O segredo da franquia Rei do Mate para crescer na crise
Quem não conhece a marca Rei do Mate?
Presente em 80 cidades do país, esta tradicional rede de cafeterias tem
em seu carro chefe de vendas o mate gelado e o pão de queijo – por mês,
a rede comercializa nada menos que 8 milhões de unidades do salgado,
1,7 milhão de copos de chá e 80 toneladas de açaí.
Com números tão impressionantes, não seria de espantar se os donos da
rede quisessem apenas administrar seus ganhos, sem mexer no time que
está ganhando, certo? Mas não é assim que acontece. Com 342 unidades, a
rede continua em busca de franqueados para expandir ainda mais, além da
preocupação constante com a atualização da marca.
Como fazer isso? “Inovação
o tempo inteiro. Precisamos sempre lançar coisas novas, estamos sempre
muito antenados com o mercado”, afirma Antonio Nasraui, diretor
comercial da marca e filho de seu fundador, o empresário Kalil Nasraui.
História
Nascida em 1978, numa época em que o Brasil ainda não sabia o significado da palavra franchising,
o Rei do Mate passou mais de uma década com apenas duas loja no centro
de São Paulo, fazendo sucesso entre patrões e empregados com seu mate
gelado.
O negócio era apenas uma das atividades do empreendedor Kalil Nasraui,
que também teve camisaria, posto de gasolina e lojas de artigos de
Natal. E talvez permanecesse assim, se não tivesse chamado a atenção do
filho Antonio.
Formado em economia e direito, o jovem decidiu que seu futuro
profissional estaria longe dos escritórios de advocacia e começou a
trabalhar com o pai em 1991. No ano seguinte, o Rei do Mate vendia sua
primeira franquia. “A gente tinha duas lojas na avenida São João e as
pessoas saíam da cidade inteira para ir tomar mate lá. Era um negócio
com muito potencial”, lembra Antonio Nasraui.
De lá para cá, muita coisa mudou no mundo do franchising, lembra. “O
setor se profissionalizou, cresceu, foram criadas regras, e hoje o
Brasil é um dos maiores mercados de franquias do mundo”, analisa.
Inovações
Outra coisa que mudou bastante foi a mentalidade do mercado. No início,
Antonio Nasraui conta que o Rei do Mate não divulgava a sua origem
paulistana da gema. “Cheguei a ouvir de uma síndica: ‘Com esse nome
vocês não vão lugar nenhum. O que pega são nomes em inglês’”, lembra o
empreendedor.
Hoje é bem diferente. As lojas da rede dão destaque para sua história e
ainda buscam outras formas de reforçar seu caráter 100% nacional, num
cenário com diversas marcas estrangeiras buscando espaço por aqui.
“Fizemos várias parcerias com artistas brasileiros. O Ziraldo criou o
reizinho maluquinho, Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga desenharam
uniformes para nossa equipe, Romero Britto e Gustavo Rosa desenvolveram a
arte para nossos copos”, elenca Antonio Nasraui.
Ele é a cabeça por trás das novas ideias do Rei do Mate. Além das
parcerias com artistas, em breve a rede terá wi-fi grátis em todas as
suas unidades, com o objetivo de reter o cliente por mais tempo em suas
lojas. “Quem quiser trabalhar num café, por exemplo, poderá procurar
nossas lojas. Precisamos inovar sempre”, afirma.
Futuros franqueados
O plano da rede é fechar 2016 com mais 20 a 25 unidades franqueadas.
Segundo Antonio Nasraui, a crise econômica não é empecilho. “Quando nós
não estivemos em crise?”, brinca. No ano passado, o Rei do Mate abriu
22, mas fechou 16 lojas, um número recorde para a marca.
Porém, os donos não se desesperam com o cenário político-econômico.
“Nosso ticket é baixo. Num momento de crise, o consumidor deixa de
comprar itens mais caros, mas não deixa de gastar com o pão de queijo”,
explica.
Quem estiver interessado em abrir uma unidade da marca precisa estar
preparado para trabalhar duro, avisa. “Se a pessoa não gosta de
comércio, esquece. Também não funciona para a pessoa que quer deixar
tudo na mão de funcionário e só passar no fim de semana. Tem que operar o
negócio”, afirma. O investimento para abrir uma loja vai de 250 mil a
500 mil reais.
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