quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Guerra do rum esquenta entre a Bacardi e Cuba

Rótulos de Havana Club na destilaria da marca localizada na capital cubana Foto: Lisette Poole / Bloomberg/26-1-2015

 Uma antiga disputa judicial teve mais um desdobramento na terça-feira, quando a Bacardi, multinacional do setor de bebidas de origem cubana, hoje com sede nas Bermudas, solicitou explicações ao governo dos Estados Unidos em relação à marca Havana Club, devolvida pelos EUA à empresa estatal cubana de destilados Cubaexport. Cuba não pode vender seu rum nos EUA devido ao embargo comercial de Washington à ilha, mas espera, eventualmente, ter acesso ao maior mercado de rum do mundo, o americano, num momento em que as relações entre os dois países vêm melhorando.

Em janeiro, o Escritório de Registros e Patentes dos EUA decidiu permitir que a companhia estatal cubana Cubaexport registrasse o nome Havana Club nos Estados Unidos. O movimento foi estratégico para a Cubaexport e sua parceira francesa, a Pernod Ricard — segunda maior empresa do mundo no ramo de destilados —, para competir com a Bacardi no mercado dos EUA.

— O povo americano tem o direito de saber a verdade de como e por que esta ação sem precedentes, súbita e silenciosa foi feita pelo governo americano para reverter uma decisão de longa data, ferindo também leis internacionais — afirmou o vice-presidente da Bacardi, Eduardo Sanchez.

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A Bacardi deixou Cuba após a Revolução de 1959 e, posteriormente, adquiriu os direitos da marca Havana Club do antigo proprietário, cuja destilaria foi nacionalizada. O governo cubano não comentou o caso. E o Escritório de Registros e Patentes informou que não comenta casos específicos.

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