segunda-feira, 11 de abril de 2016

Animação comovente mostra luta de garotinha contra o câncer

Animação que mostra a história de superação da Scarlett, que teve câncer

O assunto câncer infantil é sempre delicado e traz com ele dados alarmantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 150 mil crianças são diagnosticadas com câncer em todo o mundo a cada ano.

Uma delas, a garotinha americana Scarlett Aida Rivero Osejo, foi diagnosticada com Sarcoma de Ewing, um câncer ósseo que a levou a um pesado tratamento com 14 sessões de quimioterapia e a amputação de sua perna direita.

Valente e espirituosa, Scarlett não apenas ganhou a batalha contra a doença como aprendeu a conviver com a sua prótese de maneira divertida e assertiva, enfrentando todos os obstáculos e limitações.

Sua história inspirou a criação da fundação ‘Scarlett Contra el Cancer’, que arrecada fundos para ajudar crianças que, ao contrário de menina americana, não têm condições de combater a doença, financiar próteses e voltar a ter uma vida normal.

Para promover a causa e incentivar doações, a fundação criou um curta-metragem tocante, que conta justamente a história de superação da Scarlett.



BlackRock se soma à onda de venda de US$ 46 bi em ações

Logotipo da gestora BlackRock em um prédio de Nova York

Os investidores em ações de todo mundo estão brigados com Shinzo Abe.

Desde os primeiros dias de 2016, os traders estrangeiros retiraram capital da bolsa de valores de Tóquio durante 13 semanas seguidas, sequência mais longa desde 1998.

Os investidores internacionais venderam US$ 46 bilhões em ações diante da piora dos dados econômicos, dos resultados adversos do pacote de estímulos introduzido pelo Banco do Japão e da pressão às exportações causada pela alta do iene. O índice de referência Topix está em queda de 17 por cento em 2016, declínio mais agudo do mundo, atrás apenas do registrado na Itália.

A perda de confiança dos estrangeiros seria um duro golpe para o primeiro-ministro japonês -- eles são os traders mais ativos de um mercado que representa a prova de fogo da estratégia de crescimento de Abe. “O Japão está de volta” e “Compre o Abenomics!”, proclamou ele durante visita à Bolsa de Valores de Nova York, em setembro de 2013, quando as ações caminhavam para a maior alta em oito anos. Agora, cerca de metade desses ganhos foi eliminada e a BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, é uma das empresas que estão fechando posições otimistas em relação às ações japonesas.

“O Japão tem sido uma decepção”, disse Nader Naeimi, chefe de mercados dinâmicos em Sidney da AMP Capital Investors, que administra cerca de US$ 115 bilhões. Naeimi é um antigo fã das ações de Tóquio, mas diz que agora está procurando oportunidades de venda. “Muitas pessoas estão começando a duvidar do Abenomics”.

Medo da deflação

Enquanto outros mercados se recuperam após a forte queda internacional, quem investe no Japão vê menos motivos para otimismo. O temor cada vez maior de que o Abenomics -- a tripla estratégia baseada nos estímulos fiscal e monetário e na reforma estrutural -- esteja fracassando, que gerou a especulação de que o país possa entrar em deflação, está prejudicando os esforços para encerrar três décadas de mal-estar.

Masahiro Ichikawa, estrategista sênior da Sumitomo Mitsui Asset Management, teme que se produza uma espiral descendente. Os estrangeiros são necessários para impulsionar o mercado de ações e se as ações não subirem, o público perderá a confiança e limitará os gastos, segundo ele. Isso poderia arrastar o Japão de volta para a deflação. “Se os estrangeiros não retornarem, o futuro do Abenomics pode estar em perigo”, disse ele.

Traders estrangeiros

Os investidores internacionais, que respondem por cerca de 70 por cento do valor negociado em ações em Tóquio, compraram um total líquido de 18,5 trilhões de ienes entre 2012 e 2015. Os gerentes de fundos globais, que permaneceram negativos em relação às ações japonesas durante a maior parte dos cinco anos que antecederam a chegada de Abe ao poder, ficaram overweight todos os meses desde então, segundo uma pesquisa do Bank of America Merrill Lynch.

Agora esta tendência de alta está se dissipando. As posições overweight sobre as ações japonesas caíram pelo terceiro mês seguido em março com a piora da perspectiva dos investidores para a economia e a maior preocupação com os lucros, mostrou a pesquisa do Merrill Lynch. Desde a segunda semana de janeiro, eles venderam um total líquido de 5 trilhões de ienes, sequência mais longa desde as 16 semanas de vendas de 1998 e o maior volume registrado desde 1993.

O Citigroup foi o mais recente a reduzir sua perspectiva para as ações japonesas, na quinta-feira, unindo-se ao Credit Suisse e à BlackRock entre os que revelaram sua decepção. Na semana passada, a LGT Capital Partners, gestora de ativos suíça que administra US$ 50 bilhões, aposentou sua estratégia chamada “Ressurgimento do Japão”, citando o otimismo menor quanto ao sucesso das tentativas de Abe de estimular a inflação.

A BlackRock reduziu sua perspectiva para o Japão de “overweight” para “neutra”, citando como motivos o risco do iene mais forte para os lucros dos exportadores e a volatilidade maior. Dan Chamby, que administra o BlackRock Global Allocation Fund, de US$ 47 bilhões, disse em fevereiro que embora sua postura em relação ao Japão continue sendo otimista, as grandes oscilações do mercado o obrigaram a reduzir sua exposição às ações do país asiático, já que a meta de seu fundo é oferecer retornos competitivos com menos volatilidade.

O índice Topix caiu 0,6 por cento no fechamento do pregão em Tóquio.

Wagner defende que Temer renuncie com derrota do impeachment

Jaques Wagner durante coletiva após reunião de coordenação política com a presidente Dilma Rousseff

 O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, defendeu nesta segunda-feira que o vice-presidente Michel Temer renuncie ao cargo conforme o impeachment da presidente Dilma Rousseff for rejeitado, após o vazamento de um áudio em que Temer fala como se o impedimento da presidente Dilma Rousseff tivesse sido aprovado pela Câmara dos Deputados.

"Depois de assumir a conspiração, o mínimo de coerência é, uma vez derrotada a conspiração, ele renunciar, porque vai ficar um clima absolutamente insustentável", disse Wagner a jornalistas.

O ministro minimizou a aprovação do parecer favorável ao impeachment na comissão especial da Câmara argumentando que o placar de 38 votos a 27 não mostra o apoio de dois terços dos deputados necessário para autorizar a abertura de procedimento e que isso vai se repetir no plenário da Casa.

Cuidar da própria saúde mental é perigoso, diz Reino Unido

depressão tristeza

O que fazer quando sua saúde mental não está boa e está cada vez mais difícil ter uma boa convivência e ser funcional para a sociedade? O ideal é buscar algum tipo de tratamento, certo?

O grande problema é que procurar ajuda não é sinônimo de conseguir atendimento. E essa negligência está só piorando as coisas, como alerta a jornalista Deborah Coughlin, em um vídeo produzido exclusivamente para o jornal britânico The Guardian.

“Ficar sem tratamento deixa muito difícil ficar são e funcional para a sociedade. Então o que as pessoas fazem quando elas são obrigadas a descobrir, por conta própria, o que devem fazer? Muitas delas recorrem aos medicamentos, e muitas pessoas estão prescrevendo pílulas antidepressivas que alteram a mente com severidade depois de uma consulta de apenas cinco minutos, em que os pacientes preenchem um questionário sobre sua saúde mental.”

Coughlin reporta que 76% das pessoas com problemas de saúde mental no Reino Unido não conseguem nenhum tipo de ajuda. Dentre aquelas que conseguem pelo menos entrar na lista de espera, mais da metade precisa esperar mais de três meses pelo atendimento. Para alguns, a espera é de dois anos. A necessidade por atendimento é muito maior do que o orçamento disponível para o NHS (sistema de saúde pública do Reino Unido).

A própria repórter passou pela dolorosa experiência, há 14 anos:

“Quando eu comecei a desenvolver sintomas de ansiedade, eu tentei de tudo para conseguir ajuda. Médicos, hospitais, todos lotados e com lista de espera. Levei anos para conseguir um diagnóstico de verdade. Sem ajuda, minha condição se transformou em uma agorafobia [transtorno de ansiedade em que a pessoa sente medo por estar em situações ou locais dos quais seria difícil ou embaraçoso escapar ou mesmo receber socorro se algo de errado acontecesse]. Eu não podia usar transporte público, ir para o supermercado e, por um período, sequer consegui sair do meu apartamento. No fim, tive que me afastar do trabalho. Essa é uma história familiar.”

“Automedicação, comida, drogas e álcool são uma muleta. Essas muletas podem aumentar muito os problemas existentes de saúde mental e deixá-los ainda mais difíceis de superar. Para algumas pessoas, nada disso funciona”, alerta.

Coughlin destaca que, das pessoas na lista de espera, uma em cada seis tentam suicídio.

Estima-se que, a cada ano, uma em cada quatro pessoas no Reino Unido terá algum tipo de problema de saúde mental. Uma pesquisa de 2009 revelou que 17 em cada 100 pessoas pensou em suicídio em algum momento de suas vidas.

Em 2013, foram registrados mais de 6.000 suicídios de jovens com 15 anos ou mais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstrou preocupação com o aumento de 54% na prescrição de antidepressivos para jovens no Reino Unido. O levantamento foi feito entre 2005 e 2012.

“Se eu tivesse recebido tratamento quando procurei ajuda, minha saúde mental não teria saído tanto de controle. Cada atraso, e cada tentativa de se resolver a questão por conta própria, acrescentam camadas para os problemas já existentes.”

Fachin nega pedido sobre sequência da votação do impeachment

O ministro do STF, Edson Fachin

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin negou hoje (11) pedido do deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA) para que a Corte defina a sequência de votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O parecer favorável à abertura do processo contra a presidente foi aprovado hoje na comissão especial da Câmara e deve começar a ser votado na sexta-feira (15), no plenário da Casa.

Na decisão, o ministro Edson Fachin argumentou que o Judiciário não pode interferir em questões internas do Congresso.

"Não cabe ao Poder Judiciário determinar, preventivamente, ao presidente da Câmara dos Deputados qual é a melhor forma de se interpretar o Regimento Interno dessa Casa Legislativa, especialmente se tal receio surge apenas de matérias jornalísticas que noticiam uma possível interpretação. Descabe, portanto, na hipótese, a intervenção do Poder Judiciário.", decidiu.

Mais cedo, o deputado Weverton Rocha entrou com mandado de segurança no Supremo para garantir que a votação fosse de forma alternada entre as bancadas dos estados do Norte e do Sul do país. O parlamentar pretendia evitar que a votação fosse iniciada pelos deputados de estados do Sul, conforme pretende o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Caso o pedido não fosse atendido, Weverton Rocha pediu que fosse determinada votação por ordem alfabética dos deputados.

Para Weverton Rocha, as regras da votação devem ser decididas antecipadamente e seguir o que foi feito na votação do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992.

Elon Musk atinge novo marco ao lançar foguete reutilizável

Elon Musk

Foi uma cena que parecia saída de um filme de ficção científica. Um foguete branco em forma de lápis se inclinou para baixo cortando um céu azul com névoa e pousou elegantemente em meio à fumaça.

Tudo isso em um barco-drone automatizado nas águas agitadas do Atlântico. Naquele momento, Elon Musk atingiu um novo marco em sua tentativa de dominar o espaço comercial e, um dia, enviar humanos a Marte.

Foi uma semana e tanto para Musk. Dias após a triunfal revelação do mais recente carro elétrico da Tesla, a SpaceX conquistou a internet quando vários milhares de pessoas se sintonizaram para assistir o lançamento do foguete Falcon 9 e, cerca de oito minutos depois, seu espetacular e inédito pouso no mar.

No centro de controle de missão da empresa em Hawthorne, na Califórnia, uma multidão de funcionários explodiu em aplausos. O presidente dos EUA, Barack Obama, e Buzz Aldrin, astronauta da missão Apollo que caminhou na Lua há cerca de meio século, foram alguns dos primeiros a enviar os parabéns, que chegaram de todo o mundo.

Com suas características bravatas, Musk logo fez coro: “Os ingressos para os hotéis orbitais, para a Lua e para Marte custarão muito menos do que as pessoas imaginam”, escreveu no Twitter.

Exagero ou não, poucos podem negar a importância simbólica do momento que anunciou uma nova era de foguetes acessíveis e reutilizáveis e ao mesmo tempo recuperou o entusiasmo e o drama das filmagens na Lua e das primeiras idas ao espaço, uma geração atrás.

Novata atrevida

“Este é o visual dramático da nova era espacial”, disse Marco Cáceres, analista sênior da consultoria Teal Group em Fairfax, Virgínia, nos EUA. “A Nasa vem tentando recriar a empolgação da era Apollo. Elon Musk acaba de conseguir isso”.

Há muito considerada uma novata atrevida que beliscava os calcanhares de gigantes aeroespaciais consolidadas, a Space Exploration Technologies Corporation chega aos 14 anos após sua fundação por Musk com a elevada -- e irreal, dizem muitos -- meta de revolucionar as naves espaciais e colonizar Marte.

Deixando as viagens ao planeta vermelho de lado, a SpaceX está perto de se tornar dominante no negócio da carga útil. A empresa planeja realizar 18 missões neste ano, o triplo do número de 2015.

Trata-se de uma meta altamente ambiciosa em um setor conhecido pelos atrasos e pelos contratempos. E o lançamento de sexta-feira -- para abastecer a Estação Espacial Internacional -- foi apenas o terceiro deste ano. Contudo, se a SpaceX atingir seu objetivo, mandará mais foguetes ao espaço do que qualquer uma de suas concorrentes dos EUA, da França, da Rússia e da China e atingirá um ritmo de lançamentos que não se vê desde o fim da Guerra Fria.

Pouso em drone

O lançador de foguetes que pousou no barco-drone na sexta-feira será levado a um porto e testado em terra; se tudo sair bem, ele poderá voar novamente já em junho. A expectativa de Musk é que no segundo semestre deste ano a SpaceX lance -- e recupere -- foguetes a cada duas ou três semanas.

“Nosso sucesso se concretizará, ironicamente, quando a coisa ficar chata”, disse Musk em entrevista coletiva com a Nasa, na sexta-feira. “Ou seja, quando disserem ‘ah, outro pouso, OK, nenhuma novidade’”.

Esse será um dia ruim para concorrentes como a europeia Arianespace, que opera o Ariane 5, e a United Launch Alliance, uma joint venture da Boeing e da Lockheed Martin.

Elas estão lutando para igualar os custos mais baixos da SpaceX e a vibração acelerada do Vale do Silício. Os foguetes reutilizáveis, antes ridicularizados pelas operadoras estabelecidas, e classificados como um delírio, agora estão no topo da agenda de todos.

O custo de um lançamento do Falcon 9 é de US$ 61,2 milhões, segundo o website da empresa. As empresas de lançamento estabelecidas levarão anos para igualar os custos de lançamento da SpaceX. O preço de lançamento de um foguete Atlas V, da ULA, que não é reutilizável, era de US$ 184 milhões há dois anos. A ULA conseguiu reduzir esse preço em um terço até aqui, mas o valor será de, no mínimo, US$ 100 milhões pelo menos até 2019.

Mudança no Marco Civil é golpe a liberdade, diz Berners-Lee

Tim Berners-Lee, inventor da world wide web

Criador da World Wide Web (WWW), o diretor da WWW Foundation, Tim Berners-Lee, criticou  nesta segunda, 11, em carta aberta a legisladores brasileiros, as propostas de mudança do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014). No documento, publicado em seu site, Berners-Lee diz estar "triste" em saber que os princípios do Marco Civil podem estar ameaçados com as propostas do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Crimes Cibernéticos. Segundo ele, o texto conta com "muitos aspectos preocupantes", com propostas que ameaçam a neutralidade de rede com a possibilidade de bloquear aplicativos ou retirar conteúdo do ar, o que "representam um duro golpe contra a liberdade de expressão online – em um momento em que a liberdade de expressão e debates profundos são mais necessários do que nunca".

Berners-Lee critica também a proposta de realocação de 10% do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) para "fundos de policiamento da rede", dizendo que são "iniciativas difíceis de se (sic) entender, ainda mais quando quase metade do País ainda não pode se beneficiar de um acesso à Internet com frequência". Da mesma forma, o fundador da Web diz que a proposta de identificação de pessoas associadas a endereços IP sem mandado judicial seria ameaça à privacidade online, o que levaria a um "efeito inibidor da liberdade de expressão" com impacto negativo para negócios e para a democracia. "E estes são apenas alguns dos aspectos preocupantes do relatório."

Ele ressalta que o MCI, ao qual ele chama de "abordagem visionária", assegura os direitos de usuários de Internet no Brasil e é referência para outros países. Destaca previsões de crescimento do setor de TIC em relação ao PIB nacional, e que há grande uso de dados abertos para transparência e prestação de conta de entes públicos. "Por isso a Internet ama o Brasil", afirma. Segundo Tim Berners-Lee, o País precisa continuar sendo referência na Internet e modelo para a região e para o mundo. "Eu peço aos brasileiros que rejeitem as propostas atuais deste relatório, considerem maneiras alternativas de combater crimes cibernéticos e que se comprometam novamente com os princípios do Marco Civil", encerra.

Diversas entidades sociais e o próprio Comitê Gestor da Internet (CGI.br) já se manifestaram contra as sugestões de mudança no MCI. O relator da CPI, o deputado Esperidião Amin (PP-SC), afirmou na semana passada que iria excluir da proposta de obrigar provedores de acesso a retirar do ar conteúdos ofensivos à honra, mas manteve outros pontos polêmicos, como a abrangência do crime de invasão de dispositivo informático no Código Penal (Decreto-Lei 2848/40), a identificação por IP e o uso do Fistel. O texto ainda pode sofrer novas alterações, até porque a CPI foi prorrogada até o dia 29 de abril. Uma vez finalizado, o relatório será votado no plenário da Câmara.

Serviços secretos recorreram à Mossack Fonseca

Logo da Mossack Fonseca, empresa envolvida no escândalo Panama Papers

Agentes secretos de vários países, incluindo ligados à americana CIA, recorreram ao escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, envolvido no escândalo dos "Panamá Papers", com o objetivo de "dissimular" suas atividades, revela nesta terça-feira o jornal alemão Süddeutsche Zeitung.

"Agentes secretos e seus informantes utilizaram em grande medida os serviços oferecidos pelo escritório" panamenho, afirma o jornal de Munique.

Segundo o Süddeutsche, "agentes abriram empresas de fachada para dissimular suas ações (...) e entre eles figuram intermediários próximos à CIA", a central de Inteligência americana.

Entre os "clientes" da Mossack Fonseca estão ainda "alguns artífices" das vendas secretas de armas ao Irã nos anos oitenta (caso Irã-Contras), um escândalo motivado pela venda secreta de armas americanas a Teerã em troca da libertação de reféns americanos no Líbano e da ajuda financeira aos "contras" nicaraguenses que combatiam os sandinistas na Nicarágua.

Os "Panamá Papers" também mostram que "responsáveis de alta patente, atuais e antigos, dos serviços secretos de ao menos três países - Arábia Saudita, Colômbia e Ruanda - figuram entre os clientes" do escritório panamenho, revela o jornal.

Entre eles está o xeque Kamal Adham, ex-responsável dos serviços secretos sauditas falecido em 1999, e que "nos anos setenta foi um dos principais interlocutores da CIA" no Oriente Médio, destaca o jornal.

Süddeutsche Zeitung, o segundo jornal mais vendido na Alemanha, recebeu de um informante mais de 11 milhões de documentos procedentes do escritório Mossack Fonseca, que colocam em evidência os segredos financeiros de ricos e poderosos de todo o mundo.

O jornal liberal compartilhou esta mina de informações com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que reúne vários meios de comunicação internacionais.

Lucro trimestral da Alcoa recua

Alcoa

A companhia de metais Alcoa divulgou nesta segunda-feira um lucro trimestral menor, com resultados afetados pela queda no preço das commodities, o dólar mais forte e fechamento de unidades ou desinvestimentos, mas o principal executivo da empresa disse esperar crescimento da demanda mais rápido do que a oferta neste ano.

A Alcoa também reduziu sua previsão para as vendas globais na indústria aeroespacial em 2016. A Alcoa vai se separar em duas na segunda metade deste ano.

O negócio tradicional de fundição vai manter o nome Alcoa, enquanto uma nova empresa chamada de Arconic manterá os negócios de valor adicionado aeroespecial e automotivo, que envolvem ligas fortes, leves que a empresa tem trabalhado duro para construir nos últimos anos. O presidente executivo da Alcoa, Klaus Kleinfeld, disse à Reuters em uma entrevista que a empresa espera que a demanda mundial de alumínio cresça 5 por cento este ano, enquanto a oferta deve aumentar 2 por cento.

"Isso deve criar um apoio adicional para o preço" do alumínio, disse ele.

A Alcoa disse que agora espera crescimento das vendas globais na indústria aeroespacial em um intervalo de 6 a 8 por cento este ano, ante previsão divulgada no quarto trimestre de 2015 de alta entre 8 e 9 por cento. A companhia disse que espera alta da produção automotiva global de 1 a 4 por cento este ano.

A companhia teve lucro líquido de 16 milhões de dólares ou 0,00 dólar por ação, baixa ante os 195 milhões de dólares ou 0,14 dólar por ação um ano antes. Analistas esperavam em média lucro por ação de 0,02 dólar no trimestre. Excluindo itens não-recorrentes, a companhia teve lucro por ação de 0,07 dólar. A receita no trimestre caiu 15 por cento para 4,95 bilhões de dólares, ante 5,82 bilhões de dólares um ano antes. Analistas esperavam receita de 5,14 bilhões de dólares.

 

Impeachment não é golpe porque está previsto, diz Mendes

Gilmar Mendes, ministro do STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente eleito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, disse que o processo de impeachment não é um golpe, mas sim uma discussão retórica, porque está previsto na constituição.

"Nós já tivemos um outro episódio em 91, 92, quando foi o processo de impeachment do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, e na época se falou em golpe, mas é uma previsão constitucional que se pode acolher ou rejeitar", declarou a jornalistas, um pouco antes de proferir a aula inaugural dos cursos de pós-graduação no Instituto de Direito Público de São Paulo (IDP São Paulo), do qual é coordenador científico.

Gilmar, porém, não quis comentar o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff discutido nesta tarde em comissão da Câmara dos Deputados. "Vamos aguardar. É um processo do Congresso, de deliberação política", falou. Sobre pedidos de impeachment do vice-presidente Michel Temer, Mendes tratou o assunto como um processo que terá um trâmite igual a outros. "Haverá um agravo regimental, será submetido ao plenário do STF, como todas as outras matérias", ressaltou.

Questionado sobre o que achava do áudio vazado de Temer nesta segunda-feira, o ministro informou que não teve a oportunidade de ouvir o material, embora tenha ouvido relatos sobre o conteúdo. "Então, não tenho juízo seguro sobre assunto. Não fiz avaliação sobre tema", disse.

Mendes suspendeu os efeitos da posse de Lula como ministro-chefe da Casa Civil e informou hoje que o tema está na pauta do STF e será apreciado no próximo dia 20. "Não houve demora nesse processo. Se eu adotasse o agravo regimental segundo o novo código de processo civil, levaria alguma coisa como 20 dias. Então preferi julgar o mérito, esperando a manifestação da Advocacia-Geral da União (AGU) e parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). Foi o mais rápido que eu poderia fazer", explicou.

Segundo ele, o juízo sobre o episódio foi estritamente técnico e não levou em consideração que a presença de Lula no ministério poderia "atrapalhar" o processo de impeachment de Dilma. "Não fiz essa consideração, até porque se o Lula era imprescindível ao governo poderia estar nele desde o primeiro dia", declarou.

O ministro voltou a falar que é contra vazamento seletivo de delações, interceptações telefônicas. "Não são condizentes com o direito. E o que falei na semana passada não é especificamente sobre o material vazado do ex-presidente Lula, disse no geral. Em algum momento temos que discutir isso, reorganizar sistemática, e colocar um pouco de ordem. Não cumprimento e não louvo vazamentos. São atos ilegais, merecem ser devidamente censurados. Tem que se ordenar isso em algum momento", comentou, completando que hoje há o que chamou de "segredo de polichinelo: alguém vaza com alguma segurança e toda hora se anuncia inquéritos para apurar vazamentos e que resultam em novos vazamentos."

Cassação da chapa Dilma-Temer no TSE

Gilmar assumirá o comando do TSE em 12 de maio e afirmou que a prioridade será a realização das eleições em outubro. Questionado se o seu primeiro trabalho como presidente do Tribunal será analisar a ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, o ministro disse que não. "Esse trabalho está em fase incipiente, inicial. Talvez se consiga analisar no segundo semestre, talvez ano que vem. Passamos muito tempo discutindo a admissibilidade da ação", afirmou.

O ministro ainda avaliou que o momento atual do País pode ser uma oportunidade "de ouro" para se realizar uma reforma política, que até então "parecia impossível". "Nós estendemos demais as práticas negativas da vida política, partidária. Todo esse modelo corrompido de relações entre empresas, partidos e poder, acredito que poderá ser revisto, a partir desse trabalho louvável da Operação Lava Jato", ressaltou.

 

Comissão aprova parecer de impeachment; o que acontece agora

Deputados mostram placas contra e pró impeachment, na comissão do impeachment, dia 11/04/2016

 Por 38 votos favoráveis e 27 contra, a Comissão Especial de Impeachment aprovou o relatório que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff. A expectativa é de que o texto comece a ser discutido no Plenário da Câmara dos Deputados na próxima sexta-feira. A votação deve terminar só no domingo, dia 17 de abril.

Formada por 65 parlamentares, a comissão foi instaurada no último dia 17 de março. No total, foram 10 sessões até a apresentação da defesa da presidente Dilma pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, no último dia 4 de abril, que recheou  mais de 200 páginas e quase duas horas de exposição de argumentos contrários ao processo.

Dois dias depois, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator do colegiado, deu parecer favorável ao afastamento da petista. A discussão sobre as 128 páginas do relatório só terminou às 4h da madrugada do último sábado, 9 de abril.

Recheada de discussões acaloradas entre os deputados, a sessão de votação começou por volta das 11h de hoje. O advogado-geral da União teve 40 minutos para rebater as justificativas de Arantes. Além dele, os líderes de cada partido tiveram 10 minutos para compartilhar suas orientações e argumentos sobre a votação de hoje.

Onze siglas e o bloco da minoria orientaram seus filiados a aprovar o impeachment. Dez partidos se posicionaram contra o relatório. Outros cinco liberaram a bancada.  Veja como cada líder orientou o voto de sua bancada: 

Legenda Orientação/Aprova relatório? Quantos deputados na comissão
PMDB Libera bancada 8
PT Não 8
PSDB Sim 6
PP Libera bancada 5
PR Não 4
PSD Maioria contra 4
PSB Sim 4
DEM Sim 3
PRB Sim 2
PDT Contra 2
PTB Sim 3
SD Sim 2
PTN Não 1
PCdoB Não 1
PSC Sim 2
PPS Sim 1
PHS Libera bancada 1
PV Sim 1
PSOL Não 1
PROS Libera bancada 2
Rede Não 1
PTdoB Não 1
PEN Não 1
PMB Sim 1
Minoria Sim -
Governo Não -

Veja como cada membro da comissão votou: 

Titular Partido Como votou
Aguinaldo Ribeiro PP-PB Não
Alex Manente PPS-SP Sim
Aliel Machado REDE-PR Não
Arlindo Chinaglia PT-SP Não
Bacelar PTN-BA Não
Bebeto PSB-BA Ausente
Benito Gama PTB-BA Sim
Bruno Covas PSDB-SP Sim
Carlos Sampaio PSDB-SP Sim
Chico Alencar Psol-RJ Não
Danilo Forte PSB-CE Sim
Edio Lopes PR-RR Não
Eduardo Bolsonaro PSC-SP Sim
Elmar Nascimento DEM-BA Sim
Eros Biondini PROS-MG Sim
Evair Melo PV-ES Sim
Fernando Coelho Filho PSB-PE Sim
Fernando Francischini SD-PR Sim
Flávio Nogueira PDT-PI Não
Henrique Fontana PT-RS Não
Jandira Feghali PCdoB-RJ Não
Jerônimo Goergen PP-RS Sim
Jhonathan de Jesus PRB-RR Sim
João Marcelo Souza PMDB-MA Não
José Mentor PT-SP Não
José Rocha PR-BA Não
Jovair Arantes PTB-GO Sim
Júlio Cesar PSD-PI Ausente
Julio Lopes PP-RJ Sim
Júnior Marreca PEN-MA Não
Jutahy Junior PSDB-BA Sim
Leonardo Picciani PMDB-RJ Não
Leonardo Quintão PMDB-MG Sim
Lúcio Vieira Lima PMDB-BA Sim
Luiz Carlos Busato PTB-RS Sim
Marcelo Aro PHS-MG Sim
Marcelo Suquassoni PRB-SP Sim
Marcos Montes PSD-MG Sim
Maurício Quintela Lessa PR-MG Ausente
Mauro Mariani PMDB-SC Sim
Mendonça Filho DEM-PE Sim
Nilson Leitão PSDB-MT Sim
Osmar Terra PMDB-RS Sim
Paulo Abi-akel PSDB-MG Sim
Paulo Magalhães PSD-BA Não
Paulo Maluf PP-SP Sim
Paulo Pereira da Silva SD-SP Sim
Paulo Teixeira PT-SP Não
Pepe Vargas PT-RS Não
Pr. Marco Feliciano PSC-SP Sim
Roberto Britto PP-BA Não
Rodrigo Maia DEM-RJ Sim
Rogério Rosso PSD-DF Sim
Ronaldo Fonseca PROS-DF Sim
Shéridan PSDB-RR Sim
Silvio Costa PTdoB-PE Não
Tadeu Alencar PSB-PE Sim
Valternir Pereira PMDB-MT Não
Vicente Candido PT-SP Não
Vicentinho Júnior PR-TO Não
Wadih Damous PT-RJ Não
Weliton Prado PMB-MG Sim
Washington Reis PMDB-RJ Ausente
Weverton Rocha PDT-MA Não
Zé Geraldo PT-PA Não
Benedita da Silva PR-RJ Não
Bruno Araújo PSDB-PE Sim
Laudivio Carvalho SD-MG Sim
Orlando Silva PCdoB Não   
Placar da Comissão de Impeachment de Dilma Rousseff que aprovou relatório contra o governo - 11/04/2016

Placar da Comissão de Impeachment de Dilma Rousseff que aprovou relatório contra o governo - 11/04/2016

A agenda do impeachment a partir de agora

Nesta terça-feira, a decisão da Comissão Especial de Impeachment será lida no Plenário da Câmara. No dia seguinte, o texto será publicado no Diário Oficial da Casa.

Abre-se, então, um prazo de 48 horas para a votação do processo de impeachment no Plenário.

Com isso, a expectativa é de que o tema entre na pauta da Câmara na próxima sexta-feira, 15 de abril, e que a votação só seja concluída no domingo 17 de abril – quando estão marcados diversos protestos pró e contra o fim do mandato da presidente. 

Caso passe pela Câmara, o caso segue para avaliação do Senado, que deve instalar uma comissão para analisar o processo. A expectativa é de que os senadores votem a abertura do processo de impeachment no início de maio. Se metade da Casa aceitar a denúncia, Dilma é afastada por 180 dias. O vice-presidente Michel Temer, então, assumiria a presidência no período

Temer "patrocina golpe dissimulado", diz Jaques Wagner

Jaques Wagner durante coletiva após reunião de coordenação política com a presidente Dilma Rousseff

O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, disse que o vice-presidente Michel Temer "patrocina o golpe dissimulado" e que a gravação do áudio divulgada hoje (11) demonstra que ele se esquece do "papel institucuional sem qualquer cerimônia".

Jaques Wagner comentou a mensagem de voz vazada, segundo Temer por um "equívoco".

No áudio, ele menciona propostas que pretende implantar em um eventual governo do vice como se o impeachment já tivesse sido aprovado pela Câmara dos Deputados.

De acordo com Wagner, em declaração divulgada por meio de sua assessoria de imprensa, "nenhum golpe poderá produzir união nacional".

"Com a gravação revelada hoje, fica claro que, sem qualquer cerimônia, o vice se esquece do seu papel institucional, despreza a liturgia do cargo e patrocina abertamente o golpe dissimulado. Só que nenhum golpe poderá produzir uma união nacional porque afronta a democracia", disse o ministro.

Gravação No áudio, classificado por Temer como mensagem de “palavra preliminar à nação brasileira”, o vice-presidente diz que precisa estar preparado para, caso os senadores decidam a favor do impeachment, enfrentar os “graves problemas que afligem” o Brasil, mas lembra que a decisão do Senado deve ser aguardada e respeitada.

No comunicado, ele pede a pacificação do país, diz que é preciso um governo de “salvação nacional”, com colaboração de todos os partidos para sair da crise e defende apoio à iniciativa privada como forma de gerar investimentos e confiança no Brasil.

Despreparo e ansiedade A avaliação interna do Palácio do Planalto é de que o vice-presidente demonstrou "despreparo" e "ansiedade" com o vazamento do áudio e trouxe um impacto negativo ao impeachment e à sua imagem porque mostra que ele "está conspirando".

Mais cedo, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, havia dito que o vazamento demonstra características "golpistas" de Temer.

Resposta de Temer Ao conversar com jornalistas para explicar o vazamento do áudio, o vice-presidente disse que enviou a mensagem equivocadamente a um grupo, quando queria mandar apenas para um amigo.

Segundo Temer, porém, não há novidade nas teses defendidas por ele, como prestígio aos setores produtivos, manutenção de programas sociais e chamamento dos partidos para uma "salvação nacional".

Servidores da Câmara protestam próximo da comissão

Frente do Palácio do Planalto dividida para os protestos, dia 11/04/2016

 Cerca de 50 servidores da Câmara dos Deputados estão reunidos próximos ao plenário da comissão do impeachment neste momento para protestar.

Em instantes, os parlamentares vão votar parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO).

O grupo está dividido entre os que são contrários e os a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. De um lado, os pró-governo seguram placas de "impeachment sem crime é golpe".

Do outro, os oposicionistas levantam cartazes de "PT, acabou a boquinha". Os gritos são de "fora Dilma" e "fora Cunha".

O ato ocorre após o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter enviado um comunicado através da secretaria-geral proibindo os funcionários de realizarem manifestações "de apreço ou desapreço" nas dependências da instituição.

Um servidor disse que eles estavam proibidos de realizar manifestações e ameaçou denunciá-los. A polícia legislativa acompanha o protesto sem interferir.

"Áudio de Temer é vazamento do bem", diz presidente do PMDB

Senador Romero Jucá (PMDB-RR) durante pronunciamento no plenário do Senado Federal, em Brasília

Numa tentativa de minimizar o estrago político, o presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), classificou nesta segunda-feira, 11, como "vazamento do bem" o áudio do vice-presidente Michel Temer tornado público mais cedo em que ele defende, entre outras afirmações, a "reunificação" do País em caso de aprovação do pedido de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Para Jucá, que substituiu Temer na semana passada no comando do partido tendo como um dos objetivos blindá-lo de ataques, não há nada de negativo na fala dele a ser eventualmente explorado. Ele não quis tecer nenhuma comentário sobre se o episódio do vazamento em si.

"Se é isso que vazou, esse vazamento é um vazamento do bem, isso demonstra equilíbrio, tranquilidade, preparo do vice-presidente Michel Temer, preocupação com o Brasil, portanto, não é nada de negativa, que depõe contra o vice-presidente Michel Temer.

Ao contrário, mostra, independente de ser algo que devesse ser publicizado ou não, que ele está preparado, está tranquilo", destacou o peemedebista.

Jucá afirmou que a gravação mostra que Temer está preparado para assumir. Segundo ele, o vice é um homem público, com uma história grande e que tem muita experiência.

"Então, o presidente Michel Temer (sic) não tem uma bagagem de ontem, tem uma bagagem de muito tempo e, se for necessário utilizar essa bagagem e essa experiência a favor do País, sem dúvida nenhuma ele estará preparado", frisou.

O senador destacou que "de forma nenhuma" o áudio mostra Temer como articulador do golpe, como diz o governo.

Ele disse que o vice não tem o poder de decidir como a Câmara vai votar, assim como Temer não preside o PMDB por enquanto para não se dizer que ele esteja atuando no partido "a favor de determinada decisão"

 

Apesar de derrota, governistas creem em vitória no plenário

Placar da Comissão de Impeachment de Dilma Rousseff que aprovou relatório contra o governo - 11/04/2016

Apesar da aprovação do parecer favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial da Câmara, deputados da base aliada analisaram o placar da votação como positivo.

Segundo os governistas, se a proporção de votos na comissão se repetir no plenário da Casa, a denúncia contra Dilma será arquivada. “Essa proporção não dá impeachment. Não significa que está garantido [o arquivamento da denúncia] mas eles [oposição] estão, eu diria, exagerando na comemoração”, disse o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à Agência Brasil logo após o desfecho da votação na comissão especial.

Por uma diferença de 11 votos, a comissão especial do impeachment aprovou o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) pelo prosseguimento da denúncia contra Dilma. Pelo placar 38 a 27, 58,46% dos titulares da comissão votaram pela abertura de impeachment. Para que o processo de afastamento seja aprovado no plenário da Câmara são necessários votos favoráveis de 66,6% dos 513 deputados.

“É claro que perdemos, óbvio. O que estou fazendo referência é que essa proporcionalidade não garante o impeachment. E a comissão foi uma indicação absolutamente controlada [dos líderes], diferentemente do que é o plenário e, mesmo assim, tivemos votos contra o impeachment”, acrescentou Chinaglia.

Para o líder do Psol, Ivan Valente (SP), a oposição saiu frustrada da votação, apesar da vitória. “Eles criaram uma expectativa muito alta, para mais de 40 votos, e não atingiram. É um resultado que, proporcionalmente, não materializa o impeachment no plenário”, disse. Para o deputado, dois fatores principais influenciaram a votação na comissão: a pesquisa DataFolha divulgada no último sábado (9), que mostra que a maioria dos entrevistados é favorável tanto ao impeachment de Dilma como do vice-presidente da República, Michel Temer; e o vazamento do áudio em que Temer apresenta propostas que pretende discutir, caso assuma o governo, mesmo antes da votação do impeachment.

“Acho que foi um desgaste muito grande para as propostas de impeachment. Vai haver muita luta ainda”, disse Valente. O petista José Mentor (SP) também reforçou a tese de que a repetição proporcional do placar da comissão no plenário não garante a admissibilidade do processo.

“Essa é uma sinalização. As pessoas estão vendo, estão conversando, [mas no plenário] a relação é outra. Eles não fizeram a conta ainda”, disse Mentor em relação à comemoração dos parlamentares oposicionistas.

Nas redes sociais, políticos criticam áudio de Temer

Vice-presidente Michel Temer

Diversos políticos se manifestaram pelas redes sociais a respeito do áudio divulgado por engano nesta segunda-feira, 11, pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), em que ele fala à nação em um suposto cenário de aprovação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara.

No Facebook, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) chamou o vice-presidente de "golpista trapalhão". Na publicação, o petista cita a pesquisa do Datafolha divulgada no último sábado, 9, na qual Temer aparece, em um dos cenários, com 1% das intenções de votos no caso de uma eventual eleição.

 

Lindbergh ainda relembrou a carta que o peemedebista enviou à presidente Dilma Rousseff em dezembro, classificando o episódio como patético.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) também comentou o caso nas redes sociais. No Facebook, Jandira categoriza o ato como teatral e um "aceno artificial para um eventual governo" que, em sua opinião, não acontecerá.

Já no Twitter, Jandira publicou uma imagem na qual aparecem fotos do vice-presidente ao lado do deputado Eduardo Cunha (PMDB) com os dizeres: "Entenda o que acontece com o Brasil em caso de golpe: Em caso de Impeachment Temer e sua turma assumem a presidência. Em caso de novas eleições, Cunha e sua turma assumem a presidência por três meses".

Ainda no Twitter, um dos primeiros a repercutir o episódio foi o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Ele disse ter ficado "assustado" com o trecho em que o vice-presidente afirma que serão necessários sacrifícios para retomar o crescimento econômico.

A senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) afirmou que as palavras do vice-presidente comprovam a "conspiração de Temer para derrubar Dilma".

Já a ex-candidata à presidência Luciana Genro (PSOL) usou a rede social para reforçar sua oposição à Dilma, mas esclareceu que não se unirá ao governo de Michel Temer.

"Se o golpe palaciano de Temer passar ele que não conte com União Nacional tendo ele como chefe", escreveu.

Ânimos se acirram na comissão antes da votação do relatório

Deputado Rogério Rosso, presidente da comissão especial do impeachment de Dilma Rousseff, dia 08/04/2016

 Minutos antes do início da votação do relatório de Jovair Arantes (PTB-GO), os ânimos se acirraram na comissão especial do impeachment.

Os oposicionistas começaram a gritar "Fora PT", enquanto os governistas gritavam "Não vai ter golpe". A tensão começou após o último discurso, do vice-líder do governo, Paulo Teixeira (PT-SP).

Neste momento começou a orientação de bancada dos 25 partidos. Cada líder poderá falar por até 1 minuto.

"Facebook da maconha" quer entrar em Wall Street

Maconha

Uma rede social para os usuários de cannabis quer entrar na Bolsa de Nova York. Caso consiga, será a primeira vez que um grupo dedicado aos usos terapêutico e recreativo de maconha operará em Wall Street.

A MassRoots, uma start-up criada em 2013 em Denver (Colorado, oeste), apresentou nessa segunda-feira sua candidatura à SEC, a agência que vigia a Bolsa americana, segundo um documento preliminar.

Chamada de "Facebook do cannabis", a plataforma afirma ter 775.000 usuários que compartilham em suas páginas as experiências sobre maconha. A rede social também informa ter 380.000 seguidores em sua conta no Instagram.

A MassRoots quer obter 6,5 milhões de dólares que serão destinados a pagar sua dívida, desenvolver-se e criar novas funcionalidades para seu aplicativo móvel.

Ela se apresenta como uma empresa tecnológica e espera ser incluída na plataforma especializada Nasdaq.

As receitas da MassRoots passaram de 9.030 dólares em 2014 para 213.936 em 2015. O prejuízo líquido quadruplicou, de 2,4 milhões de dólares para 8,5 milhões.

A MassRoots está disponível em 23 estados americanos e na capital federal, Washington DC, que autorizam o uso medicinal da maconha.

"Nossos usuários utilizam a MassRoots para compartilhar experiências sobre o cannabis, seguir os distribuidores favoritos e manterem-se informados sobre a legislação", explicou o grupo.

Já as empresas "utilizam a MassRoots para vender seus produtos diretamente aos consumidores de maconha".

O grupo obtém suas receitas da publicidade presente na plataforma desde agosto de 2015.

Compra da Cetip é positiva para BM&FBovespa, diz Moody's

Logo da BM&FBovespa na sede da Bovespa, em São Paulo

 A compra da Cetip é positiva para a BM&FBovespa, afirmou nesta segunda-feira em relatório a agência de classificação de risco Moody's.

"Com a compra da Cetip, a BM&FBovespa aumentará ainda mais sua posição como única operadora em mercados de compensação e de câmbio do Brasil num momento de declínio volumes de negociação em meio a uma recessão econômica acentuada", afirmou a Moody's.

A operação anunciada na sexta-feira à noite prevê que a BM&FBovespa pagará cerca de 75 por cento da compra, de cerca de 12 bilhões de reais, em dinheiro, com o restante pago por meio de troca de ações.

Segundo a Moodys, a compra de uma fatia de 4,1 por cento na bolsa de valores mexicana pelo equivalente a 136 milhões de reais, anunciada na semana passada, também é positiva para a bolsa paulista, porque vai aumentar a diversificação de receita.

"Com participação minoritária na bolsa mexicana, a BM&FBovespa estará em posição de negociar acordos de encaminhamento de ordens que poderiam fomentar o comércio transfronteiriço e na criação de novos produtos", afirmou a agência.

Dólar cai quase 3% e vai abaixo de R$3,50

Dólar

 O dólar caiu cerca de 3 por cento nesta segunda-feira e fechou no menor patamar em quase oito meses, abaixo de 3,50 reais, refletindo a euforia do mercado com perspectiva de impeachment da presidente Dilma Rousseff, mesmo após quatro atuações do Banco Central para sustentar as cotações.

O dólar recuou 2,83 por cento, a 3,4946 reais na venda, menor cotação de fechamento desde 20 de agosto passado (3,4596 reais). Em apenas duas sessões, a queda acumulada da moeda norte-americana foi de 5,39 por cento.

O dólar futuro caía cerca de 2,80 por cento no final da tarde.

"Parece que o mercado está dando o impeachment quase como uma certeza", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. "Pode ser exagero", acrescentou.

O próprio governo prevê que será derrotado na votação na comissão do impeachment na Câmara dos Deputados, que ocorrerá nesta noite, e tem concentrado seus esforços em angariar votos no plenário da casa. Nesta sessão, cresceu no mercado a avaliação de que o afastamento da presidente sairá do papel.

O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), liberou a bancada do partido para votar "de acordo com sua consciência" na comissão especial do impeachment na Casa e anunciou que os deputados peemedebistas se reunirão nesta semana para definir uma posição na votação do tema em plenário.

Além disso, o vice-presidente da República Michel Temer enviou a um grupo de parlamentares do PMDB, por engano segundo sua assessoria, um áudio no qual ele fala como se o impeachment contra a presidente já tivesse sido aprovado. No áudio, ele fala da necessidade de união e de reformas.

Levantamentos publicados pela mídia mostrando que estaria crescendo a adesão dos deputados à campanha pelo afastamento de Dilma têm sido bem recebidos no mercado, que entende que a manobra poderia ajudar a trazer de volta a confiança no Brasil.

O bom humor levou investidores a deixarem de lado pesquisa do Datafolha mostrando redução do apoio popular ao impeachment.

BC ATUA

Diante da forte queda do dólar sobre o real, o BC intensificou sua atuação no mercado nesta sessão, mas com quase nenhum efeito.

Após vender apenas 7,7 mil dos 20 mil swaps reversos em leilão na primeira hora da sessão, a autoridade monetária anunciou ainda durante a manhã outra oferta de 12,3 mil contratos, equivalente aos não vendidos na primeira ofeta. Novamente vendendo parcialmente os contratos, o BC fez um novo leilão de até 7,3 mil contratos na última hora dos negócios.

Com as três ofertas no mesmo dia, algo nada usual, o BC colocou ao todo os 20 mil swaps reversos, que equivalem à compra futura de dólares, anunciados no pregão passado.

"Se o mercado forçar o dólar muito para baixo, o BC vai entrar. Não encaro isso como uma sinalização de banda, mas como um ajuste, uma intervenção saudável para corrigir excessos", disse o operador da corretora Ativa Arlindo Sá. No caso dos swaps tradicionais --que correspondem à venda futura de dólares--, o BC vendeu apenas 4 mil contratos na oferta de até 5,5 mil swaps para rolagem do lote do mês que vem, após vender a oferta integral em todos os leilões de rolagem feitos neste mês. Com isso, repôs ao todo o equivalente a 1,804 bilhão de dólares até agora, ou cerca de 17 por cento do lote total, que corresponde a 10,385 bilhões de dólares.

O BC tem reduzido rapidamente nas últimas semanas seu estoque de swaps tradicionais, hoje equivalente a pouco mais de 100 bilhões de dólares, que tende a gerar custos para o BC quando o dólar sobe.

Nos mercados externos, dados sobre a inflação chinesa alimentaram expectativas de que Pequim deve manter seus estímulos monetários, aumentando a demanda por ativos de maior risco. O movimento dava continuidade ao bom humor que prevaleceu na sexta-feira, depois de vários dias de intensa aversão a risco.

Ibovespa fecha em queda pressionada por NY e exportadoras

Operador da Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa

 O principal índice da Bovespa fechou em leve queda nesta segunda-feira, em pregão volátil diante de desdobramentos no cenário político, particularmente o desfecho do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Apostas crescentes na saída de Dilma e a alta de commodities levaram o Ibovespa acima dos 51 mil pontos pela manhã, mas a fraqueza em Wall Street e a queda de ações de exportadoras na esteira do forte recuo do dólar minaram os ganhos.

O Ibovespa caiu 0,25 por cento, a 50.165 pontos. Na máxima, o índice de referência do mercado acionário brasileiro ganhou 1,6 por cento. O volume financeiro do pregão totalizou 6,87 bilhões de reais.

Em dólar, contudo, o Ibovespa avançou mais de 2 por cento.

Na visão da equipe de economia da SulAmérica Investimentos, a volatilidade deve ser a tônica da semana, com a crise política podendo caminhar para momentos decisivos.

O pregão encerrou antes da votação na comissão especial do impeachment na Câmara dos Deputados do parecer do relator deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que defende a admissibilidade do processo.

A previsão era de que o parecer seria aprovado, com as atenções voltadas principalmente para a votação no plenário da Câmara dos Deputados, prevista para começar até o fim da semana.

Ainda repercutiu à tarde um áudio do vice-presidente da República, Michel Temer, enviado a um grupo de parlamentares do PMDB, no qual fala como se o impeachment contra a presidente Dilma tivesse sido aprovado pela Câmara.

Na cena corporativa, foi destaque o anúncio do final da sexta-feira de que a BM&FBovespa assumirá o controle da central depositária de títulos privados Cetip, em operação de cerca de 12 bilhões de reais.

No exterior, as commodities sustentaram a trajetória positiva, mas Wall Street perdeu o fôlego e terminou no vermelho, antes do início da safra de balanços norte-americanos, com o resultado da Alcoa divulgado após o fechamento.

DESTAQUES

- BM&FBOVESPA caiu 1,26 por cento e CETIP caiu 0,5 por cento, conforme investidores realizaram lucro com os papéis e digeriram detalhes da fusão entre as duas companhias, revertendo os ganhos dos primeiros negócios, quando os papéis subiram quase 3 por cento.

- EMBRAER recuou 5,09 por cento e JBS perdeu 4,78 por cento, ambas afetadas pelo recuo do dólar de quase 3 por cento frente ao real dada a exposição de seus balanços à taxa de câmbio. O declínio da moeda ocorreu apesar da forte atuação do Banco Central, em meio a expectativas ligadas à cena política e na esteira do movimento global de moedas.

- LOJAS AMERICANAS caiu 5,55 por cento, entre as maiores quedas do índice. Repercutiu informação do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, de que a empresa planeja um corte de 25 por cento de sua folha salarial. Em nota a clientes, o UBS disse que consultou a varejista, que negou a demissão de 25 por cento da sua força de trabalho.

- KROTON EDUCACIONAL caiu 3,78 por cento, em sessão negativa para o setor de educação como um todo.

- VALE encerrou com as preferenciais em alta de 5 por cento, servindo como contrapeso positivo, conforme os preços do minério de ferro à vista na China subiram <.IO62-CNI=SI> nesta segunda-feira, impulsionados por uma alta de quase 6 por cento nas cotações do aço na bolsa de Xangai.

- CSN subiu 8,73 por cento, em sessão positiva para siderúrgicas, após as cotações do aço na bolsa de Xangai atingirem máxima de 10 meses. Os papéis do setor também têm beta elevado, logo, costumam oscilar com mais intensidade em relação ao movimento do Ibovespa.

- PETROBRAS teve as preferenciais em alta de 1,57 por cento, na esteira de expectativas relacionadas ao cenário político e do avanço dos preços do petróleo no exterior, que ofuscaram dados fracos de produção divulgados pela companhia na sexta-feira. Os papéis preferenciais, porém, caíram 0,67 por cento.

- BANCO DO BRASIL subiu 3,06 por cento, com os papéis também influenciados por expectativas ligadas ao cenário político. ITAÚ UNIBANCO, porém, reduziu a alta a 0,5 por cento, enquanto BRADESCO ganhou 2,1 por cento.

Petrobras nega que tenha havido bloqueio de refinaria em MG

Produção de petróleo

 A Petrobras afirmou nesta segunda-feira que não houve bloqueio nem interrupção de tráfego de veículos na Refinaria Gabriel Passos (Regap), região metropolitana de Belo Horizonte, onde mais cedo um sindicato local informou sobre um protesto envolvendo cerca de 150 caminhões, que teria prejudicado o escoamento de combustíveis.

O presidente do Sindicato das Empresas e Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, informou por telefone que a manifestação foi interrompida, após reunião das empresas com a Petrobras.

Mais cedo, o sindicalista havia informado que trasportadoras que prestam serviço para a Petrobras haviam paralisado suas atividades na madrugada desta segunda-feira e cerca de 150 caminhões estariam parados na entrada da refinaria, que tem capacidade para processar 150 mil barris de petróleo/dia e abastece grande parte do mercado mineiro. O protesto ocorreu porque, segundo Gomes, a Petrobras teria fechado acordo de transporte com mais de dez transportadoras de combustíveis, há cerca de nove meses, que investiram para atender à petroleira, mas que nunca foram demandadas. O sindicato argumenta que parte da demanda que antes era feita por caminhões está sendo desviada para uma ferrovia operada pela VLI, que tem a Vale como uma das acionistas, o que levou a Petrobras a nunca acionar as empresas contratadas.

Combustíveis da Regap também são transportados por duto até o terminal ferroviário, o que ameniza riscos relacionados ao abastecimento de combustíveis no Estado, em caso de protestos como os registrados nesta manhã.

Inaugurada em 1968, a Regap produz gasolina, diesel, combustível marítimo, querosone de aviação (QAV), gás liquefeito de petróleo (GLP), dentre outros derivados de petróleo.

O sindicalista afirmou que a categoria está mobilizada para protestar contra a redução da demanda.

Dentre as transportadoras contratadas e não demandadas, segundo Gomes, há empresas com até 200 caminhões, mas também outras com frotas menores. "(A Petrobras) fez o contrato com as transportadoras, criou uma expectativa, os transportadores investiram, gastaram e, de repente, ela mandou o trabalho todo por ferrovia", afirmou Gomes, explicando que os contratos assinados não traziam garantias aos transportadores.

"O pagamento só é feito se transportar.

Funcionários decidirão se desocupam fábrica em Campinas

Eletrodomésticos da Mabe

Os funcionários da Mabe Brasil Eletrodomésticos Ltda vão decidir nesta semana se mantém ocupada a fábrica em Campinas, no interior de São Paulo.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região, o prazo foi acordado em audiência judicial, na última sexta-feira (8). Também faz parte do acordo que a Polícia Militar não cumpra a ordem de reintegração de posse contra os trabalhadores neste período.

Os funcionários já foram retirados pela polícia da unidade da empresa em Hortolândia, que foi ocupada junto com a fábrica de Campinas, em fevereiro.

A ação foi tomada após o não pagamento dos salários e direitos trabalhistas, com a decretação de falência da Mabe.

Os trabalhadores que ocupam a fábrica propuseram retomar a produção a partir do pagamento de um dos salários atrasados. O retorno obtido seria revertido para quitar os débitos com os empregados.

De acordo com o sindicato, essa proposta foi rejeitada pelos administradores da massa falida.

Ficou acertado que o sindicato levará para assembleia a proposta de formação de uma comissão de funcionários para fiscalizar os trabalhos da massa falida.

Porém, para que o processo de falência tenha prosseguimento, a administradora alega a necessidade de desocupação da fábrica, onde estão, inclusive, máquinas que devem ser leiloadas para pagamento das dívidas da Mabe.

Petrobras faz maior exportação de diesel em anos, diz fonte

Diesel e gasolina são as grandes incógnitas

 A Petrobras exportou em março uma carga de 50 milhões de litros de diesel para a Argentina, a primeira grande exportação do combustível neste ano, uma forma de a empresa lidar com a fraqueza do mercado interno, afirmou fonte da empresa à Reuters.

Apenas essa carga exportada representaria o maior volume mensal de diesel vendido pelo país ao mercado externo desde março de 2014, quando o Brasil exportou 59,9 milhões de litros, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ainda que a Petrobras seja uma importadora líquida de petróleo e derivados, a estatal está atenta a oportunidades de exportação, acrescentou a fonte, na condição de anonimato, explicando que os negócios com o exterior ajudam a estatal a reduzir o excedente, em momento em que as vendas de combustíveis estão em retração no Brasil, afetadas pela recessão.

"Estamos sempre olhando e tentando abrir novas janelas e oportunidades. Achamos que pelas condições que temos de preço, frete e logística, o Atlântico Sul, na parte mais baixa (do Atlântico Sul), é uma oportunidade", disse a fonte.

Em fevereiro deste ano, o Brasil exportou apenas 500 mil litros de diesel, segundo a ANP, enquanto o volume de março, segundo a fonte, representaria mais 60 por cento de todo o combustível exportado em 2015 (81,2 milhões de litros).

"Temos competitividade no Atlântico Sul e estamos olhando para nossos vizinhos. No passado, já exportamos muito para Paraguai e outros países da região e estamos novamente de olho", declarou a fonte.

A fonte da Petrobras evitou afirmar se essa exportação relativamente elevada representa uma tendência, enquanto o mercado interno está fraco e a estatal está com alto nível de utilização da sua capacidade instalada.

Segundo a fonte, na média do ano, as unidades operam com mais de 92 por cento de sua capacidade instalada, contra uma média de pouco mais de 90 por cento em 2015.

A empresa não trabalha como meta para exportação este ano e enxerga essa possibilidade de venda externa como "um canal de oportunidades".

Com a demanda em queda e maior otimização das refinarias, a estatal também tem importado menos no começo deste ano.

Segundo a fonte, a importação média de diesel até agora está entre 150 mil e 200 mil barris ao dia e de gasolina "vem sendo algo bem baixo".

As importações de todos os derivados somaram 256 mil barris por dia em média, em 2015, segundo dados da companhia.

No primeiro bimestre, segundo dados da ANP, as importações de diesel e gasolina recuaram mais de 60 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado.

Assessoria informa que envio de áudio de Temer foi acidental

Vice-presidente Michel Temer discursa durante evento do PMDB em Brasília

 A assessoria do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), informou na tarde desta segunda-feira, 11, que o áudio no qual ele fala como se a Câmara dos Deputados já tivesse aprovado a instauração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e ainda afirma ser o "substituto constitucional da presidente da República", foi enviado de forma "acidental".

No áudio, enviado para parlamentares do PMDB e vazado na tarde de hoje, Temer já apresenta propostas para um eventual governo seu, nega que vá cortar programas sociais, prega um governo de "salvação nacional" e alerta que haverá "sacrifícios" para retomar o crescimento do País.

A assessoria de Temer não informou qual o contexto da gravação do áudio.

Já a assessoria da Presidência ainda não se pronunciou.

Em dezembro, em um primeiro sinal do rompimento com Dilma - ratificado há duas semanas com a saída do PMDB do governo - uma carta de Temer à presidente também foi vazada à imprensa.

No documento, entre outras críticas, Temer afirmava ser um "vice decorativo" e criticava o fato de Dilma só acioná-lo para resolver conflitos entre o PMDB e o Planalto.

Número de mortes pela gripe H1N1 no país sobe para 102

Primeiro dia de vacinação para H1N1 de idosos, gestantes e crianças de 3 meses a 5 anos, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, região central

  O número de mortes no País provocadas pelo H1N1 subiu de 71 para 102, em uma semana, o equivalente a um aumento de 43%. Boletim do Ministério da Saúde, com dados coletados até o dia 2, mostra que a maioria dos óbitos ocorreu em cidades do Estado de São Paulo, 70 ao todo. 

O número de casos da doença também aumentou de forma significativa no período. Em uma semana, o total de casos no país de Síndrome Respiratória Aguda Grave, uma complicação da gripe, ligada ao H1N1, passou de 444 para 686 - um salto de 54%.

Dos casos identificados da síndrome neste ano, 78% estão concentrados em São Paulo. Foram 534.

Em todo o Sudeste, foram identificados 553 pacientes com complicações provocadas pelo vírus. Santa Catarina é o segundo Estado com maior número de casos da doença (40), seguido do Paraná (21), Goiás (12), Pernambuco (11), Minas (10), Bahia (9). Distrito Federal trouxe até o momento 9 casos, um a mais do que o identificado no Rio.

Já o Rio Grande do Sul tem 7 casos. Ao todo, 18 Estados contabilizam registros de complicações provocadas pelo H1N1.

Além de São Paulo, outros treze Estados registram mortes provocadas pelo vírus. Goiás registra 6 mortes e Santa Catarina, 5.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou estar monitorando os casos de H1N1, que vacinas estão sendo distribuídas para todo o País e que todos os Estados estão abastecidos com oseltamivir, medicamento indicado para as primeiras 72 horas de infecção e que poderia reduzir o risco de complicações provocadas pela doença.

No comunicado, o ministério afirma que, além da vacinação, a população deve adotar medidas de prevenção, como lavar sempre as mãos e evitar locais de aglomeração.

Estes são os deputados que dizem se Câmara vota impeachment

A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff decide nas próximas horas se o processo segue para votação no Plenário da Casa.

O relator Jovair Arantes (PTB-GO) deu parecer favorável à denúncia contra a petista. Para ele, Dilma cometeu crime de responsabilidade ao abrir créditos suplementares sem aval do Congresso e praticar as chamadas pedaladas fiscais - argumentos que dariam base para o impedimento da chefe do Executivo.

Após discursos dos líderes dos partidos, os deputados da comissão decidem  se aprovam o relatório de Arantes. Até o momento, no entanto, três membros ainda não compareceram. São eles: Maurício Quintella (PR-AL), Júlio Cesar (PSD-PI) e Washington Reis (PMDB-RJ).

No caso de ausência, os suplentes que constam para quorum proferem o voto. Nesse caso, Benedita da Silva (PT-RJ), Orlando Silva (PCdoB-SP) e Laudivio Carvalho (SD-MG) devem participar da decisão, segundo assessoria de imprensa da Casa. 

Com o relatório aprovado, o processo de impeachment segue para o plenário da Câmara, onde deve ser discutido e votado para seguir, ou não, para o Senado.

Veja abaixo todos os deputados membros da Comissão Especial:




Governo age para ter de 208 a 212 votos contra impeachment

O ministro da Defesa, Jaques Wagner: "o país precisa de calma e tranquilidade"

O ministro Jaques Wagner, chefe do gabinete pessoal da presidente Dilma Rousseff, disse nesta segunda-feira que o governo trabalha para ter entre 208 e 212 votos contrários ao impeachment da presidente no plenário da Câmara dos Deputados no domingo, quando deve ser votado o pedido de abertura de processo de impedimento contra a petista.

Em sua conta no Twitter, Wagner disse que os partidários do impeachment podem "até comemorar a vitória" na comissão especial que analisa o impeachment e que vota relatório favorável a abertura de processo de impedimento nesta segunda, mas que a batalha final se dará no plenário da Casa.

São necessários os votos de 342 dos 513 deputados para o impeachment ser aprovado na Câmara.

 

Temer diz que vazamento foi equívoco, e que não há novidade

O vice-presidente Michel Temer

O vice-presidente Michel Temer disse que a gravação feita por ele e divulgada hoje, na qual apresenta propostas que pretende discutir, caso assuma o governo, foi um “equívoco” e que foi em resposta a alguns “companheiros”, que perguntaram a ele se estava preparado para ocupar a Presidência da República.

Segundo Temer, em vez de enviar a mensagem para outro amigo, o áudio foi direcionado a “um grupo que acabou divulgando esta matéria”.

"Eu falava com vários companheiros e, naquele momento, me perguntaram se eu estava preparado para a eventualidade daquilo que viesse a acontecer no próximo domingo, porque, certa e seguramente, se exigiria uma manifestação minha. Eu disse: Olha, até vou fazer o seguinte. Vou gravar aqui uma coisa que eu imagino que eu possa dizer", disse.

Após o vazamento do áudio, Temer convocou jornalistas para comentar o assunto. Ele afirmou que as teses defendidas, de prestígio aos setores produtivos, manutenção de programas sociais e chamamento dos partidos para uma "salvação nacional" são as mesmas sustentadas por ele ao longo do tempo. "Não estou dizendo novidade", afirmou. 

Perguntado se o vazamento poderia alterar o resultado da votação do impeachment na Câmara, que deve terminar neste domingo (17), Temer disse que não.

Ele afirmou também que não iria comentar críticas de que é "golpista", e estaria sentando-se na cadeira antes do tempo. Certas afirmações não merecem, digamos assim, a honra da minha resposta", disse o vice-presidente.

"Mas reitero que aquilo que disse foi exatamente aquilo que fiz no passado. Continuarei a fazer, dependendo do que acontecer no dia 17 [dia previsto para o impeachment ser votado na Câmara]. E verifiquem, na gravação, que me dirigi respeitosamente ao Senado, dizendo que apesar da eventual decisão que se dê, ainda teremos que cautelosamente aguardar decisão do Senado. Mas ainda que governo continue tal como está, continuarei sustentando as mesmas teses. Não mudei um centímetro do que falei no passado", disse.

Por que não posso deduzir do IR as parcelas do imóvel?

Casa em miniatura e pilhas de moedas

 Dúvida do internauta: Por que não posso abater as prestações da casa própria na Declaração do Imposto de Renda?

Resposta da equipe de tributos diretos da Thomson Reuters*: 

O valor pago para a compra da casa própria não pode ser abatido da base de cálculo do Imposto de Renda porque ele compõe o custo de aquisição do imóvel. Assim, ele não é uma despesa e sim um gasto para a aquisição da casa.

Vale lembrar que, se no futuro ocorrer a venda da casa, haverá tributação sobre o ganho de capital (diferença entre o custo de aquisição do imóvel e o valor da venda) à alíquota de 15%. Assim, quanto maior o custo do imóvel, menor o imposto que será eventualmente pago na venda

As despesas que podem reduzir a base de cálculo do IR - o montante a partir do qual a Receita apura se o contribuinte tem imposto a pagar ou a restituir -, são relacionadas a gastos que não geram um bem ou um direito, como: despesas médicas, despesas com educação, previdência social, previdência privada fixada por decisão judicial ou escritura pública, pensão alimentícia e dependentes.  

*Thomson Reuters é o provedor líder mundial de soluções e informações inteligentes para empresas e profissionais. O papel central da empresa é combinar o conteúdo relevante, a tecnologia e o conhecimento humano necessários para que os principais tomadores de decisões encontrem respostas confiáveis que respaldem suas decisões mais importantes.

PF indicia Fernando Pimentel por corrupção

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel

 A Polícia Federal indiciou criminalmente o governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT) por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.

O enquadramento penal de Pimentel ocorreu no inquérito da Operação Acrônimo.

Segundo a PF, o governador teria favorecido uma grande revendedora de veículos. A PF também indiciou Pimentel em outro inquérito - desmembramento da Acrônimo - por crime de falsidade ideológica eleitoral.

Pimentel havia sido intimado para depor na sexta-feira, 8, mas não compareceu. O governador é alvo da Acrônimo por suposto recebimento de vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituição subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que ele comandou de 2011 a 2014.

O indiciamento do governador foi autorizado expressamente pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em decisão de fevereiro, o ministro argumentou que, se os policiais responsáveis pelo caso cumpriram as etapas necessárias à investigação, não havia motivo para impedir o indiciamento.

No inquérito policial, indiciar corresponde a imputar a algum suspeito a autoria de determinado ilícito penal. Não significa, contudo, que o Ministério Público Federal (MPF) concordará com os argumentos e denunciará o envolvido.

No início do ano, a PF pediu ao STJ o indiciamento de Pimentel por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, mas o Ministério Público Federal deu parecer contrário à medida. A PF havia solicitado também autorização para interrogar Pimentel, o que foi permitido por Benjamin.

Na Operação Acrônimo, em outra frente de investigação, a PF apura suposta "venda" de portarias que beneficiavam o setor automotivo durante a gestão do petista e de seu sucessor, Mauro Borges, na pasta. Ambos negam. Também há suspeitas de que houve financiamento irregular da campanha do ex-ministro ao governo de Minas, em 2014.

Quando o ministro Herman Benjamin autorizou o indiciamento de Pimentel, o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro Kakay disse que não se pronunciaria sobre a decisão, pois ela era sigilosa. Ele afirmou que o petista sempre esteve à disposição para colaborar com as investigações e não as teme

Você deveria limpar sua mesa de trabalho, mas não tanto

Mesa de trabalho

Você já zombou da mesa bagunçada de um colega? Então certamente você é dos que pensam que a desordem no ambiente de trabalho é um motivo de vergonha.

Segundo pesquisa realizada pela agência de recrutamento Adecco, 57 por cento dos trabalhadores admitem que julgam seus pares pela limpeza de seu espaço de trabalho.

Em outra pesquisa da empresa, cerca de um terço dos trabalhadores disse que as pessoas que deixam as mesas e os espaços comuns desordenados são seu maior aborrecimento no ambiente de trabalho.

Mas muitos de nós temos uma ideia errada sobre a bagunça. Ela não é totalmente ruim e os processos neurais que a transformam em um problema não começam, nem terminam, nas nossas mesas de trabalho.

A próxima temporada de limpeza pode finalmente ser o momento de eliminar aquela pilha de papéis que apinha sua vista, mas antes de fazer isso veja o que a ciência diz sobre o efeito da desordem no nosso cérebro e como administrá-lo.

Primeiro, é importante entender por que ter muitas coisas ao redor pode prejudicar nossa capacidade de concentração.

Nós dependemos de certos processos cerebrais que nos ajudam a entender em que temos que nos concentrar quando navegamos em um mundo cheio de gente, quadros de avisos, pilhas de papéis e estímulos vindos de todos os lados, disse a doutora Sabine Kastner, professora de neurociência e psicologia da Universidade de Princeton.

“Há muitos objetos no mundo que precisamos processar quando abrimos os olhos”, acrescentou. “Isso cria um gargalo. Há um limite de recursos para o que você é capaz de processar simultaneamente”.

Nossos cérebros não só filtram muitas das visões e sons do entorno, mas o destino dos objetos desnecessários também é tão severo que eles podem até não receber uma representação neural.

Em outras palavras, no que diz respeito ao nosso cérebro, eles não existem -- e se esses objetos invisíveis representam tarefas (digamos, uma pasta relacionada a um projeto por terminar), isso pode fazer com que eles nunca sejam finalizados.

Além disso, o constante processo de vasculhar o mundo para determinar o que merece a nossa atenção tem seu preço.

“Você pode sobrecarregar qualquer rede neural e qualquer mecanismo cognitivo a ponto de torná-lo completamente disfuncional”, disse Kastner.“Por isso, se há muita bagunça no seu mundo, em algum ponto esse mecanismo entrará em colapso”.

Isso dificulta a vida de uma pessoa com a mesa totalmente bagunçada na hora de focar em um item. E assim como as redes neurais responsáveis por esse sistema, podemos facilmente acabar nos sentindo sobrecarregados.

Mas aqui está o problema: a bagunça excessiva é ruim, mas sujeitar-se a um ambiente vazio e desestimulante não é melhor.

“Se você organiza completamente o seu mundo, colocando uma pessoa em um quarto estéril com poucos objetos, esses mecanismos de seleção de atenção se desligam”, disse Kastner. “Parece estranho, mas precisamos de um pouco de desordem para operar normalmente”.

Segundo Kastner, o nível ideal de desordem é diferente para cada indivíduo. É por isso que algumas pessoas conseguem se concentrar muito bem com uma mesa bagunçada, enquanto outras se desligam ao ver um papel fora do lugar.

Se você ficar muito abaixo do nível ideal eliminando muita desordem, seu cérebro pode acabar sendo desestimulado, possivelmente tornando mais difícil para você operar no auge do desempenho -- particularmente no tocante a tarefas que exigem criatividade.

Por isso, se você lida com um colega particularmente obcecado pela organização, que gosta de julgar sua mesa relativamente bagunçada, você tem minha permissão para pedir que ele te deixe em paz, porque é assim que você trabalha melhor.

4 competências-chave para desenvolver no começo de carreira

quebra cabeça

Como headhunter da célebre firma suíça Egon Zenhder, André Abram já viu sua cota de grandes lideranças. Afinal, desde 2008 sua missão inclui encontrar os melhores executivos disponíveis para cargos de diretoria e acima no Brasil (os chamados C-Level).

Mas não só de MBAs no exterior vive um líder, tanto dentro quanto fora do mercado financeiro, área em que André se especializou. E para quem está no começo da carreira, sua mensagem é clara: é hora de ter pouco orgulho e muita entrega.

Afinal, é nesse momento que se formam as bases fundamentais de uma trajetória profissional – e é bom que sejam firmes. Para ele, é possível preparar o terreno para uma carreira de sucesso assumindo desde cedo quatro grandes desafios de autodesenvolvimento. Ele garante que vale a pena!

1. Curiosidade
“A melhor maneira de desenvolver curiosidade é tentar se provar errado.” Não tenha medo de se envolver profundamente com um tema e nem de pedir feedbacks críticos. Humildade e vontade de aprender (às vezes tudo de novo) são determinantes na hora de assumir uma posição de ponta.

2. Determinação
“Um bom exercício para isso é pegando um ‘osso’”, resume. Qual estágio? Aquele que vai te fazer suar a camisa. Qual empresa? Aquela que vai te fazer acordar meia hora mais cedo para pensar no melhor caminho. “Nessa época da vida, achar um desconforto é fundamental.”

3. Engajamento
Para André, há um elemento grande de influência em qualquer trabalho, e ele aposta que tal habilidade será cada vez mais buscada. “O jornalista vende uma proposta de entrevista para um entrevistado e eu vendo meu projeto para um cliente”, exemplifica. Para desenvolvê-la, treine falar em público, debata, exponha-se e aprenda a trazer os outros para o seu lado. “Coloque-se em situações que você tem que convencer outros de alguma coisa.”

4. Insight
Traduzir temas complexos de forma simples é uma habilidade muito valiosa. “É algo que possível de desenvolver ao não se ter receio de lidar com assuntos com alto grau de complexidade, como supply chain”, fala. Para simplificar sua leitura de mundo, encontre projetos que exijam muita abstração e poder de síntese (de preferência multidisciplinares) e esforce-se para explicá-los – de novo e de novo.

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