terça-feira, 15 de março de 2016

Furnas tinha esquema parecido com da Petrobras, diz Delcídio

Usina hidrelétrica de Furnas

 Um esquema de corrupção semelhante ao descoberto na Petrobras também existiu na empresa Furnas "por vários governos" e "não há dúvidas" de que a empresa "foi usada sistematicamente para repassar valores para partidos", disse o senador Delcídio do Amaral (MS) em sua delação premiada, homologada e divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira.

As propinas teriam sido comandadas pelo ex-diretor de Engenharia da empresa Dimas Toledo, e beneficiado "sem dúvida" o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente do PP, José Janene, bem como o PT, segundo o Delcídio.

Furnas é a maior e mais lucrativa das subsidiárias da Eletrobras, com 17 hidrelétricas, além de termelétricas, usinas eólicas e 24 mil quilômetros em linhas de transmissão pelo país. A companhia registrou lucro líquido de 394 milhões de reais nos primeiros nove meses de 2015.

Segundo o senador, o "esquema de Furnas...era grande", o que fazia da companhia "a jóia da coroa da Eletrobras, sendo a mais cobiçada pelos partidos".

As práticas, no entanto, teriam sido freadas por uma reestruturação da diretoria da estatal pela presidente Dilma "há uns quatro anos atrás".

Em 2011, o engenheiro Flávio Decat, considerado de perfil técnico, assumiu a presidência de Furnas, cargo que ainda ocupa.

"Esta mudança na diretoria de Furnas foi o início do enfrentamento de Dilma Rousseff e (o presidente da Câmara) Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pois este ficou contrariado com a retirada de seus aliados de dentro da companhia", afirmou Amaral.

O senador disse em sua delação que a presidente "teve praticamente que fazer uma intervenção na empresa para cessar as práticas ilícitas, pois existiam muitas notícias de negócios suspeitos e ilegalidade" e que, ao que parece, "a coisa passou da conta".

Procurado via assessoria de imprensa do PSDB, Aécio Neves não respondeu imediatamente. Eletrobras e Furnas também não comentaram imediatamente

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