sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Controle de dados por empresas cria escravos digitais, diz especialista


 Um chip implantado sob a pele, capaz de armazenar senhas, abrir portas, ligar carros e computadores. A ideia parece tirada do roteiro de um filme de ficção científica, mas é uma realidade na vida do russo Eugene Chereshnev. Há um ano, Che, como é conhecido e que é especialista em segurança cibernética da Kaspersky, colocou um biochip em sua mão esquerda como parte de um experimento tecnológico.
O relato dessa experiência foi feito em palestra no início desta tarde, a primeira do evento que foi aberto ao público na manhã desta quarta-feira. Entre os principais objetivos da pesquisa, contou ele, está evitar que dados do usuário da rede digital sejam armazenados no sistema comum da internet.
— Somos escravos digitais — disse Che, afirmando adiante: — Dou um exemplo: no ano passado, fui banido do Facebook porque não coloquei meu nome real e, depois, não dei o número do meu passaporte, como solicitado por eles. Eu quero mudar isso. Quero que esse chip seja propriedade das pessoas. Que seus dados sejam sua propriedade e não das grandes empresas digitais.
Essa proteção é possível porque, explicou, as informações colocadas no chip são criptografadas e mantidas dentro do pequeno aparelho, de 2 milímetros por 12 mm. Hoje, ele já consegue fazer o que está citado no início deste texto: abrir portas, ao invés de usar chaves ou crachás, ligar seu carro, computador, além do telefone. Mas o intuito é ampliar o uso, colocando, por exemplo, os dados bancários no chip e evitar o uso de cartões e podendo chegar ao "inimaginável", em suas palavras.
 Essa é a verdadeira internet das coisas. Eu sou uma das coisas. Estou conectado — disse, completando: — Por que eu coloquei um chip na minha mão. Basicamente para fazer o mercado repensar a internet das coisas".
Para Che, em cinco anos já haverá o uso massivo do biochip — que também acarretará na "morte dos smartphones". Segundo ele, os smartphones começaram a perder importância já com a morte de Steve Jobs.

 Acho que os smartphones vão morrer. E vou tentar continuar o que o Steves Jobs começou. Sei que isso é ambicioso — declarou.
CONEXÃO ULTRARRÁPIDA
A Campus Party começou na noite desta terça-feira e vai até dia 31. Como de costume, reúne milhares de jovens interessados em temas ligados à tecnologia que acampam no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Neste ano são oito mil "campuseiros".
Mais do que as palestras, a internet de 40 gigas disponibilizada pelo evento é o principal atrativo aos “campuseiros“, que desembolsam R$ 290 para entrar no evento. A grande maioria passa dia e noite conectado, jogando.

Apple anuncia recall Brasil é afetado



Acessório pode quebrar e oferecer riscos de choque elétrico

 A Apple anunciou nesta quinta-feira um recall voluntário de tomadas de carregadores de aparelhos da marca desenhados para uso em Argentina, Austrália, Brasil, Europa Continental, Nova Zelândia e Coreia do Sul.
 Em casos raros, os carregadores de dois pinos podem quebrar e criar risco de choque elétrico quando tocados. O recall envolve carregadores de aparelhos Mac e iOS produzidos entre 2003 e 2015 e também inclui o kit Apple World Travel Adapter.
Segundo comunicado da Apple, a empresa está ciente de 12 incidentes envolvendo os carregadores no mundo.
O recall não afeta qualquer carregadores de produtos da Apple desenhados para Canadá, China, Hong Kong, Japão, Reino Unido, Estados Unidos ou qualquer adaptador da Apple para USB.
A empresa está pedindo que os consumidores parem de usar os carregadores afetados. Os clientes devem acessar o site (www.apple.com/support/ac-wallplug-adapter) da empresa para obter detalhes sobre como trocar os carregadores.

Yahoo vai fechar escritórios no México e Argentina


 Yahoo anuncia na próxima semana o balanço financeiro de 2015


A menos de uma semana da divulgação do balanço financeiro do ano passado, o Yahoo decidiu reduzir suas operações na América Latina. Nesta quinta-feira, a companhia anunciou o fechamento dos escritórios na Cidade do México, no México, e Buenos Aires, na Argentina. Contudo, as operações no Brasil serão mantidas, assim como em Coral Gables, na Flórida, EUA.
“O Yahoo está focado em maximizar o crescimento. Com isso em mente, nós comunicamos aos funcionários na Argentina e no México que fecharemos nossos escritórios”, disse a companhia, em comunicado divulgado pelo site TechCrunch. “Nossos funcionários afetados serão tratados com respeito e justiça durante a transição. A América Latina é uma importante região para o Yahoo e vamos continuar investindo em pessoal e produtos lá”.
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A empresa não informou o número de funcionários que serão dispensados, nem deu detalhes se pretende terceirizar as atividades naqueles países. Informou apenas que os escritórios eram focados em “pequenas vendas”. A diretora executiva da companhia, Marissa Mayer, vem sendo pressionada por investidores, que pedem a venda dos negócios de internet da empresa, mantendo apenas a participação acionária no Alibaba. Na próxima semana, após a apresentação do balanço, a empresa deve anunciar um plano de reestruturação.

Pacientes desenvolvem resistência a medicamento anti-HIV

 
Quando surgiu, há 15 anos, a droga tenofovir representou uma revolução. Antirretroviral capaz de diminuir a carga de HIV no corpo, a medicação foi uma das responsáveis pela melhora da qualidade de vida de soropositivos. Com quase nenhum efeito colateral, o remédio é usado na fase inicial do tratamento contra Aids, em geral por meio do comprimido apelidado de “3 em 1” (tenofovir, efavirenz e lamivudina), ingerido diariamente. No entanto, uma pesquisa divulgada ontem revela que, em parcelas significativas de pacientes da Europa e, principalmente, da África, o vírus criou uma resistência à substância. Segundo especialistas, o problema pode até mesmo afetar os planos da ONU de controlar a doença até 2030
Publicado na revista médica “Lancet Infectious Diseases”, o estudo da Universidade College London, na Inglaterra, e da Universidade Stanford, nos EUA, analisou 1.926 soropositivos no mundo que, mesmo sob tratamento, não tiveram sua carga viral reduzida. Descobriu-se que, entre pacientes com esse perfil na África Subsaariana, 60% são resistentes a tenofovir. O mesmo aconteceu com 20% dos pacientes avaliados na Europa.
 Os pesquisadores concluíram, ainda, que cerca de dois terços dessas pessoas também desenvolvem resistência a outras drogas ingeridas junto com o tenofovir, o que significa que o tratamento delas está totalmente comprometido. Segundo o estudo, 15% dos africanos tratados com esse remédio podem criar resistência à droga logo no primeiro ano de tratamento.
  O tenofovir é parte essencial do nosso “armamento” para controlar o HIV, então é extremamente preocupante ver que existe um nível tão alto de resistência — destaca o principal autor da pesquisa, Ravi Gupta, consultor honorário para doenças infecciosas da College London. — É uma droga potente, usada tanto no tratamento e na prevenção, entre os grupos vulneráveis (profissionais do sexo, por exemplo). Por isso, é urgente que façamos mais para combater o emergente problema dos altos índices de resistência.

Gupta explica que quem começa o tratamento quando já está com o sistema imunológico fraco tem 50% a mais de risco de se tornar resistente. E é comum isso ocorrer na África Subsaariana, onde governos só distribuem o tratamento gratuito para soropositivos que já apresentam sintomas.
É este um dos pontos-chave para diferenciar o cenário africano do brasileiro, afirma o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita. Ele ressalta que, no Brasil, desde dezembro de 2013, todas as pessoas que recebem diagnóstico de HIV positivo iniciam tratamento, mesmo que ainda não apresentem qualquer sintoma. Enquanto a epidemia na África é generalizada (alguns países têm 20% da população infectada), no Brasil o problema se concentra nas populações vulneráveis.
A Europa, por sua vez, mesmo sem uma grande epidemia, hesitou por muito tempo antes de adotar um protocolo que determinasse um início precoce do tratamento, o que só foi feito no mês passado.
— Das pessoas que seguem tratamento para HIV no Brasil, 91% têm carga viral indetectável, o que indica que temos uma alta taxa de adesão. E, quando as pessoas começam a se tratar logo depois de contrair o vírus, o risco de criar resistência diminui bastante — garante Mesquita.
Em 2015, 81 mil pessoas no Brasil começaram a tomar antirretrovirais, 13% a mais do que o registrado em 2014. O país tem hoje 455 mil pacientes em tratamento. Destas, quase 260 mil usam o tenofovir, isoladamente ou combinado com outras drogas. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 22 medicamentos para HIV. Três deles podem substituir o tenofovir, embora provoquem efeitos colaterais. O paciente que não responde bem pode fazer um teste que identifica resistência a alguma droga.
Estimativas divulgadas pela ONU no final do ano passado davam conta de que, no mundo, 15 milhões de pessoas tinham acesso a tratamento, o dobro do número de 2010. Além disso, o total de novas infecções em 2015 por HIV caiu 35% desde o pico registrado em 2000, para cerca de dois milhões, enquanto as mortes devido à doença recuaram 42% em relação a 2004, para 1,2 milhão.
Para Fábio Mesquita, o alto índice de resistência ao tenofovir mundo afora dificulta o cumprimento da meta de acabar com a epidemia de Aids em 2030, estabelecida pela ONU.
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— É claro que isso é um percalço, a situação na África parece ser pior do que pensávamos. Mas ainda temos tempo de reverter isso. Se não até 2030, talvez alguns anos depois — diz.
Coordenador de projetos da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), Veriano Terto Jr. diz que antirretrovirais têm prazo de vencimento:
— É um ciclo. Drogas antirretrovirais têm eficácia com data de validade. Com o tempo e problemas de baixa adesão, as pessoas desenvolvem resistência e precisam de novos medicamentos. E novas drogas, geralmente, são caras demais. É preciso acompanhar inovações na área mais de perto.

Alemanha endurece política de asilo a refugiados


 Imigrantes e refugiados esperam para verificação de segurança depois de cruzarem a fronteira da Macedônia com a Sérvia, perto da aldeia de Miratovac. De lá, os imigrantes seguem para os países mais ricos Europa

Alvo de críticas de conservadores por sua política de portas abertas, a Alemanha mudou de postura e decidiu endurecer as regras de asilo para refugiados, dificultando a entrada de imigrantes de alguns países africanos. Também num movimento para conter a crise migratória na Europa, a Finlândia se uniu à Suécia e anunciou planos para deportar dezenas de milhares de imigrantes que tiverem o pedido de acolhimento rejeitado.
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, afirmou que a Alemanha iria colocar Argélia, Marrocos e Tunísia em uma lista de “países de origem segura” — o que significa que imigrantes provenientes desses lugares teriam pouca chance de conseguir asilo. Alguns também seriam impedidos de levar as suas famílias para a Alemanha por dois anos, segundo Gabriel.
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O endurecimento das regras vem após a Alemanha, a economia mais forte da União Europeia (UE), receber cerca de 1,1 milhões de migrantes em 2015 — muitos deles refugiados que fogem de guerras, perseguições e miséria. A chanceler alemã, Angela Merkel, está sob forte pressão nos últimos meses para reverter sua política de ajuda a refugiados, enfrentando oposição até dentro de seu partido.
Depois da Suécia anunciar que planejava deportar até 80 mil imigrantes, a Finlândia seguiu os mesmos passos e anunciou planos de expulsar cerca de dois terços dos 32 mil requerentes de asilo que chegaram ao país em 2015.
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— A princípio falamos de cerca de dois terços, ou seja, aproximadamente 65% dos 32 mil terão uma decisão negativa (sobre os seus pedidos de asilo) — disse Paivi Nerg, diretor do ministério do Interior finlandês, à agência AFP.
Os dois países nórdicos, que estão entre os que mais recebem refugiados per capita na UE, estão lutando para lidar com a crise migratória.
Outra medida adotada por alguns países europeus para conter o tsunami de refugiados é o confisco de bens. Suíça, Dinamarca e alguns estados no Sul da Alemanha aprovaram a retirada de posses de refugiados para ajudar a pagar custos do acolhimento no país.

A escravidão no Brasil na visão de um artista russo


A performance em que Fyodor evocou os “tigres”, escravos que levavam os excrementos de seus senhores para o mar
Foto: Divulgação / Pedro Agilson
 Na noite do último domingo, um homem branco acorrentado num poste de luz chamava a atenção de quem passava na esquina da Rua Oswaldo Cruz com a Praia do Flamengo. Uma mulher em um Mercedes-Benz parou e perguntou se precisava de ajuda. Carros da polícia e do Corpo de Bombeiros chegaram alternadamente; os poucos pedestres que passavam àquela hora tardia tiraram fotos. Pele branca, olhos claros num corpo de 1,91m, o russo Fyodor Pavlov-Andreevich, 39 anos, apesar de falar português, não respondeu às perguntas que lhe eram feitas. A não interação fazia parte da performance, uma das sete que compõem o projeto “Monumentos temporários”.
 A imagem do branco nu (ele sentou sobre um pedaço de jornal, com o qual escondia os órgãos genitais quando necessário), acorrentado numa esquina do Flamengo, não surgiu aleatoriamente. O artista, com residência em Moscou, Londres e Rio de Janeiro, aludia ao episódio em que um jovem negro foi detido dessa forma por moradores do bairro, em 2014. Na época, o registro foi imediatamente associado ao modo como os escravos eram (mal)tratados. E a escravidão no Brasil, do passado e do presente, com uma embalagem mais moderna, conduz esse trabalho do artista.
 Fico espantado quando vou, por exemplo, a eventos de arte aqui e não vejo um negro. Como é possível, se em algumas cidades, como Salvador, eles são maioria? — indaga ele. — O modo como a escravidão se perpetuou no Brasil, com tanta desigualdade, é único no mundo.

Monges meditam a 115 metros de altura no centro de São Paulo

 
Uma vez por mês, quando São Paulo “acorda”, no topo de um prédio projetado por Oscar Niemeyer, a 115 metros de altura, três monges budistas praticam a meditação.
No heliponto desativado no 37º andar do Edifício Copan, no centro, esses monges se concentram para emanar boa energia e bom sentimento para a cidade que, assim como os homens, têm suas alegrias e tristezas.

A ideia foi iniciativa própria, há cerca de dez anos, conta o monge Jisho Handa, do templo budista Busshinji, na capital. — A escolha tem o objetivo, a partir de um ponto alto da cidade, estar em sintonia com o sentimento de São Paulo, tanto com as alegrias quanto com as tristezas.Começamos a fazer mensalmente e virou um hábito — explica. Ao final, eles entoam um canto budista.
— Pedimos proteção para as pessoas de todos os países, para todas as nações terem harmonia. É como se a gente estivesse praticando Zazen (meditação zen budista) com todo mundo — conta Jisho.
Há quatro anos meditando no Copan, o monge Joken diz que cada vez que está no local, é como se fosse uma primeira vez. — Não importa quantas vezes eu venho, sempre me impressiono. Budista há três anos, Yusei resume que esta vivência é “a sensação de subir numa montanha dentro da cidade”.
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Para estar em sintonia com este mesmo sentimento, é possível meditar dentro de casa, segundo explica Jisho. A meditação pode ser feita em qualquer lugar. A única “regra” é ficar em silêncio durante 15 minutos. Ao contrário do que se imagina, a prática não exige pensar em coisas boas ou ruins.
— Não tem que pensar em nada. O pensamento vem e você o retira. Meditar não é ficar sentado, pensar coisas boas e achar que o mundo vai melhorar. O mundo acontece não de acordo com a sua vontade, mas estar em harmonia afeta, sim, o meio em que vivemos.

Medidas de incentivo ao crédito chegam a R$ 83 bilhões



 A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa na reunião do Conselhão - ANDRE COELHO


O ministro da Fazenda Nelson Barbosa anunciou nesta quinta-feira, na reunião no Conselhão, medidas de incentivo ao crédito que somam R$ 83 bilhões. Barbosa defendeu as medidas e afirmou que elas não vão prejudicar o combate à inflação. Segundo ele, a alta dos preços no país neste momento se deve a um choque de oferta que está sendo combatido pelo Banco Central com os instrumentos certos.
Barbosa acrescentou ainda que as ações envolvem recursos que já estão disponíveis na economia. O dinheiro que vai reforçar as linhas de financiamento vem principalmente do pagamento das pedaladas fiscais (atrasos nos repasses de recursos do Tesouro para bancos e o FGTS), que foram quitadas no final do ano passado.
— As medidas não colocam em risco o combate à inflação. São recursos que já existem na economia. Já estão no FGTS e nos bancos públicos. Hoje, temos uma inflação elevada por choques de oferta e que está sendo combatida com os instrumentos certos pelo BC — disse o ministro, acrescentando:
— Temos que recuperar a economia rapidamente e o desafio imediato é normalizar o estoque de crédito no país. Temos que usar melhor os recursos que já estão disponíveis para usar melhor a liquidez que já existe no sistema bancário.

O ministro afirmou ainda que o governo vê uma demanda por crédito nos segmentos que quer estimular. Segundo ele, há apetite por crédito habitacional, por capital de giro e por linhas para o comércio exterior.
Barbosa disse que o uso dos recursos do FGTS como garantia no crédito consignado é um direito que deve ser exercido pelo trabalhador. Segundo ele, como esses recursos já existem, a medida vai assegurar maior eficiência ao sistema financeiro. “É boa para a economia”, observou.
O ministro informou que serão tomadas precauções para que a medida não gere superendividanento das famílias e lembrou que a legislação brasileira é “prudencial”, com travas para evitar que um mesmo salário seja dado em mais garantias de financiamento. Ele destacou que a medida ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e regulamentada pelo Conselho Curador. Assim, que a medida for detalhada, disse o ministro, as pessoas terão condições de manifestar sobre ela.

Estamos fazendo um aperfeiçoamento das regras existentes para que o tralhador possa se beneficiar dos seus direitos no FGTS recursos — disse o ministro.
A projeção do governo de que a medida poderá ampliar o crédito aos trabalhadores do setor privado em até R$ 17 bilhões tem como base os recursos existentes, caso 10% deles sejam oferecidos como garantia. O ministro afirmou, no entanto, que é preciso aguardar para verificar o impacto dessa medida na economia.

PF flagra colombianos com mais de R$ 800 mil em euros


 Dois colombianos foram detidos na tarde desta quinta-feira no Aeroporto Internacional Tom Jobim do Rio, transportando 196 mil euros (cerca de R$ 874 mil). O dinheiro estava escondido no interior das bagagens pertencentes aos dois homens.
Segundo a Polícia Federal, os dois colombianos, que viajavam juntos, estavam em um voo procedente do Panamá e, durante o procedimento de desembarque no Rio, foram fiscalizados pela PF. Na inspeção de raio-X, foi identificado um fundo falso na mala de um deles, onde estavam escondidos mais de 100 mil euros.
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Em seguida, os policiais federais identificaram o segundo passageiro, que portava uma valise semelhante, onde encontraram, também num fundo falso, o restante dos euros. O dinheiro foi apreendido e remetido à Receita Federal. A origem do dinheiro será investigada pela PF.

Brasil está ‘festejando à beira do precipício’, diz ‘The Economist’.


Bloco Vira-Lata, em São Conrado. 'The Economist' alfineta folia do carnaval em tempo de crise.

 O Brasil voltou a ser assunto de uma reportagem da edição da revista britânica “The Economist” para as Américas. Intitulado “Festejando à beira do precipício”, o texto fala da pausa que a população costuma fazer durante o carnaval. E lembra que os políticos voltarão do recesso de fim de ano poucos dias antes do feriado começar, ou seja, os trabalhos só devem ser de fato retomados após o fim da folia.

Para a publicação, nem a presidente Dilma Rousseff nem os congressistas vão conseguir relaxar, já que o país enfrenta dois sérios problemas: o vírus zika e a piora das crises econômica e política. “Quando os políticos retornarem ao trabalhos eles podem se arrepender do tempo que passaram sem tentar resolvê-los”, afirma a reportagem.
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A publicação cita a queda das vagas no mercado formal de trabalho em 2015, a projeção de mais perdas para este ano e a forte retração das vendas de automóveis como parte dos indícios do agravamento do cenário econômico brasileiro. E ressalta que para as gerações mais novas, o desemprego é uma novidade. E que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é sociólogo, alerta que não se sabe como esses jovens vão reagir a esse revés. De acordo com a “Economist”, a capacidade do governo de lidar com as causas da miséria diminui, enquanto esse mal cresce. A reportagem fala ainda das investigações sobre a corrupção na Petrobras, afirmando que espera-se que mais membros do PT sejam acusados.
A revista lembra a ameaça de impeachment e alega que a falta de força de Dilma a torna “mais dependente da boa vontade do PT e de sindicatos aninhados a ele, que se opõem visceralmente às reformas necessárias para firmar a economia”.
A reportagem termina dizendo que há pouca perspectiva de que, ao voltar do recesso, os legisladores tomarão medidas que possam ajudar a melhorar o cenário atual. Segundo a publicação, os interessados no impeachment da presidente admitem que dificilmente conseguirão os votos necessários para levar o caso ao Senado, mas planejam esticar o processo por tanto tempo quanto os “(vagos) prazos legais permitam”. “Isso vai atingir o objetivo deles de minar a presidente. Isso não vai fazer nada para melhorar o Brasil”

Desemprego fecha 2015 em 6,8%, maior desde 2009



 A taxa de desemprego medida pelo IBGE nas seis maiores regiões metropolitanas do país (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre) terminou o ano passado em 6,8%, no maior nível desde 2009, logo após a crise financeira internacional. Em 2014, ela havia sido de 4,8%, a mais baixa de toda a série histórica, iniciada em 2002. Esse aumento de dois pontos percentuais na taxa média de desemprego do ano é o maior de toda a série anual da pesquisa, iniciada em 2002, e interrompeu a trajetória de queda que ocorria desde 2010. A taxa de dezembro ficou em 6,9%, frente aos 7,5% registrados no mês anterior e os 4,3% de dezembro de 2014. Esta é a maior taxa para o mês desde 2007. Os dados captados pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) refletem os efeitos do baixo crescimento da economia no mercado de trabalho.
- O que chama atenção em 2015 é quando se compara os números com os do ano anterior. O processo de dispensa em atividades importantes como indústria, comércio e serviços acarretou uma série de perdas com relação a rendimento, a carteira assinada e causou um grande aumento da procura por trabalho. Essa procura se deu não só por quem perdeu o emprego, mas por pessoas que estavam afastadas e, por conta da perda de emprego por outro membro da família, também foram procurar e passaram a exercer essa pressão. Isso explica essa elevada taxa de desocupação - explica Adriana Araújo Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A crise atingiu em cheio a renda do trabalhador brasileiro. Após dez anos de ganhos sucessivos, o rendimento médio caiu 3,7% em relação a 2014, para R$ 2.265,09. A última queda tinha sido em 2004. Todas as regiões tiveram perda, com destaque para Belo Horizonte (-4,6%), Rio (-4%) e São Paulo (-4%). A média anual da massa de rendimento mensal habitual para 2015 foi estimada em R$ 53,6 bilhões, apresentando a primeira retração anual da série (-5,3%).
- A queda pela primeira vez em dez a anos no rendimento médio real pode ser explicada pela forte demissão ocorrida na indústria, que tem os mais altos salários, puxando a média para baixo - diz Adriana.
Já o aumento de dois pontos percentuais na taxa média de desemprego do ano, de 4,8% em 2014 para 6,8% em 2015, é o maior de toda a série anual da pesquisa, iniciada em 2002, e interrompeu a trajetória de queda que ocorria desde 2010. Ao mesmo tempo, o desemprego manteve a tendência de redução na passagem entre novembro e dezembro, por causa da menor procura por emprego durante as festas de fim de ano.
- Nas duas últimas semanas de dezembro, temos queda acentuada na procura por emprego, fazendo com que o mês seja caracterizado por redução acentuada da população desocupada. Em razão das festas de fim de ano. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, temos o mesmo movimento do restante do ano, que é de queda na ocupação e aumento na desocupação. E também nas duas comparações temos crescimento da inatividade, o que contribuiu para a taxa de dezembro não ser mais alta - comenta a técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O anúncio da alta do desemprego sai no mesmo dia em que a Fundação Getúlio Vargas divulgou que a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) acelerou em janeiro para 1,14%, após alta de 0,49% em dezembro.
Em 2015, a média anual da população desocupada foi estimada em 1,7 milhão, contingente 42,5% superior à média de 2014, que foi de 1,2 milhão de pessoas, o que representa o maior crescimento desse grupo na série histórica. Por outro lado, a população ocupada teve uma redução de 400 mil pessoas, ficando em 23,3 milhões, recuando 1,6% em relação a 2014, quando haviam 23,7 milhões de pessoas empregadas. Este é o segundo ano seguido de queda da população ocupada em toda a série.

Déficit das contas públicas é o maior desde 2001


 O setor público consolidado ( que inclui, além da União os resultados dos estados, municípios e estatais) gastou muito mais do que arrecadou no ano passado e registrou, em 2015, o pior resultado em 14 anos: um déficit primário de R$ 111,2 bilhões, o equivalente a 11,88% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2014, o resultado negativo havia sido de R$ 32,5 bilhões, ou 57% do PIB. Sem uma economia primária, o governo não conseguiu pagar os juros da dívida pública.
Só em dezembro, o setor público consolidado apresentou um déficit de R$ 71,7 bilhões, também o pior desempenho para meses de dezembro desde o início da série histórica, em 2001. Em 2014, o número foi de R$ 12,9 bilhões. No mês, o governo central eve um rombo de R$ 69,9 bilhões, as estatais ficaram negativas em R$ 974 milhões e os estados tiveram resultado também de deficitário em R$ 9,8 bilhões.
Sem ter economizado para pagar os juros da dívida, os juros nominais chegaram a R$ 501,8 bilhões no ano. Com isso, o chamado resultado nominal, que, teoricamente, deveria ser o resultado primário menos o juros, chegou a R$ 613 bilhões, o equivalente 10,34% do PIB. No ano anterior, a conta nominal havia somado R$ 343,9 bilhões ou 6,05% do PIB.
A dívida bruta — um dos principais indicadores de solvência observados pelas agências de classificação de risco — chegou em 2015 a R$ 3,9 trilhões, ou 66,2% do PIB. A proporção da dívida/PIB está nove pontos percentual acima da apresentada em 2014, de 57,2% do PIB.

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