quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Agente da Polícia Federal de Brasília ganha o apelido de ‘japonês da Zelotes’


 O japonês da federal Newton Ishii, à esquerda durante operação, e o japonês da Zelotes, Roberto Shiniti, em foto do Sindicato dos Policiais da PF
 
Encarregado de escoltar os lobistas presos na Operação Zelotes para a semana de depoimentos na 10ª Vara Federal em Brasília, o agente Roberto Shiniti Matsuuchi foi logo apelidado de o ‘japonês da Zelotes’ pelos jornalistas e colegas da Polícia Federal.  A semelhança física com o agente da Lava-Jato Newton Ishii é impressionante e ambos desempenham o mesmo papel nas operações, de escoltar réus presos.
Em Curitiba, o ‘japonês da federal’, Newton Ishii, chamou atenção ao escoltar políticos e grandes empresários na Operação Lava-Jato. Com isso virou até marchinha e máscara de carnaval.
Na Zelotes, Shiniti, ou China, como é conhecido pelos colegas, escolta diariamente um dos seis réus presos na Operação que são levados desde segunda-feira (25) da carceragem ao fórum onde ocorrem as audiências da ação penal decorrente da operação. Colegas brincam com a semelhança e dizem que o japonês deles é o falsificado, já que o verdadeiro está em Curitiba, na Lava-Jato.
Tanto Ishii como Shiniti são descendentes de japoneses, têm a mesma altura, cabelo grisalho e ficam praticamente idênticos com o uniforme preto da PF.
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Com 28 anos de polícia, Shiniti está prestes a se aposentar, assim como o seu colega de Curitiba. Os policias se conheceram em operações, já que Shiniti já percorreu o País pela PF.

Uma das grandes operações do ‘japonês da Zelotes’ foi a que prendeu o ex-deputado Hildebrando Paschoal,  acusado de liderar um grupo de extermínio que atuou no Acre durante a década de 90. O grupo ficou conhecido pela crueldade, como o uso de uma motosserra para matar oponentes. Paschoal continua preso em presídio de Segurança Máxima no Acre.
De casos famosos, Shiniti também atuou na escolta de Fernandinho Beira-Mar, um dos maiores traficantes do País.
Faixa preta em karatê, o 'japonês da Zelotes' herdou do pai, imigrante japonês, a paixão pela polícia e pelo treinamento. Além de atuar em operações, ele sempre trabalhou como professor e em treinamentos de ponta da PF. Antes de virar professor foi treinado pela Swat americana, em Miami. Na PF atuou ainda no Comando de Operações Táticas (COT), a tropa de elite da PF.
Seis lobistas estão presos desde outubro de 2015 em Brasília. A denúncia tem ainda outros 10 réus.
A Operação Zelotes apura suspeitas de manipulação de julgamentos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), da Receita Federal, com prejuízos estimados de R$ 19 bilhões em impostos e multas não pagos por empresas que haviam sido autuadas pela Receita. A Zelotes investiga ainda a 'compra' de medidas provisórias que desoneraram o setor automotivo. Seis lobistas estão presos desde outubro de 2015 em Brasília. A denúncia tem ainda outros oito réus.

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