sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Medidas de incentivo ao crédito chegam a R$ 83 bilhões



 A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa na reunião do Conselhão - ANDRE COELHO


O ministro da Fazenda Nelson Barbosa anunciou nesta quinta-feira, na reunião no Conselhão, medidas de incentivo ao crédito que somam R$ 83 bilhões. Barbosa defendeu as medidas e afirmou que elas não vão prejudicar o combate à inflação. Segundo ele, a alta dos preços no país neste momento se deve a um choque de oferta que está sendo combatido pelo Banco Central com os instrumentos certos.
Barbosa acrescentou ainda que as ações envolvem recursos que já estão disponíveis na economia. O dinheiro que vai reforçar as linhas de financiamento vem principalmente do pagamento das pedaladas fiscais (atrasos nos repasses de recursos do Tesouro para bancos e o FGTS), que foram quitadas no final do ano passado.
— As medidas não colocam em risco o combate à inflação. São recursos que já existem na economia. Já estão no FGTS e nos bancos públicos. Hoje, temos uma inflação elevada por choques de oferta e que está sendo combatida com os instrumentos certos pelo BC — disse o ministro, acrescentando:
— Temos que recuperar a economia rapidamente e o desafio imediato é normalizar o estoque de crédito no país. Temos que usar melhor os recursos que já estão disponíveis para usar melhor a liquidez que já existe no sistema bancário.

O ministro afirmou ainda que o governo vê uma demanda por crédito nos segmentos que quer estimular. Segundo ele, há apetite por crédito habitacional, por capital de giro e por linhas para o comércio exterior.
Barbosa disse que o uso dos recursos do FGTS como garantia no crédito consignado é um direito que deve ser exercido pelo trabalhador. Segundo ele, como esses recursos já existem, a medida vai assegurar maior eficiência ao sistema financeiro. “É boa para a economia”, observou.
O ministro informou que serão tomadas precauções para que a medida não gere superendividanento das famílias e lembrou que a legislação brasileira é “prudencial”, com travas para evitar que um mesmo salário seja dado em mais garantias de financiamento. Ele destacou que a medida ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e regulamentada pelo Conselho Curador. Assim, que a medida for detalhada, disse o ministro, as pessoas terão condições de manifestar sobre ela.

Estamos fazendo um aperfeiçoamento das regras existentes para que o tralhador possa se beneficiar dos seus direitos no FGTS recursos — disse o ministro.
A projeção do governo de que a medida poderá ampliar o crédito aos trabalhadores do setor privado em até R$ 17 bilhões tem como base os recursos existentes, caso 10% deles sejam oferecidos como garantia. O ministro afirmou, no entanto, que é preciso aguardar para verificar o impacto dessa medida na economia.

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