terça-feira, 1 de março de 2016

EUA não poderão passar sem motores de foguete russos

Funcionários da empresa russa Energomash junto a motores de foguete RD-180, preparados para ser transportados para os EUA, Moscou, Rússia

As empresas norte-americanas United Launch Services (ULA) e Aerojet Rocketdyne assinaram contratos com o Departamento de Defesa dos EUA de 46,6 e 115,3 milhões de dólares para desenvolver até o fim de 2019 propulsores de foguetes para substituir os russos RD-180, que o país tem utilizado até agora, informou o Pentágono.

 A empresa Aerojet Rocketdyne deve elaborar um protótipo de propulsor AR1 e a ULA deverá efetuar a montagem do propulsor Vulcan BE-4 e o sistema de propulsão do foguete Advanced Cryogenic Evolved Stage (ACES).

Estas elaborações de ambas as empresas norte-americanas devem ser entregues ao Pentágono até o fim de 2019.

No meio de divergências políticas com a Rússia, o Congresso norte-americano proibiu em 2014 comprar motores russos RD-180. Entretanto, essas compras foram permitidas novamente em dezembro de 2015. Entretanto, tornou-se público que o Pentágono planeja substituir os RD-180 por motores produzidos nos EUA.

 O membro do Conselho de Especialistas da Comissão Militar e Industrial, o especialista militar Viktor Mukharovsky considera que os norte-americanos não conseguirão criar propulsores para foguetes em um período tão curto.

“Não é segredo que, no período da escalada das relações com a Rússia, o orçamento dos EUA não previa compras de propulsores russos. Mas a vida obriga e, no orçamento para 2016, já previam a compra de 20 propulsores RD-180 e ao mesmo tempo iniciam o seu programa para elaborar os seus próprios propulsores. Como me parece, o prazo para tal projeto é bastante irrealista. Já desde os meados dos anos 90, quando começámos a fornecer-lhes os nossos propulsores, tentaram copiá-los. Nada deu certo”, afirmou Mukharovsky.

 Na sua opinião, não será possível criar o novo propulsor a partir de componentes que usam oxigênio líquido e querosene. Mukharovsky pensa que este passo é só um jogo da política interna norte-americana. Pode ser que, quando o novo presidente chegar, os norte-americanos retornem às compras de propulsores russos porque não há análogos quanto à sua eficiência e qualidade.

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