondentes a R$ 9,6 milhões. O dinheiro ficará bloqueado em uma conta judicial. Ao fim do processo, se ficar comprovado que o valor foi obtido de desvios da Petrobras, haverá ressarcimento aos cofres públicos.

PTB substitui deputado anti-Cunha do Conselho de Ética



 O PTB retirou o deputado Arnaldo Faria de Sá (SP) do Conselho de Ética, onde era titular, e o substituiu por Nilton Capixaba (RO). Faria de Sá foi um dos onze parlamentares que votaram pela continuidade do processo contra Cunha no conselho, cujo placar foi 11 a 9. A saída de Faria de Sá foi uma manobra do líder do PTB, Jovair Arantes (GO), aliado de Cunha. Capixaba, evangélico como o presidente da Câmara, é tido como voto certo pró-Cunha.

Arnaldo Faria de Sá encaminhou ofício com sua renúncia à vaga no conselho em 4 de fevereiro. No mesmo dia, o líder Jovair Arantes indicou o nome de Capixaba. Um deputado do colegiado só pode sair por decisão própria. Faria de Sá tem argumentado que deixou o conselho por determinação de Arantes. O deputado, no entanto, negou ao GLOBO que esta tenha sido a intenção e disse que foi Faria de Sá quem pediu para deixar o conselho.

— Não tem nada a ver com votar contra ou a favor de Cunha. Os deputados do PTB tem plena autonomia. Ele (Faria de Sá) foi quem me comunicou que irá deixar o conselho para ir para a Comissão de Seguridade Social, um antigo sonho seu. E, assim, no conselho é um ou outro. São muitos deputados para poucas vagas. O tatu é muito e o buraco é pouco. E nem sei se o Capixaba irá substituí-lo. Vou ver amanhã (terça) — disse Jovair Arantes.

Mas o nome de Capixaba já foi indicado pelo líder do PTB e consta na relação oficial da composição do Conselho de Ética. Há reunião marcada para esta terça-feira, quando será retomado o julgamento do caso Cunha. Se o parecer de Marcos Rogério (PDT-RO), que pede a continuidade do processo contra o presidente da Câmara, empatar em 10 a 10, o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), terá que dar seu voto de minerva. E será a favor da continuidade do caso

Trégua anunciada fica ainda mais distante na Síria

Menino de Aleppo se distrai em campo de deslocados em Idlib Foto: AMMAR ABDULLAH / REUTERS

KILIS, Turquia - A perspectiva de uma trégua, mesmo que temporária, na guerra civil síria parece ter surtido efeito inverso. Ontem, dias depois da Rússia negar que tenha como alvo civis, cinco instalações médicas e duas escolas foram atingidas por ataques aéreos atribuídos ao país em Aleppo e Idlib, deixando pelo menos 50 mortos no total. Após as ofensivas, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou que os ataques “lançam uma sombra” nos compromissos assumidos durante a conferência em Munique, na semana passada, que incluíam o fim de hostilidades por uma semana e o fim aos ataques a civis.
— Esses ataques são uma violação flagrante das leis internacionais — acrescentou o porta-voz da ONU, Farhan Haq.


Carnificina

Os bombardeios põem em evidência a fragilidade do acordo e o impacto sobre civis na guerra aérea liderada pelo Kremlin — que ajudou a consolidar a posição do presidente sírio, Bashar al-Assad. O enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, era esperado ontem em Damasco e deve se encontrar hoje com o chefe da diplomacia síria, Walid Muallem, para discutir a retomada das negociações no dia 25. Mas ontem, Assad considerou difícil a implementação do cessar-fogo, que deveria entrar em vigor ao final desta semana.
— Há alguém que seja capaz de cumprir todas as condições em uma semana? Ninguém — afirmou à agência Sana.

Em Ma’rat al-Numan, na província de Idlib, o alvo foi um hospital apoiado pela Médicos Sem Fronteiras (MSF), atingido por quatro mísseis em dois ataques com um intervalo de poucos minutos. Ao menos sete pessoas foram mortas e oito estão desaparecidas, também provavelmente entre as vítimas. O Observatório Sírio de Direitos Humanos acusa a Força Aérea russa pelo ataque.

— A destruição da instalação apoiada pela MSF parece ser um ataque deliberado a uma estrutura de saúde — denunciou Massimiliano Rebaudengo, coordenador-geral da organização. — E deixa a população local de cerca de 40 mil pessoas sem acesso a serviços médicos em meio a uma zona de conflito ativa
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Os confrontos também se intensificaram no distrito de Azaz, em Aleppo, último reduto rebelde antes da fronteira com a Turquia, onde pelo menos 14 civis foram mortos e 30 ficaram feridos em um hospital infantil e numa escola que servia de abrigo — as autoridades turcas também atribuíram o bombardeio à Rússia. Veemente, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, acusou o governo de Vladimir Putin de agir como um “grupo terrorista na Síria”.

— Se a Rússia continuar atuando como uma organização terrorista que força a população civil a fugir, daremos uma resposta firme — declarou Davutoglu em visita oficial a Kiev. — Nós não vamos deixar Azaz cair.

Para conter queda, gigantes do petróleo congelam nível de produção


 A Arábia Saudita e a Rússia, os dois maiores produtores mundiais de petróleo, concordaram nesta terça-feira em congelar o nível de produção da commodity no nível de janeiro, desde que outros países façam o mesmo. Em reunião, os dois gigantes, juntamente com Qatar e Venezuela, consideraram que manter o patamar produtivo do primeiro mês deste ano é o mais adequado para manter a demanda dos consumidores. O objetivo da medida é conter a derrubada dos preços do barril.

— Com o objetivo de estabilizar os mercados petrolíferos, os quatro países decidiram congelar a produção ao seu nível de janeiro, desde que os outros grandes produtores façam o mesmo — declarou aos jornalistas o ministro Mohammad bin Saleh al-Sada, ministro de Energia do Qatar.

Logo após o anúncio, o barril do Brent, de referência internacional, subia 2,4% em Londres, para US$ 34,20. Antes disso, já havia se valorizado 6,5%.

— Um congelamento não vai gerar uma mudança radical, mas dá uma melhor base para a recuperação dos preços no segundo semestre — afirmou Olivier Jakob, consultor-chefe da Petromatrix. — É a primeira grande decisão de gerenciamento do fornecimento desde novembro de 2014, e mesmo que alguns tentem minimizá-la e dizer que não é um corte, é uma mudança. É uma grande mudança política.

De acordo com a Agência Internacional de Energia, a Arábia Saudita produziu 10,2 milhões de barris por dia em janeiro, abaixo do último pico, de 10,5 milhões, registrado em junho de 2015. A Rússia produziu quase 10,9 milhões de barris diários no mesmo mês, maior patamar na era pós-soviética, de segundo dados oficiais russos.

O Qatar vai monitorar o acordo de congelamento da produção, de acordo com o ministro de Energia do país. Ele destacou que os baixos preços da commodity não têm sido algo positivo para o mundo. A derrubada no valor do barril afetou a economia dos países produtores, forçando-os a cortar gastos, prever aumento do déficit, elevar empréstimos e realizar reformas impopulares.

O ministro do Petróleo da Venezuela, Eulogio Del Pino, visitou os principais países produtores nas últimas semanas, defendendo a ideia de congelamento do nível de produção como uma saída para evitar a queda livre nos preços no barril.

Nos últimos 20 meses, os preços do petróleo caíram mais de 70% frente ao pico registrado em junho de 2014, graças a recordes de produção dos membros da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), assim como de outros produtores como a Rússia.

Há pouco mais de um ano, a Opep decidiu não cortar a produção para, desta forma, pressionar para cima os preços do barril. A oferta ainda excede a demanda, o que é agravado pelo fato de os estoques mundiais só crescerem, empurrando os preços para baixo. O Goldman Sachs, por exemplo, prevê que o barril possa ser negociado a menos de US$ 20.

O Irã, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), está disposto a discutir um congelamento dos níveis de produção de petróleo uma vez que sua própria produção atinja as taxas pré-sanções, disse nesta terça-feira uma fonte familiarizada com a visão iraniana sobre o assunto, destacando a relutância de Teerã de frear a oferta.

“Nós ainda não chegamos a nossos níveis de produção pré-sanções. Assim, quando chegarmos lá, estaremos num nível de igualdade, aí poderemos conversar”, disse a fonte. “Nossa situação é totalmente diferente da daqueles países que vêm produzindo em grandes volumes nos últimos anos”.

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