quinta-feira, 26 de abril de 2012

PRF avalia risco do trajeto que levou à morte de jovens na BA


O trajeto dos cinco universitários mortos na Bahia foi refeito pela reportagem da TV Gazeta nesta quarta-feira (25). Partindo de São Mateus, no Nordeste do Espírito Santo, até o ponto do acidente, na altura do km 947,3 da BR-101, no Sul baiano, a estrada apresentou alguns riscos.
Até a divisa com o estado baiano, a pista da BR-101 possui acostamento e sinalização à vista. Mas, no Sul da Bahia, foi constatado que a rodovia não tem acostamento e as placas de sinalização que indicam curvas estão escondidas pela vegetação. "É um trecho bem perigoso, com muitas curvas sinuosas. Não é um local seguro", afirmou o inspetor Walter Mota, da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
G1 entrou em contato com a unidade do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) em Eunápolis, na Bahia, responsável pelo trecho da BR-101, em Mucuri. O supervisor e engenheiro responsável, Aldo Apolônio da Silva, foi procurado na manhã de quarta-feira (25) e até a manhã de quinta-feira (26), não deu resposta. Procurado novamente, o engenheiro disse que a responsabilidade foi repassada para a superintendência regional, mas até o início da tarde desta quinta-feira, o Dnit também não se manifestou.
Segundo o funcionário público Adeildo Miranda, que cruza o trecho com frequencia, o que mais impressiona quem passa pelo local é a curva sinuosa que pode ter causado o acidente. "Além da falta de acostamento na pista, aqui é muito perigoso. Se acontecer algum problema, não tem para onde ir", disse.
De acordo com o inspetor-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) da cidade de Texeira de Freitas, Liomário dos Santos Filho, a presença de defensa (conhecida como "guardrail") na curva poderia ter ajudado a evitar a morte dos cinco jovens universitários. "A defensa dá segurança maior para evitar que veículos caiam em despenhadeiros, que seja projetado para fora da pista. Se tivesse, é possível que eles tivessem capotado na pista e alguém teria visto. O veículo poderia ter ficado na pista, alguém avisaria. Não vi o laudo pericial, mas acredita-se que as mortes tenham sido por afogamento", diz.
Curiosos na BR
Os vestígios do acidente atraíram dezenas de curiosos na manhã de quarta-feira. Pedaços do carro e do vestuário dos jovens ficaram espalhados pelo local. Muitas pessoas pararam para se lamentar e fotografar o local. "A história comove porque são jovens, é muito triste. Hoje acordei cedo só para ver o local do acidente e entender o que aconteceu", conta o estudante Tiago Almeida.
Izadora Ribeiro, Rosaflor Oliveira, Amanda Oliveira, Marllonn Amaral e André Galão partiram deSão Mateus, no Nordeste do Espírito Santo, na última sexta-feira (20), com destino à Prado para o aniversário da mãe de Izadora. Os universitários estavam em um Fiat Punto de cor bege dirigido por André e não deram mais notícias desde a partida. Equipes de buscas encontraram, na noite de terça-feira (24), o carro que levava o grupo de universitários, submerso no Rio Mucuri, na Bahia. Os corpos foram resgatados durante a madrugada e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Teixeira de Freitas.


"O tapete com o nome do carro e cinco sandálias estão aqui. É muito triste e emocionante", relata o vigilante Nilson Santos, que também parou para ver os vestígios. A PRF orientou para que os motoristas tenham cuidado no trecho do acidente. "Evitem viajar no período noturno, pois o perigo aumenta", afirma o inspetor Walter Mota.
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