terça-feira, 5 de abril de 2016

Itália investigará cidadãos citados nos Panama Papers

Placa da Mossack Fonseca, empresa envolvida no escândalo Panama Papers

 O vice-ministro de Economia da Itália, Enrico Zanetti, anunciou que as autoridades do país investigarão os contribuintes italianos que aparecem como proprietários de empresas ou contas nos vazamentos do escândalo Panama Papers.

"A presença de contribuintes italianos nestas listas não significa que sejam sonegadores, mas são dados interessantes que nossa administração financeira investigará e tenho certeza que sairão coisas", disse Zanetti em declarações ao jornal "Corriere della Sera".

Segundo publicou o semanário "L'Espresso", cerca de 800 italianos aparecem entre os milhões de documentos do escritório panamenho Mossack Fonseca, especializado em serviços de gestão de capitais e patrimônios.

Os documentos da Mossack Fonseca revelam a criação de milhares de empresas offshore em paraísos fiscais para que políticos, celebridades e personalidades administrassem seus patrimônios.

A empresa negou à Agência Efe qualquer envolvimento com os crimes supostamente cometidos por suas centenas de clientes.

"Entre os 800 italianos das contas no Panamá, haverá algum honesto, mas não deve demorar muito para entender que a maioria são sonegadores e que agora terão bastantes problemas", acrescentou.

Entre os nomes que apareceram nos Panama Papers se encontra o de Luca Cordero di Montezemolo, ex-dirigente da Ferrari e atual presidente da companhia aérea Alitalia.

Segundo a investigação, Di Montezemolo assinou supostamente uma série de contratos nos quais aparecia como advogado da Lenville, uma empresa do Panamá através da qual o italiano operaria uma conta na Suíça.

Pessoas próximas a Di Montezemolo negaram a veracidade das informações a alguns veículos da imprensa, mas ainda não foi divulgada uma nota oficial a respeito.

A investigação parte da publicação de veículos de imprensa de todo o mundo dos denominados Panama Papers, divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, em inglês), com sede em Washington.

Este é considerado o maior vazamento jornalístico da história e menciona 140 políticos e funcionários de todo o planeta, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.

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