segunda-feira, 23 de maio de 2016

Brasil estuda vender sobras de energia à Argentina

Transmissão de energia elétrica
O atual cenário de retração econômica tem gerado perspectiva de sobra de energia elétrica no Brasil nos próximos anos, o que faz com que o governo já negocie com a Argentina um contrato firme para exportação de eletricidade ao país vizinho, afirmaram nesta segunda-feira autoridades do setor elétrico do Brasil.
Segundo o diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, as tratativas já começaram, mas ainda não há um prazo estabelecido para a definição sobre essas negociações.
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"Nós temos sobras contratuais de energia para um ou dois anos. Não queremos mais vender sobras, mas sim contratos com a Argentina", disse ele, em evento do setor no Rio de Janeiro.
Nos últimos anos, o Brasil tem adotado acordos de cooperação com vizinhos como a própria Argentina, além de Uruguai e Chile, que preveem cooperação no fornecimento de energia por meio de trocas entre os países.
Em situações de emergência ou necessidade, o país que tem sobras envia carga para o vizinho por determinado período, com a obrigação de devolução dessa energia em um intercâmbio futuro.
Como as relações baseiam-se no envio e devolução de eletricidade, não há definição de preços nessas transações, apenas dos montantes envolvidos.
"Acho que estamos em condições de pensar um fornecimento para a Argentina em bases mercantis", afirmou Barata.
O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Tiago Correia também falou sobre a possibilidade de alterar o atual regime de exportação de energia.
"A relação mais comum era da troca através de escambo. Por exemplo, no inverno da Argentina a gente mandava energia ou gás para eles para serem usados no aquecimento local. Depois, no verão, eles devolviam para nós”, explicou.
Segundo o diretor da Aneel, há várias formas para se viabilizar esse contratos mercantis de energia. Ele afirmou que as autorizações para as operações devem passar pelo Ministério de Minas e Energia e pela própria agência reguladora.

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