Empresário mostra cartão que recebeu com xingamento, em Goiás (Foto: Arquivo pessoal)
O empresário William Antunes Severino, de 32 anos, que recebeu um cartão de crédito com um xingamento no lugar de seu sobrenome, decidiu processar a empresa Conta Super e a dona da bandeira, a MasterCard. Morador de Caçu, no sul de Goiás, ele diz que não solicitou o cartão e se espantou ao ver que era chamado de "William Filho da Puta". Constrangida, a mãe dele também entrou com uma ação contra as companhias.
O cartão pré-pago foi recebido no último
dia 8 de dezembro. No mesmo dia o empresário diz que passou a buscar
uma resposta das empresas, mas só foi atendido depois que o caso ganhou
repercussão. Mesmo assim, ele diz que a situação não teve um desfecho.
“Só me atenderam depois que a imprensa noticiou. Mesmo assim, ficaram de
me dar uma resposta e até agora nada. O desrespeito continua”, afirma.
Segundo
o empresário, que era cliente da Conta Super há pouco mais de dois
anos, ele suspeita que o xingamento ocorreu depois que ele fez uma
reclamação. "Tive um problema com uma transferência e liguei lá para
reclamar. Liguei nervoso, mas não xinguei ninguém. Pode ter sido isso,
algum atendente feito de sacanagem", pontua.
“Na
época eu achei que era brincadeira, mas, quando analisei a
correspondência, vi que era verdade. Até levei na esportiva no começo,
mas como me ignoraram, cancelei meu cartão antigo na Conta Super e pedi
uma explicação. Mas ainda assim nunca me ligaram”, conta.
Depois
de receber o cartão, William diz que o xingamento o trouxe vários
transtornos. “Não posso mais nem atender o telefone em casa, pois só me
chamam assim. Eu até tento encarar como brincadeira, mas meus pais, que
já são idosos, ficam muito nervosos. Minha mãe, em especial, se sente
realmente ofendida, pois fere a honra dela”, relatou.
Processos
Por
causa dos transtornos, o empresário e a mãe, a aposentada Jerônima
Severina Vieira, de 72 anos, decidiram processar as empresas e pedir
reparação por danos morais.
"A
situação toda só gera constrangimentos, ainda mais para a minha mãe.
Ela fica realmente nervosa quando alguém me chama assim. Isso faz mal
para a saúde dela e, por isso, decidimos entrar com os processos. Não
quero que mais ninguém passe por isso”, ressaltou William.
De
acordo com o advogado Andre Luiz Oliveira Camargos, que defende o
empresário e a mãe, a ação foi protocolada na Vara Cível de Caçu na
última quinta-feira (28). “São dois processos distintos, um do William e
outro da dona Jerônima, contra a Conta Super e a MasterCard. Ambos
pedem reparação por danos morais em função dos constrangimentos que os
envolvidos sofrem por causa do cartão com xingamento”, explica.
Em
nota, a assessoria de imprensa da MasterCard informou que, até a noite
de sexta-feira (29), a empresa não havia recebido nenhuma intimação
sobre o caso.
Em
dezembro passado, a companhia havia informado que não tem
responsabilidade pela administração do cartão, cabendo esta função ao
banco emissor. A empresa destacou ainda que não possui "informações
pessoais dos correntistas, sendo essas de propriedade exclusiva dos
bancos emissores dos cartões MasterCard".
Já
a Conta Super, na época, disse que lamentava o ocorrido e esclareceu
que o processo de personalização de cartões dá ao cliente a liberdade de
escrever, mediante o uso de senha pessoal, o nome pelo qual quer ser
chamado. Mesmo assim, uma ferramenta verifica, automaticamente, a
impressão de "termos impróprios". O comunicado explicou ainda que esse
sistema sofreu um problema temporário, que já foi resolvido.