sexta-feira, 4 de março de 2016

GM adia cortes em São Caetano por um mês

Soldador trabalha na linha de montagem da fábrica da General Motors (GM) em São Caetano do Sul, em São Paulo

  A General Motors adiou, ao menos por um mês, seu plano de demitir 1,5 mil trabalhadores da fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista.

O pessoal que seria dispensado está num grupo de 2.250 funcionários que estão em lay-off (com contratos suspensos) e deveriam retornar à fábrica na próxima semana.

A alegação da empresa era de que não há trabalho para todo esse grupo, pois a fábrica opera com ociosidade.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, a GM decidiu retomar na segunda-feira, 7, o segundo turno de trabalho na unidade - suspenso desde outubro - e está convocando mil funcionários.

Os outros permanecerão em lay-off por mais um mês, período em que empresa e sindicato avaliarão medidas para evitar os cortes. Inicialmente, a empresa pretendia convocar 300 a 400 trabalhadores para operar parcialmente o segundo turno.

"Vamos tentar durante o mês negociar medidas para evitar o maior número possível de demissões", disse Silva. No fim de janeiro, a montadora demitiu 517 operários da fábrica de São José dos Campos (SP) após o fim do programa de lay-off.

Em nota, a GM confirmou nesta quarta-feira, 2, que parte dos empregados do complexo de São Caetano que estava em lay-off retornará ao trabalho na segunda-feira, 7, e outra parte terá o período do programa estendido por mais 30 dias, mas não divulgou números.

"A medida visa a ajustar a produção à demanda do mercado brasileiro", disse a empresa.

Novo compacto

A fábrica do ABC emprega cerca de 9,8 mil trabalhadores, incluindo pessoal administrativo, informou o sindicato. A unidade produz os modelos Cobalt, Montana, Spin e Cruze, mas este último terá a produção transferida para a Argentina nos próximos meses.

De acordo com Silva, um novo compacto será fabricado na unidade no lugar do Cruze, mas não há detalhes sobre o projeto. Uma hipótese é que seja o substituto do Celta ou do Corsa, ambos já fora de linha.

No primeiro bimestre, as vendas da GM caíram 34,8% em relação ao mesmo período de 2015, somando 48,8 mil unidades.

Ainda assim, a marca ocupa a liderança em vendas no país, à frente da Fiat, que está em segundo lugar na lista, com 44,5 mil unidades vendidas, 47,9% a menos em relação aos dois primeiros meses do ano passado.

O mercado total de automóveis e comerciais leves caiu 31% no bimestre, para 291,7 mil unidades. Incluindo caminhões e ônibus, a queda é de 31,3%, com 302 mil veículos comercializados no período, o mais baixo volume desde 2007.

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