A incerteza sobre o futuro do Reino Unido pelo referendo de saída da União Europeia de 23 de junho pesa sobre as perspectivas de crescimento econômico do país, alertou o FMI nesta quarta-feira.
Estimava-se que a economia britânica cresceria 2,2% em 2016 e 2017, em
relação a 2015, lembrou o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Entretanto, "a incerteza associada ao resultado do referendo sobre a
permanência na UE poderá pesar na perspectiva", indicou o Fundo.
Segundo o FMI a isso podem ser somados outros fatores, como "os golpes potenciais ao crescimento mundial".
O primeiro-ministro britânico David Cameron, que conseguiu um acordo com
os demais Estados-membros para melhorar as condições da permanência
britânica na UE, já advertiu que a saída do bloco europeu ameaçará a
segurança nacional e a economia.
"Avaliar em quanto a decisão de abandonar a UE afetaria a economia é
difícil, dado que os termos de ficar na UE estão sendo negociados e a
natureza das relações com a UE depois da saída é desconhecida", estimou o
FMI em sua última previsão das perspectivas britânicas.
Antes, inclusive, "o debate sobre a saída poderia abrir um período de
incerteza que poderá impactar nos investimentos", acrescentou.
Cerca de 200 diretores de grandes empresas britânicas assinaram um
manifesto publicado na terça-feira, avisando que abandonar a UE
ameaçaria o emprego.
Além disso, a libra esterlina caiu nesta quarta-feira abaixo dos 1,40
dólares, seu nível mais baixo em sete anos, pela crescente preocupação
com o referendo.