quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Ex-presidente francês Sarkozy é indiciado por gastos ilegais de campanha

O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, deixa sua residência em Paris; O político está sob investigação formal por tentativa de influência em campanha eleitoral de 2007, informou o Ministério Público

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi indiciado nesta terça-feira por financiamento ilegal de sua campanha presidencial em 2012, anunciou o procurador da República de Paris, em um comunicado. O ex-chefe de Estado (2007-2012) foi ouvido durante toda a manhã por um juiz que investiga o caso e há suspeita que suas contas de campanha foram fraudadas para esconder uma explosão do teto legal das despesas de 22,5 milhões de euros (cerca de 90 milhões de reais).

Sarkozy já havia sido indiciado em julho de 2014 por corrupção e por tráfico de influência em outro caso. O novo indiciamento representa um novo obstáculo à sua candidatura às eleições presidenciais de 2017.

Sua convocação pelos juízes não foi uma surpresa, pois a investigação realizada desde fevereiro de 2014 sobre contratos superestimados entre o seu partido, a UMP (sigla de União para um Movimento Popular, que posteriormente adotou o nome Os Republicanos) e a empresa de serviços Bygmalion revelou um complexo esquema destinado a ocultar que suas contas de campanha para as eleições de 2012 tinham superado e teto legal estipulado pela Justiça eleitoral francesa. No total, 18,5 milhões de euros teriam sido indevidamente incluídos no orçamento da UMP e não na campanha.

Treze pessoas foram indiciadas neste caso (membros do Bygmalion, da UMP e da equipe de campanha). Nenhuma delas acusou diretamente Sarkozy, que afirma que ignorava totalmente a existência de um sistema de contas falsas, notas frias e caixa-dois. No entanto, a investigação demonstrou que o candidato tinha sido advertido por assessores sobre os riscos do aumento de gastos. Apesar disso, mais comícios foram organizados e mais dinheiro foi gasto.

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