A Codelco, maior produtora de cobre
do mundo, disse que a abundância global vai persistir neste ano e no
próximo, e rejeitou as insinuações de que o ganho recente dos preços
teria chances de perdurar.
O metal provavelmente vai flutuar em torno de US$ 2 a US$ 2,10 por libra
durante dois anos, com extrema volatilidade, disse o Óscar
Landerretche, presidente do conselho, em uma entrevista na Flórida.
Depois do excedente deste ano e de 2017, o mercado poderia oscilar para
um déficit de 50.000 a 100.000 toneladas em 2018, e a escassez poderia
subir para 300.000 a 400.000 toneladas em 2019, disse ele.
O cobre se recuperou de uma baixa de seis anos em janeiro após ter
afundado 25 por cento no ano passado porque a desaceleração do
crescimento na China prejudicou a demanda do maior usuário e provocou uma abundância mundial.
A queda forçou as mineradoras, incluindo a Codelco, com sede em
Santiago, a controlar os custos, e outras, como a Glencore, fecharam
minas para reduzir a oferta. O CEO da Glencore, Ivan Glasenberg, disse
na terça-feira que agora vê os preços das commodities chegando ao fundo
do poço.
No mercado, quem acredita que o cobre vai ficar acima de US$ 3 por libra
“deve ter alguma informação secreta que nós desconhecemos”, disse
Landerretche, na terça-feira, em uma conferência sobre mineração. “Isso
não parece muito plausível”.
O cobre para entrega em três meses subiu 0,5 por cento, para US$ 4,716 a
tonelada, na London Metal Exchange na terça-feira, o equivalente a US$
2,14 por libra, e ampliou o avanço da quarta-feira para US$ 4,786.
Os preços estão 11 por cento mais altos que a baixa de US$ 4,318
registrada no dia 15 de janeiro, depois de terem subido 2,9 por cento em
fevereiro e registrado o maior ganho mensal desde abril.
A precificação de operações recentes de minas implicou que alguns
produtores esperam que o cobre fique significativamente mais alto no
longo prazo, disse Landerretche.
O acordo de US$ 1 bilhão da Sumitomo Metal Mining no mês passado para
aumentar sua participação em uma mina da Freeport-McMoRan refletiu um
preço implícito que excede os preços à vista atuais, de acordo com a
Sanford C. Bernstein.
O Goldman Sachs Group projetou mais perdas para o cobre neste ano,
dizendo no mês passado que não esperava uma recuperação material no
crescimento da demanda chinesa de metais.
É provável que haja um déficit no final da década, disse a BHP Billiton
na semana passada, pois a produção de cobre está limitada nas minas
existentes nos graus mais baixos.
Embora talvez algumas mineradoras pequenas com custos mais elevados
tenham que fechar para estabilizar os preços, uma grande proporção dos
produtores tem custos de caixa que os deixam “em cima do muro”, disse
Landerretche.
“Então, isso faz com que este tipo de situação seja angustiante”, porque
as mineradoras ainda estão tentando evitar o fechamento completo de
operações, disse ele.
Até o final de 2016, a Codelco terá reduzido os custos operacionais em
US$ 2,5 bilhões em dois anos e continua procurando mais formas de
economizar, disse ele.