Se para o funcionário a competência do novo tempo é a adaptabilidade,
para um líder a regra de ouro é a capacidade de transformação do
negócio.
Novos e inéditos produtos são lançados continuamente fazendo da
incerteza uma constante no mercado. Não há como escapar da disrupção.
Mas, jogar todo o tempo no ataque não é a melhor estratégia para quem quer vencer, sugere estudo “O Mandato da Transformação” sobre liderança elaborado pela Heidrick Struggles.
O equilíbrio entre ataque e defesa deve nortear os executivos
para que as empresas consigam passar por transformações necessárias sem
perder competitividade. “Toda grande empresa sofre a ameaça da
disrupção e tem como desafio transformar algo que já funciona para
competir com o novo produto ou serviço. Isso é muito mais complicado
porque pressupõe mudanças no jeito de pensar, nos hábitos, crenças e em
uma série de fatores”, diz Darcio Crespi, sócio-diretor da Heidrick
& Struggles.
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Os executivos que conseguem adotar uma posição transformadora, por
excelência, são aqueles que seguem estas cinco regras essenciais,
propostas pelo estudo:
1. Motivar a equipe e abraçar a mudança disruptiva
Ao mesmo tempo em que o executivo trabalha para melhorar a
competitividade das operações também deve lançar mão de estratégias de
reinvenção do negócio. É só a partir da sustentabilidade da empresa,
também do ponto de vista financeiro, que é possível ter fôlego para
apostar também em iniciativas disruptivas.
O sócio-diretor da Heidrick Struggles aponta dois erros em que podem
incorrer os executivos e, consequentemente, comprometer o sucesso na
liderança. “O primeiro é não enxergar que a indústria está sendo afetada
pelas mudanças. O segundo é enxergar e, no entanto, desenvolver
iniciativas dentro de uma estrutura antiga.
Se é para abraçar o novo, que seja por inteiro, dando liberdade e voz
aos envolvidos nas novas estratégias, indica Crespi. “Sem suporte ou
investimento é impossível prosperar”, diz.
2. Coragem para investir em curto e longo prazo
É preciso muita coragem para enfrentar conselhos de administração e
acionistas ávidos por resultados rápidos. O gestor de sucesso sabe que
agir velozmente em busca de retorno imediato é tão importante quanto
investir em ações de retorno mais demorado.
Um erro grave ocorre quando a pressão dos investidores fala mais alto,
calando os investimentos de longo prazo. “ É claro que na crise, é
preciso cortar investimentos. Mas o pensamento deve ser o de cortar
porque é preciso naquele momento, o que não significa largar mão”, diz
Crespi.
3. Aceitar que a vida útil de uma estratégia pode diminuir
Cultura de inovação e baixa resistência a mudanças fazem parte do DNA de
líder vencedor. Mudanças no cenário podem comprometer o sucesso de
estratégias já estabelecidas. Por isso, adaptações são, na maior parte
das vezes, fundamentais.
Exemplo: uma empresa líder de mercado vê seu principal concorrente ser
comprado por uma multinacional estrangeira. Seguir com a mesma
estratégia, que vinha dando resultado até então, pode não garantir mais a
liderança neste novo ambiente que se formou.
4. Nortear-se por resultados duradores
Mudar a estratégia não significa mudar o propósito da organização. É a
constância no propósito o alicerce que sustenta o negócio . De acordo
com Crespi, empresas que mudam seu propósito constantemente estão
fadadas a três destinos: quebrar, mudar de dono ou ter algumas de suas
áreas vendidas.
5. Atrair talentos excepcionais
Sem uma ótima equipe nenhuma das regras acima sai do papel, diz o
sócio-diretor da Heidrick Struggles. “Atrair talentos é primeira missão
de um líder ”, diz. De acordo com ele, de nada adianta ter uma boa
estratégia financeira ou para inovação, se não há um planejamento de
recursos humanos. “Se uma estratégia consistente de recursos humanos, a
empresa está fadada a reunir funcionários medíocres”, diz Crespi.