quinta-feira, 26 de maio de 2016

Brasil fecha quase 63 mil vagas em abril, mostra Caged

Carteira de trabalho
O Brasil fechou 62.844 vagas formais de trabalho em abril, pior do que o esperado e acumulando no ano perda líquida de 378.481 empregos na série com ajustes, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira.
Em pesquisa Reuters, analistas estimaram o fechamento de 40 mil empregos no mês, pela mediana das expectativas. Em abril do ano passado, o país havia perdido 97.828 vagas, sem ajustes.
As demissões líquidas foram praticamente generalizadas no mês passado, puxadas principalmente pelo comércio, que fechou 30.507 empregos com carteira assinada.
Também tiveram perdas os setores da construção civil (-16.036 postos), da indústria da transformação (-15.982 vagas) e de serviços (-9.937 empregos).
A administração pública mostrou abertura líquida de vagas em abril, com 2.225 postos, e a agricultura também teve resultado positivo (+8.051 vagas).
O mau resultado vem da economia em recessão, que afeta a confiança dos agentes econômicos. Ainda segundo a Caged, no acumulado em 12 meses, o Brasil perdeu 1,826 milhão de postos com carteira assinada.
A taxa de desemprego encerrou o primeiro trimestre em 10,9 por cento, com 11,1 milhões de desempregados, de acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Governo libera venda de 160 mil t de milho de estoques

Plantação de milho
Ministério da Agricultura aprovou por meio do Conselho Interministerial de Estoques Públicos de Alimentos (Ciep) a venda em balcão de 160 mil toneladas de milho dos estoques públicos, segundo resolução publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União, em medida que visa beneficiar produtores de carnes.
A compra do grão, que será ofertado a partir dos estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), está limitada a seis toneladas de milho mensais por produtor, disse o ministério.
Atualmente, a Conab tem 902 mil toneladas de milho armazenado, informou o ministério.
Segundo o ministério, a medida "vai beneficiar principalmente pequenos criadores das regiões Sul e Nordeste, que usam o milho na alimentação dos animais".
Em março, a Conab já havia ofertado 500 mil toneladas de milho em leilões para equilibrar os preços do produto, que sofreram uma disparada após fortes exportações.

Itaú prevê mais detalhes de medidas para rever cenário

Itaú Unibanco
 O economista Felipe Salles, do Itaú Unibanco, disse nesta quarta-feira, 25, que o banco está aguardando mais detalhes das medidas fiscais do governo para rever seu cenário para a economia.
"Boa parte do cenário está ancorado no fiscal e isso repercute no PIB diretamente", explicou o economista, acrescentando que ainda há um cenário incerto quanto à aprovação das medidas no Congresso.
Segundo ele, se as medidas não forem aprovadas, o Brasil teria de crescer a uma média de 3% ao ano nos próximos anos para conseguir estabilizar a proporção do gasto público em relação ao tamanho do Produto Interno Bruto.
Em caso de aprovação, a estabilidade do PIB já seria suficiente para estabilizar a proporção do gasto, ele disse.
Na avaliação de Salles, a economia brasileira ainda não chegou ao fundo do poço. Na estimativa do banco, o País só começaria a ter crescimento marginal da atividade, de 0,4%, no primeiro trimestre do ano que vem.
Para o primeiro trimestre deste ano, ele projeta uma queda de 0,8% em relação ao quarto trimestre de 2015.
A indústria, ponderou o economista, poderá ter uma reação positiva antes da economia como um todo, em razão da melhora já aparente dos estoques.
"A indústria cortou tanto a produção que já começou a queimar os estoques, já estamos vendo uma queda consistente dos estoques há alguns meses, que não pode durar para sempre, porque os estoque acabam. Então, quando chegar a um nível confortável, tem de voltar a produzir", explicou o economista, que espera um "ponto de virada" do setor no segundo semestre deste ano.
Manutenção
O economista Caio Megale, do Itaú Unibanco, informou nesta quarta-feira, 25, que as previsões do banco para política monetária estão mantidas, mesmo após a saída do economista-chefe da instituição, Ilan Goldfajn, que foi indicado pelo governo do presidente em exercício, Michel Temer, para a presidência do Banco Central.
O Itaú continua esperando, portanto, que a Selic comece a cair em julho, com um corte de 0,50 ponto porcentual.
Além disso, outros três cortes do mesmo tamanho devem ocorrer ao longo do ano, em agosto, outubro e novembro, com a Selic terminando 2016 a 12,25% ao ano.
O Itaú espera ainda que a taxa básica de juros termine 2017 a 10% ao ano. O anúncio de medidas fiscais e a desaceleração da inflação contribuem para este cenário, disse o banco.
Em relação ao PIB, o banco prevê uma contração de 4,0% neste ano e um crescimento de 1,0% em 2017. A inflação medida pelo IPCA, por sua vez, deve ficar em 6,9% neste ano e em 5,0% no ano que vem.
Apesar da melhora de indicadores macroeconômicos, o banco acredita que o desemprego deve continuar subindo.
A taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua deve chegar a 13% nos três meses encerrados em dezembro de 2017, depois de alcançar 12,5% em dezembro deste ano.

Morre quarta vítima de explosão em usina da CSN

13 - CSN
Morreu na manhã desta quarta-feira, 25, a quarta e última vítima da explosão ocorrida na área de zincagem da Usina Presidente Vargas, da CSN, em Volta Redonda (RJ), no dia 25 de março.
Aluênio Francisco Alves, de 32 anos, estava internado há 60 dias no hospital Oeste D'Or, no Rio de Janeiro.
Ele trabalhava na manutenção da área de zincagem no momento da explosão.
Casado e pai de dois filhos, Alves trabalhou na CSN por oito anos. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, com a morte, não há mais testemunhas capazes de esclarecer o motivo do acidente.
O sindicato cobra da empresa a adoção de melhores políticas de segurança para evitar outras mortes.
"Desde a privatização e ainda mais nos últimos anos, a CSN vem sendo sucateada. O número de acidentes aumentou muito nos últimos anos", informou o sindicato, por meio de sua assessoria de imprensa.
O enterro está marcado para amanhã, em Volta Redonda.

Mata Atlântica perde 184 km² em um ano por desmatamento

Barragens que se romperam pertencem à mineradora Samarco
A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram nesta quarta-feira (25) os novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica
O estudo aponta desmatamento de 18.433 hectares (ha), ou 184 Km², de remanescentes florestais nos 17 Estados da Mata Atlântica no período de 2014 a 2015, um aumento de apenas 1% em relação ao período anterior (2013-2014), que registrou 18.267 ha.

Minas Gerais, que vinha de dois anos de queda nos níveis de desmatamento, voltou a liderar o desmatamento no país, com alta de 37% na perda da floresta. A mineração foi a principal responsável pela baixa no estado.
O rompimento da barragem da Samarco, em novembro passado, respondeu por 65% do desmatamento de 258 hectares na cidade de Mariana. Porém, a maior parte do total de desmatamento no estado aconteceu na região de Jequitinhonha, no noroeste do estado, denominado Triângulo do desmatamento.
A vice-liderança fica com a Bahia, com 3.997 ha desmatados, 14% a menos do que o período anterior. Já o Piauí, campeão de desmatamento entre 2013 e 2014, ocupa agora o terceiro lugar, após reduzir o desmatamento em 48%, caindo de 5.626 ha para 2.926 ha. Os três estados se destacam no ranking por conta do desmatamento identificado nos limites do Cerrado.  
Além de Minas Gerais, Piauí e Bahia, o Paraná também se encontra em estado de atenção. Enquanto os três primeiros lideram a lista geral, o Paraná foi o que apresentou o aumento mais brusco, saltando 116%, de 921 ha de florestas nativas entre 2013-2014 para 1.988 ha no último período.
O retorno do desmatamento nas florestas com araucária é o principal ponto de alerta, responsável por 89% (1.777 ha) do total de desflorestamento no estado paranaense no período. Restam somente 3% das florestas que abrigam a Araucaria angustifolia, espécie ameaçada de extinção conhecida também como pinheiro brasileiro.
Nesta edição, todos os 17 Estados apresentaram desmatamento. Enquanto o período anterior trouxe 9 estados no nível do desmatamento zero, ou seja, com menos de 100 hectares de desflorestamento, nesta edição há apenas 7 nesta situação: São Paulo (45 ha), Goiás (34 ha), Paraíba (11 ha), Alagoas (4 ha), Rio de Janeiro (27 ha), Ceará (3 ha) e Rio Grande do Norte (23 ha).

Consumo de gás cai com recessão econômica, diz Abegás

Gás Natural
O consumo de gás natural no Brasil caiu 15 por cento no primeiro trimestre do ano ante o mesmo período de 2015, como reflexo da recessão da economia, que reduziu a demanda industrial e de térmicas pelo insumo, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
Nos três primeiros meses do ano, o volume de gás vendido no país somou 64,1 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), ante 75,4 milhões de m³/d um ano antes, de acordo com estudo mensal realizado pela Abegás, obtido pela Reuters.
Em março, o consumo de gás caiu 28,8 por cento ante o mesmo mês de 2015, para 57,2 milhões de m³/d.
O estudo analisa informações de concessionárias em 20 unidades da federação, acompanhando dados na indústria e nos segmentos residencial, comercial, automotivo, cogeração e termogeração, dentre outros. A principal queda no trimestre foi do consumo termelétrico, que é o segundo principal mercado consumidor de gás natural no país, que recuou 22,4 por cento ante o mesmo período do ano anterior, para 23,7 milhões de m³/d.
A segunda maior queda no período foi do consumo industrial, principal mercado consumidor do país, com redução de 10,26 por cento, para 25,33 milhões de m³/d.
"A queda no consumo do segmento industrial... é um claro reflexo desse momento de crise. Mas acreditamos que esse panorama vai mudar e o gás natural é um insumo estratégico para a retomada do crescimento econômico", afirmou, em nota, o presidente-executivo da Abegás, Augusto Salomon. Em contrapartida, o consumo de gás natural comercial e residencial evitaram uma queda maior no trimestre, refletindo uma expansão das redes de distribuição, segundo a Abegás.
Entre janeiro e março, o consumo residencial cresceu 21,35 por cento, para 850,87 mil m³/d, enquanto o consumo comercial cresceu 6,61 por cento, para 765,38 mil m³/d.

Chineses avaliam aquisições de eólicas e solares no Brasil

Energia eólica
 Grandes grupos chineses têm forte interesse no setor elétrico do Brasil e estão negociando atualmente a compra de 750 megawatts em usinas eólicas e 600 megawatts em projetos de geração solar, afirmou nesta quarta-feira um especialista que auxilia os interessados da Ásia a fazerem prospecções no país.
"Há muitas, muitas empresas... o Brasil neste momento é um país que dá bons retornos", disse a jornalistas o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, após participar de evento de energia eólica em São Paulo.
Ele disse ainda que as transações atualmente em estudo envolvem "alguns bilhoezinhos" e que "sem dúvida" deve haver negócios fechados ainda neste ano.
Sem citar nomes, Tang adiantou que o grupo de interessados inclui ao menos seis empresas de geração, além de fundos de investimento que querem comprar participação minoritária em projetos, e fabricantes em busca de fornecer equipamentos chineses para projetos no Brasil.
As eólicas na mira dos chineses pertencem a um grupo brasileiro que quer vender um pacote de usinas prontas e outras próximas de entrar em operação, segundo Tang.
Na área solar, as sondagens ainda envolvem apenas projetos, sem contrato de venda de energia, para participação em futuros leilões do governo federal.
"As empresas de geração querem ter o controle e serem operadores (dos ativos)", afirmou Tang.
Ele comentou que há também negociações em curso de interessados em uma hidrelétrica e em projetos termelétricos-- estes últimos somam 3 gigawatts em potência instalada.
No caso dos produtores de equipamentos, as interessadas estão de olho na vantagem que podem ter ao oferecer aos clientes financiamento de bancos chineses de apoio à importação. Há também casos de alguns fabricantes que, além de fornecerem equipamentos, querem participar como sócios em usinas solares.
"São grupos diferentes interessados em negócios diferentes", afirmou Tang.
Segundo ele, há muitas empresas gigantes na China e ainda sem presença no país, além de outras que apesar do tamanho ainda têm uma presença muito tímida no Brasil. "Tem muita empresa aqui que você nunca ouviu falar porque é uma gigante chinesa que tem uma sala em São Paulo, uma secretária e um chinês. Mas a State Grid começou assim", afirmou.
Exemplo da presença chinesa no país, a State Grid fez o primeiro investimento no Brasil em 2010, em uma aquisição de cerca de 1 bilhão de dólares. Desde então, a elétrica já fechou outras compras de ativos, além de ter participado de uma série de leilões de novos empreendimentos, principalmente em transmissão de energia. 

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