Enquanto a estratégia
da Rússia no Oriente Médio é avaliada por especialistas como muito
lógica, a política externa de Washington provoca medo mesmo entre os
seus aliados, escrevem analistas americanos.
A
respectiva opinião em relação às ações russas é expressa inclusive por
aqueles que geralmente não apoiam a Rússia, informou o artigo no jornal
americano Wall Street Journal.
Os autores, o especialista da Universidade de Brooklyn Kenneth Pollack e
a professora da Escola da Política e Estratégia Global na Universidade
de Califórnia Barbara Walter, analisaram a política externa de Barack
Obama no Oriente Médio, concluindo que esta se tornou pouco eficaz.
Segundo eles, a estratégia atual de
Washington não só não dá bem, mas também faz recuar os aliados dos
Estados Unidos, por exemplo, a Arábia Saudita.
É esta política, que faz os EUA tomar passos radicais, por exemplo, lembram especialistas, a execução do proeminente clérigo xiita Nimr al-Nimr
e de outras 46 pessoas, pelas autoridades sauditas e a decisão de
participar na guerra civil no Iêmen contra houthis (grupo militar xiita)
Pollack e Walter sublinham que o erro principal é a atenção demasiada
que Washington presta ao grupo terrorista Daesh [proibida na Rússia]. Os
especialistas compararam a situação com a história de 1941 e sugeriram
que seria o mesmo se foi declarada a guerra aos grupos SS, e não a
Hitler ou partido nazista.
O artigo compara a estratégia americana no Oriente Médio com a russa. Os autores opinam que a Rússia "tomou a parte xiita do conflito na Síria"
por via de apoiar o regime sírio e o Irã (o presidente sírio, Bashar
Assad, é da família de alauites, a minoria síria que pode ser vista como
uma das asas do xiismo).
Os especialistas americanos notam
também que os sunitas no Oriente Médio compreendem a posição russa,
especialmente em comparação com a "estratégia terrível" dos Estados Unidos.
O artigo nota que os problemas atuais da região chegam da falha do
sistema estatal no período pós-guerra. É por isso que na região
começaram a desfazer-se Estados, aparecer territórios que tem nenhuma
autoridade e começaram guerras civis.
E
são estas guerras na região que os EUA devem acabar, segundo os
autores, especialmente tendo em conta o fato que o grupo terrorista
Daesh apareceu como resultado de uma destas guerras – no Iraque.