segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Fabricante de larvicida suspenso no RS diz que produto é seguro .


O laboratório Sumitomo Chemical, fabricante do larvicida Pyriproxyfen, usado no combate às larvas do mosquito Aedes aegypti, saiu em defesa de seu produto. No sábado, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul suspendeu o uso do larvicida em água para consumo humano, após circularem notícias associando o produto à microcefalia. Em nota, o laboratório, assim como já tinha feito o Ministério da Saúde, informou que não há comprovação científica disso e disse que o larvicida é seguro.

A microcefalia é uma malformação em que os bebês nascem com a cabeça menor do que o normal, levando, em geral, ao retardo mental. Exames feitos por laboratórios ligados ao Ministério da Saúde apontam a ligação entre a epidemia da doença, que atinge principalmente o Nordeste, o vírus zika, transmitido justamente pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da chicungunha.

O fabricante destacou que o produto tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e é usado no combate ao Aedes aegypti, além de outras espécies como o Culex quinquefasciatus (pernilongo ou muriçoca) e a mosca doméstica.

"O produto é registrado desde 2004 e o Governo brasileiro o vem utilizando como inseticida-larvicida no combate ao Aedes aegypti. Pyriproxyfen também é registrado para o combate do Aedes aegypti em países como Turquia, Arábia Saudita, Dinamarca, França, Grécia, Holanda, Espanha. Na América Latina, República Dominicana e Colômbia vêm utilizando o produto desde 2010", destacou a nota do Sumitomo Chemical, afirmando ainda que o larvicida é aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Segundo a OMS, em seu documento Pyriproxyfen in Drinking-water, publicado em 2004 - também publicado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) em 2001 -, o Pyriproxyfen não é mutagênico, não é genotóxico, não é carcinogênico nem teratogênico. O produto foi submetido a rigorosos testes toxicológicos que não demonstraram efeitos sobre a reprodução, sobre o sistema nervoso central ou periférico", diz trecho da nota do laboratório.

No sábado, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul informou que o larvicida era usado em pequena escala no estado. "A decisão (de suspender o produto) deve-se à hipótese de que a substância pode potencializar a má-formação cerebral causada pelo zika vírus, levantada pela organização médica argentina Physicians in the Crop-Sprayed Towns. A suspensão já foi comunicada às 19 Coordenadorias Regionais de Saúde do Estado, que devem informar às Vigilâncias Municipais", diz trecho da nota da secretaria.

Também no sábado, o Ministério da Saúde informou que a secretaria gaúcha tem autonomia para decidir como utilizar o produto. Já o secretário de Saúde do estado e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), João Gabbardo dos Reis, tinha informado, por meio de nota, que a suspensão do uso do larvicida valeria até que houvesse uma posição do Ministério da Saúde sobre o tema.

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