segunda-feira, 21 de março de 2016

Primeiros testes mostram que "pílula do câncer" não é eficaz

Pílula contra o câncer da USP

 Os primeiros testes com a fosfoetanolamina sintética, conhecida como "pílula do câncer", realizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) mostraram que a substância não é pura, como afirmavam seus criadores, e que ela não apresenta eficácia contra células cancerígenas em testes in vitro. Os cinco primeiros relatórios foram divulgados pelo ministério no último dia 18.

"A informação era de que a fosfoetanolamina era pura, mas há cinco componentes na cápsula. Os resultados preliminares mostram que a fosfoetanolamina não tem atividade contra o câncer", diz Luiz Carlos Dias, professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que atuou na pesquisa do MCTI na etapa de caracterização e síntese dos componentes da cápsula.

A substância, criada pelo professor aposentado Gilberto Chierice, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) São Carlos, é distribuída há mais de 20 anos e não tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para ser usada como medicamento.

Segundo Dias, a quantidade de fosfoetanolamina é de 32,2% e que outra substância presente na fórmula, chamada monoetanolamina, apresentou capacidade de reduzir a proliferação de células com câncer. "Um dos componentes tem uma pequena atividade, mas é muito marginal, menor do que a apresentada por tratamentos convencionais."

Em nota, o ministério informou que os resultados são preliminares e que "não existe ainda um laudo conclusivo sobre a substância."

Dias explica que ainda serão realizados testes in vivo, que devem incluir animais de pequeno porte, cujos resultados devem sair em um mês.

Outro ponto preocupante, segundo o pesquisador, foi o fato de as cápsulas não apresentarem a mesma quantidade de substância em cada uma delas. "Cada uma tinha uma quantidade diferente. Indica um processo artesanal de colocar o conteúdo na cápsula." A reportagem entrou em contato com os responsáveis pela fórmula por e-mail, mas não teve resposta.

Obama e Raúl Castro divergem sobre direitos humanos

Presidente americano Barack Obama e o presidente de Cuba Raul Castro, em Cuba, dia 21/03/2016

Havana - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pressionou Cuba a melhorar nas questões de democracia e direitos humanos, após reunir-se com o presidente cubano, Raúl Castro, em uma visita histórica à ilha comunista nesta segunda-feira, mas Raúl reagiu condenando os "padrões duplos" norte-americanos.

Obama disse que os dois tiveram discussões "francas e sinceras" sobre direitos humanos, assim como em áreas de cooperação.

Raúl afirmou que eles poderiam atingir um nível muito melhor nas relações, se os Estados Unidos retirassem o embargo comercial de 54 anos à ilha.

"Nós continuamos a ter sérias diferenças, inclusive sobre a democracia e os direitos humanos", declarou Obama em uma conferência de imprensa conjunta, em que Raúl Castro respondeu perguntas de jornalistas, um ato raro.

Em resposta a uma pergunta sobre presos políticos, Raúl pediu que fosse mostrada uma lista desses detidos, refletindo a posição de Cuba de que não detém nenhum desses prisioneiros.

"Dê-me uma lista dos prisioneiros políticos agora e se a lista existir, eles serão libertados antes do fim da noite", disse o presidente cubano.

Os dois líderes realizaram reuniões diretas um dia depois de Obama chegar para a primeira visita de um presidente dos EUA à ilha em quase 90 anos.

Criança dispara acidentalmente em si mesma com arma da mãe

Crime violento, violência, armas

 Um menino de dois anos acidentalmente deu um tiro nele mesmo com uma pistola que tirou da bolsa da mãe e está em estado crítico - informaram nesta segunda-feira funcionários do Estado americano da Geórgia.

"A criança foi levada a um hospital da região e está em estado crítico e está sendo operada", disse a repórteres Mark Lavigne, porta-voz da polícia de DeKalb County, Geórgia (sudeste dos Estados Unidos).

"Estamos investigando as circunstâncias do fato, mas aparentemente foi acidental e não intencional", disse.

A criança, cuja identidade não foi divulgada, aparentemente puxou a arma da bolsa da sua mãe e deu um tiro no estômago. A família, natural da Carolina do Norte, estava hospedada em um hotel em Lithonia, a leste de Atlanta.

"A mãe está no hospital. Estamos interrogando ela e outro indivíduo que estava na sala", afirmou Lavigne.

Durante 2015, os Estados Unidos registraram 13.399 mortes por armas de fogo, de acordo com a organização Gun Violence Archive. Mais de 3.300 jovens menores de 17 anos foram mortos ou feridos por armas.

O país permanece fortemente dividido entre defensores da Segunda Emenda, que concede o direito de ter armas, e apoiantes de leis mais duras.

Raúl Castro desmente que Cuba tenha presos políticos

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e Raúl Castro Presidente de Cuba em coletiva de imprensa - 21/03/2016

 Obama e Raúl Castro: a maioria dos detidos pertencia à organização Damas de Branco, considerada ilegal por Cuba, que denuncia a existência de presos políticos.

 O presidente Raúl Castro desmentiu, em tom desafiador, que Cuba tenha presos políticos durante coletiva de imprensa conjunta, nesta segunda-feira, com seu contraparte americano, Barack Obama, em Havana.

"Dê agora mesmo a lista dos presos políticos para soltá-los, mencione-a agora", respondeu Raúl Castro, visivelmente agitado, a um jornalista que perguntou sobre o tema. "Se há (sic) estes presos políticos, antes do cair da noite, estarão soltos", acrescentou.

Mais adiante, Raúl Casto voltou a falar sobre o assunto confrontado com uma nova pergunta e afirmou: "não é correto nos perguntarmos sobre presos políticos. Digam-me o nome do preso político e pronto".

O líder cubano de 84 anos foi questionado a esse respeito no dia seguinte à detenção por algumas horas de dezenas de opositores que protestavam contra o governo comunista horas antes da chegada de Obama à ilha.

A maioria dos detidos pertencia à organização Damas de Branco, considerada ilegal por Cuba, que denuncia a existência de presos políticos e questiona Obama por suas "concessões" ao governo de Castro sem que, em troca, exija dele respeitar os direitos humanos.

Muito prudente, Obama afirmou na mesma coletiva de imprensa que, na nova relação que se propõe a manter com Havana, está incluído o tema dos direitos humanos, sobre o qual assegurou que "há inquietação dentro de Cuba".

Os Estados Unidos restabeleceram em 2015 os vínculos diplomáticos com Cuba depois de meio século de rivalidade.

Obama diz que os Estados Unidos não mantêm divergências só com Cuba em assuntos referentes aos direitos humanos, como também com países como China, Vietnã e Mianmar.

Ao finalizar a entrevista coletiva, Raúl Castro, por sua vez, assegurou que nenhuma nação cumpre todos os compromissos internacionais que existem sobre o tema.

"Haverá alguns que cumprem mais e outros, menos, não se pode politizar o tema dos direitos humanos, isto não é correto", enfatizou.

No fim de 2015, a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional - ilegal, mas tolerada - estimou em 70 o número de presos políticos no país, mas a organização Anistia Internacional não reconhece a existência de presos de consciência na ilha.

Delegados da PF repudiam declarações de ministro da Justiça

Prédio da Polícia Federal

 A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudiou nesta segunda-feira, em nota, as declarações do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, de que afastaria toda a equipe da PF envolvida em uma investigação em caso de vazamentos.

A associação disse que entrará com "medidas judiciais e administrativas" em caso de "arbitrariedades".

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada no fim de semana, Aragão disse que se "cheirasse" vazamento trocaria toda a equipe envolvida em uma investigação e disse que não necessitaria de provas para fazer essa troca.

A Polícia Federal é hierarquicamente subordinada ao Ministério da Justiça.

"A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, após reunião com a sua diretoria executiva, vem manifestar total repúdio às graves declarações feitas recentemente pelo ministro da Justiça no sentido, de que afastará, sem provas, delegados e policiais de investigações criminais", afirma a nota da ADPF.

"A entidade não descarta a possibilidade de ingressar com medidas judiciais e administrativas diante de qualquer arbitrariedade que venha a ser praticada pelo ministro da Justiça."

As declarações de Aragão, que assumiu a pasta na semana passada, acontecem em meio ao tenso clima político provocado pela operação Lava Jato, que incluiu nos últimos dias a divulgação de conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Embora a divulgação tenha sido autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, que concentra os processos ligados à Lava Jato, o governo e o PT tem reclamado do que classificam de "vazamentos seletivos" de informações sobre a Lava Jato que atingem membros do partido.

Na nota desta segunda, a ADPF também faz críticas às informações recentemente divulgadas pela imprensa de que o novo titular da Justiça estaria considerando trocar o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, por conta das interceptações telefônicas de conversas da presidente.

A entidade defende a aprovação pelo Congresso da proposta de emenda à Constituição 412, de 2009, que dá à PF autonomia orçamentária, administrativa e funcional e pede ainda o estabelecimento de um mandato para o cargo de diretor-geral da entidade.

"Os delegados de Polícia Federal permanecerão vigilantes a qualquer possibilidade de ameaça de interferência nas investigações", afirma a nota.

"As manifestações públicas recentes demonstram que a população brasileira não deseja uma Polícia Federal controlada pelo governo, e, sim, uma Polícia Federal de Estado, firme e atuante contra a corrupção e o crime organizado." Em nota nesta segunda, o Ministério da Justiça disse que Daiello tem a plena confiança de Aragão e que "não há nenhuma decisão sobre a sua substituição".

A nomeação de Aragão para comandar o Ministério da Justiça é alvo de questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF), feito pelo PPS. O partido, que faz oposição a Dilma, argumenta que a nomeação de Aragão, que é membro do Ministério Público Federal (MPF), viola decisão recente da corte também em ação proposta pelo PPS de que membros do Ministério Público não podem ocupar outros cargos públicos que não o de professor.

Essa ação implicou na impossibilidade de Wellington César Lima e Silva, membro do MP, permanecer à frente do ministério. Ele foi substituído no cargo por Aragão, que ingressou no Ministério Público em 1987, antes da promulgação da Constituição de 1988 que, no entendimento do Supremo, impede que membros do MP ocupem outros cargos públicos que não os de professor.

Para o PPS, no entanto, o fato de Aragão ter entrado no MPF antes da promulgação da Constituição não legitima sua nomeação para o posto. A ministra Cármen Lúcia será a relatora do caso no Supremo

Hábitos para manter as contas da sua empresa sempre em ordem

Jovem fazendo contas

Hábitos que o empreendedor deve ter para manter as finanças da empresa organizadas
Escrito por Henry J. Kupty, especialista em finanças

Para gerir uma empresa é necessário ter alguns cuidados e sacrifícios independentemente do porte, lucratividade e segmento de atuação. A arte de empreender, de colocar em prática uma ideia e de realizar uma tarefa, que às vezes pode ser árdua e trabalhosa, é aceitar desafios e fazer acontecer.

As características fundamentais ao empreendedor são criatividade e perseverança, além da capacidade de implementação de projetos e disposição para assumir riscos. Alguns cuidados específicos em atividades operacionais simples podem ajudar a empresa a se manter organizada e competitiva.

Uma boa desenvoltura nas negociações com fornecedores é essencial para o empreendedor, pois este é o início de um ciclo operacional que envolve controle e investimento financeiro. A administração das finanças deve se manter equilibrada. O planejamento inicial e a manutenção de controles financeiros das operações da empresa são primordiais para que o empreendedor acompanhe o desempenho de seu negócio.

Passada a fase de planejamento e implantação, o cotidiano financeiro não pode ficar em segundo plano. Criar um fluxo de caixa diário de entradas e saídas previstas pode controlar as operações e auxiliar na tomada de decisão em relação ao volume de compras, negociação com clientes, participação em projetos e licitações, e nas campanhas de promoção e divulgação da empresa e seus produtos.

Além disso, o empreendedor precisa se atentar às atividades secundárias e de apoio que compõem o negócio. Serviços como limpeza, informática, contabilidade, entre outros, podem ser executados por empresas terceirizadas e têm duas características interessantes: são facilmente controláveis e, em momentos de necessidade, podem ser reduzidas na proporção do encolhimento das operações principais.

Por fim, o controle financeiro deve deixar claro qual é o montante necessário melhorar o desempenho da empresa junto ao mercado. Isso seguramente demandará um capital que deve vir do caixa excedente das operações da empresa, de um aporte de capital dos sócios ou de um financiamento vindo de instituições financeiras. A decisão caberá ao empreendedor, após análises financeiras e de mercado.

Hillary critica Trump por "neutralidade" em crise palestina

Hillary Clinton
 A pré-candidata democrata à presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton criticou nesta segunda-feira o republicano Donald Trump pela posição "neutra" em relação ao conflito palestino-israelense e prometeu, em meio ao maior lobby judeu do país, que os laços com Israel serão tratados como prioridade caso seja eleita.
"Não podemos ser neutros quando os mísseis caem sobre bairros residenciais, quando os civis são esfaqueados na rua, quando os ataques suicidas são feitos contra inocentes. Algumas coisas não são negociáveis", destacou Hillary, favorita para conseguir a indicação democrata para as eleições presidenciais de novembro nos EUA.
"Precisamos de mãos firmes, e não de um presidente que diz que é neutro na segunda-feira, que é a favor de Israel na terça-feira e quem sabe na quarta-feira", acrescentou a ex-secretária de Estado na conferência anual do Comitê de Relações Públicas Israel-EUA (Aipac), principal "lobby" pró-Israel em território americano.
Com caráter conservador, tudo o que envolve a conferência do Aipac tem sempre a ver com cálculos políticos, mas essa vertente é mais evidente ainda neste ano devido às eleições presidenciais de novembro.
Hillary prometeu em discurso que uma das primeiras decisões que tomará como presidente será convidar à Casa Branca o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com quem o presidente dos EUA, Barack Obama, manteve uma fria relação, principalmente pelo pacto nuclear com o Irã.
Embora defenda o acordo entre Irã e os países do Grupo 5+1 (EUA, Rússia, França, Reino Unido, China e Alemanha), a ex-secretária de Estado americana considerou que as "provocações" de Teerã, como o recente teste com mísseis balísticos, são "inaceitáveis e deveriam de ser respondidos firme e rapidamente, incluindo mais sanções".
"Nunca vamos permitir que os adversários de Israel pensem que podem danificar a relação conosco", comentou Hillary Clinton.
Com o acordo nuclear de fundo, a conferência do Aipac busca "vender" entre a elite política americana o valor fundamental da aliança entre Estados Unidos e Israel, apesar dos altos e baixos da relação bilateral.
Os presentes escutarão hoje os três pré-candidatos republicanos à presidência: o senador pelo Texas Ted Cruz; o governador de Ohio, John Kasich, e o magnata Donald Trump.
O milionário nova-iorquino incomodou parte da comunidade judaica ao dizer várias vezes que "embora não haja ninguém mais pró-Israel" que ele, é a favor de manter uma posição "neutra" no Oriente Médio e de encontrar um acordo negociado com os palestinos.
Em resposta a estas declarações, um grupo de rabinos prometeu boicotar o discurso de Trump, saindo da sala durante a entrada do magnata, permanecendo em silêncio ou inclusive lendo em voz alta alguns fragmentos da Torá, livro sagrado do judaísmo.
O senador e pré-candidato democrata Bernie Sanders, de origem judaica, não participará da conferência porque sua campanha programou atos eleitorais no oeste dos Estados Unidos.
"Obviamente, há questões que afetam Israel e Oriente Médio e que são de suma importância para mim, para o nosso país e para o mundo", reconheceu, Sanders.
Com 5,3 milhões de pessoas, a comunidade judaica americana é a maior após as seis milhões que vivem em Israel.

Executivo da Odebrecht cita preocupação de Aécio com Cabra

Sérgio Cabral anuncia que governo federal vai enviar apoio às autoridades de segurança pública do Rio

 Em depoimento à Polícia Federal no dia 24 de fevereiro, o presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa, explicou suas conversas com o dono da holding Marcelo Odebrecht interceptadas pela Lava Jato.

Benedicto Barbosa afirmou que, em um dos diálogos de novembro de 2014, eles tratam de doações para o presidente nacional do PSDB Aécio Neves e da preocupação do tucano com o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), investigado na Lava Jato por suspeita de ter recebido propina de empreiteiras envolvidas nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

É a primeira vez que os nomes do tucano e do peemedebista são citados por executivos da Odebrecht aos investigadores da Lava Jato.

"Que deseja consignar que a interpretação dada pelo analista (da Polícia Federal) de que havia preocupação, por parte da Odebrecht, em relação a Sérgio Cabral no caso MF, é equivocada, uma vez que tal preocupação teria sido manifestada por Aécio Neves", afirmou o executivo aos investigadores, sem dar mais detalhes sobre como essa preocupação do tucano foi relatada a eles.

Benedicto afirma ainda que a preocupação não envolve nenhuma "conduta criminosa". Em março de 2015 o Superior Tribunal de Justiça abriu inquérito para investigar o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o ex Sérgio Cabral por suspeita de terem recebido R$ 30 milhões em 2010 do esquema de corrupção na Petrobras.

Em um dos diálogos Benedicto diz: "Preciso resolver R$ 100 mil (tarja preta). Vou aproveitar este momento PT/PSDB", e Marcelo Odebrecht responde: "Não entendi, depois vc me fala seguro". Eles estavam discutindo doações eleitorais para Aécio e "Piciani".

As empresas do grupo Odebrecht doaram R$ 8 milhões à campanha do tucano e R$ 16,7 milhões ao comitê da presidente Dilma Rousseff.

Nem o deputado federal Leonardo Picciani (PMDB) nem o seu pai e presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani, aparecem como destinatários de doações da Odebrecht. A empreiteira, contudo, doou R$ 13,9 milhões ao PMDB em 2014.

"Que sobre o diálogo da página 35 da representação, a qual refere um suposto canal seguro existente entre o declarante e Marcelo Odebrecht para conversas, deseja consignar que interpreta que o diálogo se refere a falar quando estivesse seguro, não por meio de um meio seguro", disse o executivo.

Ele afirmou ainda que considera "seguro" para conversar com Marcelo Odebrecht o telefone de seu escritório na empreiteira.

Benedicto não explica nem é questionado pelos investigadores da Polícia Federal que, por se tratar de uma investigação em primeira instância, não envolve políticos, porque teriam sido tratadas as doações eleitorais com Marcelo em 7 de novembro, 12 dias após o fim do segundo turno das eleições de 2014 na qual Dilma foi reeleita.

Pela legislação eleitoral até então, as campanhas presidenciais podiam receber doações mesmo depois de terminado o segundo turno, até um prazo limite. Atualmente, por determinação do STF, as doações empresariais para campanhas estão proibidas

Os diálogos entre os executivos foram um dos elementos utilizados pela Polícia Federal para a deflagração da 23ª fase da Lava Jato, que levou à prisão o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que trabalharam nas campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014), e também à prisão temporária de Benedicto, solto no dia 26 de fevereiro.

Nos diálogos apresentados ao juiz Sérgio Moro, a PF coloca tarja preta em alguns nomes e siglas para preservar a identidade de políticos e autoridades com prerrogativa de foro. Em seu depoimento, contudo, Benedicto cita os políticos relacionados aos diálogos, sempre inocentando eles de quaisquer condutas criminosas.

Para a Polícia Federal, contudo, os diálogos entre Marcelo Odebrecht e Benedicto indicam que eles tratavam "de assuntos escusos", "certamente não se limitando a obter recursos para financiamento oficial de campanhas eleitorais", diz a Polícia Federal no relatório que embasou a 23ª fase da operação.

TSE

As doações da Odebrecht a Aécio Neves foram uma das irregularidades apontadas pelo Tribunal Superior Eleitoral ao julgar a prestação de contas da campanha tucana em 2014.

De acordo com a assessoria técnica do tribunal, Aécio repassou para o PSDB uma doação de R$ 2 milhões da Odebrecht, mas não registrou a transferência na prestação de contas.

Questionada na época, a assessoria de imprensa do PSDB afirmou que todos os questionamentos foram respondidos e as doações, contabilizadas.

A Odebrecht ainda não comentou teor do depoimento do executivo.

A assessoria de Leonardo e Jorge Picciani disse que "como é sabido, todas as doações recebidas na eleição de 2014, mesmo quando recebidas via diretórios nacional ou estadual dos partidos, passaram a ter obrigatoriamente a identificação da origem, ou seja, da empresa que doou o dinheiro ao Diretório".

Segundo a assessoria, basta conferir no site do TSE e "a única explicação que pode haver para o nome de Picciani ter sido citado neste contexto é o fato de ele, como é sabido, ter coordenado, no Rio, a campanha presidencial de Aécio Neves em 2014, tanto no primeiro quanto no segundo turno".

Ainda de acordo com a assessoria, a atuação de Picciani, entretanto, era apenas política. "Ele nunca tratou de questões relativas ao financiamento da campanha de Aécio, cujas despesas eram de responsabilidade do comitê financeiro do candidato."

A assessoria de Aécio Neves explicou que "o depoimento mencionado pelo jornal apenas confirma as informações prestadas à Justiça Eleitoral.

É de conhecimento público que a empresa Odebrecht, assim como diversas outras, fez doações à campanha do PSDB, inclusive, como prevê a lei, depois das eleições, para cobrir débitos existentes".

Com relação aos diálogos, a assessoria diz que o "senador não é parte de nenhum deles, não tendo, portanto, nada o que acrescentar".

Ministra da Agricultura sofre ataques no twitter e rebate

Kátia Abreu

  ministra da Agricultura, Kátia Abreu, sofreu uma série de ataques no microblog Twitter depois de comentar sobre o sermão feito pelo padre na igreja que frequenta.

Parte dos que acompanham o perfil da ministra entenderam que a fala seria um recado político, o que ela rebateu.

"O sermão de hoje na Igreja foi sobre o julgamento e a crucificação de Cristo. É difícil crer que a turba absolveu um criminoso e condenou Jesus", disse a ministra no Twitter.

Em seguida a essa mensagem, ela recebeu centenas de respostas, algumas a acusando de comparar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Jesus.

Parte das mensagens trazia memes, figuras de vídeo ou foto com humor e sarcasmo, que colocavam o rosto de Lula na imagem de Jesus. Muitas das mensagem eram agressivas, o que parece ter irritado a ministra.

Kátia Abreu lembrou aos seus seguidores que ontem era o último domingo da Quaresma e que no próximo domingo é a Páscoa. "Escrevo o que dá vontade. Não aceito patrulha. Não estou comparando ninguém com Jesus. Por favor, me respeitem. Não sou obcecada com um único tema", rebateu a ministra.

Depois dessa mensagem ela recebeu mais críticas e algumas pessoas fizeram piadas comparando o governo ao Titanic, navio britânico que ficou famoso depois de afundar em sua viagem inaugural em 1912.

A ministra continuou a responder e pediu mais tranquilidade por parte dos internautas. "O ódio na internet está insuportável. Estes obcecados não irão me pautar. Continuarei escrevendo o que me der vontade", disse.

"Como, por exemplo, continuarei escrevendo que acredito na honestidade da presidente Dilma Rousseff até que me provem o contrário. Pedalada não é argumento", defendeu.

Em meio ao debate, a ministra recebeu mais dezenas de ataques e foi agredida virtualmente com afirmações machistas, palavrões e xingamentos. A um dos internautas que a agrediram, disse em tom grave: "Me mande seu endereço, covarde".

Em seguida, tentou apelar para o bom senso. "O ódio não ajudará em nada. De nenhum lado. Justiça e a urgência nos julgamentos têm que ser para todos", afirmou.

"Que a Justiça continue fazendo o seu trabalho. Confio nisto. Tudo será esclarecido e os culpados punidos, mas pela Justiça do Brasil", disse. Kátia Abreu ainda disse aos antagonistas que enquanto for ministra continuará a trabalhar pelo agronegócio e que continuará a cumprir com o seu dever.

Na semana passada, surgiram rumores de que a ministra teria decidido sair do governo antes mesmo da decisão oficial do PMDB, prevista para o fim do mês.

Fontes disseram ao Broadcast Agro que Kátia Abreu não havia digerido a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no staff presidencial, como ministro da Casa Civil. Na sexta-feira, ela comentou no Twitter que não mencionou "este assunto com ninguém". "São apenas ilações."

President Obama arrives in Cuba on historic visit



Obama pede pra ser fotografado com monumento a Che Guevara

Presidente dos EUA Barack Obama é fotografado com monumento a Che Guevara

 

O presidente dos EUA, Barack Obama, durante a visita oficial que realiza a Cuba, quebrou o protocolo e pediu para ser fotografado com o monumento do lendário revolucionário Che Guevara, ao fundo.

Antes de iniciar as conversações oficiais, e depois de colocar uma coroa de flores no memorial de Jose Marti — tradicional evento protocolar de líderes de países estrangeiros ao visitar a Ilha —, Obama pediu que os fotógrafos de sua equipe o fotografassem com o memorial de Che Guevara ao fundo. 

O gigante relevo do ex-guerrilheiro sob a fachada de um prédio é uma obra do artista cubano Enrique Avila, com base na fotografia icônica de Che Guevara feita por Alberto Korda. A escultura é acompanhada pela frase mais famosa de Che: "Hasta la victoria siempre".

 A visita de Obama é a primeira visita de um presidente norte-americano em atividade em quase 90 anos. O próprio presidente dos EUA já classificou o evento como ‘histórico’.  

Os líderes dos dois países, Barack Obama e Raúl Castro, anunciaram em 2014 o início das negociações para a normalização das relações bilaterais. Em julho de 2015, os países restabeleceram as relações diplomáticas, interrompidas há mais de 50 anos, após a Revolução Cubana. Em seguida, as partes assinaram uma série de acordos bilaterais, apesar do embargo econômico contra Cuba foi mantido. Além disso, as viagens à Cuba são autorizadas apenas para categorias específicas de cidadãos norte-americanos.

Obama se reúne com Castro, ponto alto de sua visita a Cuba

Presidente americano Barack Obama e o presidente de Cuba Raul Castro, em Cuba, dia 21/03/2016 

 Barack Obama e Raúl Castro apertaram as mãos e sorriram para as câmeras ao iniciar nesta segunda-feira sua reunião, ponto alto da visita do presidente americano à ilha comunista.

A reunião, realizada no Palácio da Revolução, constitui o primeiro encontro de Obama com Raúl desde que chegou a Havana, no domingo à tarde.

Antes de ir para a reunião, Obama depositou flores no monumento do herói nacional cubano José Martí, localizado na Praça da Revolução.

O secretário de Estado americano, John Kerry, destacou esse "momento histórico" e o que significou "ter ouvido os dois hinos juntos, em Havana, com o presidente dos Estados Unidos".

Temas sensíveis

Obama se reúne com um presidente que já deixou claro que não está disposto a negociar qualquer mudança em sua política a pedido ou por pressão dos Estados Unidos, seu adversário por mais de meio século.

Mesmo assim, acredita que haverá uma mudança em Cuba, como declarou antes do esperado encontro com seu colega.

"Vai ocorrer uma mudança aqui e acredito que Raúl Castro entende isso", disse Obama ao canal ABC na capital cubana, embora tenha reconhecido que não ocorrerá "da noite para o dia".

"Ainda temos divergências significativas sobre direitos humanos e liberdades individuais em Cuba. Acreditamos que agora podemos potencializar nossa capacidade para promover mais mudanças", acrescentou.

O chefe de Estado americano quer, no entanto, aproveitar sua viagem história para abordar francamente temas sensíveis como o dos direitos humanos, em um ambiente ofuscado pela detenção temporária de dezenas de dissidentes cubanos que protestavam no domingo pouco antes da chegada de Obama.

"Temos ainda diferenças significativas sobre direitos humanos e liberdades individuais. Achamos que agora podemos potencializar nossa capacidade de promover mudanças", declarou Obama à ABC.

Recentemente, Obama se comprometeu por escrito com as Damas de Branco, cuja líder Berta Soler ficou detida por várias horas, a falar com Raúl sobre os obstáculos nesses temas.

Obama também se reunirá na terça com dissidentes na embaixada, em um encontro para o qual Soler foi convidada. Ela critica Obama por fazer concessões a Raúl sem que, em troca, tenham cessado "a perseguição e violência contra opositores".

Reclamação

Obama, de 54 anos, e Raúl, de 84, se reuniram duas vezes desde que lançaram, no final de 2014, o processo de normalização das relações bilaterais.

A primeira reunião ocorreu em abril de 2015, dentro da Cúpula das Américas, no Panamá, e a segunda, cinco meses depois, nas Nações Unidas, em Nova York.

Raúl Castro certamente espera abordar o tema que mais preocupa Cuba em sua relação com Estados Unidos: o embargo econômico vigente desde 1962.

Obama, que é favorável ao levantamento do embargo, recorreu as suas atribuições executivas para abrandar algumas das medidas que castigam os cubanos, mas o Congresso, nas mãos da oposição republicana, é o único que pode desmontar a teia de restrições.

O chanceler cubano Bruno Rodríguez, que deus cordiais boas-vindas a Obama no aeroporto, reiterou que as medidas da Casa Branca são positivas, mas limitadas.

As autoridades insistem que Obama pode fazer mais contra o embargo, depois de ter restabelecido os voos comerciais diretos, autorizado alguns investimentos importantes e facilitado as viagens dos americanos, que ainda não podem fazer turismo livremente.

"Não há dúvidas de que ainda temos muito trabalho por fazer, e parte disso é conseguir o fim do embargo", comentou o presidente dos Estados Unidos.

"Não creio que a visita de Obama tenha um impacto imediato na política cubana, muito menos em decisões pontuais do regime em curto prazo", comentou à AFP Michael Shifter, presidente do centro de análises Diálogo Interamericano.

Farc

O presidente Obama também se reunirá com pequenos empresários dos dois países, enquanto sua esposa, Michelle, encontrará estudantes no centro cultural Fábrica de Arte.

Estas reuniões podem ser para os dois a chance de ouvir os cubanos, pois não tiveram essa oportunidade durante a visita que no domingo fizeram ao setor antigo de Havana por causa da chuva e das fortes medidas de segurança.

Na terça, Obama também fará um histórico discurso ao povo cubano, que será transmitido ao vivo, e depois irá a um jogo de beisebol, atividades que encerrarão sua visita a Havan.

Durante esta segunda, o secretário de Estado americano John Kerry se reunirá em separado com os negociadores das Farc e o governo colombiano que tentam alcançar um acordo para acabar com mais de meio século de confronto armado.

Os Estados Unidos, que financiaram por anos a luta contra a guerrilha comunista, apoiam o processo de paz da Colômbia e as gestões de Kerry podem ser definitivas agora que o diálogo parece estancado.

Obama compartilha fotos de sua visita a Cuba no Facebook

Presidente americano Barack Obama fala com cubanos, em Havana, dia 20/03/2016

 O presidente dos EUA, Barack Obama, compartilhou nesta segunda-feira em seu perfil do Facebook várias fotos de seu primeiro dia da visita a Cuba, que dedicou fundamentalmente a passear pela parte antiga de Havana e encerrou com um jantar em família.

As fotos divulgadas sobre o domingo da família presidencial em Cuba incluem uma da chegada da comitiva americana ao aeroporto internacional José Martí, na qual é possível ver Obama, sua esposa, Michelle, e suas duas filhas, aos pés do Air Force One.

Outra foto mostra Obama sustentando um guarda-chuva durante a forte tempestade que caiu no domingo na capital cubana enquanto cumprimenta sorridente várias mulheres em uma das ruas de Velha Havana.

Na seguinte imagem aparecem Obama e seu assessor adjunto de segurança nacional, Ben Rhodes, conversando com o cardeal cubano e arcebispo de Havana, Jaime Ortega, durante uma visita à Catedral da cidade.

A última foto mostra o lado mais descontraído de Obama, que aparece rindo junto a sua filha mais velha, Malia, no restaurante "San Cristóbal", situado emcCentro de Havana e onde a família presidencial jantou no domingo.

As fotos estão acompanhadas de um pequeno texto de Obama que começa com uma saudação em espanhol. "Hola desde Cuba" (Oi desde Cuba)

"Estou aqui para enterrar o último vestígio da Guerra Fria nas Américas e criar uma nova era de entendimento que nos ajude a melhorar o dia a dia dos cubanos", afirmou Obama na mensagem.

Segundo o presidente, segue havendo diferenças "grandes e reais" entre seu governo e o cubano, fundamentalmente sobre "como promover" as oportunidades e os direitos humanos, mas também há muitas coisas compartilhadas, entre elas "o amor pelo beisebol".

"Acredito que, trabalhando junto ao povo cubano, nossos dois países podem começar uma nova viagem juntos que gere progresso para nossos dois povos", conclui.

Obama é o primeiro presidente americano em exercício que pisa em solo cubano em quase 90 anos.

O líder chegou no domingo a Havana acompanhado de toda sua família e nesta segunda-feira foi recebido no Palácio da Revolução pelo líder cubano, Raúl Castro.


Google vai ampliar acesso à Internet em Cuba, diz Obama

residente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao chegar em Havana, capital de Cuba para reunião com Raúl Castro - 20/03/2016

 A empresa Alphabet, holding controladora do Google, está preparada para expandir o acesso à Internet em Cuba, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à emissora norte-americana ABC, durante sua histórica visita à ilha caribenha. "Uma das coisas que vamos anunciar aqui é que o Google tem um acordo para começar instalar mais acessos a Wi-Fi e banda larga na ilha", disse Obama na entrevista transmitida nesta segunda-feira

Maioria dos americanos apoia fim do embargo a Cuba

Bandeira dos Estados Unidos e de Cuba na recepção de Obama na ilha - 21/03/2016

 A maioria dos americanos apoia o fim do embargo à Cuba, como mostrou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira nos Estados Unidos, que coincide com a visita do presidente Barack Obama à ilha.

De acordo com a pesquisa, publicada pela emissora "CBS" e pelo jornal "New York Times", 55% dos 1.022 adultos entrevistados são favoráveis ao fim do embargo, e 27% são contra.

O percentual de pessoas a favor do levantamento do embargo aumentou um ponto em relação à uma pesquisa semelhante feita em julho de 2015, e o de contrários também subiu 1%.

Além disso, 58% apoiam o restabelecimento de relações diplomáticas entre EUA e Cuba, e 25% são contrários, segundo a pesquisa, elaborada entre os dias 11 e 15 de março. A margem de erro é de 3%.

Outro dado que o estudo mostra é que 52% aprovam como Obama tem conduzido as relações com Cuba, desde o anúncio, em dezembro de 2014, do presidente americano junto com o presidente cubano, Raúl Castro, do degelo bilateral.

Esse número representa um aumento de oito pontos percentuais em comparação com uma pesquisa semelhante feita em dezembro de 2014.

Atualmente, 30% discordam da gestão das relações com Cuba do presidente, seis pontos a menos que no estudo de 2014.

Obama, que chegou ontem à Cuba para uma visita oficial de três dias, é o primeiro presidente dos Estados Unidos no cargo que visita a ilha em quase 90 anos.

Os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Cuba em 1960 e impuseram um embargo comercial após a decisão do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, de decretar a nacionalização das empresas americanas na ilha sem indenização.

Embora Obama tenha tomado medidas para promover as relações bilaterais, o fim do embargo depende do Congresso americano, atualmente controlado pela oposição republicana, que é taxativamente contra aprovar o levantamento das restrições.

Reunião com Raúl Castro será ponto alto da visita de Obama a Cuba



Barack Obama e Raúl Castro discutirão suas diferenças na reunião que terão nesta segunda-feira, em Havana, para traçar o futuro imediato da relação entre Estados Unidos e Cuba, ponto alto da visita do presidente americano à ilha comunista.

Obama encontrará um presidente que já deixou claro que não está disposto a negociar qualquer mudança em sua política a pedido ou por pressão dos Estados Unidos, seu adversário por mais de meio século.

O chefe de Estado americano quer, no entanto, aproveitar sua viagem história para abordar francamente temas sensíveis como o dos direitos humanos, em um ambiente ofuscado pela detenção temporária de dezenas de dissidentes cubanos que protestavam no domingo pouco antes da chegada de Obama.

"Temos ainda diferenças significativas sobre direitos humanos e liberdades individuais. Achamos que agora podemos potencializar nossa capacidade de promover mudanças", declarou Obama à ABC.

Recentemente, Obama se comprometeu por escrito com as Damas de Branco, cuja líder Berta Soler ficou detida por várias horas, a falar com Raúl sobre os obstáculos nesses temas.

Obama também se reunirá na terça com dissidentes na embaixada, em um encontro para o qual Soler foi convidada. Ela critica Obama por fazer concessões a Raúl sem que, em troca, tenham cessado "a perseguição e violência contra opositores".

- Reclamação -

Obama, de 54 anos, e Raúl, de 84, se reuniram duas vezes desde que lançaram, no final de 2014, o processo de normalização das relações bilaterais.

A primeira reunião ocorreu em abril de 2015, dentro da Cúpula das Américas, no Panamá, e a segunda, cinco meses depois, nas Nações Unidas, em Nova York.

Este terceiro encontro acontecerá no Palácio da Revolução, sede do poder político, para onde Obama se dirigirá após prestar homenagem ao herói nacional José Martí.

Raúl Castro certamente espera abordar o tema que mais preocupa Cuba em sua relação com Estados Unidos: o embargo econômico vigente desde 1962.

Obama, que é favorável ao levantamento do embargo, recorreu a suas atribuições executivas para abrandar algumas das medidas que castigam os cubanos, mas o Congresso, nas mãos da oposição republicana, é o único que pode desmontar a teia de restrições.

O chanceler cubano Bruno Rodríguez, que deus cordiais boas-vindas a Obama no aeroporto, reiterou que as medidas da Casa Branca são positivas, mas limitadas.

As autoridades insistem que Obama pode fazer mais contra o embargo, depois de ter restabelecido os voos comerciais diretos, autorizado alguns investimentos importantes e facilitado as viagens dos americanos, que ainda não podem fazer turismo livremente.

"Não há dúvidas de que ainda temos muito trabalho por fazer, e parte disso é conseguir o fim do embargo", comentou o presidente dos Estados Unidos.

"Não creio que a visita de Obama tenha um impacto imediato na política cubana, muito menos em decisões pontuais do regime em curto prazo", comentou à AFP Michael Shifter, presidente do centro de análises Diálogo Interamericano.

- Farc -

O presidente Obama também se reunirá com pequenos empresários dos dois países, enquanto sua esposa, Michelle, encontrará estudantes no centro cultural Fábrica de Arte.

Estas reuniões podem ser para os dois a chance de ouvir os cubanos, pois não tiveram essa oportunidade durante a visita que no domingo fizeram ao setor antigo de Havana por causa da chuva e das fortes medidas de segurança.

Na terça, Obama também fará um histórico discurso ao povo cubano, que será transmitido ao vivo, e depois irá a um jogo de beisebol, atividades que encerrarão sua visita a Havan.

Durante esta segunda, o secretário de Estado americano John Kerry se reunirá em separado com os negociadores das Farc e o governo colombiano que tentam alcançar um acordo para acabar com mais de meio século de confronto armado.

Os Estados Unidos, que financiaram por anos a luta contra a guerrilha comunista, apoiam o processo de paz da Colômbia e as gestões de Kerry podem ser definitivas agora que o diálogo parece estancado.

Discurso histórico ao povo faz parte da agenda de Obama em Havana

Raúl Castro recebe Obama em Cuba nesta segunda-feira: siga ao vivo CUBAN TV HO/AFP

O presidente Barack Obama pronunciará na próxima terça-feira, em Havana, um histórico discurso dirigido ao povo cubano, no qual se propõe a expor sua visão sobre o futuro da relação bilateral,.

O discurso de Obama "será um momento muito importante" de sua visita a Cuba, afirmou Ben Rhodes, assessor do presidente americano e um dos negociadores iniciais da reaproximação entre os dois países, ao fazer ao anúncio.

Obama fará o discurso no tradicional teatro Alicia Alonso de Havana, disse Rhodes, acrescentando que, até o momento, as autoridades cubanas não expressaram qualquer objeção sobre sua transmissão "ao vivo" por rádio e TV na Ilha.

No discurso, Obama se propõe a "descrever o atual curso das relações, passar em revista a complicada história comum e também olhar adiante", antecipou Rhodes.

"Queremos chegar a todos os cubanos, os da Ilha e também aos integrantes da comunidade cubano-americana", detalhou.

O presidente americano quer fazer um balanço "da muito complicada história entre os dois países, mas também mostrar como observamos o futuro desta relação".

Acompanhado da família, Obama chegará a Cuba na tarde dester domingo e, em seguida, fará um passeio por Havana Velha, junto com o cardeal católico Jaime Ortega, arcebispo de Havana.

A visita oficial começa na segunda-feira, com um encontro bilateral entre Obama e o presidente cubano, Raúl Castro. Durante a tarde, o líder americano participará de uma série de debates sobre iniciativa privada, com microempresários cubanos e americanos.

Na noite de segunda-feira, Obama e Castro - acompanhados de seus familiares e delegações - participarão de um jantar no Palácio da Revolução.

Obama se reunirá na terça-feira com representantes da sociedade civil cubana, incluindo dissidentes.

"Fui convidada para essa reunião", disse à AFP em Havana a líder do grupo Damas de Branco, Berta Soler.

Também confirmaram o convite por parte do governo americano a uma "reunião de alto nível" os dissidentes Manuel Cuesta Morúa, José Daniel Ferrer, Guillermo Fariñas e Miriam Leiva.

Berta Soler disse, porém, que "é muito cedo" para confirmar que irá ao encontro com Obama, depois de se recusar a comparecer a uma reunião similar com o secretário de Estado americano, John Kerry, em agosto passado.

No final deste dia, Obama assistirá a uma partida de beisebol entre a seleção cubana e o time do Tampa Bay Rays. Como lembrou Rhodes, os dois países "compartilham o amor pelo beisebol".

Uma das negociações entre Washington e Havana se concentra na possibilidade de que jogadores cubanos possam jogar e receber salário em equipes americanas sem, necessariamente, emigrar.

Na capital cubana, a mulher de Obama, Michelle, vai-se encontrar com estudantes do Ensino Médio, informou Rhodes.

Nesses encontros, a primeira-dama americana levará aos estudantes cubanos perguntas "formuladas por alunos de escolas americanas sobre formas de aprofundar a cooperação entre os dois países".

Ao fim da visita oficial a Cuba, Obama e sua delegação seguem para Buenos Aires. Lá, o presidente americano vai-se reunir com seu colega Mauricio Macri.

Na capital argentina, Obama "honrará a memória das vítimas da guerra suja e daqueles que defenderam os direitos humanos nesse período", descreveu Mark Feierstein, responsável pelo Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional.

Além da visita com Macri, Obama deve se reunir com jovens argentinos, e está prevista uma viagem com sua família para Bariloche, na zona andina, "para uma visita a uma das regiões mais espetaculares" do país, de acordo com Feierstein.

Obama defenderá liberdade de expressão em discurso em Cuba

Obama embarca para viagem à Cuba

 O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defenderá as liberdades de expressão e reunião, assim como do direito a praticar a própria fé em seu aguardado discurso televisionado de amanhã em Havana dirigido ao povo cubano.

"Vou afirmar que nós pensamos que os valores nos quais acreditamos são universais, que todas as pessoas aspiram à liberdade de expressão e reunião, que todas as pessoas aspiram a poder praticar sua fé sem coação do governo e que a prova dos modelos econômicos pode ser vista ao redor do mundo", adiantou o líder hoje.

Em entrevista à rede "ABC News", ele disse que manterá o mesmo tom usado durante todo o processo.

"Basicamente, não cabe a gente determinar a forma de governo em Cuba nem sua economia", acrescentou.

Obama, que chegou ontem à ilha em uma visita histórica, reconheceu que seu governo e o cubano seguem tendo "diferenças significativas sobre os direitos e liberdades individuais" dentro de Cuba.

"Sentimos que vir agora maximizará nossa habilidade para impulsionar mais mudanças, particularmente porque isto (a visita) foi bem recebido pelos cubanos, com enorme popularidade", sustentou.

Ontem, horas antes da chegada de Obama, 50 Damas de Branco e outros opositores, como o grafiteiro "El Sexto", foram detidos em Havana, após uma manifestação que foi respondida com uma contramanifestação de repúdio por partidários do governo.

Estes incidentes se repetiram, com diferente intensidade, por 46 domingos consecutivos, dia em que o grupo dissidente feminino Damas de Branco, composto por mães e esposas de presos políticos, realiza suas marchas pacíficas para reivindicar respeito aos direitos humanos na ilha.

O presidente americano lembrou que a teoria de seu governo sempre foi de que para impulsionar mudanças na ilha é fundamental "abrir mais interação entre Cuba e Estados Unidos, e particularmente, entre cubano-americanos e a ilha".

"Raúl Castro está em uma posição única nesta transição geracional para estabelecer os fundamentos que permitam o progresso do país e nós queremos acompanhar este processo. É muito importante que não sejamos vistos como agentes da mudança. Encorajemos que sejam os cubanos os propulsores dessa mudança. Até os que não concordam com Castro são apaixonadamente nacionalistas", afirmou Obama.

Perante as críticas da maioria da oposição republicana nos Estados Unidos, Obama defendeu que o momento de sua viagem e do impulso da abertura com Cuba o "é certo".

"Obviamente, nossa intenção era que a bola começasse a rolar, sabíamos que a mudança não ia acontecer da noite para o dia", disse.

Entre os progressos deste ano e três meses de normalização de relações com Cuba, o líder destacou a reabertura de embaixadas e uma certa abertura em reformas econômicas do governo cubano.

Obama, que começou ontem sua viagem de três dias a Cuba, é o primeiro presidente dos Estados Unidos em exercício que visita à ilha em quase 90 anos e o único que fez isso desde o triunfo da revolução castrista, em 1959.

Obama homenageia herói da independência de Cuba

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao chegar em Havana, capital de Cuba para reunião com Raúl Castro - 20/03/2016 

 O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, realizou nesta segunda-feira a protocolar cerimônia de homensagem ao herói nacional cubano e herói independentista José Martí, na emblemática Praça da Revolução de Havana.

Antes de uma guarda de honra depositar a coroa de flores aos pés da escultura de mármore, a bandeira dos Estados Unidos foi hasteada e seu hino ouvido na Praça da Revolução, onde Obama estava com a icônica efígie do revolucionário Ernesto Che Guevara ao fundo.

Após a cerimônia, Obama fugiu do protocolo para pedir à sua equipe que tirasse uma foto dele com o busto de Che atrás, algo pouco habitual nesse ato solene, em que estava acompanhado do vice-presidente do Conselho de Estado cubano, Salvador Valdés Mesa.

A coroa de flores oferecida por Obama para Martí tinha rosas brancas, azuis e vermelhas, as cores das bandeiras dos dois países, com uma fita em que se podia ler, em inglês: "Do povo dos Estados Unidos".

Obama se tornou assim o primeiro líder americano no cargo a pisar nessa praça, cenário de inumeráveis e longos discursos do líder cubano Fidel Castro contra o imperialismo.

Após a breve cerimônia, o presidente visitou o interior do memorial José Martí (1853-1895), figura chave da independência de Cuba e inspirador intelectual da Revolução, que viveu a maior parte de sua vida nos Estados Unidos.

Foi dos EUA que Martí arrecadou dinheiro e organizou a segunda guerra independentista da ilha contra a Espanha (1895-1898), que culminou com a intervenção dos Estados Unidos na ilha.

Depois do percurso pelo memorial, Obama foi para o Palácio da Revolução, onde será recebido pelo presidente de Cuba, Raúl Castro

Obama diz em Havana que haverá mudança em Cuba

Presidente americano Barack Obama fala com turistas e cubanos na catedral de Havana, Cuba, dia 20/03/2016

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acredita que haverá uma mudança em Cuba, declarou, pouco antes do histórico encontro que realizará nesta segunda-feira com o colega Raúl Castro em Havana.

O presidente chegou no domingo à ilha comunista acompanhado de sua família e se converteu no primeiro presidente dos Estados Unidos em 88 anos a pisar neste país.

"Vai ocorrer uma mudança aqui e acredito que Raúl Castro entende isso", disse Obama ao canal ABC na capital cubana, embora tenha reconhecido que não ocorrerá "da noite para o dia".

"Ainda temos divergências significativas sobre direitos humanos e liberdades individuais em Cuba. Acreditamos que agora podemos potencializar nossa capacidade para promover mais mudanças", acrescentou.

Obama, que junto com Castro emitirá uma declaração à imprensa após a reunião realizada ao meio-dia local, admitiu que "não há dúvida de que o governo cubano continua sendo um Estado de partido único que exerce o controle e reprime a dissidência".

Com sua visita, Obama quer selar o restabelecimento de relações entre os dois países alcançado em 2015.

Suspeito de atentados de Paris poderia fazer novo ataque

Salah Abdeslam, terrorista suspeito de ter participado dos atentados em Paris, em 13/11/15

 O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Didier Reynders, disse neste domingo que Salah Abdeslam, um dos possíveis responsáveis pelos atentados de 13 de novembro em Paris, estava "pronto para voltar a preparar algo em Bruxelas".

"Os primeiros depoimentos de Salah Abdeslam ontem foram que ele queria ir ao Stade de France, que ia começar as explosões, mas que se conteve. Não sabemos por que, mas se conteve. A informação seguinte é que ele estava pronto para voltar a preparar algo em Bruxelas", disse o ministro sobre as primeiras declarações de Abdeslam após sua detenção, em um o encontro organizado na capital belga pelo Centro de Estudos German Marshall Fund dos Estados Unidos.

O ministro destacou que essa "talvez seja a realidade". "Encontramos muitas armas, armas pesadas, nas primeiras investigações e descobrimos uma nova rede ao redor de Bruxelas", disse.

Reynders lembrou sobre declarações que fez após os ataques em Paris a uma rede de TV americana, nas quais revelou que a Bélgica procurava cerca de dez pessoas armadas, e indicou que desde novembro foram localizadas "muitas outras, não só na Bélgica, mas também na França".

"Temos certeza de que, por enquanto, encontramos mais de 30 pessoas envolvidas nos ataques terroristas de Paris, mas estamos convencidos de que existem outras", acrescentou.

Reynders discursou no último dia do fórum organizado em Bruxelas anualmente pelo German Marshall Fund, uma conferência sobre as relações transatlânticas com a participação de chefes de Estado, representantes das instituições europeias e dos Estados-membros, assim como parlamentares e especialistas no assunto.

Caixas-pretas de avião podem explicar acidente na Rússia

Acidente aéreo da FlyDubai na Rússia

As caixas-pretas do avião da Flydubai que caiu no sábado (19)  na Rússia, com 62 pessoas a bordo, poderão ser lidas apesar dos danos sofridos no impacto, assegurou hoje (20) o vice-presidente do Comité Interestatal de Aviação, Serguéi Zaiko.

“A leitura das caixas pretas começa a ser feita hoje,” acrescentou.

As autoridades russas que investigam as circunstâncias da tragédia interrogaram mais de 40 pessoas, entre trabalhadores do aeroporto e pessoal da companhia aérea.

A Flydubai anunciou hoje que vai indenizar com 20 mil dólares cada família dos 62 passageiros que morreram na madrugada de sábado na queda do Boeing da companhia aérea em Rostov-on-Don, no Sul da Rússia.

De acordo com a nota, esta compensação financeira, de cerca de 17,7 mil euros, destina-se a satisfazer as necessidades económicas urgentes dos familiares das vítimas, refere a companhia, em comunicado.

“A nossa preocupação está em contactar com as famílias que perderam os seus entes queridos neste triste acidente”, acrescenta a nota da FlyDubai.

Um Boeing 738 da FlyDubai caiu na madrugada de sábado, às 5h em Lisboa, a uns 250 metros da pista de aterragem em Rostov-on-Don, no sul da Rússia, causando a morte de 62 passageiros.

Sherwin-Williams fecha compra da Valspar por US$ 8,9 bilhões

Placa com logo da Sherwin-Williams

 A empresa de tintas e revestimentos norte-americana Sherwin-Williams confirmou neste domingo acordo para comprar a concorrente Valspar por cerca de US$ 8,9 bilhões. A oferta é de US$ 113 por ação, um prêmio de 35% ante o fechamento dos papéis na sexta-feira.

A aquisição deve fortalecer a Sherwin ante as concorrentes PPG Industries e Akzo Nobel. A Sherwin tem focado principalmente nos Estados Unidos e na América Latina, enquanto a PPG segue uma estratégia global com operações maiores na Europa e Ásia.

O mercado global de tintas e revestimentos produz cerca de US$ 130 bilhões em vendas por ano, de acordo com dados da PPG.

A Valspar tem valor de mercado de US$ 6,6 bilhões, enquanto a Sherwin-Williams é avaliada em US$ 26,8 bilhões. Em 2015, a Sherwin-Williams registrou vendas de US$ 11,3 bilhões e lucro de US$ 1,1 bilhão.

As empresas disseram esperar reação mínima das autoridades de defesa da concorrência, mas ressaltaram que, se os reguladores exigirem que a Sherwin-Williams venda empresas que tenham contribuído com mais de US$ 650 milhões para a receita da Valspar em 2015, o preço do negócio teria redução de US$ 8 por ação.

A Sherwin-Williams disse esperar que o acordo tenha reflexo imediato sobre lucro e projetou US$ 280 milhões em sinergias por ano.

O setor de químicos tem enfrentado um movimento de consolidação. No ano passado, as empresas Dow Chemical e DuPont assinaram um acordo de fusão de cerca de US$ 120 bilhões.

Aeronave de Roger Agnelli não tinha caixa-preta

reoger agnelli

 O avião que caiu neste sábado, 19, matando o empresário e ex-presidente da Vale Roger Agnelli e outras seis pessoas, não tinha caixa-preta. A informação é da Força Aérea Brasileira (FAB). Uma equipe de peritos ainda está no local do acidente, na Casa Verde, zona norte de São Paulo, para registrar fotos e conversar com testemunhas.

De acordo com a FAB, a presença da caixa-preta nesse tipo de aparelho, particular, não é obrigatória. Mas a falta do equipamento, que registra dados da aeronave e a conversa na cabine do piloto, dificulta as investigações sobre o motivo da queda. O avião, um monomotor com fuselagem de fibra de carbono, era do tipo experimental.

Nesses casos, o proprietário compra o corpo do monomotor e instala o restante dos equipamentos. O acidente aconteceu logo após a decolagem, ainda nas proximidades do Aeroporto do Campo de Marte - antes, o monomotor estava estacionado no hangar da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

O voo tinha como destino o Aeroporto Santos Dumont, no Rio. O avião, de prefixo PRZRA, está registrado em nome de Agnelli. De acordo com pessoas próximas a ele ouvidas pelo Estadão, Agnelli e a família viajavam na aeronave para a capital fluminense para a festa de casamento de um sobrinho do executivo. Também estariam no avião a mulher de Agnelli, Andrea, os filhos Ana Carolina e João, além da nora, Gabriela, e do genro Parris Bittencourt - o nome do piloto ainda não foi divulgado.

Casa

O acidente também atingiu uma casa do bairro e deixou uma empregada doméstica que trabalhava no local com escoriações. Ela foi encaminhada ao Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia, na região central. Os moradores não se feriram. O proprietário da casa, Armando Carrara, de 65 anos, estava no terraço brincando com o neto de jogar dados quando foi avisado pelo genro de que um avião ia bater na casa. "Eu não vi nada. Só escutei gritando comigo. Peguei meu neto pelos braços e corri para o fundo da casa." Segundo ele, os automóveis da família foram todos destruídos pelas chamas do avião, que bateu num muro do sobrado e caiu na garagem.

Investimento em expansão do varejo cai e pode ser ainda pior

Loja da Hering

 Depois de um ano de freada nos investimentos, o varejo tende a manter os planos de aberturas de novas lojas estagnados. A maior parte das grandes redes abandonou o curso das inaugurações, que vinham se acelerando, pelo menos, desde 2010. Para 2016, o cenário tende a continuar fraco e, em alguns casos, as perspectivas são ainda mais conservadoras do que as do ano passado.

"Dada a expectativa de que 2016 e 2017 ainda sejam muito ruins para as vendas, o varejo precisa fazer essa parada, o volume de lojas novas esse ano vai ser pequeno", diz Ana Paula Tozzi, CEO da GS&AGR Consultores. Ela lembra que as redes acabam abrindo alguns poucos pontos de venda ao enxergar oportunidades de entrar em regiões de interesse, mas, ao mesmo tempo, seguem revendo operações e fechando lojas abertas durante períodos mais otimistas da economia e que ainda não dão lucro.

Entre as companhias de varejo de moda, a mudança de curso foi notável. Dados das divulgações de resultado de Cia. Hering, Marisa, Riachuelo e Arezzo&Co mostram que elas tiveram o pior período para o crescimento da base de lojas em cerca de cinco anos. Pela frente, as expectativas ainda são fracas.

No caso da Cia. Hering, foram 15 lojas de saldo positivo entre aberturas e fechamentos em 2015, ante uma média de mais de 80 adições líquidas por ano no passado. O mercado espera ainda que a companhia não tenha nenhuma adição líquida de ponto de venda em 2016. A Marisa Lojas, por sua vez, encerrou 2015 com 7 lojas a menos que no ano anterior e também não tem novas inaugurações como foco este ano. Na Riachuelo, que encerrou com 28 lojas de saldo no ano passado, serão 15 aberturas este ano.

O varejo de eletroeletrônicos é outro segmento bastante afetado e que deve continuar reduzindo investimentos. Em 2015, Casas Bahia e Pontofrio, da Via Varejo, perderam 23 lojas no saldo entre aberturas e fechamentos e, para 2016, não deve haver nenhuma inauguração. O Magazine Luiza ganhou 30 lojas, mas essa alta só se justificou porque a companhia tinha contratado os pontos de venda desde o início do ano passado. Embora a empresa não divulgue guidance para 2016, a expectativa do mercado também é de que não haja nenhuma abertura líquida, conforme projetou em relatório recente o BTG Pactual.

A freada atinge até mesmo redes de lojas cujas vendas sofrem menos na crise, caso da Lojas Americanas. A companhia teve 89 aberturas líquidas, ante uma média de mais de 100 nos três anos anteriores. Embora a previsão oficial seja de 140 inaugurações em 2016, os analistas questionam se o ambiente macroeconômico difícil não poderia impedir a realização dessa meta. "Lojas Americanas não ficou imune ao ambiente macroeconômico desafiador, o qual forçou uma desaceleração relevante nas aberturas de loja em 2015, potencialmente arriscando o crescimento nos próximos anos", afirmou Marcel Moraes, do Deutsche Bank, em relatório.

Shoppings

Sem o apetite dos lojistas para novas aberturas, os shoppings também seguram investimentos e postergam novos empreendimentos. A Multiplan conta com o projeto pronto do ParkShopping Jacarepaguá, com obras iniciais já começadas, mas está segurando o lançamento do empreendimento ao mercado. O cenário nacional atual inibe muito o investimento e a tomada de posição de varejistas importantes, explicou o diretor presidente, José Isaac Peres.

Pela falta de clareza do cenário econômico, a BRMalls deixou de fornecer uma data estimada para inauguração de duas expansões, que antes eram previstas para 2018 e 2019. Já a Sonae Sierra Brasil diz estar se preparando para investir em "oportunidades estratégicas", mas continua alocando capital em aplicações financeiras de curto prazo e baixo risco.

Para Julio Takano, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo (Abiesv), a crise atual encerra um ciclo de dez anos de expansão mais acelerada do varejo. "Vivemos anos em que muita gente abria mais de 50 lojas por ano e acredito que, em muitos casos, havia mais lojas do que a capacidade do mercado de absorver", diz. "É um ajuste necessário", acrescenta. Os fornecedores dos equipamentos de loja tiveram em 2015 uma retração de 3,5% no faturamento e esperam estagnação em 2016.

Por que a igualdade deve ser objetivo nacional?

Marcha pelo fim do extermínio do povo negro, em SP: em 2012 foram assassinadas 56.337 pessoas no país, das quais 30.072 tinham entre 15 a 29 anos. Destes, 77% eram negros

Como brasileiros, carregamos, todos nós, uma longa história carregada de violência racial. Quando os europeus chegaram ao Brasil, encontraram povos que não tinham conhecimento militar para fazer frente ao aço ibérico e aos germes vindos do Velho Mundo. E logo foi transplantado ao Brasil um sistema hediondo de trabalho forçado.

Durou séculos a escravidão de africanos e seus descendentes, até a emancipação, em 1888. Durante esse longo inferno, os negros não tinham voz – até onde se sabe, não existe relato sobre as condições da vida na senzala feito por algum escravo que tenha sobrevivido para a posteridade.

Não é de surpreender ninguém, então, que tanta violência tenha deixado marcas fortes. Já faz mais de um século depois da Lei Áurea. E permanecem as desigualdades injustificáveis entre os brasileiros de descendência predominantemente europeia e aqueles de descendência predominantemente africana.

E a economia?

Além da injustiça no sentido moral, a desigualdade racial também nos prejudica economicamente. Somos mais pobres por causa do talento desperdiçado de muitos negros que caem nas armadilhas e perversidades de um país que, por gerações, negou a essa parte da população uma chance de competir em condições igualitárias.

O que podemos fazer quanto a isso?

Um problema tão difícil, infelizmente, não comporta soluções fáceis…

Três séculos de escravidão não vão ser erradicados em alguns anos de políticas compensatórias. Felizmente, há algum consenso no país entre os fazedores de políticas públicas em relação ao problema de desigualdade social e racial em excesso. Portanto, podemos ter confiança no processo de melhora da situação.

Daqui para frente, precisamos experimentar diferentes políticas em busca da redução de nossas desigualdades.

O Bolsa Família se mostrou bem-sucedido no combate à miséria.

As cotas nas universidades para descendentes do povo africano, ainda que suscetíveis a abusos, certamente contribuem no combate à desigualdade racial.

A sociedade deve continuar cobrando respeito aos direitos humanos pelas polícias.

A presença de atores e personagens negros nas novelas em papéis não estereotipados ajuda a nos educar sobre um fato: qualquer pessoa pode vestir uma toga de juiz ou fazer parte de algum conselho de administração, independentemente da cor da pele.

Outras ideias devem ser debatidas, colocadas para andar e seus resultados devem ser testados.

Quem sabe não tenhamos, tão logo, um presidente de descendência predominantemente africana?

Casino perde grau de investimento pela S&P

Casino

 A agência de classificação de risco Standard & Poor's retirou hoje o grau de investimento do conglomerado varejista francês Casino Guichard-Perrachon, controlador do Grupo Pão de Açúcar, ao rebaixar a dívida da empresa de BBB- para BB+, com perspectiva estável. Em comunicado, a S&P citou as pressões que o Casino enfrenta devido às difíceis condições de negócios no Brasil.

"Embora esperemos alguma recuperação e melhora da lucratividade na França, não achamos que isso será suficientemente forte para compensar a severa fraqueza operacional no Brasil, que deverá continuar ao longo de 2016", afirmou a S&P.

O Casino, que é a segundo maior varejista de capital aberto da França, teve prejuízo líquido em 2015, revertendo o desempenho positivo do ano anterior, em função principalmente da deterioração de suas operações na América Latina. A varejista também está sob pressão para melhorar seu resultado no mercado francês, do qual é mais dependente.

Após a decisão da S&P, o Casino informou que prosseguirá com o plano de vender ativos, para que possa reduzir seu endividamento, e reiterou a meta de gerar Ebitda de 900 milhões de euros (US$ 1,02 bilhão) este ano.

"Isso não muda a estratégia de nosso grupo e vamos continuar com nosso plano de desalavancagem", afirmou em nota o diretor financeiro do Casino, Antoine Giscard d'Estaing.

Giscard d'Estaing também estimou que o rebaixamento pela S&P deverá levar o Casino a gastar 20 milhões de euros a mais com serviço de dívida antes de impostos em 2016.

Na abertura da Bolsa de Paris, por volta das 5h (de Brasília), as ações do Casino iniciaram o pregão em queda de 3%. Fonte: Dow Jones Newswires.

Telecom Italia confirma que executivo-chefe deixará cargo

O CEO Marco Patuano, da Telecom Italia

  Telecom Italia anunciou hoje que seu executivo-chefe, Marco Patuano, irá deixar o cargo, após entrar em conflito com diretores sobre a estratégia da empresa, na qual o grupo francês Vivendi assumiu uma participação majoritária de quase 25% no ano passado.

A operadora de telecomunicações italiana confirmou que está em negociações avançadas sobre os termos da saída de Patuano, após circularem notícias sobre sua renúncia iminente no fim de semana.

As divergências de Patuano com a diretoria surgiram depois da nomeação de quatro diretores da Vivendi ao conselho da Telecom Italia, em dezembro, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto. Um dos motivos do conflito é a determinação dos novos diretores de cortar custos de forma mais agressiva.

O presidente da Telecom Italia, Giuseppe Recchi, irá assumir a função de executivo-chefe interinamente, segundo afirmou a mesma fonte no sábado. A expectativa é que a renúncia formal de Patuano seja anunciada nesta semana.

A Vivendi também esperava que a Telecom Italia se pronunciasse sobre o futuro de suas operações no Brasil, disseram fontes anteriormente.

China nega ter violado águas da Indonésia e pede solução

Soldados na China em ilha disputada no Mar do Sul, dia 29/01/2016

 O governo chinês negou nesta segunda-feira que um navio de sua guarda costeira tenha entrado em águas territoriais da Indonésia, como denunciou Jacarta, e pediu uma solução negociada à disputa que aconteceu neste sábado no mar da China Meridional.

Uma patrulha indonésia deteve neste sábado um pesqueiro chinês enquanto trabalhava em águas do arquipélago indonésio de Natuna, situado ao norte da ilha de Bornéu, após o que uma embarcação da guarda costeira chinesa chegou à região.

"O incidente aconteceu em uma área de pesca tradicional da China. O navio pesqueiro estava realizando operações normais ali. Em 19 de março, a embarcação chinesa foi detida pela indonésia e a guarda costeira chinesa lhe auxiliou", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, em entrevista coletiva.

"Nosso barco da guarda costeira foi auxiliar e não entrou nas águas da Indonésia", esclareceu Hua, depois que a ministra das Relações Exteriores indonésia, Retno Marsudi, acusou Pequim hoje de violar suas águas.

A porta-voz chinesa explicou que a guarda costeira reivindicou a liberação do barco chinês "tão breve quanto fosse possível" e que se garantisse a segurança dos tripulantes chineses retidos pela patrulha indonésia.

Além disso, Hua reconheceu a soberania da Indonésia sobre as ilhas Natuna e rejeitou que a China reivindique esse arquipélago como parte de seu território.

"A China não tem reivindicações territoriais sobre as ilhas Natuna. Pertencem à Indonésia, não temos nenhuma disputa sobre isso", garantiu a porta-voz das Relações Exteriores chinesa.

Segundo a porta-voz, Pequim insta Jacarta a resolver esta disputa "através de consultas e negociações pacíficas", enquanto a titular das Relações Exteriores indonésia convocou o embaixador chinês no país para protestar pelo incidente

Lava Jato lança nova fase com prisão preventiva em Portugal

Raul Schmidt Felippe Junior

A Operação Lava Jato deflagrou na madrugada desta segunda-feira, 21, sua primeira fase internacional em Lisboa, Portugal. A 25ª fase cumpre mandados de busca e apreensão e prisão preventiva de Raul Schmidt Felipe Junior.

Segundo a Procuradoria, Raul Schmidt Felippe Junior é investigado pelo pagamento de propinas aos ex-diretores da estatal petrolífera Renato de Souza Duque (Serviços), Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada (ambos da área Internacional).

Os três estão presos em Curitiba, base da Lava Jato, pela participação no esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa instalado na Petrobras.

Em nota, o Ministério Público Federal informou que Raul Schmidt Felipe Junior estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida a ordem de prisão. Seu nome havia sido incluído no alerta de difusão da Interpol em outubro do ano passado.

"Além de atuar como operador financeiro no pagamento de propinas aos agentes públicos da Petrobrás, ele também aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobrás", diz a nota.

A deflagração da operação foi um trabalho conjunto entre Portugal e Brasil. De acordo com a Procuradoria, o cumprimento das medidas foi feito pela polícia judiciária portuguesa e pelo Ministério Público português.

Autoridades brasileiras do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) acompanharam as diligências. Cumpridas as medidas cautelares, o Brasil dará início ao processo de extradição.

"Raul Schmidt é brasileiro e também possui naturalidade portuguesa. O investigado vivia em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, e se mudou para Portugal após o início da operação Lava Jato, em virtude da dupla nacionalidade", informou o Ministério Público Federal.

Rússia quer que Cuba seja amiga dos EUA

Presidente norte-americano Barack Obama no aeroporto Jose Marti, Havana, Cuba, 20 de março de 2016

A Rússia está interessada em que Cuba mantenha boas relações com todos os seus vizinhos, inclusive com os EUA, e saúda o abandono da política de sanções, disse o porta-voz do presidente russo Dmitry Peskov.

“Em geral, no contexto de relações internacionais sabem que Moscou criticou repetidamente e em vários níveis os apoiantes das sanções, tendo em conta principalmente a sua ineficácia e ausência de sentido. Por isso, com certeza, só podemos saudar o abandono da política de sanções nas relações internacionais em geral”

 Peskov destacou que a Rússia e Cuba têm relações de amizade e parceria há muitos anos.

“Agora estas relações adquirem um novo caráter. Há muitos assuntos para a cooperação bilateral. Com certeza, estamos interessados em que Cuba, um país amigável, mantenha boas relações com todos os seus vizinhos, primeiramente com os Estados Unidos da América”, disse o assessor comentando a visita do presidente norte-americano Barack Obama a Cuba.

Há que lembrar que no domingo (20) Obama chegou à capital de Cuba para se reunir com o presidente de Cuba, Raul Castro, e discutir a situação atual nas relações bilaterais. Obama tornou-se o primeiro presidente norte-americano a visitar a ilha desde 1928.

 

Obama se reunirá com Raúl Castro e empreendedores cubanos

 Turistas passam por cartaz com o presidente americano Barack Obama e o presidente cubano Raul Castro, em Havana, dia 17/03/2016

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reunirá nesta segunda-feira, no segundo dia de sua visita a Cuba, com o presidente cubano, Raúl Castro, e participará de um fórum de negócios entre líderes empresariais americanos e empreendedores cubanos do incipiente setor privado da ilha.

Obama e Castro terão uma reunião oficial no Palácio da Revolução, palco do terceiro encontro entre os dois presidentes desde o anúncio do restabelecimento de relações, mas o primeiro que acontece no território da Cuba revolucionária.

Primeiro terão durante mais ou menos uma hora uma reunião bilateral, que depois se ampliará às delegações oficiais do governo cubano e americano; e ao término do encontro ambos presidentes farão uma declaração à imprensa.

Como é habitual nestas visitas de alto nível, antes das conversas oficiais, o presidente Obama deixará uma coroa de flores na estátua do herói independentista José Martí, na emblemática Praça da Revolução, onde há também uma efígie de Ernesto Che Guevara.

Na parte da tarde, o presidente participará de um fórum de negócios entre líderes empresariais dos EUA com representantes de companhias estatais cubanas e do incipiente setor privado da ilha, cooperativas e os chamados "cuentapropistas", ou empreendedores.

O governo dos Estados Unidos expressou em várias ocasiões sua intenção de ajudar no desenvolvimento desse setor emergente que está abrindo passagem em Cuba e que está modernizando sua economia.

Pela parte americana, participarão desse encontro o fundador da empresa americana de aluguel de imóveis particulares Airbnb, Brian Chesky; o diretor administrativo e assessor geral da rede hoteleira Starwood, Kenneth S. Siegel e o executivo-chefe de PayPal, Daniel Schulman; além do chef espanhol José Andrés, que possui vários restaurantes nos EUA.

Também participará desse fórum o cubano-americano Saul Berenthal, cofundador da Cleber, a primeira empresa americana que conseguiu, no mês passado, uma licença do Departamento do Tesouro para instalar-se em Cuba - no caso, uma fábrica para produzir tratores na Zona Especial de Desenvolvimento do Mariel, projeto do governo da ilha para captar investimento estrangeiro.

A agenda de Obama na segunda-feira concluirá com um jantar de Estado, oferecido pelo presidente Raúl Castro, no Palácio da Revolução.











Alckmin diz que concorda com FHC sobre impeachment

Governador de SP Alckmin

 O governador Geraldo Alckmin disse na manhã deste domingo (20) que concorda em "gênero, número e grau" com a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao Estado na qual ele defendeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Eu li a entrevista. Achei extremamente lúcida e patriótica. Ele é um estadista. Concordo em gênero, número e grau com o que disse o presidente Fernando Henrique Cardoso", disse Alckmin. Na opinião do governador tucano, o Brasil sairá mais fortalecido do processo de impedimento. "Precisamos virar a página e retomar a esperança", afirmou Alckmin.

Questionado sobre manifestação contra o impeachment realizada na Avenida Paulista na sexta-feira, o tucano elogiou o trabalho da Polícia Militar. "O governo de São Paulo é republicano. A PM fez um trabalho exemplar e não permitiu que houvesse manifestação simultânea de contrários. Demos um exemplo de democracia em São Paulo".

Alckmin conversou com a imprensa na manhã deste domingo depois de votar em uma escola no Morumbi ao lado do empresário João Doria, que disputa sozinho o segundo turno das prévias do PSDB que definirão o nome da sigla na campanha pela Prefeitura de São Paulo.

O secretário de Segurança Pública, Alexandre Morais, que acompanhou o governador, garantiu que o acampamento em defesa do impeachment montado na Avenida Paulista não poderá obstruir as vias.

O grupo está concentrado na calçada em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O governador minimizou o racha no partido causado pelas prévias e disse que "respeita" a decisão do vereador Andrea Matarazzo, que desistiu do processo e deixou o PSDB na sexta-feira. "Eu respeito a decisão. Agora vamos trabalhar para ampliar a aliança e conversar com a sociedade. Divergências são naturais. Vamos trabalhar (pela unidade)", disse Alckmin.

Candidato único, Doria classificou a disputa interna como "aguerrida" e garantiu que vai procurar os senadores José Serra e Aloysio Nunes, o ex-presidente Henrique Cardoso e o ex-governador Alberto Goldman, que apoiaram Matarazzo no primeiro turno, para dialogar.

"Vou procurar todos eles. Agora temos um único campo: do PSDB. Os princípios do partido serão preservados".

Covas Neto ironiza Matarazzo sobre não aceitar derrota

Andrea Matarazzo

 O vereador Mario Covas Neto, presidente do PSDB paulistano, ironizou a decisão do vereador Andrea Matarazzo de se desfiliar do PSDB e abandonar as prévias que definirão o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo.

"Há dois anos, na disputa pelo diretório municipal, o Andrea também desistiu quando percebeu que perderia. Talvez ele tenha dificuldade em aceitar uma derrota. Não tinha porque sair do partido. Não me conformo que a decisão dele tenha sido essa", afirmou o vereador tucano.

O segundo turno das prévias tucanas ocorrem neste domingo (20) e contam agora com apenas um pré-candidato, o empresário João Doria, que é aliado do governador Geraldo Alckmin.

Segundo Covas Neto, o julgamento do pedido de impugnação feito contra Doria, que é acusado de compra de votos e abuso de poder econômico nas prévias, perdeu força com a decisão do vereador.

Suspeito de ataques em Paris teve ajuda de amigos e vizinhos

Polícia prende suspeito de ataques a Paris em Bruxelas

 Após os ataques de Paris, as forças de segurança empreenderam esforços para localizar o principal suspeito Salah Abdeslam, que desapareceu depois de ter regressado a Bruxelas, acreditando que o Estado Islâmico poderia tê-lo levado para a Turquia, Síria ou Marrocos.

Mas aparentemente o homem mais procurado da Europa nunca deixou a capital belga. E foram familiares, amigos e criminosos que o ajudaram a escapar de uma caçada humana de quatro meses, antes de ele ser preso na sexta-feira no bairro no qual cresceu, não muito longe da casa de seus pais.

Conforme os serviços de segurança procuram entender como Estado Islâmico opera na Europa para evitar mais ataques, o caso de Abdeslam destaca a dificuldade de rastreamento de suspeitos, que podem contar com a proteção de redes comunitárias, muitas das quais não envolvem radicais religiosos e não estão no radar da polícia.

"Abdeslam contou com uma grande rede de amigos e parentes que já existia por tráfico de drogas e pequenos crimes para mantê-lo escondido", afirmou o procurador federal belga Frederic Van Leeuw a respeito do único suspeito sobrevivente dos ataques de 13 de novembro que mataram 130 pessoas em Paris.

"Isso era sobre a solidariedade dos vizinhos, famílias", afirmou Van Leeuw à emissora estatal RTBF, falando sobre a habilidade de Abdeslam de ser manter escondido por tanto tempo, apesar das 24.000 ligações do público para linha da polícia belga que foi disponibilizada para coleta de informações sobre os suspeitos dos ataques. Abdeslam pode ter se escondido no porão do apartamento da mãe de um amigo sem nenhuma ligação com militantes, noticiou o jornal belga La Libre Belgique neste domingo.

Defesa de Lula pede que ministro do STF reafirme competência

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

  Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins, afirmam ter pedido no sábado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki que "reafirme sua competência para analisar os procedimentos remetidos ao STF no último dia 16/03, após o juiz Sérgio Moro declinar de fazê-lo."

Em nota à imprensa, divulgada neste domingo (20), os advogados explicam que na petição afirmam que não cabia ao ministro Gilmar Mendes, ao analisar as ações do PSDB e do PPS, definir o órgão competente para dar continuidade às investigações "que procuram envolver o ex-presidente."

Os advogados lembram que na última sexta-feira já havia sido pedido a Teori Zavascki providências "para preservar o sigilo das gravações decorrentes de interceptações telefônicas, como estabelece a lei." Ainda conforme a nota, há "gravações realizadas sem autorização judicial e outras que envolveram, de forma reprovável, os próprios advogados de Lula".

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