segunda-feira, 11 de abril de 2016

Ibovespa fecha em queda pressionada por NY e exportadoras

Operador da Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa

 O principal índice da Bovespa fechou em leve queda nesta segunda-feira, em pregão volátil diante de desdobramentos no cenário político, particularmente o desfecho do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Apostas crescentes na saída de Dilma e a alta de commodities levaram o Ibovespa acima dos 51 mil pontos pela manhã, mas a fraqueza em Wall Street e a queda de ações de exportadoras na esteira do forte recuo do dólar minaram os ganhos.

O Ibovespa caiu 0,25 por cento, a 50.165 pontos. Na máxima, o índice de referência do mercado acionário brasileiro ganhou 1,6 por cento. O volume financeiro do pregão totalizou 6,87 bilhões de reais.

Em dólar, contudo, o Ibovespa avançou mais de 2 por cento.

Na visão da equipe de economia da SulAmérica Investimentos, a volatilidade deve ser a tônica da semana, com a crise política podendo caminhar para momentos decisivos.

O pregão encerrou antes da votação na comissão especial do impeachment na Câmara dos Deputados do parecer do relator deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que defende a admissibilidade do processo.

A previsão era de que o parecer seria aprovado, com as atenções voltadas principalmente para a votação no plenário da Câmara dos Deputados, prevista para começar até o fim da semana.

Ainda repercutiu à tarde um áudio do vice-presidente da República, Michel Temer, enviado a um grupo de parlamentares do PMDB, no qual fala como se o impeachment contra a presidente Dilma tivesse sido aprovado pela Câmara.

Na cena corporativa, foi destaque o anúncio do final da sexta-feira de que a BM&FBovespa assumirá o controle da central depositária de títulos privados Cetip, em operação de cerca de 12 bilhões de reais.

No exterior, as commodities sustentaram a trajetória positiva, mas Wall Street perdeu o fôlego e terminou no vermelho, antes do início da safra de balanços norte-americanos, com o resultado da Alcoa divulgado após o fechamento.

DESTAQUES

- BM&FBOVESPA caiu 1,26 por cento e CETIP caiu 0,5 por cento, conforme investidores realizaram lucro com os papéis e digeriram detalhes da fusão entre as duas companhias, revertendo os ganhos dos primeiros negócios, quando os papéis subiram quase 3 por cento.

- EMBRAER recuou 5,09 por cento e JBS perdeu 4,78 por cento, ambas afetadas pelo recuo do dólar de quase 3 por cento frente ao real dada a exposição de seus balanços à taxa de câmbio. O declínio da moeda ocorreu apesar da forte atuação do Banco Central, em meio a expectativas ligadas à cena política e na esteira do movimento global de moedas.

- LOJAS AMERICANAS caiu 5,55 por cento, entre as maiores quedas do índice. Repercutiu informação do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, de que a empresa planeja um corte de 25 por cento de sua folha salarial. Em nota a clientes, o UBS disse que consultou a varejista, que negou a demissão de 25 por cento da sua força de trabalho.

- KROTON EDUCACIONAL caiu 3,78 por cento, em sessão negativa para o setor de educação como um todo.

- VALE encerrou com as preferenciais em alta de 5 por cento, servindo como contrapeso positivo, conforme os preços do minério de ferro à vista na China subiram <.IO62-CNI=SI> nesta segunda-feira, impulsionados por uma alta de quase 6 por cento nas cotações do aço na bolsa de Xangai.

- CSN subiu 8,73 por cento, em sessão positiva para siderúrgicas, após as cotações do aço na bolsa de Xangai atingirem máxima de 10 meses. Os papéis do setor também têm beta elevado, logo, costumam oscilar com mais intensidade em relação ao movimento do Ibovespa.

- PETROBRAS teve as preferenciais em alta de 1,57 por cento, na esteira de expectativas relacionadas ao cenário político e do avanço dos preços do petróleo no exterior, que ofuscaram dados fracos de produção divulgados pela companhia na sexta-feira. Os papéis preferenciais, porém, caíram 0,67 por cento.

- BANCO DO BRASIL subiu 3,06 por cento, com os papéis também influenciados por expectativas ligadas ao cenário político. ITAÚ UNIBANCO, porém, reduziu a alta a 0,5 por cento, enquanto BRADESCO ganhou 2,1 por cento.

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