quinta-feira, 31 de março de 2016

BlackRock cortará cerca de 400 empregos, dizem fontes

Logotipo da gestora BlackRock em um prédio de Nova York

A BlackRock planeja eliminar cerca de 400 empregos na que poderia ser a maior rodada de demissões até agora no maior administrador de recursos do mundo, segundo fontes do setor.

Os cortes, equivalentes a cerca de 3 por cento dos 13.000 funcionários da empresa, serão anunciados nas próximas semanas, disseram as fontes, que solicitaram anonimato por não estarem autorizadas a falar.

Apesar dos cortes, a empresa continuará investindo e contratando em áreas fundamentais e prevê acabar o ano com um número maior de funcionários, segundo uma fonte.

Farrell Denby, porta-voz da empresa, não quis comentar. Em um memorando enviado para os funcionários, a BlackRock disse que os cortes de empregos ainda não foram finalizados e que os afetados pelas mudanças serão tratados de forma justa e com respeito.

“Ser líder global exige reavaliarmos constantemente nossa organização em busca de formas de servir melhor os clientes, operar com mais eficiência, concentrar recursos em prioridades estratégicas e criar novas oportunidades para nossos funcionários mais fortes”, disse a empresa no memorando do presidente Rob Kapito e do diretor operacional Rob Goldstein.

Oscilações

O CEO Laurence D. Fink disse em janeiro que as oscilações do mercado no começo deste ano poderiam pressionar as empresas a cortar empregos.

Projeta-se que a receita da BlackRock crescerá só 1 por cento no primeiro trimestre e cairá no segundo, segundo onze analistas consultados pela Bloomberg.

A única outra ocasião em que a BlackRock cortou empregos em uma escala similar foi em 2013, após uma reorganização, mas a empresa encerrou aquele ano com mais funcionários.

A BlackRock está seguindo vários gestores de recursos e demitindo funcionários em um momento em que a volatilidade do mercado acionário corrói as taxas obtidas com a administração de ativos de clientes. As ações do mundo medidas pelo índice MSCI ACWI caíram quase 12 por cento neste ano até o dia 11 de fevereiro, mas depois reduziram as perdas para 1,2 por cento até terça-feira.

“Ter um declínio do mercado como este nas duas primeiras semanas do ano na minha cabeça gera negatividade em toda a economia”, disse Fink em uma entrevista para a CNBC no dia 15 de janeiro. “Eu realmente acredito que começaremos a ver mais demissões em meados do primeiro trimestre e, com toda certeza, no segundo”.

Demissões

Os lucros da empresa no trimestre passado ficaram abaixo das estimativas dos analistas por causa do crescimento dos gastos, incluindo custos de compensação. Os analistas projetam que a receita líquida cairá 12 por cento no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, para US$ 727 milhões, segundo nove estimativas compiladas pela Bloomberg.

A empresa eliminou cerca de 300 postos de trabalho, ou menos de 3 por cento da sua força de trabalho, na rodada anterior de cortes, realizada há três anos. Essa redução fez parte de uma reorganização que incluiu a reforma de suas unidades de investimento em 2012 e estava focada em melhorar o desempenho. Desde então, o número de funcionários aumentou em cerca de 2.500 pessoas.

Os ajustes atuais têm base mais ampla e serão implementados em várias regiões e divisões, disse uma das fontes. O objetivo é modernizar a empresa e transferir recursos para as áreas com mais oportunidades de crescimento, disse a fonte.

Fink e Kapito dirigiram três reorganizações nos últimos quatro anos. Eles promoveram executivos mais jovens para posições seniores depois que vários dos cofundadores da empresa saíram ou se aposentaram de posições ativas.

A companhia reorganizou suas fileiras seniores neste ano e em 2014, expandiu sua diretoria, criando funções novas para pelo menos dez executivos seniores.

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