sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Papa Francisco e Patriarca Kirill reconciliam as duas Igrejas após um milênio de divisão

Patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa Russa, é recebido pelo presidente de Cuba, Raúl Castro, em Havana, 11 de fevereiro de 2016.

O Papa Francisco chega nesta sexta-feira (12) a Havana, em Cuba, para um encontro histórico com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Kirill, antes de iniciar sua viagem ao México.

Francisco partiu de Roma às 07h45 no horário local e deve desembarcar no aeroporto José Martí às 14h00, no horário de Havana (17h no horário de Brasília), onde se dará a primeira reunião entre os líderes das duas Igrejas após uma ruptura de quase um milênio: o cisma de 1054 separou Ocidente e Oriente em duas civilizações opostas, salpicadas por um oceano de discrepâncias e uma visão de mundo que durante séculos pareciam irreconciliáveis

 O Papa Francisco, em foto de 30 de janeiro, e o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill, em foto de 7 de janeiro (Foto: AP Photo/Ivan Sekretarev/Andrew Medichini) 

O papa decidiu antecipar seu voo para o México para conseguir fazer uma escala em Cuba, enquanto o patriarca ortodoxo, que já está na ilha, pretende fazer uma turnê de 11 dias por outros países da América Latina, incluindo o Brasil.

O líder da Igreja Católica será recebido pelo presidente cubano, Raul Castro, que mediou a organização da histórica reunião em seu país. O presidente cubano recebeu Kirill na quinta-feira (11), no aeroporto.

"Os povos da Rússia e de Cuba estão unidos por muitos anos de relações de cooperação e amizade", disse Kirill em um breve comentário aos jornalistas presentes na sua chegada. "E eu terei aqui uma oportunidade, conversando com as pessoas, de transmitir os bons votos do povo russo", acrescentou o patriarca

O Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill, conduz cerimônia na Catedral de Assunção, em Moscou, em 4 de novembro de 2015 (Foto: AP Photo/Alexander Zemlianichenko) 

Kirill planeja visitar a comunidade ortodoxa na ilha caribenha e, depois de se reunir oficialmente com o presidente cubano, visitará uma escola de crianças com deficiência e assistirá a um concerto de música, de acordo com uma nota do Ministério das Relações Exteriores de Cuba.

Além disso, ele também colocará uma coroa de flores diante da estátua do soldado soviético desconhecido, em homenagem aos mortos na II Guerra Mundial, e celebrará uma liturgia na Catedral Ortodoxa Russa em Havana.

O patriarca não falou sobre o encontro com Francisco, que acontece hoje após quase 20 anos de intensas negociações e gestos de boa vontade, tais como a entrega, pelo Vaticano, de imagens sagradas para os russos.

A situação mundial de crises e conflitos tornou urgente a reunião dos líderes das duas Igrejas mais importantes do mundo cristão. Além disso, existe uma preocupação comum a respeito das comunidades cristãs no Oriente Médio e no norte e centro da África, alvos de perseguição e genocídio. Inclusive, este será um dos temas abordados no encontro.

"A Santa Sé e o Patriarcado de Moscou esperam que [o encontro]também seja um sinal de esperança para todas as pessoas de boa fé. Eles convidam todos os cristãos a orar fervorosamente para que Deus abençoe este encontro, que dê bons resultados", disse Raul Castro à imprensa local.

Medvedev: 'o terrorismo se tornou globalizado

Primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev


O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, às vésperas da Conferência de Segurança em Munique, concedeu uma entrevista o jornal alemão Handelsblatt, e abordou temas como a ameaça do terrorismo à segurança internacional e na crise de confiança que existe entre Rússia e Europa.

Ao ser perguntado sobre os riscos da atual crise de segurança no mundo, Medvedev observou que um dos maiores desafios da comunidade internacional é a globalização dos métodos terroristas. “Agora, infelizmente, aplica-se (o terrorismo) a toda Europa. Este é provavelmente o principal problema. Hoje é impossível sentir-se tranquilo em qualquer país do mundo”, comentou.
“Em alguns países, hoje em dia, os terroristas se enxergam como o poder legítimo e dirigem o país utilizando métodos terroristas", declarou Medvedev.

 "Não gostamos — cortamos a cabeça; não gostamos — cortamos em pedaços. E para quê? Seja em nome de algum dogma religioso, seja simplesmente porque ‘nós achamos que assim é certo’. Aqui se encontra a principal ameaça que, devo admitir, a humanidade de hoje não conseguiu lidar”, afirmou o primeiro-ministro ao jornal alemão. 

Ao ser questionado sobre o fato de que a Europa estaria em uma crise de confiança em relação a Rússia após a eclosão da crise ucraniana, o primeiro-ministro concordou que há uma crise de confiança, lembrando que na crise econômica de 2008-2009 também houve crise de confiança entre as partes. Segundo ele, estre problema só pode ser superado através da manutenção dos contatos.

“Isto é, infelizmente, estamos agora em um caminho ruim. Mas uma parte importante deste caminho nossos parceiros europeus é que devem percorrer, principalmente a liderança dos países da União Europeia(…) os líderes dos países europeus, não as empresas (as empresas qurem comercializar e investir – isso está entendido), devem definir se vão restaurar as relações com a Rússia ou não”, destacou o primeiro-ministro.

A seguir à Grécia, ministro português também cede ao Eurogrupo

Da esquerda à direita: os ministros das Finanças de Portugal, Mário Centeno, da Finlândia, Alexander Stubb, da Grécia, Euclid Tsakalotos, e da Alemanha, Wolfgang Schauble, no encontro das pastas na sede do Eurogrupo em 11 de fevereiro de 2016

Acaba de terminar em Bruxelas a reunião dos ministros das Finanças da zona do euro, que avaliou, entre outros temas, as linhas gerais do Orçamento proposto pelo novo governo socialista português.

O tom do ministro português Mário Centeno à saída da reunião foi, não obstante as declarações em linguagem muito técnica, de submissão às exigências das regras econômicas europeias.

"Portugal está muito comprometido em manter uma trajetória de consolidação orçamental no cumprimento daquilo que são as suas obrigações no âmbito europeu.", disse o ministro à saída da reunião em declarações ao canal SIC.

Na coletiva de imprensa no fim da reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, o presidente deste organismo, Jeroen Dijsselbloem, referiu que os ministros das Finanças da zona do euro saudaram o compromisso das "autoridades portuguesas de prepararem medidas adicionais para garantir que o Orçamento de Estado 2016 irá cumprir o Pacto de Estabilidade e Crescimento".

O ministro português declarou há poucos minutos em Bruxelas:
"Em linha com a opinião da Comissão Europeia, aquilo que o Eurogrupo pede ao Governo português é para estar preparado para adotar novas medidas quando elas forem necessárias <…> O governo tem que estar preparado e tem que preparar essas medidas".

Antes desta reunião do Eurogrupo, já tinha havido uma negociação do governo português com a Comissão Europeia. Houve conversações durante vários dias (semelhantes às efetuadas com a Grécia) e, por fim, chegou-se a um acordo de compromisso, o que levou a recuos do governo português relativamente a algumas políticas que estavam no seu programa eleitoral e que não será possível concretizar.

O primeiro-ministro, António Costa, confessa que gostava mais da versão inicial do Orçamento de Estado, mas teve que alterar o documento porque prefere que Portugal continue na zona do euro.

Primeiro-ministro de Portugal, António Costa, durante a assinatura de um acordo com a transportadora aérea TAP, em 6 de fevereiro de 2016
 
 
Primeiro-ministro de Portugal, António Costa, durante a assinatura de um acordo com a transportadora aérea TAP, em 6 de fevereiro de 2016
O primeiro-ministro admite que cedeu às pressões da Comissão Europeia para poder permanecer na zona do euro.

Desta forma, a política económica socialista, voltada para aliviar a anterior "austeridade", repor os cortes nos salários e pensões feitos pelo anterior governo, já não vai ser levada à prática tal como foi anunciada no programa eleitoral do PS.

 Mais do que isso: estas cedências, ao que foi dito hoje na reunião do Eurogrupo, não serão as últimas.
O que significam então em linguagem mais simples as "medidas adicionais" indicadas acima? Significam que, se o governo português quiser levar a cabo uma política mais de esquerda, favorável à população mais carenciada (e, provavelmente, aumentar a despesa), terá a Comissão Europeia, trimestralmente a "corrigir" tais opções, a exigir mais cortes ou mais impostos.

Coincidência ou não, esta quinta-feira foi dia de nova queda na bolsa de Lisboa. O PSI 20 desvalorizou 4,47%. Os juros da dívida pública portuguesa subiram hoje exponencialmente, já ultrapassando os 4,5%.

Talvez por isso mesmo, Mário Centeno quis acalmar os mercados à saída da reunião do Eurogrupo:
"Os ministros partilharam a necessidade de comunicar ao mercado todos estes compromissos, todos estes princípios de ação, que fazem deste governo um governo que pretende melhorar o processo de reformas estruturais", disse, citado pelo canal de TV SIC.

As conversações com a Comissão Europeia levaram o deputado Paulo Sá, do Partido Comunista (partido que concedeu apoio parlamentar ao atual governo) a reclamar:
"Dizemos não à chantagem, às pressões e às ingerências grosseiras de Bruxelas que impediram mais medidas de caráter positivo", afirmou o deputado durante a audição do ministro das Finanças no Parlamento.

No fundo, o governo de Lisboa, para respeitar o referido Pacto de Estabilidade e Crescimento, não terá uma política autónoma. Esta será sempre alvo de "acompanhamento" e "monitorização" por parte de Bruxelas.

Pentágono convoca monarquias do Golfo para guerra na Síria

Ashton Carter, secretário de Defesa dos EUA.


Os Estados Unidos esperam que os Estados do Golfo Pérsico contribuam mais e intensifiquem a campanha militar contra o Daesh, declarou o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, nesta quinta-feira.

 "A Arábia Saudita e seus parceiros regionais têm uma função clara nessa luta, e eu espero que os seus vizinhos no Golfo intensifiquem a sua campanha contra o Daesh nos próximos dias". 

De acordo com o secretário norte-americano, vários membros da coalizão internacional antiterrorista já expressaram o desejo de contribuir mais para a campanha militar, com destaque para os países do Golfo.
Recentemente, Arábia Saudita e outros países da região disseram estar prontos para enviar tropas à Síria desde que a ação seja liderada pelos Estados Unidos. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Mark Toner, Washington está discutindo diretamente com Riad a melhor forma de realizar uma operação terrestre na Síria.

Medvedev adverte que invasão à Síria pode provocar guerra mundial

Primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev
 

O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, declarou nesta quinta-feira, em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, que uma ofensiva terrestre estrangeira na Síria poderá significar o início de uma nova guerra mundial.

 As ofensivas terrestres fazem geralmente com que uma guerra se torne permanente", advertiu o premier russo, acrescentando que "todas as partes devem ser forçadas a se sentar à mesa de negociações, ao invés de desencadear uma nova guerra no mundo". 

"Os americanos e os parceiros árabes devem refletir muito bem: eles querem uma guerra permanente? Pensam eles que poderiam ganhar rapidamente uma guerra como essa? Qualquer coisa nessa ordem é impossível, principalmente no mundo árabe".

A Arábia Saudita defendeu recentemente o lançamento de uma ofensiva terrestre na Síria, liderada pelos Estados Unidos, para supostamente combater os terroristas do Daesh. A ideia foi bem recebida por Washington, que confirmou estar em negociações com Riad sobre o assunto. Outros países, principalmente do Golfo Pérsico, também já estariam prontos para participar da operação.

Síria terá uma semana para negociar o encerramento dos combates

John Kerry e Sergei Lavrov em Munique, 7 de fevereiro de 2015

O encontro do grupo internacional de assistência à Síria em Munique, realizado nesta quinta-feira, resultou em acordo sobre a necessidade de entrega de cargas humanitárias para o país no prazo de uma semana, bem como de determinar as possibilidades de cessar-fogo na república árabe

 

O encontro do grupo internacional de assistência à Síria na capital da Bavária durou muitas horas. No final da reunião, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o enviado especial da ONU na Síria, Stefan de Mistura, realizaram coletiva de imprensa. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, conversou com jornalistas em separado. O mais breve possível, dois grupos de trabalho iniciarão suas atividades: um será dedicado às questões de cessar-fogo, e outro aos assuntos humanitários.

Steinmeier informou que o encontro em Munique resultou em um acordo sobre início imediato dos esforços voltados para reduzir a violência na Síria e que, em uma semana, os combates devem ser encerrados. “Quando falamos no fim de combates, entendemos os combates entre o regime, de um lado, e partes da oposição, por outro”, destacou a autoridade alemã.

O ministro frisou que Daesh e Frente al-Nusra não serão contempladas por esta pausa, pois não deve ser dada a estes grupos a possibilidade de aumentar a sua influência na Síria.

Sergei Lavrov informou que os países do grupo de assistência à Síria concordaram em, no prazo de uma semana, preparar um estudo de modos para cessar-fogo na república árabe. “Neste tempo, o governo da Síria e os grupos de oposição poderão tomar medidas necessárias para se preparar o fim dos combates. Os modos [de cessar-fogo] serão preparados por um grupo de trabalho, sob a supervisão da Rússia e dos EUA”, disse ele.

Após a reunião em Munique, Lavrov manifestou a necessidade de aprimorar os contatos entre os militares russos e norte-americanos na Síria. Segundo o ministro, o documento conjunto da reunião contempla, pela primeira vez, a coordenação militar na Síria, o que é muito bem vindo pela Rússia.

“Devo destacar que, pela primeira vez durante o nosso trabalho conjunto, o documento aprovado hoje determina a necessidade de cooperação e coordenação não só em assuntos políticos e humanitários, mas também na dimensão militar da crise síria. É uma mudança qualitativa de abordagem que nós saudamos. Sempre defendemos isso”, comemorou Lavrov.

O ministro russo destacou que, apesar dos planos de cessar os combates, a Rússia, bem como a coalizão liderada pelos EUA, seguirão combatendo os grupos terroristas Daesh e Frente al-Nusra na Síria.

Daesh usou armas químicas e pode produzir gás mostarda, diz CIA

Especialistas em armas químicas e biológicas

Os jihadistas do Daesh usaram armas químicas na Síria e no Iraque, disse o diretor da CIA (Agência Central de Investigações dos EUA), John Brennan.

“Temos um número de instâncias onde o ISIL [uma das siglas do grupo terrorista Daesh] usou munições químicas no campo de batalha”, disse Brennan em uma entrevista à CBS News.
Ele acrescentou que o grupo terrorista possui capacidades de produzir pequenos volumes de gás mostarda e gás cloro e pode estar os exportando aos países ocidentais.

O chefe da CIA assegurou que a inteligência está ativamente engajada na busca de armas químicas ou laboratórios que produzem tais substâncias na Síria e no Iraque.

Na terça-feira (9) o diretor da Inteligência Nacional dos EUA, James Clapper, manifestou que uma investigação sobre o suposto ataque do Daesh na Síria em agosto revelou que pelo menos duas pessoas foram expostas ao gás mostarda.

O grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e reconhecido como terrorista pelo Brasil) autoproclamou-se "califado mundial" em 29 de junho de 2014, tornando-se imediatamente uma ameaça explícita à comunidade internacional e sendo reconhecido como a ameaça principal por vários países e organismos internacionais.

Porém, o grupo terrorista tem suas origens ainda em 1999, quando um jihadista de tendência salafita, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, fundou o grupo Jamaat al-Tawhid wal-Jihad. Depois da invasão norte-americana no Iraque em 2003, esta organização começou a fortalecer-se, até transformar-se, em 2006, no Estado Islâmico do Iraque.

A ameaça representada por esta entidade foi reconhecida pelos serviços secretos dos EUA ainda naquela altura, mas reconhecida secretamente, e nada foi feito para contê-la. Como resultado, surgiu em 2013 o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que agora abrange territórios no Iraque e na Síria, mantendo a instabilidade e fomentando conflitos

Coreia do Sul ‘ignorará opinião da Rússia e China’ instalando defesa antimíssil dos EUA

Soldados norte-americanos na cidade fronteiriço de Paju, Coreia do Sul, 7 de fevereiro de 2016

A Coreia do Sul irá partir dos seus interesses quando escolher o local para instalar o sistema de defesa antimíssil norte-americano mais moderno THAAD ignorando as reações da Rússia e da China, informou a agência noticiosa Yonhap citando um oficial não identificado do Ministério da Defesa do país.

“Tomar em consideração a opinião dos países vizinhos escolhendo o local para instalar o THAAD não é a maneira militar”, disse o militar. Segundo ele, as autoridades do país terão em conta “a eficiência militar”, a segurança dos residentes do país e a influência sobre o ambiente.

Na semana próxima os EUA e a Coreia do Sul iniciam negociações sobre a instalação no sul do país do sistema de defesa antimíssil THAAD (Terminal High Altitude Area Defense System) destinado a interceptar mísseis à grande altitude fora da atmosfera. Mais antes a China e a Rússia expressaram a sua preocupação sobre estes planos.

O oficial militar sul-coreano afirmou que o sistema que deve ser instalado no país será destinado somente contra a Coreia do Norte devido ao seu programa nuclear e de mísseis e não fará parte do sistema regional de defesa antimíssil norte-americano.

Não será usado para interceptar mísseis balísticos intercontinentais ou proteger o território dos EUA ou mais algum país.
“Não é obrigatoriamente que a Coreia do Sul se junta ao sistema de defesa antimíssil americano”, disse a Yonhap citando o militar. 

Mais antes o Ministério da Defesa sul-coreano afirmou que o THAAD será usado para interceptar mísseis norte-coreanos de alcance curto e médio. Segundo a Yonhap, os EUA e a Coreia do Sul pretendem instalar o sistema o mais breve possível.

Exército sírio e aviões russos destroem militantes na província de Hama

Exército sírio em Hama.

Um monte estratégico no nordeste da província de Hama na Síria foi retomado pelo exército sírio e as milícias aliadas dele após violentos combates com os terroristas do Daesh

 Dezenas de terroristas foram mortas e muitos mais feridos quando as tropas governamentais da Síria recapturaram o monte №1 Abu Zain localizado na parte oriental da cidade de Ithriyah, diz a agência de notícias iraniana FARS.

Em um outro desenvolvimento, o exército sírio atacou as fortificações defensivas perto da cidade de  Hirbnafsa e aldeia de Um Towaini no sudoeste da província de Hama.
Entretanto uma fonte militar informou que nas últimas 24 horas o exército sírio eliminou pelo menos 23 militantes em uma ofensiva contra bastiões em três aldeias na fronteira entre as províncias de Idlib e Hama.

Segundo a fonte, as forças leais ao presidente Bashar Assad destruíram uma série de fortificações do inimigo enquanto os aviões da Força Aeroespacial da Rússia e da Força Aérea síria atacaram alvos terroristas do ar naquela área.

 A Síria está em estado de guerra civil desde 2011. O governo do país luta contra um número de facções de oposição e contra grupos islamistas radicais como o Daesh (também conhecido como “Estado Islâmico”) e a Frente al-Nusra.

A Rússia realiza desde 30 de setembro de 2015, a pedido do presidente sírio Bashar Assad, uma campanha militar para ajudar o governo da Síria a combater os avanços de grupos terroristas atuantes no país.

 As missões aéreas antiterroristas estão sendo realizadas a partir da base de Hmeymim no oeste da Síria, na província de Latakia.
Entretanto no início deste mês o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que os caças multifuncionais avançados e supermanobráveis Su-35S começaram a realizar missões de combate na Síria.

aliados dos EUA no conflito sírio ficam do lado da Rússia

Manifestação na Síria em apoio da Rússia

A participação da aviação russa no conflito sírio vem atraindo muitos aliados dos EUA no Oriente Médio a cooperar com Moscou. Quem escreve é a publicação do The Wall Street Journal, citando diplomatas árabes, israelenses e norte-americanos.

“O reforço da ação militar da Rússia na Síria é compartilhada por aliados de Washington no Oriente Médio — alguns países estão começando a ver a necessidade de trabalhar em conjunto com o Kremlin, apoiando o regime Bashar Assad", escreve o jornal.

Do ponto de vista do Wall Street Journal, esse tipo de mudança complica a situação diplomática já difícil: vitais parceiros norte-americanos ocupam posições diametralmente opostas entre si em um momento crucial.

Na última quinta-feira, representantes dos EUA, Rússia e outros países se reuniram em Munique, para discutir o cessar-fogo e a resolução a longo prazo do conflito sírio, que se arrasta há quase cinco anos.

Aqueles Estados que mais fortemente investiram na revolta contra Bashar Assad, particularmente a Turquia, Arábia Saudita e Qatar, pediram à oposição síria a não fazer concessões nas negociações e para continuar a lutar.

Já países como Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, pelo contrário, expressaram disponibilidade de aceitar o papel de Moscou na Síria e a necessidade de trabalhar mais estreitamente com o Kremlin neste sentido.

"Como resultado de nossas discussões com a parte russa, percebemos que a sua tarefa principal é a luta contra as organizações terroristas. Apoiamos todos os esforços internacionais que visam a erradicação do terrorismo na Síria", disse o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry.

"Temos de agir em conjunto e deixar de lado todas as nossas diferenças regionais", disse o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed Al Nahyan, que se reuniu com o chanceler russo, Serguey Lavrov, na semana passada.

Já a Jordânia estabeleceu em sua capital, Amã, um centro especial para coordenar as atividades na Síria com a Rússia.

Alguns analistas e diplomatas acreditam que mais aliados dos EUA tendem a ir para o lado da Rússia, porque estariam decepcionados com a posição da administração Obama sobre o conflito sírio.
"Muitas pessoas do Oriente Médio dizem que quatro anos se passaram, e os Estados Unidos organizaram um caos na Síria, ou, em geral, não fizeram nada", comentou Faysal Itani, um membro sênior do Conselho do Atlântico. Agora, esses países acreditam que a Rússia ocupou uma posição madura nesta situação, disse ele.

No ano passado, muitos países árabes tinham confiança na falta de força da posição de Bashar Assad depois da oposição lançar uma ofensiva na província de Latakia. Os militantes estavam se preparando para fazer uma ofensiva em Damasco ao largo da costa, o que poderia resultar numa pressão sobre o governo sírio.

No entanto, ao longo dos últimos meses, com a ajuda de aviação russa, o exército sírio expulsou os militantes de Latakia e os afastou para a fronteira turca.

Há trégua, mas não para os terroristas

Ajuda humanitária russa é preparada para ser distribuída em Kessab, na província síria de Latakia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que é necessário que "cada Estado civilizado tem atualmente a obrigação de fazer a sua contrubuição no combate ao terrorismo"

 O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Lavrov, ressaltou que a colaboração com os norte-americanos poderá ajudar na formaão de uma frente única antirerrorista.

Grupo de trabalho
O Grupo Internacional de Assistência à Síria (GIAS, ou ISSG, na sigla em inglês) aprovou na quinta-feira (11) um acordo que fixa uma trégua na Síria.

A reunião do GIAS teve lugar no âmbito da Conferência de Segurança em Munique, na Alemanha. Discutir segurança mundial sem lembrar-se da Síria hoje em dia seria bastante arriscado.

Segundo relatos da mídia, a reunião terminou com a assinatura de um acordo que postula a necessidade de resolver o assunto de fornecimento de aguda humanitária a todas as regiões do país e definir "a modalidade da cessão das ações militares na república árabe".

Ajuda humanitária russa chegou à cidade de Kessab, na província síria de Latakia 
 
Em uma entrevista à agência de notícias RIA Novosti, Vladimir Jabarov, primeiro vice-chefe do Comitê Internacional do Conselho da Federação (câmara alta do parlamento russo), explicou esta modalidade: "De acordo com as decisões do grupo, trata-se do cessar-fogo entre os grupos dentro do país"
 Caminhão que transportou a ajuda humanitária russa à cidade de Kessab 

No entanto, a campanha militar contra os grupos terroristas Daesh (também conhecido como "Estado Islâmico", proibido na Rússia e reconhecido pelo Brasil como uma organização terrorista) e Frente al-Nusra continua. O exército sírio avança em terra, enquanto a Força Aeroespacial da Rússia combate os terroristas do ar.

 A operação russa começou em 30 de setembro, quando o parlamento russo aprovara o pedido correspondente de Damasco.
Em 14 de janeiro de 2016, as forças aéreas russa e síria juntaram os esforços realizando a primeira operação oficialmente conjunta

 Negociações

O conflito armado na Síria, que arrastra-se desde 2011, é agravado pela presença de grupos terroristas acima descritos. No entanto, há também falta de diálogo. A tentativa mais recente, em Genebra (capital da Suíça), ficou adiada por um prazo ainda indefinido por causa da recusa de participar da bancada oposicionista. O Supremo Comitê para Negociações, órgão oposicionista baseado na Arábia Saudita, tinha anunciado a sua saída das negociações por causa de "problemas humanitários" que devem ser resolvidos primeiramente.

O enviado especial para a Síria das Nações Unidas, Staffan de Mistura, teve bastante cautela para não qualificar o acontecido como um fracasso; disse que era "uma pausa".
Nesta sexta-feira (12), de Mistura afirmou que não há uma data exata para a retomada das negociações. A única referência temporal que ele soltou foi essa: "O mais breve possível".
Porém, o dia 25 de fevereiro é falado como um prazo possível da tentativa de renovar o contato.

Lugansk denuncia S-300 ucranianos que podem preparar provocações contra aviões civis

Sistema S-300 lança míssel

A inteligência da autoproclamada República Popular de Lugansk avistou na zona controlada por Kiev em Donbass um sistema de mísseis antiaéreos S-300 que, segundo as milícias, pode ser usado para diversões, disse nesta sexta-feira (12) vice-chefe do Estado-Maior da Milícia da República, Igor Yaschenko.

Supostamente com o objetivo de realizar mais uma diversão contra as Repúblicas [de Donetsk e de Lugansk] na povoação de Petrenkovo [controlada pelo exército ucraniano] foi detectada a presença um sistema de mísseis antiaéreo S-300 e na área da povoação de Chuginka [também controlada pelo exército ucraniano] uma tripulação do sistema de mísseis antiaéreo Strela-10”, disse.

Ele sublinhou que estas armas são capazes de destruir jatos da aviação civil.
“As Forças Armadas da Ucrânia continuam violando as condições de permanência de equipamento militar previstas pelos acordos de Minsk. Assim, a nossa inteligência detectou no centro da povoação de Chervony Zhovten concentração de equipamento militar das Forças Armadas da Ucrânia proibido pelos acordos de Minsk”, declarou Yaschenko a jornalistas. 

Segundo ele, entre o material bélico reparado estava um blindado de artilharia autopropulsada 2S1 Gvozdika e guarnição de um sistema de mísseis antiaéreo Osa AKM.

Em abril de 2014, Kiev iniciou uma operação militar nas províncias de Donetsk e Lugansk para apagar os focos de insatisfação com a mudança violenta de poder no país, ocorrida em fevereiro do mesmo ano.

As hostilidades deixaram mais de nove mil mortos e 20.700 feridos, segundo números da ONU.
A questão da solução do conflito está sendo discutido, inclusive no âmbito dos encontros do grupo de contato em Minsk que desde setembro de 2014 já aprovou três documentos que regulamentam os passos de diminuição da tensão, inclusive a trégua. Porém, os dois lados do conflito denunciam violações regularmente.

O último documento – de 12 de fevereiro – prevê um cessar-fogo global no leste da Ucrânia, retirada de armas pesadas da linha de contato e criação de uma zona de segurança, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave (tendo em conta as particularidades das regiões de Donetsk e Lugansk, acordadas com os representantes destas áreas), e também a aceitação de uma legislação sobre o estatuto de Donetsk e Lugansk.

Irã planeja desapego dos petrodólares

Barris de petróleo

O Irã pode recusar-se de usar o dólar nas suas contas do petróleo que importa para o mercado global, disse à Sputnik, o vice-ministro do Petróleo interino iraniano, Masoud Hashemian Esfahani.

Segundo Esfahani, o Irã não quer ficar dependente da moeda norte-americana e da sua circulação no mundo. Devido a algumas restrições do Plano Universal Conjunto de Ação, o Irã não lucrará do comércio de petróleo com o uso do dólar

 Na opinião do especialista iraniano Mohsen Maghsoudi, “pela primeira vista, a decisão de desdolarizar o petróleo iraniano parece mais política que econômica”, é “uma tentativa de perturbar o sistema norte-americano de petrodólares que domina o Oriente Médio”. Mas isso não é verdade. O Irã sofreu muito no período de sanções. Os ativos que obteve em resultado de comércio de petróleo foram congelados. Hoje os EUA ameaçam introduzir novas sanções relacionadas com testes iranianos de mísseis balísticos.

“Por isso, é possível que a decisão de não realizar contas em dólares seja uma tentativa de proteger os ativos iranianos de novas sanções norte-americanas. Além disso, há que lembrar que a maioria dos compradores do petróleo iraniano são a China e países da Europa com os quais comercia o Irã de forma muito intensa <…>. Por isso será muito benéfico para o Irã passar para contas em moedas nacionais (euro e yuan)”, disse Maghsoudi.

 Entretanto, o especialista afirmou que tudo dependerá dos compradores. Tendo em conta que o país pretende aumentar a produção de petróleo em mais um milhão de barris por dia. Encontrar compradores para o tal volume de petróleo é uma das tarefas mais difíceis para o Irã e a recusa de usar dólar obstaculizará esta tarefa ainda mais. Pode ser que potenciais compradores de petróleo queiram realizar contas em dólares por que é a moeda principal do seu fundo de reservas.

 É porque a decisão deve ser coletiva. Em todos os casos, a decisão de passar para contas em outras moedas deve ser benéfico para todos os atores do comércio porque o objetivo principal é vender mais petróleo a preço mais lucrativo.

Quanto resta ao governo de Cuba?

Fidel (esquerda) e Raúl Castro durante uma sessão do Partido Comunista de Cuba em 19 de abril de 2011 (foto de arquivo)


O ex-presidente do Uruguai revelou um segredo.

José Mujica disse, em uma entrevista ao jornal La República, que o atual presidente de Cuba, Raúl Castro, "vai-se [do governo], já tem a decisão tomada e tem 85 anos".
Por que?— perguntou a si mesmo. E respondeu a esta pergunta retórica assim: "Porque com a biologia não se pode lidar e é preciso respeitá-la, porque é determinante".
A data da eventual saída de Raúl Castro do governo cubano ainda não se conhece. A mídia cubana não traz esclarecimentos sobre o assunto.

Raúl Castro foi nomeado Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros da República de Cuba em 2008; e em 2011, assumiu a presidência do Partido Comunista de Cuba.
O seu irmão Fidel tinha sido presidente desde 1976. Fidel Castro é o líder da Revolução Cubana, que derrotou a ditadura de Fulgencio Batista em 1 de janeiro de 1959.
O ex-presidente uruguaio lembrou-se de Cuba ao falar da sua própria situação. Respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de candidatar-se de novo a umas eleições presidenciais, o ex-Tupamaro disse o seguinte: "Tenho 81 anos e não sei o que será de mim quando tenha 85".

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