Dois dias depois do
encontro de Fidel Castro com o patriarca Kirill, da Igreja Ortodoxa
Russa, o Departamento do Tesouro od EUA notificou a empresa Cleber LLC,
com sede no estado de Alabama, sobre a possibilidade de abrir uma
fábrica de tratores em Cuba.
Em uma entrevista concedida ao jornal USA Today,
o cofundador da Cleber LLC, Saul Berenthal, disse o seguinte: "Ser os
primeiros é fantástico <…> mas não deveríamos ser os únicos;
esperamos e desejamos que muitas mais [empresas] nos sigam".
Os tratores serão produzidos a partir de 2017 e serão destinados aos agricultores da ilha.
Berenthal assegurou que um advogado da empresa está em Havana para finalizar o acordo com o governo de Raúl Castro.
É isso: o governo de Barack Obama aprovou a construção da primeira
fábrica estadunidense em Cuba em mais de 50 anos. A mesma terá
capacidade para construir uns 1.000 tratores de pequeno porte por ano,
destinados ao mercado agrícola cubano. Estará situada na Zona Especial
de Desenvolvimento do porto de Mariel, no Noroeste da ilha.
Assim, foi dado oficialmente um passo no caminho da normalização das relações entre os EUA e Cuba, formalizada diplomaticamente em meados de 2015.
Porém, este passo não significa o levantamento do embargo econômico,
imposto por Washington há meio-século em relação a Cuba. E o destino de
Guantánamo continua ficando desconhecido.
Voos
Este anúncio foi da segunda; já o da terça-feira é este: hoje, Cuba e
os EUA assinarão, na capital cubana, o primeiro acordo sobre aviação
civil. As linhas aéreas estadunidenses poderão dispor de 15 dias para
solicitar estabelecimento de comunicação aérea entre os EUA e dez
aeroportos internacionais cubanos.
Segundo várias fontes, são os aeroportos de e Camagüey, Cayo Coco,
Cayo Largo, Cienfuegos, Holguín, Manzanillo, Matanzas, Santa Clara e
Santiago de Cuba.
O texto do acordo, citado pelo jornal Miami Herald, autoriza até 20
voos por dia a Havana e 10 por dia a cada um dos destinos restantes: um
total de 110 voos.