Segundo a agência internacional de
noticias EFE, Obama nesta manhã discursou em evento na Casa Branca e
destacou a "paz entre nações" em seu discurso.
Obama também falou sobre o papel da ONU nessa questão, e que seria
importante um líder que levasse a ONU a um padrão mundial de pacificador
e apoio institucional as crises de guerra que abrangem o mundo, além da
luta contra a fome e a discriminação. Segundo o presidente dos Estados
Unidos, Lula é a pessoa ideal para ocupar o cargo, o ex-presidente
segundo ele, levou o Brasil a um patamar incrível enquanto foi
presidente, na luta contra a pobreza e a fome, além dos acordos
internacionais.
Em 2010, o ex-presidente disse que não deve ocupar um cargo como este,
pois o cargo de secretário-geral da ONU deve ser exercido por um
técnico, e não por um ex-presidente.
O secretário-geral das Nações Unidas é o mais alto funcionário das
Nações Unidas. Roosevelt chegou a nomeá-lo como “moderador do mundo”, e
na Carta das Nações Unidas, a posição é descrita como “chefe
administrativo oficial”. E segundo consta, esse é o próximo passo
almejado pelo presidente Lula
A nomeação do secretário-geral é feita pela Assembléia Geral, após
recomendação do Conselho de Segurança (passível de veto). Atualmente, o
mandato do cargo consta de cinco anos, podendo estender-se por um
segundo termo, sendo utilizado também o critério de rotação geográfica e
da origem distinta dos membros permanentes do Conselho de Segurança.
Basicamente, trata-se do exercício da diplomacia e mediação sobre
questões globais.
Em visita ao Oriente Médio, Lula colocou-se em posição de mediador dos
conflitos Israel/Palestina. O porta voz da presidência da Palestina
declarou que “[…] ele poderia ser um ótimo secretário-geral da ONU, pois
é um homem de paz e de diálogo e sabe negociar de maneira inteligente e
admirável”. E, em mais uma de suas típicas metáforas, Lula disse que “O
vírus da paz está comigo desde que eu estava na barriga da minha mãe”.
São 8 os que ocuparam o posto de Secretário-Geral da ONU: Trygve Lie
(Noruega), Dag Hammarskjöld (Suécia), U Thant (Mianmar), Kurt Waldheim
(Áustria), Javier Pérez de Cuéllar (Peru), Boutros Boutros-Ghali
(Egito), Kofi Annan (Gana) e Ban Ki-moon (Coréia do Sul). Se por um lado
o posto de Secretário-Geral exige muito jogo de cintura, por outro é
uma posição de extrema visibilidade.
O mandato do atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vai até o final
de 2016. Assim, a escolha formal de quem vai sucedê-lo ocorrerá em
meados de 2016, daqui a aproximadamente 1 ano e meio. O mandato é de 5
anos renovável por mais 5, pois apesar de formalmente não haver um
limite de mandatos consecutivos, o limite de dois mandatos tem sido uma
tradição muito forte quanto ao cargo. Assim, os próximos 10 anos do
cargo mais importante da ONU podem estar em jogo, e nesse caso, mesmo 1
ano e meio antes da decisão final, as negociações quanto às candidaturas
já estão ocorrendo com relativa intensidade.
Uma vez que o desafio principal da eventual candidatura de Lula seria
não ter o veto de nenhum dos cinco membros permanentes do Conselho de
Segurança da ONU, é preciso analisar as condições políticas de cada um
desses cinco membros. É aí que reside a grande particularidade deste
momento histórico que favorece a eleição de Lula. Nos Estados Unidos, é
Barack Obama, do Partido Democrata, e não um presidente do Partido
Republicano, que será o chefe de Estado do país durante todo o processo
de negociação e eleição. Na França, é François Hollande, do Partido
Socialista, que em 2012 venceu Nicolas Sarkozy e encerrou 17 anos
seguidos em que os conservadores estiveram na presidência do país, que
será o chefe de Estado no processo. No Reino Unido, haverá eleições
gerais em maio de 2015, e o favorito para ser eleito primeiro-ministro é
o atual líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, que disputará o
cargo com o atual primeiro-ministro do Partido Conservador, David
Cameron. Se Miliband vencer, estará no cargo desde um ano antes da
escolha de próximo secretário-geral da ONU, ou seja, será a liderança
decisiva do Reino Unido quanto à posição do Reino Unido. Na Rússia, o
presidente durante todo o processo será Vladimir Putin, que muito
dificilmente vetaria o nome de Lula, não só pela questão dos BRICS, mas
por questões geopolíticas até mais amplas. Quanto à China, o nome de
Lula atenderia a requisitos importantes do país, como o aumento da
inserção da China na economia mundial através das parcerias globais que o
país está estabelecendo com países de todos os continentes, incluindo
fortemente América Latina e África.
E qual é a importância de ser secretário-geral da ONU? Hoje em dia, há
diversos temas de enorme importância que por sua natureza precisam de
uma instância global de administração, porque afetam necessariamente a
todos de uma forma intensamente difusa e inter-relacionada. Como exemplo
posso citar três assuntos, importantíssimos. A preservação do meio
ambiente (dentro da qual se inclui o aquecimento global) a gestão do
armamento nuclear (que tem o potencial de destruir a civilização humana)
e a administração da Internet (pela exponencial interconexão que gera
entre as populações dos países). O mundo precisa de uma ONU que cumpra
seu necessário papel, e por isso um secretário-geral que a faça
funcionar com legitimidade popular e poder institucional relativamente
efetivo é fundamental neste momento da história.
E qual seria o caminho concreto mais efetivo para que Lula fosse eleito
secretário-geral da ONU em 2016? Obviamente, o próprio Lula teria que
aceitar se candidatar. A única possibilidade disso acontecer me parece
que é a formação de um movimento mundial em torno de seu nome composto
de duas vertentes essenciais: 1) a formação e divulgação de uma lista de
mais de 100 chefes de Estado e de governo do mundo apoiando a escolha
de Lula como o próximo secretário-geral da ONU. 2) a expressão,
organização e articulação popular em todo o mundo, especialmente na
Internet e particularmente nas redes sociais, espaços em que os povos da
Terra poderão se comunicar e se organizar mais eficazmente para ajudar a
colocar no principal cargo da instituição que é o embrião do país
planeta Terra uma pessoa que já provou que é capaz de se tornar o
primeiro líder genuinamente mundial da história deste pálido ponto azul
da nossa galáxia.
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