quinta-feira, 21 de abril de 2016

Dólar tem leve alta sobre o real com melhora externa

Nota de dólar; alta

  O dólar fechou com leve alta frente ao real nesta quarta-feira, após o avanço nos preços do petróleo alimentar o bom humor nos mercados externos, mas com as incertezas sobre a equipe econômica e a atuação do Banco Central mantendo pressão sobre a moeda.

O dólar avançou 0,12 por cento, a 3,5325 reais na venda, após subir mais de 1 por cento na máxima da sessão e atingir 3,5673 reais. A moeda norte-americana havia recuado quase 2 por cento no pregão passado.

O dólar futuro era negociado praticamente estável no final da tarde.

"Houve uma melhora generalizada nos mercados do resto do mundo que ajudou o real no começo da tarde", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Após chegarem a derrapar no início da sessão, os preços do petróleo voltaram a subir no fim da manhã e aceleraram os ganhos na parte da tarde, encerrando a sessão em alta, influenciados por dados mostrando aumento menor que o esperado nos estoques dos Estados Unidos.

O dólar recuava contra moedas como os pesos chileno e mexicano.

Mais cedo, o dólar chegou a subir com mais força após notícias veiculadas na imprensa indicarem que pessoas cotadas para encabeçar a equipe econômica no provável governo de Michel Temer, como o ex-presidente do BC Armínio Fraga e o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda Marcos Lisboa, já teriam recusado o convite.

"Agora o mercado vê o afastamento (da presidente Dilma Rousseff) como dado e está focado em detalhes do governo Temer. Com a crise econômica como está, parece que não vai ser muito fácil encontrar quem aceite segurar o tranco", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

A perspectiva de uma equipe de formação técnica e de postura econômica mais ortodoxa vinha animando o mercado nas últimas semanas.

Uma fonte com conhecimento do tema afirmou à Reuters que o presidente da Febraban, Murilo Portugal, é o nome mais forte neste momento para assumir a Fazenda em eventual novo governo.

Também contribuiu para pressionar para cima a moeda norte-americana, pelo menos na primeira metade do pregão, a atuação do BC, que vendeu a oferta integral até 20 mil swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares. A ação foi bem menos intensa do que nas últimas semanas, quando o BC chegou a realizar cinco leilões de até 80 mil swaps reversos em um único dia. Uma fonte da equipe econômica disse à Reuters na véspera que o BC vai trabalhar com uma "mão mais leve" no mercado de câmbio no curto prazo.

O BC também informou na noite passada que não fará mais leilões de rolagem dos swaps tradicionais que vencem no mês que vem, equivalentes a venda futura de dólares. Com isso, deixará vencer o correspondente a 8,6 bilhões de dólares, que ajudarão a reduzir o estoque de swaps tradicionais, além dos cerca de 31 bilhões de dólares em swaps reversos até agora.

O estoque de swaps, no início do mês, estava em torno de 100 bilhões de dólares.

"O BC tem conduzido o câmbio com bastante prudência, adequando-se às necessidades do mercado. Isso dá alguma segurança para o operador", disse o operador de um banco internacional.

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