segunda-feira, 16 de maio de 2016

Embraer avalia recorrer à OMC contra subsídios canadenses

Lineage 1000-E da Embraer
Embraer pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra subsídios canadenses concedidos à rival Bombardier, afirmou um executivo sênior da fabricante brasileira de aeronaves nesta segunda-feira.
Paulo Cesar Silva, presidente da divisão de aviação comercial da Embraer, afirmou em entrevista telefônica que o financiamento do governo canadense dá à Bombardier uma vantagem injusta nas campanhas de vendas em que o modelo C Series, da Bombardier, compete contra os E-Jets, da Embraer.
"A OMC eventualmente é uma alternativa, mas claro que isso a gente tem que avaliar bem, conhecer mais detalhes das operações e da estrutura que está sendo montada. Não existe uma decisão, mas teoricamente seria uma das opções", afirmou o executivo.
"Um outro canal poderia ser conversas de governo a governo. Isso seria talvez até o ideal para evitar uma disputa", acrescentou o executivo.
Brasil e Canadá se envolveram em disputas na OMC ao longo das últimas duas décadas sobre o apoio governamental para a Embraer e a Bombardier.
A Bombardier garantiu 1 bilhão de dólares para o programa de desenvolvimento do C Series junto ao governo de Quebec no ano passado e pediu ao governo federal do Canadá a mesma quantia.
As preocupações da Embraer sobre o financiamento cresceram ao longo do mês passado, quando a Bombardier venceu com uma proposta agressiva contrato para venda de 75 aviões para a companhia aérea norte-americana Delta Air Lines.
"Em função dos apoios dados à Bombardier, ela tem sido bastante agressiva nas campanhas ao ponto de oferecer os aviões a um preço inferior ao de custo. É o que os números indicam", disse Silva.
"Isso causa uma distorção grande no mercado. Não estamos mais competindo com uma empresa privada, estamos competindo com o governo do Canadá", acrescentou o executivo. "
O governo canadense está fazendo um resgate da Bombardier. E quem está pagando isso é o contribuinte canadense."
Procurados, representantes da Bombardier disseram que o acordo acertado com a Delta está dentro das regras da OMC e que a companhia ainda não recebeu qualquer recurso da província de Quebec porque a transação ainda não foi finalizada.
"Estes comentários (da Embraer) não são baseados em fatos. A seleção da Delta foi baseada na performance provada da aeronave", afirmou a Bombardier.

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