terça-feira, 17 de maio de 2016

Traficantes de pessoas geraram na Europa mais US$ 5 bilhões

Refugiados presos na Grécia observam navios, em Atenas, dia 11/03/2016
As redes de traficantes de pessoas na Europa geraram em 2014 entre US$5 e US$ 6 bilhões, o que transforma esta atividade em uma das mais lucrativas para a criminalidade organizada, revelaram nesta terça-feira as agências policiais Europol e Interpol.
Em um estudo conjunto divulgado hoje, as agências policiais destacam que a entrada à Europa de 90% de imigrantes e refugiados no ano passado esteve "predominantemente facilitada" por componentes de uma rede de delinquentes.
As grandes rotas de entrada clandestina na União Europeia (UE) oscilam em função de fatores como o controle das fronteiras, indica o comunicado divulgado pela Interpol.
O tráfico de pessoas é "um negócio multinacional" no qual estão envolvidos suspeitos de mais de cem países e seus organizadores se movimentam mediante redes que se caracterizam pela flexibilidade interna.
Nessas redes são identificados líderes que coordenam o tráfico através de uma determinada rota, assim como organizadores que administram a atividade localmente através de contatos pessoais e "facilitadores".
Segundo a Europol e Interpol, seus integrantes costumam estar relacionados com outras atividades criminosas.
E embora não se possa falar de um vínculo sistemático entre o tráfico de imigrantes e o terrorismo, "há um risco crescente" de que os chamados "combatentes estrangeiros" (jihadistas que foram lutar em palcos de conflito como a Síria e Iraque) se introduzam na Europa entre os fluxos de imigrantes.
As duas organizações avisaram igualmente do risco de exploração laboral e sexual aos quais estão submetidos os imigrantes para pagar a quantia exigida pelos traficantes.
O diretor da Europol, Rob Wainwright, comentou que este estudo conjunto põe em evidência "o enorme papel que têm as redes de criminalidade organizada na crise de imigração" e que a UE e seus países-membros devem lutar contra elas da forma mais contundente.
Para o secretário-geral de Interpol, Jürgen Stock, a crise migratória não pode ser abordada pela polícia ou pelos responsáveis políticos separadamente.
Stock destacou que, nesse contexto, esta análise deve servir para uma série de ações conjuntas na Europa e no mundo todo.

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