sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Controle de dados por empresas cria escravos digitais, diz especialista


 Um chip implantado sob a pele, capaz de armazenar senhas, abrir portas, ligar carros e computadores. A ideia parece tirada do roteiro de um filme de ficção científica, mas é uma realidade na vida do russo Eugene Chereshnev. Há um ano, Che, como é conhecido e que é especialista em segurança cibernética da Kaspersky, colocou um biochip em sua mão esquerda como parte de um experimento tecnológico.
O relato dessa experiência foi feito em palestra no início desta tarde, a primeira do evento que foi aberto ao público na manhã desta quarta-feira. Entre os principais objetivos da pesquisa, contou ele, está evitar que dados do usuário da rede digital sejam armazenados no sistema comum da internet.
— Somos escravos digitais — disse Che, afirmando adiante: — Dou um exemplo: no ano passado, fui banido do Facebook porque não coloquei meu nome real e, depois, não dei o número do meu passaporte, como solicitado por eles. Eu quero mudar isso. Quero que esse chip seja propriedade das pessoas. Que seus dados sejam sua propriedade e não das grandes empresas digitais.
Essa proteção é possível porque, explicou, as informações colocadas no chip são criptografadas e mantidas dentro do pequeno aparelho, de 2 milímetros por 12 mm. Hoje, ele já consegue fazer o que está citado no início deste texto: abrir portas, ao invés de usar chaves ou crachás, ligar seu carro, computador, além do telefone. Mas o intuito é ampliar o uso, colocando, por exemplo, os dados bancários no chip e evitar o uso de cartões e podendo chegar ao "inimaginável", em suas palavras.
 Essa é a verdadeira internet das coisas. Eu sou uma das coisas. Estou conectado — disse, completando: — Por que eu coloquei um chip na minha mão. Basicamente para fazer o mercado repensar a internet das coisas".
Para Che, em cinco anos já haverá o uso massivo do biochip — que também acarretará na "morte dos smartphones". Segundo ele, os smartphones começaram a perder importância já com a morte de Steve Jobs.

 Acho que os smartphones vão morrer. E vou tentar continuar o que o Steves Jobs começou. Sei que isso é ambicioso — declarou.
CONEXÃO ULTRARRÁPIDA
A Campus Party começou na noite desta terça-feira e vai até dia 31. Como de costume, reúne milhares de jovens interessados em temas ligados à tecnologia que acampam no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Neste ano são oito mil "campuseiros".
Mais do que as palestras, a internet de 40 gigas disponibilizada pelo evento é o principal atrativo aos “campuseiros“, que desembolsam R$ 290 para entrar no evento. A grande maioria passa dia e noite conectado, jogando.

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