sexta-feira, 4 de março de 2016

Google doa US$ 1 milhão para combater zika na América Latina

Mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue, vírus zika e febre chikungunya

 O Google anunciou nesta quinta-feira uma doação ao Unicef de US$ 1 milhão e ajuda tecnológica, parte de um plano para conscientização sobre o vírus do zika, que busca prevenir seu contágio e conter o avanço da doença na América Latina e no Caribe.

"A doação está destinada à prevenção de novas infecções", disse Florença Bianco, gerente de Comunicações Corporativas para a América Latina do Google, à Agência Efe.

Bianco acrescentou que "o Unicef está trabalhando nesse sentido através de campanhas educativas, mobilização de agentes comunitários nas zonas de maior risco e ações para diminuir a presença do mosquito" Aedes aegypti, o transmissor do vírus.

"Chega no momento certo, estamos muito agradecidos", porque é necessário iniciar imediatamente campanhas educativas para que a população, especialmente as mulheres em idade reprodutiva, saiba como se proteger de um vírus potencialmente muito perigoso, explicou Donatella Massai, coordenadora da célula do Unicef de resposta à ameaça do zika na região.

Massai indicou que o Unicef quer chegar, com essa campanha a cerca de 200 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe.

No continente americano há mais de 134 mil casos suspeitos de zika e 2.765 confirmados, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), que advertiu que estes dados são conservadores, já que 80% dos infectados não chegam a desenvolver sintomas.

A presença do vírus foi confirmada em 31 países e territórios do continente até agora.

Além de doar dinheiro, o Google publicará em suas plataformas conteúdo relativo ao zika e como prevenir o contágio, ajudará o Unicef a processar dados para "mapear" o vírus e lançará uma campanha de arrecadação.

Outro aspecto do plano é uma aliança com criadores de conteúdos no YouTube para que façam vídeos sobre o zika, que já deu como resultado um programa da Vila Sésamo que ensina as crianças a combater o mosquito e uma série de programas do médico Dráuzio Varella.

"Muitos criadores do YouTube têm uma voz importante e influente na plataforma. Estamos convidando vários deles no Brasil e na América Latina a criarem conteúdo sobre o zika e as medidas preventivas em seus canais no YouTube, para apoiar a concientização", disse Bianco.

O zika, que é original da África e tem sintomas parecidos à dengue, não existia na América até 2015, quando começaram a ser detectados casos em algumas ilhas do Caribe, mas hoje está presente na maioria dos países.

Brasil e Colômbia são dois dos países com mais casos da doença, que se suspeita que possa estar por trás de um aumento dos casos de crianças nascidas com microcefalia e também da síndrome neurológica de Guillain-Barré.

O Google lançará também uma campanha interna de arrecadação de fundos, com o objetivo de fornecer ao Unicef e à Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) mais US$ 500 mil.

Além disso, uma equipe de voluntários do Google, composto por engenheiros, designers e cientistas de dados, está ajudando o Unicef a processar dados de diversas fontes para rastrear o potencial risco de um surto de zika em diferentes zonas geográficas, com o objetivo de otimizar o uso dos recursos dos organismos e dos governos para combater o vírus.

"Acreditamos que a tecnologia pode ter um papel importante na solução de problemas. Por este motivo, quando interviemos em casos como este, ou como com o ebola ou na crise de refugiados na Europa, tentamos identificar o que o Google pode oferecer como empresa tecnológica além da contribuição econômica", ressaltou Bianco.

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