sábado, 16 de abril de 2016

Baseada no Minha Casa Minha Vida, MRV lidera setor

Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de entrega de 1.788 unidades habitacionais do Residencial Costa Esmeralda I, II, III e IV, do Programa Minha Casa Minha Vida

  Ao concentrar sua produção no Minha Casa Minha Vida, a MRV conseguiu se blindar da crise que afeta o setor e, de quebra, ascender, em sete anos, da quarta posição no ranking das maiores incorporadoras do país para o primeiro lugar da lista.

Dados compilados pela consultoria Economática desde 2009, quando o programa de habitação federal foi lançado, mostram que a companhia mineira deixou para trás empresas como Cyrela, Eztec e Gafisa, que vinham dominando o segmento desde a explosão da oferta pública de ações (IPOs), que ocorreu uma década atrás.

A MRV ocupa a primeira posição em quase todos os indicadores financeiros considerados relevantes por investidores e analistas - volume de vendas, número de lançamentos, receita líquida operacional, lucro líquido.

Exatamente por isso, em valor de mercado, a empresa surge com folga na dianteira, avaliada em R$ 5,329 bilhões ao fim do primeiro trimestre de 2016. A Cyrela, segunda colocada, estava avaliada em R$ 3,9 bilhões.

O único indicador em que a MRV ainda fica para trás é o de proporção de retorno sobre o patrimônio (ROE, da sigla em inglês).

Em 2015, a incorporadora obteve índice de 12%, atrás da Eztec, que alcançou ROE de 16%, esta última motivada principalmente pelo preço de venda de seus imóveis, voltados para a média e para a alta renda.

"Mas a expectativa é que ela passe a Eztec rapidamente também no ROE", diz um analista, que prefere não se identificar.

Novos imóveis

Em um ano marcado por um recuo de 19,3% em lançamentos em relação a 2014, a MRV colocou à venda 33.526 unidades, 55% do volume total lançado pelo mercado, que, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), ficou em 60.274 unidades.

Para 2016, o presidente da MRV, Eduardo Fischer Teixeira de Souza, diz que não deve alterar o ritmo. "A gente vai fazer, pelo menos, igual ao que já fizemos ano passado. Eu posso dizer que entrei em 2015 com mais receios do que quando entrei em 2016", diz.

Do total dos lançamentos da MRV em 2015, 74% se encaixaram nas faixas 2 e 3 do Minha Casa Minha Vida, com teto de R$ 225 mil para a venda ao consumidor final. O programa tem quatro faixas: 1, a recém-criada 1,5, e as faixas 2 e 3.

Na opinião de Luiz Mauricio Garcia, analista mercado do Bradesco BBI, tudo indica que as projeções da empresa para este e o próximo anos sigam positivas. "Eu acho que ela continua (na liderança do setor), sim.

O programa MCMV representa hoje uma parcela relevante da oferta de imóveis e, se você olhar as faixas de renda em que a MRV está concentrada, que são as faixas 2 e 3, são as que têm o menor subsídio dentro do programa", afirma.

Para o analista Marcelo Motta, do banco JP Morgan, o sucesso da empresa reside exatamente nessa escolha de onde se fixar dentro do programa habitacional do governo.

"A MRV está na faixa 'premium' do MCMV, dependendo dos recursos do FGTS para a concessão de crédito. E os recursos do FGTS, mal ou bem, já estão definidos para os próximos três anos", explica Motta.

"A Eztec vai sofrer mais do que a MRV porque trabalha numa faixa a partir de R$ 300 mil. E, neste mercado, os recursos para financiamento estão escassos", destaca.

Um ponto, porém, é alvo de atenção dos especialistas: a evolução da carteira própria de crédito concedido pela MRV, o que é chamado no mercado de "pró-soluto".

Essa carteira é composta pelos valores a receber dos clientes, ou seja, parcelados diretamente com a companhia, uma vez que os financiamentos concedidos pelos bancos não atingem 100% do valor do imóvel.

A MRV somou R$ 848 milhões em sua carteira própria no quarto trimestre do ano passado, uma elevação de 55,5% na comparação com o fim de 2014. O número, dizem os especialistas, não assusta, mas merece atenção, já que aumenta a exposição da empresa a risco.

Expansão

Além da concentração na faixa "premium" do MCMV, outro fator que explica o bom desempenho da MRV nos últimos anos foi a aquisição de R$ 35 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) em terrenos distribuídos por 140 cidades.

Com isso, contam os analistas do setor, a incorporadora é hoje a mais pulverizada do País. "Isso nos dá segurança. Temos operações em Macaé, no Rio, que têm sofrido com a crise do óleo e do gás.

Mas, em contrapartida, temos terrenos em cidades fortes no agronegócio, que não sofrem tanto", afirma Eduardo Fischer.

Como os ciclos de incorporação são considerados longos - da compra do terreno até a entrega da chave, o tempo médio é de cinco anos -, ter terrenos em 140 cidades, a maioria delas de médias e pequenas, torna-se também uma barreira de entrada para a concorrência no curto e no médio prazos.

"Esse é um setor de ciclo longo, onde custo de capital no Brasil pressiona muito a rentabilidade esperada do projeto", analisa um especialista.

Outro indicador bem avaliado pelo mercado é o posicionamento agressivo da MRV em relação à compra de terrenos, dado que indica o apetite da incorporadora para crescer.

Em 2015, a MRV desembolsou R$ 280 milhões de caixa na aquisição de terrenos.

O número, segundo o presidente da companhia, deve se repetir em 2016, com uma diferença. Na opinião dele, a empresa precisa reforçar sua posição nas capitais, sobretudo para se proteger da concorrência, que deve se intensificar nos próximos anos.

"Espero uma concorrência maior, mas ela deve ocorrer onde as incorporadoras já atuam, nas principais praças. Nós já estamos reforçados no interior. Vamos procurar um reforço também nas capitais."

Estrangeiro que participar de ato pode ser expulso do país

Mulher segurando passaporte do Brasil

 A Federação Nacional dos Policiais Federais informou que os estrangeiros que participarem de atos políticos durante este fim de semana podem ser detidos e expulsos do país.

O comunicado surge em meio a notícias sobre a entrada de estrangeiros vindos da Venezuela, do Peru, da Argentina e do Paraguai para protestar contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

De acordo com a federação, o Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6815/80, art.107) dispõe que o estrangeiro admitido em território nacional não pode exercer atividade de natureza política, nem participar de desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer natureza no Brasil, submetendo o infrator à pena de detenção de um a três anos e expulsão do país.

A lei submete ainda à pena de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.

O controle migratório de estrangeiros no Brasil, segundo a nota, é atividade de soberania da Polícia Federal, feita nas fronteiras terrestres, nos portos e aeroportos por agentes que fiscalizam a regularidade da entrada, permanência e saída do território nacional, podendo aplicar multas e notificar a deixarem o país os que infringirem a lei.

“Vivemos no Brasil um momento de crise política interna, mas não devemos abrir mão da nossa soberania. Estrangeiros entrando no país com o objetivo específico de participar de manifestações políticas são uma ameaça ao Brasil, uma violação ao Estatuto do Estrangeiro e uma afronta às instituições de controle, como a Polícia Federal”, avaliou o presidente da federação, Luis Boudens.

De acordo com o comunicado, todo o efetivo de agentes federais estará de sobreaviso no período de 15 a 18 de abril, visando atuar em eventuais ocorrências de competência da Polícia Federal e no auxílio às demais forças de segurança pública do país.

Bolsonaro acusa governo de preparar atentado terrorista

O deputado Jair Bolsonaro durante sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados

 O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) insinuou que o governo federal estaria planejando um atentado terrorista para se manter no poder.

A acusação foi feita na madrugada deste sábado, 16, durante a sessão da Câmara dos Deputados que discute o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em sua fala, contudo, Bolsonaro não citou a denúncia das pedaladas fiscais que baseiam o processo de impedimento.

Segundo o deputado do PSC, a confirmação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de uma suposta ameaça de ataque ao Brasil, seria apenas um pretexto para o Partido dos Trabalhadores, que ele chamou de "facção criminosa", atacar o País e acusar o grupo terrorista. "Isso não é de graça", afirmou. "Governo fará muito mais que o diabo para não deixar o poder. Só não percebe quem não quer."

Bolsonaro falou por de dez minutos, criticando supostos acordos que a presidente Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam feito com países como Cuba, Venezuela e a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O filho de Bolsonaro, Eduardo, falou em seguida e manteve o tom acusatório contra o posicionamento "de esquerda" do governo, também sem se basear na denúncia por crime de responsabilidade.

O PSC foi o 15º partido a ocupar a tribuna na sessão que se iniciou na sexta-feira e seguiu na manhã deste sábado.

Temer deveria ter ficado em Brasília, diz relator

O vice-presidente Michel Temer em Brasília. Em 05/05

 Relator do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) disse neste sábado, 16, que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) retornou de São Paulo para Brasília a pedido dos partidos da oposição.

"A presença dele aqui é importante. O centro da decisão é aqui", disse. Para o relator, o "erro" de Temer foi ter ido ontem para São Paulo.

"Deveria ter ficado direto", afirmou.

O vice-presidente tinha viajado nessa sexta-feira (15) para São Paulo, onde acompanharia a votação do impeachment no domingo. No entanto, depois de o governo começar a comemorar os resultados da ofensiva empreendida para tentar barrar o impedimento da petista, Temer decidiu retornar à capital federal.

Arantes afirmou que "é necessário" que Temer fique em Brasília articulando.

"Claro que em uma disputa de poder tem que ser feito isso", disse. "Você tem dúvida disso?", questionou ao ser indagado se ele considerava, então, a votação do impeachment uma disputa de poder entre o vice-presidente e Dilma.

O relator também admitiu que Temer tem feito articulações com a oposição nessa "disputa de poder". Para Arantes, essas negociações são "republicanas", uma vez que a Constituição Federal estabelece que ele é o próximo na linha sucessória da presidência da República.

O parlamentar disse ainda que, por suas contas, a oposição tem entre 350 e 360 votos para aprovar o impeachment na Câmara dos Deputados.

Ele afirmou que o relatório dele, que foi aprovado na comissão e será votado no plenário, "causou pânico no governo, porque eles não acharam uma forma de contestar".

O vice-presidente da República terá na tarde deste sábado uma reunião de trabalho no Palácio do Jaburu, em Brasília. O atual presidente do PMDB, senador Romero Jucá, é um dos participantes do encontro e já chegou ao local.

PT e governo defendem eleições gerais caso impeachment passe

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vota no segundo turno da eleição presidencial em 26 de outubro em São Bernardo do Campo

 O PT e o governo planejam fazer uma grande campanha nacional de coleta de assinaturas em apoio a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) caso o Congresso aprove o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A ideia, que até agora era cogitada apenas em conversas reservadas, passou a ser defendida abertamente pelos estrategistas próximos à Dilma.

"Se o impeachment de fato for decretado, passar pelo Senado, nós vamos defender eleições gerais porque não reconhecemos no vice-presidente condições morais e jurídicas para vir a presidir o Brasil. O caminho para isso é apresentar uma PEC com amplo apoio popular, recolher milhões de assinaturas. Eu vou defender isso dentro do PT e acredito que o PT vai defender também. Nós vamos conviver com um golpe? Não. Assim como não convivemos com a ditadura", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos principais articuladores da reação anti-impeachment.

A tese é corroborada por ministros palacianos e ganha cada vez mais adeptos entre os aliados de Dilma. Na quarta-feira, em conversa com jornalistas, a presidente admitiu "respeitar" uma proposta alternativa que passe pelo voto popular.

As poucas divergências são quanto ao momento em que a campanha deve ser deflagrada. Alguns petistas defendem que seja logo depois da votação na Câmara, em caso de derrota do governo.

Eles apostam que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai "esfriar" a disputa quando o impeachment chegar em suas mãos e retardar o ritmo do processo, o quedaria tempo para a mobilização pela coleta de assinaturas.

Aliados de Dilma se fiam em pesquisas de opinião que mostram aversão a Temer igual ou maior do que à presidente por parte da população e acreditam que não seria impossível, com ajuda dos movimentos sociais ligados ao partido, coletar milhões de assinaturas em poucas semanas para pressionar o Congresso a aprovara PEC.

No Palácio do Planalto e entre a aliados de Dilma a ideia tem sido chamada de "contra-golpe", uma espécie de revanche contra Temer, que virou alvo de fúria entre petistas que prometem desestabilizar um eventual governo do vice.

"Se o impeachment for admitido aqui acho muito difícil que o doutor Michel Temer tenha condições de governar porque obviamente terá se tratado de um golpe. Ele da nossa parte não merecerá o tratamento de presidente, ele é um usurpador, um conspirador, um traidor", disse Damous.

Na conversa com jornalistas Dilma acusou Temer se "se associar" politicamente ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Operação Lava Jato, para derrubar o governo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu a interlocutores que preferia ver o país nas mãos do PSDB, em uma derrota eleitoral do PT, do que entregue ao grupo do vice. Damous acusou Temer de oferecer o fim da Lava Jato em troca de votos pelo impeachment.

"O doutor Temer hoje não conseguiria se eleger vereador. Mais cedo ou mais tarde vai virar alvo da Lava Jato. Aliás ele tem conseguido virar votos aqui na Câmara, isso eu sei, dizendo que se eleger acaba com a Lava Jato", disse o deputado.

Diário Oficial traz mudanças em posto ocupado por ex-aliados

PMDB rompe com o Governo de Dilma Rousseff

 A presidente Dilma Rousseff nomeou Márcio Endles Lima Vale para o cargo de presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), vinculada ao Ministério da Saúde.

Vale assumiu o posto em substituição a Antonio Henrique de Carvalho Pires, nome indicado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, e que foi exonerado da função no fim de março.

A exoneração de Pires deu início à desocupação de cargos que estavam com o PMDB, sobretudo àqueles pertencentes a alas ligadas a Temer.

A nomeação do novo presidente da Funasa está publicada em edição extra do Diário Oficial da União desta sexta-feira, 15. Vale já atuava no órgão como diretor do Departamento de Administração, cargo do qual foi exonerado.

Para este posto, agora foi nomeado João Ricardo Medeiros Pimentel. Outra nomeação na Funasa foi de José Inácio da Silva Filho. Ele será o superintendente da Fundação no Estado da Paraíba.

Segundo o Broadcast divulgou na quarta-feira, 13, Dilma iria apressar as demissões de ex-aliados.

O governo quer estar com os cargos liberados já na próxima segunda-feira (18) - quando a presidente acredita que o fantasma do impeachment estará afastado com a derrubada do processo no plenário da Câmara - para poder substituir todos os demitidos, premiando os aliados fiéis.

Integração e outros

A edição extra do DOU também traz mudanças em outros postos ocupados por ex-aliados do governo. No documento, Dilma torna sem efeito a nomeação de Paulo Cesar Figueiredo Ribeiro para a diretoria da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

Ele iria substituir Keila Adriana Rodrigues de Jesus no cargo de diretora de Planejamento e Articulação de Políticas, exonerada da função ontem.

A Sudam é vinculada ao Ministério da Integração Nacional, que estava sob o comando do ministro Gilberto Occhi, do Partido Progressista (PP). Occhi deixou o cargo esta semana depois que o PP decidiu desembarcar do governo.

Para o lugar de Occhi, Dilma chegou a nomear José Rodrigues Pinheiro Dória, que também é do PP, mas de uma ala que havia se mantido fiel ao governo.

No entanto, Dória renunciou à função no mesmo dia temendo punição da legenda, que optou não só por abandonar o governo, mas também por fechar questão a favor do impeachment, punindo os dissidentes.

O cancelamento da nomeação de Dória foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União na noite da quinta-feira. Na edição extra de ontem, a anulação foi novamente divulgada.

No Ministério do Esporte, foi exonerado Carlos Geraldo Santana de Oliveira do cargo de secretário nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social.

Além dessa baixa, já haviam sido exonerados nos últimos dias um diretor e um secretário da pasta depois que George Hilton, que até então era do PRB, deixou o cargo de ministro. O novo ministro do Esporte agora é Ricardo Leyser, do PCdoB.

O Diário extra traz ainda outras mudanças em cargos de confiança de vários outros ministérios, como Agricultura; Cultura; Ciência, Tecnologia e Inovação; Advocacia-Geral da União; e Cidades.

Além disso, na Secretaria de Aviação Civil (SAC), Juliano Alcântara Noman pediu exoneração do cargo de secretário de Navegação Aérea Civil. A SAC tinha como ministro até esta quinta-feira o peemedebista Mauro Lopes.

Ele deixou o cargo temporariamente para retornar à Câmara como deputado federal e poder participar da votação do impeachment neste fim de semana. Lopes tem dito que só vai declarar o seu posicionamento na hora da votação, no domingo.

Michel Temer diz que Dilma comete 'mentira rasteira'

A presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer

 O vice-presidente Michel Temer usou a sua conta no Twitter para rebater o discurso da presidente Dilma Rousseff, divulgado em vídeo.

No discurso contra o processo de impeachment, Dilma disse que os golpitas acabariam com programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

Temer disse que a fala era "mentira rasteira".

A mensagem não deixa de ser curiosa pelo fato de Temer já falar como se fosse presidente ou como se tomasse por certo que assumirá em poucas semanas.

Um desavisado leria o tweet como se fosse o de um candidato em época de eleição.

Temer ainda postou outras mensagens sobre o futuro:

Feirões e iniciativas empregam 11 mil refugiados desde 2012

Trabalhador carrega cadeira de arquibancada do Estádio Nacional de Brasília (Mané Garrincha)

 Desde que chegou a São Paulo há quatro anos, o refugiado da República Democrática do Congo Alphonse Nyembo passou por dificuldades.

No início, para ganhar a vida, tentava vender celulares e videogames usados.

Atualmente desempregado, no último ano tem sobrevivido com uma renda de R$ 1 mil que recebe das aulas de inglês ministradas na ONG Abraço Cultural.

Formado em Mecatrônica, ele acredita que agora tem a oportunidade de realizar seu maior sonho e conseguir uma vaga como mecânico industrial: na segunda-feira, 18, Nyembo participa da 3ª edição do Feirão de Empregos para o Imigrante e o Refugiado, realizado pelo governo do Estado em parceria com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).

No evento, mais de cem vagas serão ofertadas nos setores de indústria e serviços e haverá palestras sobre empreendedorismo. Os interessados poderão tirar a carteira de trabalho e se cadastrar em programas sociais como o Bolsa Família.

"Caso eu não consiga a vaga de mecânico, vou aceitar o que vier mesmo, porque a crise está feia", lamenta o congolês, que fala cinco idiomas.

Contratar imigrantes ou refugiados é prática que tem sido adotada por empresários da capital e do interior do Estado.

Os feirões e outras iniciativas permanentes como o Eixo Trabalho, realizado pela Paróquia Nossa Senhora da Paz, e o Programa de Apoio à Recolocação do Refugiado (PARR), apoiado pela Cáritas, facilitam a intermediação entre as partes e preparam esses estrangeiros para o mercado de trabalho, oferecendo aulas de português e dicas para elaboração de currículo.

"Sensibilizamos o empresário, que muitas vezes não sabe o que é um refugiado e não enxerga o potencial dele", diz Rebeca Duran, do PARR. De acordo com levantamento das duas entidades, de janeiro de 2012 até março deste ano foram contratados 11.083 imigrantes e refugiados.

Apostar na mão de obra imigrante é uma maneira de aumentar a diversidade dentro das empresas, o que pode criar um ambiente onde se facilita a criatividade. Esta é a opinião do contador Mauro de Andrade, proprietário do escritório Gesplan Contabilidade.

Em abril do ano passado, ele contratou as refugiadas Hayat Houbbi, de 22 anos, da Síria, e Kadiatou Balde, de 40 anos, da República da Guiné. "Ter pessoas que falam outros idiomas facilita os negócios."

Barreiras na integração

Uma grande dificuldade para a recolocação de imigrantes e refugiados no mercado de trabalho é a validação do diploma, no Brasil, de um curso universitário concluído em outro país.

A Cáritas estima que 25% dos refugiados têm curso superior completo.

Como não há uma legislação específica sobre o tema, as universidades públicas brasileiras responsáveis pela validação estabelecem suas próprias regras, em um processo que pode levar até dois anos e custar R$ 2 mil.

No ano passado, o Ministério da Educação chegou a emitir parecer para flexibilizar a validação de diplomas. "Estamos desperdiçando profissionais qualificados", diz Larissa Leite, da Caritas.

Querem condenar uma inocente e salvar corruptos, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff

A presidente Dilma Rousseff acusou em um artigo publicado no jornal Folha de São Paulo aqueles que conduzem seu processo de impeachment no Congresso de querer alcançar o poder para escapar das acusações de corrupção que pesam contra eles mesmos.

"Querem condenar uma inocente e salvam os corruptos", escreveu Dilma, de 68 anos, na véspera de uma votação crucial no Parlamento sobre o processo que está em andamento.

"Será que estes que lideram o golpe permitirão que o combate à corrupção continue? Qual a sua legitimidade? O que querem dizer quando anunciam a necessidade de impor sacrifícios à população? O governo de salvação que prometem será para salvar o Brasil ou a eles mesmos?", questionou Dilma, que nos últimos dias acusou seu vice-presidente, Michel Temer, e o chefe da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de conspirarem contra seu governo.

Dilma é alvo de um processo de impeachment por suposta manipulação de contas públicas, as chamadas "pedaladas fiscais", em 2014, ano de sua reeleição, e no início de 2015.

A Câmara dos Deputados vai se pronunciar no domingo sobre o processo de impeachment que, se aprovado por uma maioria de dois terços e ratificado pelo Senado, tiraria a presidente do cargo, deixando o poder para Temer.

Dilma faz pronunciamento contra impeachment; assista

Presidente Dilma Rousseff em reunião na Base Aérea de Brasília

 A ideia inicial do governo de Dilma Rousseff era fazer um pronunciamento na televisão na noite de ontem (15). Contudo, a Justiça de Brasília impediu a convocação.

Assim, ficou para o YouTube e outras redes sociais o vídeo em que a presidente fala, em tom bastante agressivo, contra o processo de impeachment na Câmara.

Com medo de panelaços e mais protestos, o governo só postou o vídeo durante a madrugada.

Dilma inicia seu discurso de pouco mais de seis minutos falando que pretende denunciar a "aventura golpista" em curso no País.

Ela também fala que "o que está em jogo é o respeito à vontade soberana do povo brasileiro, o respeito às urnas, as conquistas sociais e os direitos dos brasileiros".

Da mesma forma que na campanha eleitoral de 2014, quando Dilma abusou do medo para desqualificar adversários (quem não se lembra do prato de comida sumindo "da mesa do brasileiro"), dessa vez ela fala que programas como o Bolsa Família estão em risco.

Sobre o pré-sal, afirma que os "golpistas" irão mudar o regime de partilha e entregar os recursos às multinacionais estrangeiras.

A presidente também lembra que, contra ela, não há qualquer acusação de corrupção ou desvio de dinheiro público.

"Podem justificar a si mesmos, mas nunca poderão olhar nos olhos da Nação, porque a palavra golpe estará para sempre gravada na testa dos traidores da democracia", disse Dilma.

Novas empresas não apontam volta do capitalismo, diz Castro

O presidente de Cuba, Raul Castro

 O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou neste sábado que aumentou o número de micro, pequenas e médias empresas privadas em função das reformas econômicas empreendidas no país há cinco anos, mas alertou que isso não representa a "restauração do capitalismo".

Em seu discurso inaugural do VII Congresso do Partido Comunista de Cuba, Raúl lembrou que a principal forma de gestão econômica no modelo socialista cubano continuará a ser a estatal.

"Não somos ingênuos, nem ignoramos a influência de poderosas forças externas que apostam no que chamam de empoderamento das forças não estatais de gestão, a fim de gerar agentes de mudança com a esperança de acabar com a revolução e o socialismo em Cuba", ressaltou Castro, em uma referência ao apoio expresso dos Estados Unidos aos empreendedores cubanos.

Se impeachment passar devemos paralisar a nação, diz Stédile

MST deixa o prédio do Ministério da Fazenda

  João Pedro Stédile, membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmou nesta sábado, 16, que, se o impeachment da presidente Dilma Rousseff passar no domingo, 17, na Câmara, os movimentos sociais precisam organizar uma grande paralisação nacional para os próximos dias.

A declaração foi dada em evento promovido por movimentos sociais e sindicais em defesa do governo, que contou antes com um discurso do ex-presidente Lula.

"Se o impeachment for para o Senado, só há uma maneira de dar o nosso recado: é fazer uma paralisação nacional em todo o país. Isso exige paciência e debate. Vamos discutir nos nossos Estados, construir nos próximos 10, 15 dias uma grande paralisação da produção, dos transportes, das escolas, do serviço público, e dizer que a burguesia não vai ter sossego", afirmou.

Segundo Stédile, somente reformas como a agrária, a urbana e a dos meios de comunicação vão alterar a correlação de forças e tirar o governo "dessa emboscada de ficar mendigando votos no Congresso".

"O governo precisa criar vergonha e parar de montar ministérios com siglas partidárias que não representam ninguém. Esses partidos conservadores, que fingiam dar sustentação ao governo, só queriam mamar nas tetas do recurso público e agora traíram o governo", comentou.

Ele disse que conversou recentemente com Lula e este lhe perguntou se seria a hora de escrever uma nova Carta ao Povo Brasileiro, como o petista fez nas eleições de 2002. Stédile, no entanto, opinou que desta vez o povo é que deveria escrever a carta e enviar ao governo com suas reivindicações.

O líder Sem Terra lembrou que, mesmo que a Câmara reprove o impeachment, a "guerra" não estará terminada.

Uma das possibilidades é que a oposição pressione o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a anular as eleições de 2014, por supostas irregularidades na campanha de Dilma.

Stédile disse ainda que, barrado o impedimento de Dilma, o próximo passo é que o Supremo Tribunal Federal (STF) libere - possivelmente no próximo dia 20 - a posse de Lula como ministro da Casa Civil.

Quase 70.000 casos de zika na Colômbia desde outubro

Mosquito Aedes aegypti, em centro de pesquisa em Cali, Colômbia 2/2/2016

A Colômbia registrou 68.630 casos de pessoas infectadas com o vírus zika, das quais mais de 12.000 em grávidas, numa fase de declínio da epidemia que desde outubro fez dois casos de microcefalia associados ao vírus, informou o Instituto Nacional de Saúde (NIH).

De acordo com o último boletim epidemiológico publicado neste sábado, na semana de 3 a 9 de abril foram notificados 231 novos casos confirmados e 3.560 suspeitos de zika.

Desde o início da epidemia, em outubro, foram relatados "3.292 casos confirmados e 65.338 suspeitos". Destes, 12.380 em grávidas.

A Colômbia reportou na quinta-feira os dois primeiros casos de microcefalia associada ao zika vírus, um dia depois de cientistas americanos confirmarem que o vírus provoca a doença e outros problemas neurológicos em fetos. Outros 15 casos de microcefalia estão sendo estudados no país.

O vírus zika foi identificado pela primeira vez em Uganda, em 1947, mas a doença não foi analisada a fundo, e seus sintomas se mostravam leves: eczema, dor nas articulações e febre. A maioria dos infectados sequer apresentava sintomas.

O zika se propaga entre humanos através do mosquito Aedes aegypti, presente em 130 países e que também transmite dengue, febre amarela e Chikungunya.

No entanto, estudos recentes afirmam que ele também pode ser transmitido sexualmente entre os seres humanos portadores do vírus.

Lula denuncia a elite brasileira em ato contra impeachment

Lula e Dilma Rousseff em caminhada de campanha

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu neste sábado às "elites brasileiras" a tentativa de destituição da presidente Dilma Rousseff, em ato com simpatizantes em Brasília.

"A elite brasileira não gosta da democracia", disse Lula, líder histórico da esquerda brasileira, ante milhares de pessoas que o aclamavam.

Lula e Dilma articulam as negociações para frear o impeachment da presidente, que será submetido à votação na Câmara dos Deputados no domingo.

Acusada de manipulação das contas públicas, Dilma denuncia esta iniciativa como um "golpe de Estado" parlamentar.

"Isto é pela defesa da democracia. Por isso falamos com os deputados. Não podemos permitir que a presidente seja derrubada", disse Lula em um breve discurso, antes de ir embora.

Os participantes do evento agitavam bandeiras da Central Única dos Trabalhadores e de outras organizações sindicais e exibiam cartazes com a inscrição "Não vai ter golpe".

"Vim porque respeito a Constituição e o estado democrático. Mesmo tendo críticas contra o governo por não ter demarcado as terras indígenas, pensamos que no golpe não é o caminho para o país. É um golpe reacionário", disse Cleber Buzatto, uma ativista indígena de 40 anos.

Originalmente, estava previsto que Dilma também comparecesse ao ato, celebrado em um recinto anexo ao estádio Mané Garrincha, mas seus assessores disseram que ela cancelou a participação para priorizar as negociações voto a voto em Brasília.

A votação de domingo será seguida por gigantescas manifestações dos dois lados em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e em outras cidades do país.

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