sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Monges meditam a 115 metros de altura no centro de São Paulo

 
Uma vez por mês, quando São Paulo “acorda”, no topo de um prédio projetado por Oscar Niemeyer, a 115 metros de altura, três monges budistas praticam a meditação.
No heliponto desativado no 37º andar do Edifício Copan, no centro, esses monges se concentram para emanar boa energia e bom sentimento para a cidade que, assim como os homens, têm suas alegrias e tristezas.

A ideia foi iniciativa própria, há cerca de dez anos, conta o monge Jisho Handa, do templo budista Busshinji, na capital. — A escolha tem o objetivo, a partir de um ponto alto da cidade, estar em sintonia com o sentimento de São Paulo, tanto com as alegrias quanto com as tristezas.Começamos a fazer mensalmente e virou um hábito — explica. Ao final, eles entoam um canto budista.
— Pedimos proteção para as pessoas de todos os países, para todas as nações terem harmonia. É como se a gente estivesse praticando Zazen (meditação zen budista) com todo mundo — conta Jisho.
Há quatro anos meditando no Copan, o monge Joken diz que cada vez que está no local, é como se fosse uma primeira vez. — Não importa quantas vezes eu venho, sempre me impressiono. Budista há três anos, Yusei resume que esta vivência é “a sensação de subir numa montanha dentro da cidade”.
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Para estar em sintonia com este mesmo sentimento, é possível meditar dentro de casa, segundo explica Jisho. A meditação pode ser feita em qualquer lugar. A única “regra” é ficar em silêncio durante 15 minutos. Ao contrário do que se imagina, a prática não exige pensar em coisas boas ou ruins.
— Não tem que pensar em nada. O pensamento vem e você o retira. Meditar não é ficar sentado, pensar coisas boas e achar que o mundo vai melhorar. O mundo acontece não de acordo com a sua vontade, mas estar em harmonia afeta, sim, o meio em que vivemos.

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